?Quando a chuva passar?
Colou o copo vazio sobre a mesa, beber parecia amenizar sua dor. Todas as noites, quando não estava em missão, ia beber naquela taberna. Havia se tornado sua rotina, beber, fumar e reclamar de sua vida para si mesmo.
Nara Shikamaru beirava os 25 anos, era um ninja bem sucedido, mas sua vida não era. Havia se casado com uma mulher que ele não amava, e tinha a vida que jamais desejara. Há dois anos Shikamaru estava casado com Yamanaka Ino, um casamento que fora muito feliz para os dois clãs, mas um inferno para Shikamaru. Não amava Ino, o carinho que tinha por ela não passava de amizade, a mulher que ele amava e sempre amou estava longe... Muito longe.
- Ela deve estar feliz em Suna... Deve estar muito feliz enquanto eu estou aqui... Ainda chorando por ela... ? acendeu um cigarro, nunca gostara de beber muito menos de fumar, mas era o único modo que encontrara de fugir.
Levantou-se e deixou algumas notas em cima da mesa. Com o cigarro entre os dedos se pós a caminhar pelas ruas de Konoha. Era verão, o verão mais seco que já vira, há dias não chovia. Respirou o ar seco misturado com a fumaça do cigarro, já passava das sete da noite, ele tinham que voltar para casa.
Adentrou na casa descalço, já não fumava mais o cigarro. Passou pela cozinha e viu Ino debruçada sobre a mesa, com os pratos já postos.
- Shikamaru! ? ela sorriu ao ver o marido ? Achei que não viesse para o jantar, eu fiz... ? antes que pudesse continuar foi interrompida.
- Não estou com fome ? disse seco, já subindo as escadas.
-... O seu prato favorito... ? completou a frase já não vendo mais o marido.
Chegou ao quarto e foi direto para o banheiro. Tomou um banho frio e se vestiu para dormir. Ainda era cedo para se deitar, mas era o melhor que tinha a fazer. Apagou a luz do quarto e deitou-se na cama, mas o sono não vinha. A porta se abriu novamente e Ino cuidadosamente entrou, se trocou e deitou-se ao lado de Shikamaru. A garota lentamente deslizou a mão do colchão para o ombro do Nara, e com uma voz melosa sussurrou perto de seu ouvido.
- Shikamaru, você...
- Hoje não, Ino. ? ele respondeu seco, virando-se para o outro lado.
Seu casamento com Ino era um desastre. Não que Ino não fosse uma boa esposa, na verdade, ela surpreendera o Nara lhe agradando e fazendo tudo que ele queria, mesmo que não fosse de seu agrado ela ficava quieta. Ela havia mudado seu jeito de agir, aquela Ino casada com ele não era a mesma de 12 anos atrás. Ela fazia tudo para lhe agradar, pois sabia que ele não a amava tanto quanto ela o amava, mas não percebia que tudo que fazia só piorava.
No primeiro ano de casados, tudo parecia bem, Shikamaru realmente parecia amar Ino e viviam felizes. Mas pouco depois de completarem um ano de casamento tudo acabara tudo por causa de uma missão a qual Shikamaru fora enviado a Suna, rever Temari lhe trouxera de volta o amor que pensava ter morrido.
Mas Ino não fora à única que mudara, Shikamaru havia ficado frio, distante. Ela sofria pela falta de carinho, mas era apaixonada pelo Nara, não ficaria sem ele. Mas ele viveria muito melhor sem ela... E por mais que ela quisesse, ele não seria inteiramente seu
*
Tinha acabado de sair de casa, com Ino ao seu lado, iria para o clã Hyuuga onde Naruto armara uma pequena festa em comemoração ao 1° ano de vida de seu filho com Hinata. Enquanto o amigo tinha um casamento feliz, o Nara se sentia preso.
Adentraram no Clã Hyuuga e foram recebidos por Naruto, Ino fora atrás de Hinata enquanto Shikamaru ficara na sala junto aos amigos. Ao lado dos velhos amigos o Nara se sentia melhor.
- Cara, eu to acabado ? reclamou Naruto, se sentando ao lado de Kiba ? Cuidar de um bebê dá trabalho, DETTEBAYO!!
- Ninguém mandou querer ir pra cima da Hinata, agora aquenta! ? disse ríspido Neji, servindo uma dose de saque para ele e Shikamaru.
Naruto fez uma careta e desviou seu olhar do Hyuuga.
- Shikamaru ? Naruto sorriu ao chamar o nome do amigo, em uma tentativa de mudar de assunto ? Como esta seu casamento com a Ino?
Shikamaru bebeu a dose de saque e fitou ao longe Ino que parecia feliz ao lado de Hinata, Sakura e Tenten. Suspirou e fez um breve silencio.
- Complicado... Muito complicado... ? respondeu por fim.
- Cara, todo mundo arranjou alguém e só eu to na seca ? Kiba resmungou arrancando risos dos amigos.
- Não é verdade! ? protestou Lee ? Eu e o Neji também não temos ninguém.
- O Neji não tem porque não quer ? Sasuke se manifestara em um tom desafiador.
O Hyuuga simplesmente bufara e nada respondera, fazendo os amigos rirem novamente. Mas pouco tempo depois os risos foram calados por batidas na porta, Naruto se levantara e fora atender. Shikamaru tinha um sorriso no rosto, mas ele desaparecera ao ver Naruto voltar à sala acompanhado da mulher que ele queria chamar de sua.
- Que bom que veio, Temari-chan!
- O Gaara sente muito por não poder vir, Naruto ? Temari sorriu, e por uma fração de segundos desviara seu olhar do loiro para os convidados que se encontravam na sala. ? Aonde esta a Hinata?
- Na cozinha.
Shikamaru não pode deixar de olhar para Temari, uma sensação estranha lhe percorreu o corpo, enquanto a via se distanciar e sumir de seu campo de visão.
Shikamaru tentara evitar a loira durante a festa toda, mas era quase impossível. Ela parecia ainda mais bela do que há alguns anos atrás, e quando Hinata pedira para que ela segura-se seu filho, aquela sensação estranha percorrera novamente o seu corpo. Viu naquela cena, não o filho de Naruto e Hinata, mas sim o dele com Temari, o filho que nunca teria. A mulher que nunca teria.
*
Dois dias haviam se passado desde a festa que acontecera no clã Hyuuga, e Sabaku no Temari ainda permanecia em Konoha. Era difícil para Shikamaru parecer estável com ela por perto. Parecia que em cada canto que ia ela esta por perto, do outro lado da rua o fitando.
Já era noite quando saiu de casa e deixou Ino sozinha, iria beber. Ele tinha certeza que em seu bar favorito não a encontraria, mas estava enganado.
Sentou-se no lugar de costume, acendeu um dos terríveis cigarros e o tragou com vontade, logo uma dose de saque fora posta a sua frente. Ele pegou o pequeno copo e bebericou o liquido aos poucos, sentindo com calma seu amargo gosto. Abaixou a cabeça e recostou a testa na madeira fria da bancada do bar, fechou os olhos e uma lembrança antiga lhe voltou à mente.
[FLASH BACK-ON]
Há três anos atrás, Shikamaru estava em Suna à missão. Estava instalado em um quarto designado pelo Kazekage. Já haviam passado das 4horas da manha e ele não dormira durante um minuto sequer. Tudo por que um único pensamento não saia de sua cabeça: Temari estava no quarto ao lado.Mantinha aquela paixão pela irmã do Kazekage há anos, e a dois meses atrás fez algo que ele jurava impossível: fez de Temari sua! Agora lutava contra seus desejos para não lhe invadir o quarto no meio da madrugada.
Tentou novamente dormir, mas fora inútil. Ficara então a fitar o teto, ate que ouvira um ranger e barulho de passos. Levantou-se preguiçosamente e por uma fresta da porta viu Temari descer as escadas. Com um sorriso no canto dos lábios, ele mudou de rouba e seguiu a Sabaku.
A seguiu a distancia pelas ruelas de Suna, a Sabaku andava lentamente, mas Shikamaru a perdera de vista quando entrara em uma viela. Aumentou a velocidade dos passos, queria pega-la desprevenia, lhe dar um susto e ver se ela ficava tão arrepiada quanto ficara quando ele sussurrava em seu ouvido. Abriu um sorriso bobo e continuou seu trajeto, mas quando entrara no beco se arrependera amargamente. Naquele beco Shikamaru encontrara Temari sendo beijada e tocada de forma indecente por outro homem. Um homem que ele desconhecia por completo, mas que não fazia a mínima questão de conhecer.
O Nara recuou dois passos, fechou os olhos e voltou correndo para o prédio do Kazekage. Não falou com Temari naquela manhã, voltara com sua equipe no mesmo dia para Konoha, e três meses depois anunciara seu noivado com Ino.
[ FLASH BACK-OFF]
Shikamaru ainda permanecia de olhos fechados e com a testa apoiada na bancada, se culpando.- O que eu pensei? Que ela me queria? ? sussurrou ? Como sou idiota...
Permaneceu de cabeça baixa avulso a tudo que acontecia, tão distraído que não notara que alguém ocupara a cadeira ao seu lado.
- Idiota! ? repetiu a ofensa que fazia a si mesmo.
- Quem é idiota, Shikamaru? ? a voz feminina e familiar penetrou seus ouvidos e o fizera abrir os olhos no mesmo instante.
Confuso, Shikamaru levantou a cabeça e fitou Temari por um breve momento. Era incrível como estava linda, ainda mais do que podia imaginar. Os cabelos loiros, ainda curtos, soltos e os olhos verdes cruzaram-se com os seus.
- Ninguém... ? respondeu acanhado endireitando-se na cadeira ? O que faz aqui?
- Quando venho em Konoha gosto de beber deste bar ? estendeu a mão e pegou o copo de saque que haviam acabado de lhe servir.
Shikamaru ficou em silencio, não olhava para Temari, mas se culpava quando a espreitava pelo canto do olho. Ela fazia o mesmo, mas seu silencio não era tão longo quanto o dele.
- Shikamaru... ? ela o chamou sem fita-lo, mantendo toda a sua atenção em suas próprias mãos ? Porque você não me convidou para o seu casamento?
Ele simplesmente não respondeu, abaixou a cabeça e permaneceu em silencio. Como poderia lhe explicar o porque?
- Por que toda vez que eu venho em Konoha... Você parece que me evita? ? ela continuava a perguntar, a perguntar e não obter resposta alguma, e isso a magoava ainda mais.
Shikamaru a fitou por um breve momento, ela parecia triste, mas não tinha certeza, pois seu rosto estava sendo coberto pelo cabelo loiro. Suspirou pesadamente e ao longe ouviu o som poderoso de um trovão, logo em seguida ouviu o barulho da chuva caindo sobre a terra seca de Konoha.
- Temari... Eu não sei o que responder...
- Você já respondeu. ? ela sorriu, um sorriso forçado e tristonho.
Shikamaru suspirou mais uma vez, enquanto observava Temari beber mais uma dose de saque. Por um momento se lembrou de Ino, ela não merecia a vida que levava. Ele não merecia.
- Temari... ? ele a chamou novamente ? Porque você não se casou ainda? A princesa de Suna já deveria ter arrumado um marido ? perguntou sem pensar, e viu novamente os olhos verdes de Temari encontrando-se com os seus.
Ela fez silencio, tentando entender o porquê daquela pergunta, enquanto a chuva do lado de fora continuava a cair.
- Por que... O único homem que amei e queria que fosse meu marido, já é de outra... Mas essa outra não cuida bem dele, pois ele esta bebendo comigo... ? sentiu os olhos sendo inundados pelas lagrimas, fitou mais uma vez os olhos castanhos de Shikamaru e saiu correndo do bar.
A chuva forte que caia não a impedia de correr. Sentiu-se completamente despedaçada, mas não tão arrasada quando descobrira sobre o noivado de Shikamaru com Ino. Sentiu-se traída, inútil e desprezada naquele dia em que Kankuho e Gaara receberam seus convites. Fora um punhal certeiro que dilacerava seu coração e sua alma. Um punhal lançado pelo homem a quem tinha se entregado, a quem tinha dado tudo que tinha.
Continuou a correr pelas ruas encharcadas, ouviu ao longe a voz de Shikamaru gritando seu nome, mas não parou. Sentia-se completamente mal e angustiada, como Shikamaru pudera fazer aquilo? Como pudera abandoná-la? Era o que se perguntava, enquanto suas lagrimas salgadas se misturavam com a chuva.
Tropeçou inúmeras vezes em seus próprios pés, as lagrimas turvavam sua visão e o cabelo quase cobrindo seus olhos contribuíam para os tropeços. Mas mesmo abalada não parou, não parou ate chegar a um beco aonde tropeçara novamente, mas antes que tivesse tempo de se recompor sentiu seu braço ser segurado com força.
- Temari, me conta o que aconteceu? ? ele implorou, enquanto a virava de frente pra ele.
- O que aconteceu? ? Temari repetiu a pergunta incrédula ? Era eu quem devia perguntar isso, afinal, foi você quem me trocou pela Ino! ? engoliu o choro, quase gritava de raiva.
Shikamaru a fitava aflito. Com um movimento brusco Temari se soltou dele, mas não voltaria a fugir, colocaria tudo para fora. Tudo!
- Eu não acredito que teve coragem de fazer isso comigo... Depois de tudo que aconteceu, MESMO DEPOIS DE TUDO VOCÊ ME TROCOU POR ELA! SEU CRETINO!! ? Temari gritava com todo o ódio que havia reprimido durante os anos que passara calada.
- Não fale como se eu fosse o único culpado! ? Shikamaru quase bradou, tentando se defender. Não entendia como ela podia dizer tudo aquilo, afinal, a culpa era dela. A culpada era ELA.
- Do que esta falando? ? dessa vez não gritou.
- De você... Você foi por sua causa que casei com Ino... Porque você também não foi o que eu achei que seria...
- Mas... ? Temari tentava juntar as informações, mas não conseguia compreender ? O que esta dizendo? Como eu sou a culpada? Foi você quem se casou com ela!! Eu sempre fui sua Shikamaru e de mais ninguém!!
- Não minta!! ? ele bradou descontrolado a segurando pelos ombros ? Naquela madrugada eu vi... Eu vi você com outro homem, então não minta dizendo que foi apenas minha.
- Com outro homem? O que estar dizendo?
- A mais de dois anos trás, quando estava em Suna você saiu do seu quarto de madrugada, eu te segui e quando te alcancei você estava aos beijos com um homem que eu nunca vi. Eu fui embora naquela manha e não te disse nada.
Temari o olhava perplexa, a lembrança naquele dia lhe voltou à mente e o ódio aos seus olhos juntamente com as lagrimas.
- Como pode ser tão idiota? ? Temari gritou ? Aquele homem... Ele estava bêbado, ele me atacou enquanto eu ia ao encontro de Kankuho na entrada da vila... Seu idiota ? as lagrimas voltaram a escorrer por sua face.
Pasmo e boquiaberto Shikamaru soltou os ombros de Temari, possibilitando a ela caminhar para longe dele.
Um clarão tomou o céu, e um estrondo seguido de um grito angustiado se fez ouvir. Shikamaru correu em direção a Temari, mesmo que ela não corresse. Parou na frente dela, fazendo-a parar, com delicadeza levantou o rosto dela com as mãos. Ela chorava compulsivamente, assim como ele.
- Temari... Eu...
- Você é um idiota, é isso que você é!! ? tentou gritar, mas o choro impedia que as palavras saíssem com toda a brutalidade desejada ? Como pode pensar que eu trocaria você por outro?
- Eu... ? Shikamaru buscava as palavras certas, mas era difícil achá-las vendo Temari daquele jeito.
- Você viu... Viu e tomou suas próprias conclusões... Eu achei que era algo para você, que você realmente gostava de mim, mas... Você não se preocupou em saber o que realmente havia acontecido... Você é um covarde Shikamaru!!
- SOU! SOU UM GRANDE COVARDE!! ? Shikamaru berrou em meio ao choro que aumentava, assim como a chuva ? Mas entenda... Eu fiquei desnorteado, te ver nos braços de outro me matou por dentro. Eu não quis saber de nada, achei que te evitando conseguiria te esquecer, mas me enganei. Enganei-me desde o principio.
Temari ouviu tudo em silencio. Os mais distintos sentimentos lhe tomavam conta, e não sabia ao certo como reagir. E Shikamaru a cada instante aumentava sua confusão. Em um movimento inesperado ele a abraçou com força, aquecendo seu corpo.
- Eu vivi infeliz todo esse tempo longe de você... Casei-me com a Ino apenas porque ela me amava, e pensei que pudesse amar ela ao invés de você. Mas eu Te amo Temari, sempre amei... Mas sou covarde, imprestável o suficiente para achar que você não me amava e que não conseguiria tê-la para mim. Não fui nem ao menos capaz de te procurar... Perdoa-me Temari, me perdoa...
Novamente Temari fez silencio, ouvindo com atenção as palavras de Shikamaru e sua respiração desregular em seu pescoço. Viu outro clarão no céu e sentiu o corpo aos poucos perder o calor, foi quando se deu conta de tudo e abraçou Shikamaru com toda a força, o beijando em seguida.
- Seu bebê chorão desgraçado, apesar de tudo eu ainda te amo... Eu sabia que você estava a se deitar com outra, mas eu pensava em você quando ia dormir. Eu jurei que seria sua... Eu serei sempre sua Shikamaru... Apenas sua. ? Temari abriu um enorme sorriso, deixando de lado as lagrimas.
Shikamaru a tomou pelos lábios, há quanto tempo queria sentir novamente aquele gosto doce? Os sentimentos e os desejos há tempos reprimidos gritaram mais alto, Shikamaru direcionou com toda a delicadeza Temari ate a parede fria e molhada do beco.
- Então seja minha mais uma vez ? Shikamaru sussurrou em seu ouvido, com uma das mãos já no laço do vestido de Temari.
Mesmo depois de sua covardia, de toda a dor e ate mesmo a descrença do amor dela por ele, Temari ainda o amava, ainda era a Princesa Intocável que prometeu ser. A Princesa Intocável que era apenas de Nara Shikamaru. Mesmo Nara Shikamaru não a merecendo, mesmo a tendo ?trocado? por outra, ela nunca deixara de amá-lo, assim como ele nunca a esquecera.
A culpa, a amargura e tudo que havia acontecido estava no passado, o que mais importava era o presente. E no presente estavam juntos, sendo indecentes, deixando a abstinência ser saciada, o desejo ser o controlador da alma.
Ali mesmo onde estavam, em baixo da chuva e em um beco, Shikamaru vez novamente Temari sua. Sentir o gosto de Temari lhe lavou a alma, sentir seu cheiro lhe embriagava os sentidos. Tê-la de volta lhe tornara feliz, feliz como nunca mais pensou que fosse ser.
Temari sentia cada parte do seu corpo reagir. O órgão rígido dentro de si lhe preenchia completamente, as mãos quentes e imprudentes de Shikamaru a tocavam com indecência, a língua exigente a explorava por completo. A mulher mandona e completamente auto-suficiente tinha as pernas tremulas e estava à mercê de um preguiçoso covarde, completamente entregue ao homem que amava... Ao seu bebê chorão.
Os gemidos e gritos de ambos eram abafados pela chuva e pelos trovões. Quando chegaram ao ápice, um novo clarão tomou o céu. A chuva lavava o suor e esfriava os dois corpos quentes, que ao relento se amaram.
Cansados, sentados sobre as próprias roubas, sendo cobertos pelo enorme casaco de Shikamaru e se aquecendo do próprio calor de seus corpos; Shikamaru e Temari se encontravam abraçados no beco em baixo na chuva. Fora em um beco que Shikamaru pensara ter perdido Temari, e fora em um beco que a tivera de novo.
- Te amo, Shikamaru ? Temari sussurrou, enquanto o abraçava com mais força e apoiava sua cabeça em seu ombro.
- Também te amo Temari, sempre amei ? lhe beijou o topo da cabeça.
Os dois haviam sido imprudentes, se fossem pegos não saberiam como agir. Na verdade, não sabiam ao certo o que fariam. Amavam-se e ficariam juntos, disso não tinham duvidas, haviam perdido tempo demais, mas agora ficariam juntos, sejam quais forem às conseqüências... Talvez, simplesmente, sumiriam das vilas, buscando e construindo suas vidas longe de todos... Ou talvez resolvessem tudo. Não sabiam o que fariam, e não se importavam com os outros.
- O que vamos fazer? Você esta casado com a Ino, vamos apenas sumir e simplesmente deixá-la? ? Temari o fitou apreensiva, tudo que queria era tê-lo com ela.
- Não sei... Não vamos pensar nisso agora, perdemos tanto tempo por causa de erros... Vamos aproveitar esse momento... Quando a chuva passar, resolveremos tudo... E não importa o que aconteça, você será minha para sempre ? lhe tomou pelos lábios, a beijando com luxuria.
Deixariam as coisas acontecerem, não sabiam ao certo o que aconteceria e quais seriam as conseqüências, mas sabiam que a chuva passa, lava e leva tudo e todos os problemas embora.
***Editado e aprovado por Ivelee***