Olá para vocês.
Desculpe a demora do capítulo.
Enfim o encontro entre Homura e Tatsuya. Tomara que termine bem... Ou não XP
Boa leitura.
Da direita para esquerda Homura verifica se nenhum automóvel está à vista. Certificando-se do fato, atravessa a rua a passos largos prestando atenção na situação do asfalto. Erguendo a mão até a altura de sua testa, começa a mexer nos finos fios da franja tentando ajeitar algo que obviamente não precisava de retoque. Distraída com o processo de embelezamento, ela só repara no casal à sua frente quando eles passam do lado dela. Rapidamente baixa a mão tentando disfarçar o comportamento de alguns segundos atrás. Discretamente ela vira a cabeça para trás observando a moça que passava o braço direito no braço esquerdo do rapaz, encostando a cabeça no largo ombro dele, demonstrando todo seu afeto. Com olhar de volta para frete Homura solta um pequeno suspiro. Não acreditava como estava nervosa a ponto de um casal de namorados fazer com que a deixasse ainda mais consciente do que pretendia fazer. Ela estava prestes a encontrar-se com o irmão de Madoka, que dependendo poderia terminar em um relacionamento amoroso com ele, e mesmo depois de tanto refletir sobre o assunto, não sabia se era o modo ideal para terminar esse encontro.
Sopra um vento gelado fazendo os longos cabelos negros de Homura balançarem. O outono do mês de novembro criava o típico frio que só poderia ser sentido no inverno japonês. Prevenindo-se do ar gelado que poderia ataca-la, ela usava por cima da blusa social branca uma jaqueta no estilo aviador, combinado a cor bege com o branco. A jeans de corte reto e as botas hiking de cano baixo enfatizavam as longas e finas pernas de Homura. Na mão, a pequena bolça preta dava o toque final no modelo outono escolhido.
Avista o parque Shaft depois de alguns minutos de caminhada e repara em um indivíduo na frente da estatua do cachorro e gato encostado um no outro como se fossem melhores amigos, bem no centro do parque. Homura para onde está e observa o rapaz que vestia um blazer escuro por cima de uma camiseta cinza impressa a marca “Mahou Boy”. A calça jeans com tênis all star passava um ar jovial, porém estiloso.
Resvala um suor pelo rosto arredondado e ela passa a mão na jaqueta tentando ajeitar melhor a roupa no corpo, seguida de uma discreta inspiração do ar fresco para tentar se acalmar. Entra no parque em direção ao rapaz. Percebendo sua presença Tatsuya ergue a mão até a altura do rosto e balança discretamente para Homura. Devolvendo o cumprimento do mesmo modo sorri aproximando-se dele. De frente para ele diz com um sorriso nos lábios.
“- Olá, Tatsuya-kun, desculpe pela demora”, e abaixa de leve a cabeça.
“- Sem problemas, Homura-san. Eu acabei de chegar também”, diz o rapaz sacudindo as mãos na frente do peito.
Escondendo a boca com o dorso da mão, Homura ri discretamente. Com um ponto de interrogação no rosto, Tatsuya pergunta.
“- Homura-san?”
“- Não, é que esse tipo de fala é comum em doramas quando um casal se encontra”, diz Homura com uma voz jubilosa.
“- É verdade, nem reparai”, e Tatsuya começa a rir junto com Homura.
Após boas risadas, Tatsuya respira fundo dizendo ainda com uma voz alegre.
“- Então, Homura-san, tem uma cafeteria perto daqui que serve uma torta de frango deliciosa. Que tal almoçarmos lá?”
“- Tudo bem. Por hora deixarei que você tome a iniciativa.” Bem mais tranquila comparada há minutos atrás, Homura acena com a cabeça ficando ao lado de Tatsuya para seguirem em direção à saída do parque.
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A cafeteria localizava-se em uma rua calma sem muito movimento a cinco minutos do parque Shaft. A construção lembrava as casinhas de um livro infantil, tanto que no telhado podia se ver uma chaminé de tijolos vermelho. Na porta de entrada feita de madeira, via se uma plaquinha com letras azuis, escrito: “Aoki Coffee”, o nome do estabelecimento.
Tatsuya gira a maçaneta cor dourada e abre a porta. Com a mão indica para Homura entrar primeiro. Surpresa pelo cavalheirismo do rapaz, ela dá umas batidinha no ombro dele aprovando a atual atitude e segue para dentro do estabelecimento.
A iluminação fraca no interior casava se perfeitamente com o balcão, mesas e cadeiras de madeira, formando um ambiente silencioso e sereno, ótimo para ler um livro ou simplesmente passar o tempo na companhia de uma xícara de café.
Fechando a porta, Tatsuya atravessa o espaço entre o balcão e as mesas de madeira e para na frente de uma mesa no canto do estabelecimento. Ele puxa uma cadeira para Homura se sentar. Sem nenhuma surpresa dessa vez, ela assenta na cadeira e agradece o rapaz mostrando um sorriso gentil. Sem jeito ele toma o acento à frente dela.
Um garçom de camisa branca, gravata borboleta e sobre a calça preta um avental da mesma cor, que só cobria da cintura para baixo, veio pegar o pedido dos dois. Junto com a torta de frango, Homura pede uma xícara de café e Tatsuya um suco de laranja de acompanhamento. Agradecendo, o garçom deixa a mesa e segue para traz do balcão passando pela porta que dava acesso a cozinha.
Homura avalia o estabelecimento e pergunta para Tatsuya.
“- Lugar interessante, você vem sempre aqui?”
“- Geralmente quando chega o período das provas. Como pode ver, esse é um ótimo lugar quando pessoas querem se concentrar em alguma coisa.”
“- Quando tinha que estudar para prova, a minha mesa no alojamento era o melhor lugar.”
“- Eu já não consigo me concentrar em casa. Tem muitas distrações.”
“- E estudar com os amigos, já tentou? Alguns colegas meus estudavam nesse estilo.”
“- Não dá certo, experiência própria. Aposto que esses seus colegas estudavam no máximo meia hora e passava o resto do tempo conversando.”
“- Cuidado com o que você entrega dos seus amigos, Tatsuya-kun. Vou começar a achar que anda com más companhias.” Com um sorriso malicioso, Homura provoca o rapaz na sua frente.
“- Espere, Homura-san, meus amigos são todos bons companheiros, são excelente alunos”, tenta convencer Homura com um sorriso forçado.
“- Isso é bom, mas o bom companheiro, no final, traiu os seus parceiros”, ainda com o mesmo sorriso, ela analisa Tatsuya com seus olhos negros.
“- Não sabia que eu fazia parte de uma organização mafiosa”, rindo do seu próprio comentário prossegue falando. “Mas, você não sabe, meus pais conhecem alguns dos meus amigos, e eles tiveram boas impressões, principalmente a minha mãe.”
“- Bem, se seus pais aprovaram, quem sou eu para discordar, não é?”
“- Esse seu sorrisinho não convence, Homura-san”, com um sorriso amargo no rosto, Tatsuya observa a mulher na sua frente divertindo-se com a situação.
Observando o rapaz Homura pensa em uma possibilidade que nunca imaginara em relação à família Kaname, e pergunta com uma expressão séria.
“- Tatsuya-kun, por acaso, você tem irmãos?”
Surpreso pela mudança repentina de assunto, ele olha para o semblante sério de Homura, percebe a seriedade da pergunta e responde sem hesitar.
“- Não, eu não tenho nenhum irmão ou irmã.”
Como se já esperasse por essa resposta, ela mantem a mesma expressão, e desvia o olhar para o balcão reparando na porta da cozinha se abrir e aparecer o garçom com uma bandeja na mão.
Na frente da mesa dos dois, retira da bandeja dois pratinhos com a torta de frango e coloca na frente de cada um com o café e o suco de laranja. O garçom agradece e voltando novamente para traz do balcão, observa o estabelecimento a espera de um cliente chamar por ele. Dando primeiro um gole saboreando o amargoso do café, Homura com uma voz gentil fala para Tatsuya.
“- Sabe, eu conheci uma garota chamada Madoka na minha época de ginásio. A maior característica dela era a sua gentileza, uma menina que realmente conseguia se importar com os outros e ajudar quando fosse possível.” Homura sorri, lembrando do primeiro dia, ou melhor, primeira vez que conheceu Kaname Madoka. “- Já faz muito tempo, mas o tempo que passei com ela serviu para formar o que sou hoje, os momentos alegres e difíceis fez com que eu sentisse um carinho e amizade nunca sentido por nenhuma outra pessoa.” Ela observa Tatsuya esperando alguma reação, esperançosa de que centelhasse uma lembrança perdida da irmã mais velha na mente do rapaz. Apesar de não entender por que ela começou com essa conversa, Tatsuya observava-a com uma expressão agradável, como se estivesse gostando da conversa dela.
“- Você voltou a encontra-la novamente?”
Mesmo esperando por uma pergunta desse tipo, Homura não conseguiu conter o desgosto em seu peito, e controlando suas glândulas lacrimais, responde a pergunta do rapaz cabisbaixa.
“- Já faz muito tempo que não a vejo. Perdi totalmente o contato com ela.”
“- Nossa, que pena. Penso que por você se lembrar dessa forma dela realmente tenha sido uma ótima amiga.” A resposta que voltou, parecia ter saído de um livro de boas maneiras.
“- Pois é.”
Sorrindo tristemente para o rapaz, Homura pega o garfo do lado do pratinho e corta um pedaço da torta, levando à boca. Naquele momento, ela gostaria que a torta quentinha e deliciosa tivesse sido a coisa mais horrível já degustada por ela.
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De frente para o cardápio, Tatsuya analisa as sobremesas e tenta escolher qual seria o ideal para não pesar no estômago após uma refeição. Homura, no entanto, desanimada termina de toma o restinho de café. Coloca a xícara sobre o pires, volta o olhar para o rosto do rapaz atrás do cardápio e com uma voz circunspecta, diz.
“- Tatsuya-kun, quero fazer um pedido.”
Pego totalmente desprevenido, volta os olhos para mulher na sua frente e sem pronunciar uma palavra se quer pede para prosseguir.
“- Posso visita seus pais qualquer dia desses?”
Não entendia o motivo daquela pergunta, na verdade, o encontro começou a tomar um rumo esquisito desde a conversa da tal Madoka. Daquele ponto em diante não parecia que ela estava interessada na conversa dele.
“- Posso telefonar para eles marcando um dia, mas por que de repente?” Com um tom meio agressivo, pergunta.
“- Por causa da conversa que tivemos. Deu vontade de revê-los.” Desviando o olhar, Homura responde em um tom blasé, parecendo estar cansada de permanecer naquele ambiente. Incrédulo, Tatsuya não conseguiu acreditar nas palavras saídas da boca dela, sentindo que ela tinha outras intenções. Por isso acabou propondo a ela.
“- Tudo bem, mas eu vou com você.”
“- Não pretendia ir sem você, Tatsuya-kun.” Sem nenhuma graça na voz, Homura baixa a cabeça. “- Obrigada.”
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Na frente do caixa no fim do balcão, Homura entrega ao garçom a equivalência em dinheiro da sua refeição e desloca para o lado, dando lugar para Tatsuya pagar a conta dele. O rapaz propôs pagar o almoço, porém depois de uma negação da mulher, ela levantou-se primeiro da mesa e seguiu direto para o caixa.
Olhando para a porta, diz de costas para o rapaz.
“- Vou esperar lá fora”, e seguiu em direção à saída.
Sem reação, ele observa os longos cabelos negros saírem pela porta de madeira.