Kadou..

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Vejo marcas no parque de uma criança perdida, seu nome era Kadou, se perdera de seus pais á uns meses, se encontrava muito machucado e com roupas rasgadas e sujas por ter que morar nas ruas.

Fora ferido por ladrões que tentaram o manipulá-lo para que trabalhasse para eles, mas não cedera e, por isso acabara sido gravemente ferido.

Sem saber para onde ir ou até mesmo a quem procurar foi para um parque. Sentara-se em um banco dali, ficara a observar todas aquelas crianças brincando felizes com seus amigos e familiares, aquilo o entristecera, pois além de querer estar perto de seus familiares, estava ferido.

Lagrimas começaram a cair por seu rosto, estava ficando com frio e as dores não passavam, aumentava cada vez mais, o dia parecia que não passava e ele ali sentado apenas a observar todos brincando, queria ele estar ali junto, mas percebera que fora ignorado. Olhar de desaprovação era lançado a sua direção o tempo todo.

Ele sabia que não estava sendo bem recebido ali, pois uma criança com as roupas toda rasgada e toda machucada, quem iria se importar? Mas ele não deu atenção para elas, apenas ficara ali quietinho, esperando as coisas melhorarem.

À tarde chegaram, crianças vinham e crianças iam e, ele ainda permanecera ali sentado, com fome e muito fraco. Uma menina de cabelos negros e olhos azuis se aproximaram dele e, apenas ficou a observá-lo. Ele a olhou e com um leve sorriso disse:

- Oi, tudo bem? Qual é teu nome? Perdi-me de meus pais, me machucaram pode me ajudar?

A menina ficou em silêncio, apenas lhe retribuiu o sorriso. Ela olhou ao ferimentos dele e ficou a observá-lo com um olhar triste, imaginando se poderia fazer algo para ajudá-lo, mas seus pensamentos foram cortados com sua mãe lhe chamando.

-Myuu, vem pra cá já, sai de perto desse garoto, ele pode ter algo contagioso, ai minha filha porque sempre fazes isto?

Myuu apenas abanou com a mão para ele e com um sorriso tão doce e inocente que ele nem deu bola para o que a mãe dela dissera, apenas retribui com um leve doloroso aceno para ela, pois suas mãos estavam machucadas.

Myuu chegou até sua mãe e disse:

-Mas mãe ele ta machucado, a senhora não pode ajudar ele?

-Não, não posso e tire essa idéia da cabeça, agora vamos embora.

Kadou apenas ficou olhando a nova e única amiga ir embora por sua causa, muitos pais ficaram olhando a cena entre Kadou e Myuu, não gostaram de ver uma menina arrumada e tão bem de saúde, conversando com um garoto todo sujo e machucado.

“nossa como é que aquela mãe deixa a filha falar com um menino daqueles?” dizia um “que pouca vergonha, eu nunca que iria permitir isso” dizia outro, mas ninguém realmente com um coração tão puro foi capaz de demonstrar um sorriso se quer a ele.

Kadou estava cada vez mais fraco e a tristeza o batera mais e mais. Uma leve chuva começou a cair fazendo com que todos do parque fossem embora e, ele continuara ali sentado, olhava a chuva cair aos poucos e aumentar a força com o tempo, já não davam para se enxergar nada, seus olhos começaram a ficar pesados e ele foi caindo aos poucos sobre aquele banco no parque, até ouvir uma voz:

-Olá Kadou!

Ele olhou assustado a sua volta, não via nada além da chuva.

-Não se assuste. Não durma. Estou aqui com você, estou aqui por você.

Foi então que ele viu uma pessoa de longos cabelos brancos, com um sorriso doce e lhe estendeu a mão.

-Não fique com medo de mim, não te deixarei mais sozinho, venha comigo. Agora sou teu anjo.

Ele não conseguia falar nada, a não ser estender a mão para ela. Ele agora não sentia mais nada, a não ser felicidade e alivio.

Foi assim que eu vi da janela de minha casa, que fica em frente ao parque, Kadou sendo levado de ambulância já sem vida, um menino que se perdera dos pais, fora machucado e apenas levou meu sorriso como despedido da vida.

Foi assim que conheci Kadou a meio ao seu sofrimento e jamais o esquecerei...

Fim

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