Capítulo 1

Mais um dia estava terminando e como sempre eu era a única em casa.  Minha mãe devia estar no trabalho e meu pai em algum bar a se embebedar. Na verdade eu gostava de ter a casa só para mim, era relaxante eu adorava estar sozinha com meus livros e fones de ouvido.

   Subi para o meu pequeno quarto e joguei minha mochila em cima de uma cadeira que havia ali. Peguei pela primeira vez na semana o meu exemplar de Entrevista com o vampiro. Esse livro é um dos meus favoritos, não sei exatamente o porque, talvez a forma como é narrado. Peguei meus fones e pluguei no iPod e comecei  a leitura.

   Já se passava das onze da noite quando percebi que meu celular estava  a vibrar. Atendo sem ver exatamente quem estava me ligando.

“Alô?”

“Finalmente Amy, achei que você tinha morrido” Emily gritou me fazendo  afastar aparelho do ouvido.

“Não morri Emily, para de drama. O que você quer essa hora?” perguntei indo até o banheiro.

“Bem, nós vamos a uma festa hoje” falou, eu sabia que neste momento ela devia estar dando pulinhos.

“Você vai, eu não” Eu não sou fã de festas, elas sempre acabam mal.

“Sim você vai! Agora venha abrir essa porta” Desci as escadas e assim que abri a porta dei de cara com uma Emily cheia de sacolas, era só o que me faltava.

“Emily eu não vou a festa nenhuma” Falei novamente, mas como de costume ela ignorou e subiu as escadas indo para o meu quarto.

“Não dessa vez Amy. Você não sai desse quarto, tem que se diverti um pouco garota. O que você estava fazendo de tão legal para se recusar a ir a uma festa?” Ela falou retirando vários vestidos das sacolas que trazia. Mostrei meu livro e ela riu me fazendo revirar os olhos.

“Não acredito que você está lendo ele de novo, você sabe esse livro decorado” Isso era verdade, eu sabia todas as cenas que aconteciam ali. Talvez ela tivesse razão.

“Okay você ganhou” disse e ela sorriu e veio me abraçar.

“Eu sempre te convenço Amy”

“Só me prometa que não vai sair de lá bêbada”

“Não irei prometer nada. Agora toma esse vestido” Ela falou e jogou um vestido que mais parecia uma camisa do tamanho G em cima de mim.

“Eu não vou usar isso” Joguei o pedaço de pano para cama.

“Então veste esse madre Tereza” Ela me jogou outro, esse era um pouco maior, mas continuava curto. Depois de muito olhar o pequeno vestido decidi vesti-lo. Seu comprimento ia um palmo acima do joelho.

“Agora a maquiagem” não gostava muito da ideia, mas decidi ficar calada e deixar Emily trabalhar.

“Não faça nada chamativo” avisei assim que um pequeno pincel tocou meu rosto, Emily nada disse.

  Vinte minutos depois eu estava pronta. Emily me colocou em frente ao meu espelho. Eu estava diferente, um diferente bom.

“Obrigada” foi tudo o que eu disse.

“Se eu fosse um homem eu te pegaria agora” Ela disse me puxando para fora do quarto.

“ainda bem que não é” ela começou a rir da minha resposta “Com quem vamos?” perguntei assim que fechei a porta.

 “No meu carro, eu meio que o peguei de volta” deu de ombros.

“Que bom” Emily tinha perdido o carro depois que seus descobriram que ela não era mais virgem.  segundo ela sua mãe teve um colapso nervoso e como castigo tirou seu carro.

O caminho para festa foi rápido. Logo avistei vários jovens dançando em um enorme jardim que estava iluminado por lâmpadas coloridas.

“Bem chegamos” ela anunciou batendo as mãos contra o volante. ”Amy essa noite vai entrar para história” apenas fiz que sim com a cabeça e sai do carro, Emily fez o mesmo.

“Vamos lá para dentro quero te apresentar uma pessoa”.

“Quem?” perguntei já sabendo da resposta.

“Meu novo namorado, o Jace”

“Você não descansa, não faz nem um mês que você terminou com o connor” eu já esperava isso. Ela nunca está sozinha mesmo.

“Connor é passado” falou e me puxou pela mão até a grande casa. Aquilo estava pior que o jardim, havia casais se beijando em cima de mesas outros se devoram encostados em paredes enquanto outros só bebiam. Deveria ter ficado em casa. Vi Emily se aproximar de um garoto loiro, deduzi que aquele deveria ser o tal Jace.

“Jace essa é Amy” falou apontando na minha direção, fiz um pequeno aceno que foi retribuído.

“Olá Amy, sou o Jace. Espero que goste da minha festa, agora se me permite vou levar sua amiga para se diverti um pouco” falou com um sorriso malicioso no rosto e saiu puxando a Emily pelo braço. Eu não iria interromper a minha amiga, mas também não estava nem um pouco afim de ficar sozinha em um lugar que eu não conheço ninguém. Porém eu  não tenho como ir para casa. Avistei um pequeno sofá vazio, decidi ir sentar e esperar alguma coisa acontecer.

 A festa corria enquanto eu esperava algum sinal de Emily, mas nada aconteceu, duas horas se  passaram e ela não apareceu, será que ainda está com o tal do Jace? Espero que sim. Não quero ela sozinha por ai. Depois de mais alguns minutos decidi ir embora, não aguentava mais esperar Emily aparecer  e ela que me abandonou nessa festa.

  Quando sai o jardim já não estava tão lotado, e já  não havia tantos carros na rua. Decidi ir caminhando, afinal minha casa não era tão longe. Comecei o meu caminho. Eu não sou fã de andar a noite por ai, prefiro ficar em casa e ler, na verdade eu não deveria ter aceitado vir a essa festa, não estaria aqui agora. Ainda bem que minha mãe não chegaria antes do amanhecer.

  Parei um pouco para retirar meus sapatos.

“Pensando na vida?” Uma voz conhecida falou, virei minha cabeça na direção da pessoa e vi Jace.

“O que você está fazendo aqui Jace? Cadê a Emily?” perguntei com um grito.

“Ah, sua amiga está morta” ele disse como se isso não fosse nada. “Eu a matei, foi divertido ver ela implorar para viver , mas eu suguei toda a vida dela” ele falou com um sorriso cínico no rosto. Minhas lagrimas já caiam de forma descontrolada. Minha amiga morta? Isso não pode estar acontecendo, simplesmente não pode.

“Isso não é verdade” eu sussurrei mais para mim.

“Isso é a mais pura verdade e sabe o que mais?” ele perguntou se aproximando “Você é a próxima meu amor” assim que suas palavras foram processadas eu comecei a correr.

“Você torna isso mais divertido sabia?” ele me pegou pelo braço, mas como ele já estava tão perto?

“Como você chegou aqui tão rápido?”

“Você não entendeu ainda?” ele perguntou enquanto se ria.

“Entender o que?”

“Eu não sou humano, muito menos você”

“Você só pode ser maluco, como eu não sou humana? Como?”

“Pena que você não viver para poder descobrir a verdade” Ele falou e se aproximou ainda mais. O medo estava instalado em cada pedaço do meu corpo.

“Diga Adeus Amy” sua boca sussurrou em meu ouvido. Comprimi meus olhos e esperei a morte chegar.

“Jace mais que Porra você está fazendo com ela?” Uma rouca gritou me fazendo abrir os olhos novamente.