Saigo no Yuki - Parte 1 - One Sided Love

  • Bruamy
  • Capitulos 1
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 16 minutos

    l
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Como uma nevasca de inverno

    Bom, pra começar é a primeira fez que postou então espero que pelo menos algumas pessoas curtam hahaha

    Como eu ainda era meio noob sobre a cultura japonesa e outros detalhes quando escrevi essa história, espero que perdoem qualquer erro e não sejam tão maús comigo! ^^

    Boa leitura!

    Devido as freqüentes nevascas de inverno, haverá uma semana de férias no final do ano. Portanto, hoje é o último dia de aula do ano na faculdade.

    Havia um aglomerado de pessoas tentando ver as notas no mural, mas isso não impediu Natsu de se enfiar no meio delas e procurar, com os dedos, um certo nome:

    -Ooki Kazumi... Ooki Kazumi... Ooki Kazumi! – ela parou o dedo ao alto da folha. – Em primeiro lugar de novo! Eu sabia!

    -Em compensação, seu nome está em quinto. – lembrou Yui, tentando abrir caminho entre as pessoas.

    -Não importa! Deste que eu tenha um motivo para falar com Kazumi-san está tudo ótimo.

    Essa era Natsu. Uma garota determinada e otimista. Por mais que Kazumi á ignorasse ou tratasse mal, lá estava ela, firme e forte, lutando pra que ele a notasse.

    -Cadê a Haru-chan? – perguntou Natsu á Yui.

    -Está nos esperando no refeitório.

    -Então vamos lá.

    *

    Já deveria ser o terceiro ou quarto casal que Haru vira passar de mãos dadas. Ela simplesmente se odiava por se sentir assim. Era como se a felicidade dos outros á incomodasse, quando, na verdade, era apenas a felicidade de UMA pessoa que á incomodava.

    -Você está com uma cara péssima. – disse Natsu ao se sentar na cadeira de frente para Haru.

    -Obrigada, mas eu tenho um espelho em casa.

    -Ainda está na fossa? – perguntou Yui.

    -Querem fazer o favor de me esquecerem?

    -Desculpa aí rainha do gelo! – falou Natsu.

    -Ah... – Haru apenas suspirou. – Vamos voltar para a sala. Ainda temos mais duas aulas antes de ir embora.

    -Até porque, ainda preciso dar os parabéns ao Kazumi-chan!

    Normalmente, Haru não era assim. Era uma menina alegre, forte e cheia de energia. Mas deste que seu ex-namorado, Seiichiro, começou a namorar outra garota, Haru simplesmente não conseguia disfarçar sua indignação.

    Tudo bem, já fazia um bom tempo que haviam terminado. Mas ele estar namorando com outra garota era diferente. Os sonhos, as lembranças, os sorrisos e até mesmo pequenos pensamentos que Seiichiro costumava compartilhar com Haru, agora os compartilhava com outra garota. Isso não parecia certo.

    Aliás, era incrível a capacidade que Haru tinha de atraí-lo com o pensamento. Bastou que ela se lembrasse de Seiichiro para que ele aparecesse em sua frente, junto com sua atual, Saki.

    -Haru, bom dia! – ele á cumprimentou alegremente, como costuma fazer.

    -Agora que tive o desprazer de olhar para sua cara, meu dia ficou péssimo. – Haru por sua vez, não conseguia agir de outro jeito diante dele, senão com agressividade.

    Passou reto por ele e por Saki, como se não houvesse nada á sua frente, e foi para sala.

    *

    Demorou, mas as aulas terminaram. Os alunos teriam uma semana e meia de folga por causa dos feriados de fim de ano. Mas, caso as nevascas piorassem, poderia se prolongar.

    Com os términos das aulas, Natsu não perdeu tempo. Kazumi mal havia levantado da cadeira quando ela se aproximou, toda sorridente:

    -Parabéns pelo primeiro lugar no mural, Kazumi-san.

    -Estou sempre em primeiro lugar. – disse secamente e saiu sem se despedir ou pedir licença.

    -Por que será que o Kazumi-chan me trata da mesma maneira que a Haru trata o Seiichiro? – perguntou Natsu a si mesma.

    -Porque ele te odeia. – respondeu Haru atrás de Natsu, à assustando.

    -Se fosse assim, Seiichiro iria amar Haru, já que, por algum motivo desconhecido, Natsu gosta de Kazumi. – ponderou Yui.

    -Como assim “motivo desconhecido”? – Natsu revoltou-se. – o Kazumi é incrível! Bonito, inteligente, perfeito!

    -Metido, arrogante, egocêntrico... – continuou Yui.

    -Por que você não foi procurar o Kanji!?

    -Boa ideia! Já estava quase me esquecendo!

    Yui sai apressadamente da sala. Natsu e Haru a seguiram.

    Kanji estava encostado na parede ao lado da porta de sua sala, que fica ao lado da sala de Natsu. Como na maioria das vezes, estava sorrindo e conversando distraidamente com os amigos. Yui adorava o jeito “maluquinho” de Kanji.

    -Vai ficar ai só admirando ou vai falar com ele? – questionou Haru.

    -Sei lá...

    -Vai, aproveita! – incentivou Natsu. – Aproveita que os amigos dele estão indo embora.

    Yui já havia falado com Kanji outras vezes. Mas toda vez era sempre como se fosse a primeira vez. Se Haru e Natsu não a tivessem empurrado, provavelmente iria apenas ficar olhando pra ele até que fosse embora. Era tarde demais para fugir, Kanji já a havia visto e foi até ela, com um sorriso de lado, um sorriso que Natsu consideraria como “danadinho”.

    -Yui-chan! Tudo bem?

    -Tudo ótimo! – respondeu Yui com um sorriso envergonhado.

    -Sabe... eu estava justamente pensando em você.

    -Em mim?! – Yui não conseguiu esconder a surpresa. Por reflexo, olhou para trás. Haru e Natsu sorriam e faziam gestos com as mãos, indicando que “fosse em frente”. – Ah... algum motivo especial pra isso?

    -Mais ou menos. É que eu estava indo para um lugar... Mas não posso dizer que lugar. É surpresa.

    -Ah, não sei...

    -Não confia em mim?

    Por dentro, Yui estava explodindo de felicidade. Kanji á estava chamando para um encontro! Nem em seus sonhos imaginou ter tanta sorte. Yui olhou para trás novamente. Haru e Natsu a olhavam cheias de expectativa. Voltou á olhar para Kanji, em seus olhos estava estampado o mesmo de que em suas amigas. Vencida, Yui disse por fim:

    -Claro, eu topo. Vamos lá.

    Yui apenas acenou brevemente para suas amigas, e saiu atrás de Kanji.

    -Que garota sortuda! – comentou Natsu.

    -Sorte pra uns, azar pra outros. – falou Haru.

    -Vou pra casa, comer uma panela de brigadeiro, topa?

    -Se você fizer isso a cada vez que levar um fora de Kazumi, ficará obsessa antes da primavera.

    -Tem razão. Vamos comer uma sopa, eu pago.

    Esse realmente era o plano de Natsu. Porém, isso foi antes de ver Kazumi do outro lado da rua, indo na direção oposta á elas.

    -Aonde será que ele vai? – perguntou a si mesma e começou a segui-lo.

    -Natsu-chan, o que está fazendo? – perguntou Haru, sem entender o que estava acontecendo.

    -Desculpe Haru-chan, mas a sopa ficará para outro dia!

    -Natsu! – antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Natsu disparou para o outro lado da rua. Haru não conseguiria segui-la, o semáforo já havia aberto.

    Sem escolha, Haru decidiu ir para casa.

    Como estava na direção oposta á de sua casa, Haru resolveu ir por um atalho ao invés do caminho habitual. Não passava por esse “atalho” deste que terminara com Seiichiro e não queria passar pior lá agora, mas achou melhor do que andar mais de uma hora nesse frio insuportável.

    Normalmente não se viam muitas pessoas por esse caminho. Era um largo caminho de terra, agora coberto por neve, um pouco afastado da parte urbana, com árvores em torno. Se o caminho fosse mais estreito, os galhos das árvores formariam arcos, fazendo parecer um túnel. Porém, com o clima frio, as árvores mais pareciam um cenário de um filme de terror.

    Sem querer, a mente de Haru voltou ao passado. Era exatamente isso que temia.

    Era primavera. A última e primeira primavera que passara ao lado de Seiichiro.

    Os dois estavam no último ano do colégio. Namoravam há apenas dois meses. Pela primeira vez, Seiichiro se ofereceu para levar Haru para casa. De mãos dadas os dois caminhavam juntos por onde Haru agora caminhava sozinha.

    Por esse caminho chegaria mais cedo em casa, porém caminhavam lentamente e a paisagem era um cenário romântico durante a primavera. As árvores haviam florescidos, flores de cerejeiras, onde agora haviam galhos sem vida e sinistros, antes eram galhos cobertos por folhas rosas. Onde agora o chão está coberto por neve, antes era coberto por flores rosas que continuavam á cair.

    Onde antes o céu era claro de um azul intenso, agora é escuro e cinza. Haru sentia que seu estado de espírito também era assim. Antes, uma linda primavera. Agora, um inverno mortal.

    Apesar dos dois meses de namoro, os dois não tinham muita intimidade. Eram raras as vezes em que se viam sem ser na escola. Parte disso era pela mãe de Haru não gostar de Seiichiro. Ela sempre dizia “Por mais que ele sorria pra você, dificilmente não quebrará seu coração.”. Agora essas palavras pareciam proféticas.

    -Acho que as cerejeiras combinam com você. – foi a primeira coisa que Haru lembrava de Seiichiro ter dito.

    -Está me dizendo isso porque me chamo “Haru”? – disse meio brincando.

    -Não! É que...

    -Relaxa. Só estava brincando. Vamos parar um pouco.

    De intervalos em intervalos, haviam restos de cercas, como se fosse um trabalho parado na metade ou como se o tempo tivesse estragado os pedaços que faltavam.

    Por uns instantes ficaram apenas admirando a paisagem, observando a chuva de pétalas. Só ter Seiichiro por perto, já fazia Haru se sentir feliz. Não sentia uma paixão ardente por ele, mas sim, uma sensação de paz acompanhada de um friozinho na barriga e um calor no peito.

    -Sabe eu nunca contei isso para ninguém. Meu nome do meio é Sakura. Haru Sakura... ridículo não?

    -Não, é um nome bonito. – nesse momento, os dois estavam se encarando, muito próximos um do outro. – Faz lembrar da época mais bonita do ano, por isso, combina com você.

    E assim deram o primeiro beijo. Essa é uma das lembranças mais felizes de Haru. Mas, mesmo isso, agora dói.

    Haru acelerou o passo. Tentando fugir daquele lugar, o mais rápido possível, e de suas cruéis lembranças.

    *

     Yui não sabia o que esperar exatamente de seu primeiro “encontro” com Kanji, mas “isso” nunca se passou por sua cabeça.

    -E então? O que acha?

    Yui gostava de animais, mas trabalho comunitário era outra coisa. Sabia também que Kanji não batia muito bem das idéias, mesmo assim, conseguiu ficar surpresa.

    -Ah... adoro cachorros! – Yui tentou disfarçar seu descontentamento. – Mas, Kanji-kun, o que faremos aqui exatamente?

    -Vejamos... Podemos começar limpando as gaiolas. – e entregou uma pá á Yui.

    -Que tal tentarmos arranchar donos pra eles? Ou adestrá-los.

    -Isso dá muito trabalho! E já tem gente pra isso. Mas, se você quiser ir pra casa, não tem problema, eu vou entender.

    -Não é isso! – “eu só queria ter um encontro de verdade com você”, guardou para si mesma. – Vou ficar.

    -Sério mesmo? – Kanji abriu um sorriso e Yui se derreteu toda. – Quando acabarmos, prometo que te pago um lanche! No Mc’ Donalds!

    Apesar dos pesares, Yui estava começando á pensar que não foi uma ideia tão ruim afinal, ter ficado. Porém, ainda havia um caminho muito sujo pela frente, até a “parte boa”.

    Arregaçou as mangas e literalmente, pois as mãos na massa.

    *

    Natsu estava sem fôlego quando parou de seguir Kazumi.

    Ela o seguiu por uns 20 minutos até um agregado de ruas estreitas e com casas simples. O havia perdido de vista, todavia, não havia muitas opções de onde ele poderia ter ido.

    Na rua em que Kazumi entrou e desapareceu, só havia duas casas e um boteco. Natsu entrou no bar.

    Não parecia tão ruim quanto Natsu imaginou. Apesar de mal iluminado, pequeno e com uma decoração duvidosa, estava com bastante clientes e a maioria não pareciam bêbados, e sim, pessoas comuns, querendo apenas tomar um chocolate quente para se aquecer. Ao fundo, perto da cozinha, Natsu viu Kazumi vestindo um avental branco.

    -Então Kazumi trabalha aqui! – disse Natsu á si mesma. Tem essa mania de falar sozinha quando está nervosa ou pensando. – Mas... achei que ele fosse bonito, inteligente e rico! Bom, esse último não importa.

    Natsu observou mais um pouco para ter certeza. Kazumi pegou uma bandeja e foi levar bebidas aos clientes. Não haviam dúvidas, ele só poderia trabalhar lá.

    Kazumi virou-se na direção de Natsu. Ela virou de costas antes que ele a visse. E foi aí que Natsu percebeu uma placa enorme escrito “ precisa-se de funcionários”. Assim, surgiu uma ideia, não das melhores, na cabeça de Natsu.

    Esperou que Kazumi fosse para a cozinha, para que pudesse procurar o gerente e falar com ele.

    *

    Antes de ir para casa, Haru resolveu passar em uma cafeteria que visitava com freqüência.

    Haru gostava de ir até lá, principalmente, para sentar na varanda e ficar escrevendo por horas. Infelizmente, com o clima frio, as mesas da varanda foram postas para dentro e Haru teve que sentar-se ao lado da janela.

    Parecia perseguição. Justo no seu lugar favorito, no seu refúgio, Haru os viu juntos. Mesmo que Haru nunca tivesse trazido Seiichiro ali, aquilo não poderia ser coincidência.

    Saki e Seiichiro estavam sentados juntos á umas mesas de distância, sorrindo um para o outro, como um casal normal de namorados. Mas para Haru aquilo não era normal. Como Seiichiro poderia sorrir para outra, depois de tudo que fez á ela?

    Por reflexo, ao invés de Haru ir para a porta de saída, foi para a porta que dava para a varanda.

    “Eu não vou chorar!”, pensou com todas as suas forças enquanto segurava firme na balaustrada da varanda. Mesmo no inverno, a paisagem continuava linda, parecia um paraíso de gelo. A cafeteria fica no segundo andar de um sobrado, que fica de frente á uma reserva natural.

    -A senhorita está bem?

    Haru virou-se para encarar a pessoa que falou com ela. Só haviam os dois na varanda. Alguma coisa nos olhos daquele desconhecido impediu que Haru o mandasse embora. Ajeitou sua postura e disse:

    -Não é nada.

    -Sabe... eu gosto muito da paisagem daqui. É muito inspiradora. – falou o desconhecido se apoiando na balaustra e fitando o horizonte.

    -Eu também penso assim. – respondeu Haru sem querer. – Poderia me dizer o seu nome? – Haru não sabe por que perguntou. Talvez apenas quisesse companhia para se distrair.

    -Matsumoto Chihiro. E o seu?

    -Kinomoto Haru.

    -Belo nome. – e assim, os dois ficaram fitando aquela paisagem em um silêncio reconfortante.

    *

    Esse, provavelmente, foi o dia mais feliz da vida de Yui.

    Até mesmo a parte de limpar as gaiolas imundas agora não parecia tão ruim. Pois foi uma ótima oportunidade de ficar perto de Kanji e conhecê-lo melhor. E quanto mais o conhecia, mais estranho ele parecia e mais Yui gostava dele.

    Com o trabalho terminado, já de noite, como o prometido, Kanji levou Yui ao MC’ Donalds. Os dois riam e conversavam enquanto comiam.

    Não acredito que fez mesmo isso, Kanji-kun! – Kanji pegou pão, ketchup, batatas fritas e alface, e criou uma “imagem” de Yui. – Eu não sou feia assim! E meu cabelo não aprece alface! – apesar da bronca, Yui estava se divertindo muito.

    -É verdade, seu cabelo é muito bonito. Mas, não vejo problemas nele ser verde.

    -Não, muito obrigada, deixo as cores bizarras pra você.

    Após comerem, Kanji pagou um sorvete e ficou brincando com a casquinha, depois se dispôs á levar Yui para casa. Claro que ela não pôde recusar.

     Começava á nevar, Yui parou repentinamente e ficou mirando os flocos de neve que caíam do céu.

    -Lindo, não? – questionou Kanji.

     -Kanji-kun... você tem algum sonho que gostaria muito que se realizasse?

    -Acho que todo mundo tem. Por que isso agora? – Yui deixou de olhar o céu e encarou Kanji.

    -Porque acho que finalmente encontrei o meu.

    -E o que é?

    -É surpresa! Ainda não é o momento de dizer!

    -Se é assim, também não contarei o meu!

    -Não seja malvado! Conta, conta!

    -Quer mesmo saber?

    -Quero!

    Kanji se aproximou de Yui. Curvou-se, seus rostos quase se tocando, e cochichou em seu ouvido:

    -É segredo!

    -Ah! Kanji! Seu bobo! – Kanji riu e deu um sorriso “danadinho”.

    -Já está tarde, não fica bem uma moça de família circulando por ai há essa hora.

    -Não invente desculpas! Você vai me contar!

    -Um dia... Eu prometo que um dia. – E levantou o dedo mindinho.

    -Então está prometido. – e com isso, cruzaram os mindinhos, selando uma promessa.

    *

    Kazumi estava fazendo seu trabalho normalmente, por isso, estranhou quando o gerente o chamou. Se não era para dar uma bronca ou dispensá-lo, o que poderia ser?

    -Ooki-kun, quero te apresentar sua nova colega de trabalho. Por favor, cuide bem de Inuushi-san.

    -Mas! Essa garota!

    -Boa-noite, Kazumi-kun! – cumprimentou Natsu, a nova funcionária.

    -Oh! Vocês já se conhecem? Que bom! Vou dar uma saída, Ooki-kun cuide de tudo por aqui e ajude a Inuushi no que ela precisar.

    O gerente saiu, deixando apenas Natsu e Kazumi na cozinha. Como Kazumi não dizia nada, ainda sorrindo, Natsu falou:

    -Está surpreso Kazumi-kun? Não vai me dar as boas- vindas?

    -Pra você é Ooki-sama e vê se não me atrapalha. – antes que Natsu pudesse dizer alguma coisa, Kazumi sai.

    -Sama? Quem ele pensa que é?! Presidente dos USA?

    Á princípio, Natsu achou que seria uma boa ideia se aproximar de Kazumi pelo trabalho. Mas não estava funcionando. Ele a tratava com tanta indiferença quanto na faculdade.

    Pior que isso. Quando Natsu fazia algo de errado, ainda levava uma bronca:

    -Baka! Não derrube água nos clientes!

    -Olha aqui! Eu não nasci sabendo!

    O lado “positivo” é que se Natsu não conseguisse conquistar Kazumi, iria passar á odiá-lo e nunca mais o procuraria. Porém, Natsu não é de desistir assim...

    *

    Agora com o cair da noite, o cenário de paraíso de neve deu lugar á um mar infindável de estrelas, sobre o qual Haru e Chihiro conversavam.

    -Então Matsumo...

    -Pode me chamar de “Chihiro”.

    -Certo. Chihiro-kun... – Haru enrubesceu. Conhecia Chihiro há poucas horas, mas já sentia algo especial por ele. –Estamos aqui falando de tantas coisas, mas, nem falamos de nós mesmos. Você mora aqui em Kyoto mesmo?

    -Sim. Faz três meses que me mudei para cá.

    -Três meses? – “é o mesmo tempo em que Seiichiro voltou”, lembrou Haru. – E onde você vivia antes?

    -Em Tokyo. – “Tokyo?! É coincidência demais!”

    -Por acaso... Você não conhece um tal de “Asawari Seiichiro”, conhece?

    -Asawari... Não me lembro de ninguém com esse nome.

    -Que alívio! Desculpe ter perguntado, foi uma bobagem de minha parte.

    -Tudo bem. Esse Seiichiro... – Haru percebeu que Chihiro queria saber quem ele é, mas não sabia como perguntar.

    -Ele é meu ex-namorado. – e sem saber por que, acrescentou: - Entretanto, nós já não temos mais nada á ver. Jamais voltaria com ele.

    Bastou dizer isso para Haru se sentir envergonhada. Por que estava dizendo essas coisas á um desconhecido? O que Chihiro tem a ver com isso?

    -Desculpe, mas já está tarde, tenho que ir pra casa.

    -Espere! – Chihiro pegou no pulso de Haru, e rapidamente o soltou ao ver que Haru não iria á lugar algum. – Ah... Haru-san... Não quer que eu te leve até em casa?

    -Não, obrigada. – respondeu com um sorriso. – É aqui pertinho, não precisa se incomodar.

    -Não é incômodo...

    -Muito obrigada, mas, nos vemos outro dia, certo?

    -Claro!

    Na verdade, um lado de Haru queria passar mais tempo com Chihiro. Porém, precisava pensar sozinha. Queria entender por que sentia tanta raiva de Seiichiro. Por que não conseguia simplesmente ignorá-lo? E Chihiro... como conseguia fazer seu coração disparar apenas pegando em sua mão, ou, olhando diretamente em seus olhos?

    Perdida nesses pensamentos, Haru não viu o carro vindo em sua direção.

    Haru caiu para trás. Por sorte, o carro estava com a velocidade reduzida e apenas á pegou de raspão. Porém, o motorista foi embora sem prestar socorro.

    -Você está bem?

    -Não... Não consigo mexer minha perna, acho que está quebrada.   

    -Vou chamar uma ambulância!

    -Obrigada... – Haru tirou seus olhos de sua perna ferida, para olhar para a pessoa que lhe prestou socorro. – Saki-san!


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!