Entre a razão e a loucura: Quem é a justiça?

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    Capítulo 4

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    -Ryuuzaki, alguma novidade em relação ao caderno? ? Soichiro Yagami acabava de chegar à sala onde se reunia toda a força-tarefa que investigava o caso Kira.

    - Até agora, nenhuma. ? o jovem respondeu segurando, como de costume, o caderno apenas com a ponta dos dedos.

    - Ah, como isso é desanimador... ? Touta Matsuda suspirou.

    - Dessa vez tenho que concordar com o Matsuda. É desanimador ter que recomeçar a investigação para pegar o Kira... Quero dizer o verdadeiro Kira.

    - Não se preocupe com isso, Sr. Yagami. As peças do quebra-cabeça ainda vão se encaixar de novo.

    - É... Espero que sim. Nós nos desgastamos bastante com as investigações e a captura do Higuchi. E o verdadeiro Kira o mata, fazendo com que a gente não avance muito. Isso acaba sendo maçante.

    - Olá, pessoal ? Light acabava de chegar da universidade. ? Alguma novidade nas investigações?

    - Não, Light... ? Matsuda respondeu desanimado. ? A gente tava falando justamente sobre isso. Ainda não conseguimos arrancar nada novo do shinigami.

    ?Ótimo. Rem ainda não abriu aquela boca pra me incriminar.?, Light pensou.

    Olhou para o seu relógio de pulso, mas não acreditou que ainda seriam duas horas da tarde.

    - Alguém pode me dizer que horas são? ? perguntou.

    - Faltam quinze minutos para as quatro horas. ? respondeu seu pai. ? Por quê?

    - Pelo jeito, a pilha do meu relógio acabou. Bem, vou ter que deixar as minhas coisas aqui e levá-lo à relojoaria.

    L, que esteve em silêncio durante todo o tempo, observava o jovem, que tirava o relógio do pulso e o guardava no bolso da calça. Seu olhar perscrutador deteve-se no braço onde estava o relógio dele.

    Havia algo que lhe chamava a atenção. Algo insignificante, mas bastante suspeito.

    - Ryuuzaki, Misa Amane quer entrar. Posso permitir? ? era Watari, através do seu notebook.

    - Sem problemas, Watari.

    Instantes depois, Misa irrompia sala adentro, indo direto ao seu alvo:

    -Oi, Light! ? ela o cumprimentou esfuziante e o abraçou. ? Tava com saudades de você!

    - Oi, Misa... ? ele respondeu com seu típico ?entusiasmo zero?.

    - O que foi Light? Não diga que a aula na universidade foi ruim!

    - Até que não. Mas agora tô de saída.

    - Aonde você vai? Não diga que tá de caso com alguma garota da sua classe! ? Misa fez bico.

    - Não, Misa. Apenas vou levar o meu relógio pra arrumar. Apenas isso.

    Assim, o Yagami deixou o QG, junto com Ryuk. Assim que saiu, deixou escapar:

    -É a primeira vez que vejo uma ?garota-chiclete? como a Misa. Se não fosse pelo fato de ela ter os olhos de shinigami, eu já teria feito ela desaparecer da minha vista.

    - Bom, paciência. ? respondeu Ryuk, que pegou no ar a maçã recebida de Light. ? se quer levar o seu plano adiante, vai ter que aturar essa garota por mais um bom tempo.

    - É apenas o preço de se buscar por um novo mundo, Ryuk. Um pequeno preço a ser pago por um grande objetivo.

    *

    L prosseguia, com seu olhar detalhista, a leitura dos nomes escritos no Death Note que conseguira de Higuchi. Percebeu que, nas primeiras páginas, os nomes eram escritos com determinado estilo de escrita. E, nas últimas, estava outro estilo, que já era sabido ter sido do ambicioso executivo da Yotsuba.

    Analisando o caderno, percebeu que várias folhas haviam sido cuidadosamente arrancadas. Após verificar isso, foi até a contracapa do caderno conferir mais uma vez as regras de uso, escritas em inglês. Foi quando sua face se iluminou com uma nova ideia.

    Girou sua cadeira e apertou o botão do microfone de comunicação:

    -Watari, por favor, pode entrar em contato com Shinohara?

    - Claro que sim, Ryuuzaki.

    - Obrigado.

    *

    - Sr. Yagami, pode me fazer um favor?

    O superintendente Yagami logo estranhou a atitude de L:

    -Qual, Ryuuzaki?

    - Poderia escrever um bilhete? Ando bastante ocupado procurando por mais pistas do Kira. Aí tem um papel e uma caneta.

    Soichiro cedeu. Pegou o papel e a caneta e perguntou:

    -O que quer que eu escreva no bilhete?

    - Por favor, escreva assim: ?Caro Shinohara, gostaria que me fizesse um favor. Se possível, analise aquele lance do ?Live and Learn, but teach to anyone. ?, para mim. Desde já, agradeço. Ryuuzaki.? Mas essa parte em inglês, eu gostaria que escrevesse em caracteres ocidentais.

    Soichiro escreveu conforme solicitado, mas estava bastante intrigado com o conteúdo do bilhete. Por que ele estava usando escrita ocidental, em meio a ideogramas japoneses? Em se tratando de L, era possível esperar qualquer coisa.

    - Já está pronto. Mas não sou muito bom em escrever com o alfabeto ocidental.

    - Se estiver legível, não tem problema. Obrigado.

    L recebeu o bilhete das mãos do superintendente Yagami e o leu, a fim de conferir se o conteúdo estava na íntegra.

    - Obrigado mais uma vez, Sr. Yagami. Daqui a pouco vou pedir a Watari para enviá-lo.

    - Não foi nada, Ryuuzaki. ? Soichiro respondeu, olhando para o relógio de pulso. ? Bem, é hora de ir para casa. Já faz um bom tempo que não durmo por lá. A gente se vê depois.

    - Até mais, Sr. Yagami.

    Soichiro saía ao mesmo tempo em que Matsuda acabava de chegar.

    - Já, chefe? ? ele perguntou.

    - Já. Pode-se dizer que eu preciso passar um tempinho com a minha família. Tchau, Matsuda.

    - Tchau, chefe...

    - Ei, Matsuda ? L o chamou. ? Preciso que me faça um favor.

    - Se for pra trazer chá pra você, esqueça! ? o rapaz já ia dando meia-volta.

    - Não, não é pra pegar chá.

    - É pra quê, então, Ryuuzaki? ? Matsuda dirigiu um olhar cético ao excêntrico detetive.

    - Gostaria que escrevesse para mim um bilhete. Estou ocupado analisando este caderno que estava com o Higuchi, para ver se consigo encontrar mais pistas sobre o verdadeiro Kira. O papel e a caneta já estão aí perto.

    - Não poderia enviar o recado por e-mail, como qualquer pessoa normal?

    ?Matsuda, seu idiota!?, L pensou. ?Tá me atrapalhando!?

    -É uma mensagem que deve ser entregue em mãos. ? o detetive respondeu. ? Por isso deve ser escrita à mão. Tem relação com o Caso Kira.

    - Tá bom... Convenceu-me. O que é pra escrever?

    L ditou o mesmo texto que havia pedido para Soichiro Yagami escrever antes. Feito isso, agradeceu a Matsuda e se despediu dele, que saiu ainda muito desconfiado com relação ao tal bilhete.

    Assim, o tempo passou, e apareceu também Shuichi Aizawa. L pediu para que ele fizesse à mesma coisa que Matsuda e Yagami. E, após isso, pediu para Kenzo Mogi fazer o mesmo.

    No final, L estava com os quatro bilhetes em mãos, escritos pelos quatro policiais da força-tarefa. Mas ainda faltava uma pessoa para escrever um bilhete.

    Light Yagami. O Kira, como revelado por Misa Amane.

    Mas... Como não levantar suspeitas, em relação aos bilhetes? Com Light, a coisa teria que ser um pouco diferente.

    Logo uma ideia brotou em sua mente. Uma ideia que o faria aproveitar a sua virtual vantagem em relação ao jovem Yagami.

    Contaria com Misa para concretizar sua ideia.

    - Alô? ? ele já falava ao celular. ? Misa? Sou eu, Ryuuzaki. Gostaria que você viesse aqui dentro de uma hora...

    ****Editado e aprovado por ivelee***


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