O doce veneno da vingança

  • Hp7
  • Capitulos 9
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 1

    olhos de sangue

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Violência

    Era um fim de tarde belo. O céu formava uma imensidão de cores. O sol se punha em meio ao céu róseo. Ao redor, um cometa fervilhava em azul turquesa e ciano. Era mais uma noite de cores brilhantes e de alegria, onde o sol e a lua se envolveriam no fenômeno conhecido como lunasolis. Seria uma noite em que a lua se tornaria envolta em luzes e radiante como o sol. Acontecia uma vez a cada cinco anos e por isso era o evento mais esperado de kátar.

    O mundo já havia passado por extremas mudanças, a população se sentira insegura e ansiosa por muito tempo. O governo não queria que o medo se espalhasse, foi então que criaram o grande evento de lunasolis,para distrair a população.

    Agora mais um ano estava passando, os turistas das Américas chegavam em peso à Europa. Kátar – A sede criada para controlar o continente europeu – Recebia mais uma vez os filhos do lugar que fora o causador de toda a crise tantos anos antes, mais uma vez a segurança do governo estaria atenta a qualquer movimento suspeito dos americanos. Já era de se esperar, afinal cinquenta anos antes um pequeno grupo de nove americanos transformara todo um sistema e trouxera o caos ao mundo. Agora, para cada continente havia uma pequena sede controlada pelo governo e não havia nada no mundo inteiro que não fosse espionado.

    Mas a população nem se lembrava dos acontecimentos naquele dia. Os americanos, asiáticos e tantos outros turistas que chegavam, estavam ali mais um ano para comemorar – Era o que todos pensavam.

    No entanto, a alegria de tantos significava a dor de outros. Nesse evento, o governo aproveitava a distração para transportar o maior número possível de jovens “herdeiros” para sweet amoris, mas esses jovens não eram como os outros e nem a escola era qualquer uma – Apesar de que o governo daria qualquer coisa para que tudo isso deixasse de existir.

    Há alguns quarteirões do centro de Kátar, morava uma jovem chamada Selena, mas ela não estava em casa – Ainda não – Faltavam apenas alguns metros. Ela sabia que esse era o dia que viriam atrás dela, talvez estivessem chegando a sua casa, ou pior que isso talvez já estivesse lá. Ela teria que se preparar se fosse necessário – E ela sabia que seria – Iria proteger sua família com tudo o que tinha.

    O frescor do início da noite a acalmava. O céu estava no auge do seu esplendor com os cometas que explodiam em cores diversas, mas não era o momento dela se distrair. Caminhando pela rua deserta a apenas alguns pequenos passos de sua casa ela sentiu um arrepio – Sabia que tinha algo errado – Quase na mesma hora uma pessoa envolta num manto negro que lhe cobria até o rosto caminhou em sua direção.

    Ela pensou na mesma hora em sua família e num provável ataque dos inquisitores – Espiões a mando do governo – Mas a insegurança pairou sobre ela, se fossem eles não teriam aquele ar mortal e nem pareceriam emanar um cheiro de veneno.

    Um frio correu por sua espinha e ela segurou a respiração pronta para qualquer ataque. O personagem obscuro caminhou até parar ao seu lado e ela sentiu o medo a paralisar.

    Ela moveu apenas o olhar para ver o rosto no interior do capuz, mas foi a pior coisa que fez – Aquela imagem nunca mais sairia de sua mente – Os olhos injetados da cor do sangue e o hálito com cheiro de morte fez sua cabeça girar, ela pensou naquele mesmo momento que não viveria para proteger seus pais, mas assim que o homem – Assim ela supunha – Sorriu ameaçador, uma motocicleta veio em alta velocidade atirando balas de titânio.

    Era Agatha, sua tia. Assim que ouviu os tiros, o monstro de olhos de sangue desviou rapidamente das balas e antes de sumir deu um sorriso – Nos encontraremos novamente Selena, aproveite meu presentinho.

    A garota sentiu um medo que nunca pensou existir e a única coisa que podia pensar era em seus pais, mas ela sabia que aquele sorriso e o cheiro que emanava daquele homem só podia significar uma coisa: A morte.

    – Selena- Disse Agatha ao tirar o capacete – Suba na moto.

    Ela olhou apreensiva para sua tia, aquela expressão no rosto de Agatha não era nada familiar. Seriedade não combinava com ela, pelo menos não quando estava com a sobrinha. O rosa nos seus cabelos brilhantes e longos e o corpo perfeito da verdadeira dona da beleza combinava muito mais com o sorriso que sempre conquistava a todos.Tentou buscar algo para decifrar a tia, mas não havia nada de bom em meio ao rosa de seus olhos.

    Selena já sabia que algo terrível havia acontecido.

    Agatha fechou com mais força as mãos em volta do guidão da moto. Seu coração estava acelerado devido aos acontecimentos e sabia – Com dor no coração – Que só havia uma saída para sua sobrinha.

    – Selena – Disse séria – Nós temos que ir agora.

    – Não! Eu não vou deixar meus pais e virar a marionete do governo.

    Uma lágrima rolou pelo rosto da sua tia e a garota teve a certeza do que acontecera. – Não!Não!Não! – Gritou em desespero. Antes que Agatha pudesse ir atrás dela correu com o vento e chegou numa fração de segundos no que antes era sua casa.

    Com os olhos marejados ela se ajoelhou trêmula. Não importava que sua casa estivesse irreconhecível, totalmente desintegrada e os inquisitores estivessem por todo o lado. Nem queria saber se parecia que todos olhavam para ela e sua tia tentava levantá-la. Nada daquilo importava. As palavras consoladoras de sua única familiar restante não eram audíveis.

    Em meio a uma explosão de cometas escarlate no céu só podia lembrar-se de uma única coisa ao ver o corpo de seus pais despedaçados entre os escombros. Aqueles olhos injetados de sangue do homem que havia assassinado aqueles  que ela mais amava.

    A garota olhou para o céu e sentiu tudo pegar fogo no seu corpo. As chamas irromperam de dentro de si ao observar um sorriso tenebroso com cheiro de morte dizer cínico – Aproveite meu presentinho... Selena.

    Foi a última coisa que ouviu antes do mundo apagar.


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