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Eu havia sido vendado um pouco depois de sairmos de frente da biblioteca, não sabia onde estávamos indo, não sabia quem era aquele homem nem o que ele queria, mas, mesmo sendo eu aqui nas mãos dele eu só pensava em Kai, pensava em como ele estava nesse momento, onde ele estava... Esse homem disse que ele estava apanhando, será que é verdade ou ele falou isso pra me assustar, para que eu me rendesse mais rápido e sem resistência?
Estava ficando enjoado, o carro provavelmente estava passando por algum lugar bem esburacado, tudo balançava me fazendo em alguns momentos quase cair do banco. Meu corpo já estava ficando muito dolorido, tanto pelas sacudidas quanto pelo sinto que me machucava a cada momento em que eu era empurrado para todo e qualquer canto daquele veículo.
Paramos o carro e me assustei quando ele me puxou pra fora, sem um pingo de gentileza, ele me empurrava para que eu andasse, onde será que estamos? Com certeza era um lugar deserto, não conseguia ouvir nenhum barulho ao nosso redor, por menor que fosse. Ele me empurrou mais uma vez me fazendo cair. Senti meus braços arderem pelo impacto, assim como meus joelhos que sem dúvida devem ter sido afetados devido ao atrito com o solo cheio de pedras, e pelo que eu pude sentir rasgou minha calça, machucando minhas pernas.
- Senta aí. – esse homem mal encarado, me empurrou mais uma vez, me jogando com brutalidade no chão, pude ouvir seus passos logo em seguida atrás de mim, e em seguida suas mãos puxaram as minhas, fazendo-as envolver o que pude perceber que era um tipo de pilastra ou algo assim... Fui amarrado, depois de quase cinco minutos eu mal podia sentir meus pulsos, quão grande foi a força usada pelo meu seqüestrador.
- O que você quer? – perguntei, ainda querendo entender o porquê de ele estar fazendo isso comigo e principalmente com o meu Kai, que até agora eu não sabia como estava.
- Isso não é óbvio? – ele falava como se fosse o que ele estava fazendo fizesse algum sentido, deixando os motivos claramente expostos.
Após pensar um pouco, tudo se ajeitou na minha mente. Como ele mesmo disse, ele é um vampiro, o que tornava tudo o mais óbvio possível. – Você está atrás de Kai...
- Aigoo, você descobriu o mundo... É claro que é atrás dele, pensou que era atrás de você? – falou num tom de deboche dando um risinho em seguida.
- Mas, o que você quer com ele?
- Ele nunca devia ter me deixado, eu tinha prometido que se ele saísse pela porta eu iria caçá-lo até no inferno, e matar todas as pessoas com quem ele se relacionasse. – as palavras que saiam de sua boca, estavam tão carregadas de ódio e mágoa que fizeram meus finos pelos do corpo se arrepiar.
Eu não podia acreditar mesmo de olhos vendados eu reconheci, mesmo nunca ter escutado sua voz eu sabia quem era o meu seqüestrador e mentor de todo esse terror, o homem que me havia sequestrado era o Jin, o mesmo homem que havia transformado Kai em vampiro.
- Como assim? Você está querendo se vingar por ele ter ido embora?
- Olha, pelo visto você não é tão burro como eu achei que fosse. - suas palavras inundadas em veneno.
- Mas, não era pra ser uma escolha dele ficar ao seu lado ou não?
- É claro que não! Eu o transformei ele me devia respeito, obediência e amor incondicional, ele era meu! – ele gritava essas palavras em plenos pulmões – mas, então, ao invés de me amar o que é que ele faz? Foge com o meu “fiel amigo”. O seu amante patético Taemin. – ele pronunciou essas últimas palavras com certo nojo.
- Como é? Vocês estavam tendo um caso? – meu peito doía, eu podia sentir o ciúme invadindo até a última camada de pele que revestia meu corpo.
- Quase isso.
- Mas ele me disse que você o havia transformado e depois o ensinou como se adequar aos novos hábitos e que depois de um tempo ele foi embora.
- Foi isso que ele disse? Bom, tecnicamente é verdade, mas, ele omitiu algumas partes. Como o fato de que depois que eu o transformei e começamos a treinar nos relacionamos. E realmente foi uma coisa bem quente, ele sabia possuir meu corpo como ninguém mais conseguia. – D.O pode sentir um ardor em suas bochechas indicando que estavam ficando vermelhas de vergonha e raiva com as palavras do maior. - Mas, numa bela noite quando fui procurá-lo descubro que fugiu com o filho de uma puta do Taemin, que se dizia tão meu amigo, mas na primeira oportunidade roubou o MEU homem.
- Mas, claro que eu não deixei barato por muito tempo. Eu deixei-os pensar que estavam livres de mim, ficando afastado por um tempo, mas então, depois de quase seis meses, mandei um de meus homens atrás deles, só pra descobrir a localização exata, e assim que fiquei sabendo fui atrás dos dois pombinhos, matando Taemin bem diante dos olhos de Jongin com uma lentidão inimaginável, pra fazê-lo sofrer tremendamente.
Ele ficou gritando prometendo se vingar e talvez por vontade de querer ver ele vir pra cima de mim algum dia eu o soltei, mas, ele nunca veio e isso me frustrou, passaram-se muitos anos desde então e de repente nossos destinos se cruzam novamente o que me tirou do tédio que minha vida estava, vi então uma forma de me divertir ao mesmo tempo que me vingo dele por não ter me proporcionado o divertimento de vê-lo tentar me matar. Descobrir que ele estava com outro homem, me fez querer vir, e tenho que concordar que você não é de se jogar fora, fiquei impressionado por ele não ter te transformado ainda, isso chega até a me animar, pelo menos eu faço um lanchinho.
- Você é um louco de merda, não vai conseguir o Kai de volta.
- Tem razão... Talvez eu não consiga, mas, se ele não for meu, não vai ser de mais ninguém, meu querido. Pelo visto, ele está dando mais trabalho do que o esperado para os meus homens, mas eles são bem mais fortes e logo estarão aqui com aquele fujão. Até porque se ele não vier com os meus homens, não vai conseguir chegar aqui, nem vai fugir porque sabe que eu estou com você.
Eu não estava enxergando nada, mas, eu sabia que ele estava com o rosto perto do meu, pois eu podia sentir a sua respiração e o seu bafo. Foi aí que eu fiz uma coisa que provavelmente não devia ter feito.
- Toma essa seu desgraçado, gostoso não? – cuspi em seu rosto, mesmo sem enxergar por causa da venda eu acertei em cheio.
Logo depois de me sentir vitorioso por ter acertado seu rosto, um certo arrependimento veio até mim, por dois motivos: o primeiro, por pensar no que ele poderia fazer com Kai por causa disso. O segundo, esse veio ao sentir a força da sua mão se encontrando com meu rosto desprotegido e frágil, fazendo com que o mesmo ardesse muito e pude sentir um gosto de sangue invadindo minha boca. Com certeza as marcas de seus dedos iriam ficar estampadas no meu rosto por um bom tempo.
Quando eu penso que não podia piorar, sinto-o segurar meu queixo com força e logo em seguida beijando meus lábios e sugando-os. Eu tentei lutar mas, além de estar vendado eu estava totalmente amarrado contra a pilastra, sem condições de movimentação, muito menos de luta. Mordi seu lábio com força o que infelizmente só fez com que aprofundasse mais aquele beijo nojento. Assim que ele se distanciou, senti um alivio imenso.
- Bem como eu imaginava. Seu sangue é uma delícia. Assim como essa sua boca, e sabe, você vai se arrepender amargamente de ter cuspido em mim. Ainda mais agora que meus sentidos estão muito mais aguçados, após essa degustação.
- Pode me bater, eu não ligo.
- Quem falou só em bater? Pensa que é só isso que te espera? – ele deu uma gargalhada o que me deu arrepios.
- O-oque você vai fazer comigo?
- Logo você vai descobrir.
Ouvi o barulho de um canivete se abrindo, e me surpreendi ao perceber que minhas mãos haviam sido soltas. Assim como meus pés. Mas minha surpresa não durou por muito tempo, e foi logo substituída por uma dor.
Ele pegou meus cabelos, puxando-os com raiva, algumas lágrimas já caiam por meu rosto, eu estava desesperado, com medo só de imaginar o que ele iria fazer comigo. Ainda vendado eu não via nada ao meu redor. Então não sabia o que me esperava, e tinha medo de pensar.
Fiquei cada vez mais amedrontado quando o escutei rasgando minhas roupas, deixando-me apenas com minha boxer preta à mostra. “Não. Não ele não pode fazer isso, não!”
- Por favor, isso não!
- Calminho aí bebê, eu não vou fazer nada... Até que o nosso convidado de honra chegue.
Ele me jogou contra o que parecia ser uma mesa, sim, era uma mesa, ele me colocou sobre ela novamente me amarrando, meu corpo se contraia por estar numa superfície tão fria, arrepiando-me dos pés à cabeça.
De repente um barulho surgiu do nada, invadindo todo ambiente, fazendo um eco...
- Aigoo, agora nossa festinha está completa, nosso convidado de honra acaba de chegar, isso não é ótimo? Agora sim senhor Do Kyungsoo, vamos nos divertir pra valer!
- Seu filho da puta, onde está ele, tira essa porra dessa venda da minha cara, me enfrenta corpo a corpo se é homem de verdade! Se encostar um dedo nele eu te mato! EU JURO QUE TE MATO, SEU MALDITO!
- Blá, blá, blá... Você só sabe falar, mas não tem força muito menos coragem o suficiente pra me encarar... Você é um fracote de merda que só sabe falar. É por isso que o seu amado “D.O” está sofrendo, porque você não foi macho o suficiente pra vir atrás de mim quando eu matei o Taemin.
- Cala a boca! – Kai gritava com todas as suas forças, ele estava possesso, e o pobre Kyungsoo já estava soluçando de tanto chorar.
- Namjoon pode tirar a venda dos olhos dele. – Assim que o tecido grosso foi tirado dos olhos de Kai, Jin recomeçou a falar, encarando com desdém os olhos do rapaz que estava à sua frente – Dessa vez eu não vou matar seu companheirinhoJongin, pelo menos não agora. Antes, eu vou brincar com ele e com você, e depois que eu estiver satisfeito eu mato os dois. – assim que terminou de falar deu uma grande risada, e se direcionou para o pobre Kyungsoo que ainda estava jogado em cima da mesa, amarrado e se debulhando em lágrimas encharcando ainda mais o tecido que cobria seus olhos.
Enquanto Jin se aproximava do pobre Kyungsoo, ao qual estava tão indefeso, Jongin se debatia ao máximo querendo se soltar das largas e pesadas correntes que o prendiam de seus braços à sua cintura, suas mãos e seus pés, seu corpo praticamente todo estava envolvido naquele ninho de ferro.
- Se afasta dele, seu miserável, se você encostar em um único fio de cabelo dele eu te mato!! E dessa vez não vou sentir medo, dessa vez é uma promessa, e eu não vou sossegar até matar você com minhas próprias mãos, te vendo sangrar lentamente! – naquele momento Kai estava tão enfurecido que nem notou que estava assustando ainda mais o seu amado, com palavras tão pesadas e cheias de ódio.
- É mesmo, querido? – Jin falou dando uma lambida logo em seguida no rosto de Kyungsoo, fazendo Jongin rosnar. – estou louco para começar logo nossas brincadeirinhas – completando sua provocação arranhando o peito do mais novo fazendo um filete de sangue escorrer do ferimento, aguçando a sede de sangue de cada vampiro que estava naquela sala...
- Mas antes, vamos ter que esperar um pouco, infelizmente, pra que a nossa festa, ou melhor, a minha festa e diversão fique totalmente garantida... Calma meus amores, logo logo estarei me divertindo muito com vocês.
- Enquanto isso... Farei o preparativo de vocês pra mim... Quero tudo magnífico, assim como eu mereço. – ele olha pra um dos seus capangas – Jimin pegue as minhas ferramentas que deixei separadas embaixo daquela mesa, e NamJoon coloque a venda de volta nele, não quero estragar a surpresa.
- Sim, mestre.
- Preparem-se, vamos ter longas horas de divertimento e claro uma coisa que eu amo! – ele fez uma pausa em suspense, mas, Kai já sabia o que era devido aos anos que passou ao lavo desse troglodita – “tortura!”
D.O sentiu seu corpo tremer em um gesto claro de medo, assim que Jin deu uma risada incrivelmente assustadora, mal sabia ele as coisas tenebrosas pelas quais ia passar e isso o deixava ainda mais assustado.