|
Tempo estimado de leitura: 4 horas
18 |
Acordei e Kai não estava mais na cama, ainda cambaleante me levantei e desci as escadas procurando por ele, não tem como ele ter saído, o sol estava brilhando lá fora, procurava-o por todos os cômodos até que encontro-o na cozinha.
- Bom dia dorminhoco.
- Bom dia. – falei em meio a um bocejo – Desde quando está acordado?
- Pouco mais de uma hora. Olha só o que eu preparei pra você.
- Está tentando me envenenar mais uma vez?
- Aish, não fale assim, dessa vez está tudo ótimo.
- É bom que esteja mesmo, porque se não estiver vou fazer greve de sexo pra castigar você por tentar me matar.
- Aiish. Coma logo.
Enquanto eu me preparava pra comer, podia sentir a tensão que emanava dele, provavelmente com medo de que se não estivesse bom eu fizesse mesmo greve. Assim que eu coloquei a primeira colherada de omelete (sim mais uma vez foi omelete) pude sentir, bem diferente da última vez esse estava divinamente delicioso. Pude ver o alívio de Kai assim que eu demonstrei que havia gostado. Continuei a comer, ele com certeza queria me deixar gordo, tinha preparado tantas coisas que eu mal podia aguentar tudo.
Assim que terminei, olhei pro relógio e vi que ainda tinha bastante tempo a aproveitar com meu amor, eu só pegaria o turno da tarde hoje na biblioteca e ainda eram nove horas.
- Vamos fazer alguma coisa?
- Tipo oquê? – falou num tom pervertido.
- Aish você só pensa nisso? – rimos – estava pensando em algo como assistir a um filminho que tal?
- No estilo daquele que assistimos a um tempo atrás?
- Seria ótimo, mas, não. Vamos lá vamos escolher algum.
Acabamos por escolher um drama básico, na verdade ele escolhei por fim, eu não queria, pois sou um chorão quando se trata disso, e não queria que ele descobrisse isso, mas não tinha jeito eu ia ter que conseguir me controlar.
O filme começou e até então eu estava assistindo tranquilamente, até que já na metade do filme começaram as partes emocionantes e tristes, a personagem principal morreu em um acidente de carro, no qual estavam ela, seu marido e uma criança que tinha não mais que cinco anos, a mulher morreu na hora e o homem e a menininha sobreviveram, ela chorava inconsolavelmente aos pés da mãe, e como se automaticamente eu também chorava, não conseguia controlar, as lágrimas simplesmente caiam sem aviso prévio, sem permissão.
Kai ao perceber o meu estado me apertou mais contra seu próprio corpo, me consolando silenciosamente, e quando eu o olhei, quão grande foi minha surpresa ao ver que ele também estava chorando – de uma forma mais controlada claro – ao ver que tinha sido pego ele enxuga rapidamente as lágrimas, e tenta ao máximo voltar a sua pose de machão.
Lentamente me endireitei na cadeira, pra ficar de frente pro seu rosto, observando-o por alguns segundos até que cheguei mais e mais perto até que nossos rostos estivessem a um centímetro de distancia, e enfim depositei um beijo calmo em seus lábios, ao mesmo tempo em que enxugava suas lágrimas que ainda caiam em seu rosto, cessando assim seu choro.
Nunca pensei que Kai fosse o tipo de pessoa que chora com filmes melosos, mas fico feliz por não ser o único, e por ele me deixar ver esse seu lado. Já nem lembrávamos mais do filme, estávamos tão entretidos no nosso momento que nem ao menos escutávamos a televisão.
Eu me esgueirei lentamente do seu lado indo, lentamente pro seu colo, deixando uma perna de cada lado do seu corpo – claro, sem me desvencilhar de seu beijo. Tivemos que nos separar, por falta de ar, aproveitando assim para tirar as roupas que nos incomodava, logo depois voltando à mesma posição de antes. Voltamos ao nosso beijo, agora nem um pouco calmo, mas sim avassalador e apressado, como se o mundo estivesse prestes a acabar e esse fosse nosso ultimo momento juntos. Não havia mais espaço algum entre nós, parecíamos um só, e nesse momento éramos mesmo um só.
Ele se levantou, comigo ainda em seu colo, agora me fazendo envolvê-lo pela cintura com minhas pernas, me levando então para o quarto. Deitando comigo na cama, e me fazendo enfim, seu. A sensação de tê-lo dentro de mim, cada vez melhorava, mais e mais, meu corpo ansiava por isso. Assim que terminamos de nos amar, ele me levou ainda em seus braços para o banheiro, tomamos banho, de chuveiro mesmo, eu não podia me demorar ainda tinha que ir para o trabalho. Tomamos banho, ao mesmo tempo em que trocávamos carícias nada inocentes.
Saímos do banheiro e fomos pro quarto, trocamos de roupa e eu comecei a correr pra porta assim que vi a hora. Estava quase chegando na porta quando avisto Kai em frente à mesma.
- Você não estava lá em cima agora mesmo?
- Sim.
- Aish, eu sempre me esqueço da sua alta velocidade – rimos – por favor me deixa ir, eu vou me atrasar.
- Você acha mesmo que vou te deixar ir? – como assim ele não vai me deixar ir? – eu vou te levar seu bobinho.
- Por um momento fiquei assustado, achei que você ia me deixar trancado aqui – rimos, ele muito mais que eu, rindo de mim.
- Claro que não. Só não quero que você vá sozinho, então vou te levar. Vamos? – falou abrindo a porta.
- Sim.
Entramos no carro e ele me levou e nos despedimos assim que chegamos na porta da biblioteca.
- Te pego aqui na saída.
- Ok.
Assim que entrei, ele foi embora, fui para o meu posto e lá fiquei lendo e atendendo os clientes que vinham até mim para registrar ou entregar livros. O dia todo foi assim.
Assim que larguei fui até pra frente de biblioteca, um tanto quanto ansioso, para encontrar logo Kai, mesmo tendo se passado só algumas horas, eu me sentia como se estivesse uma a uma eternidade longe dele, e isso me corroia por dentro. Sai pelos portões e estranhei quando olhei em volta e percebi que ele ainda não tinha chegado, realmente é estranho considerando que ele é bem pontual, e não havia mais nem um fragmento de sol para atrasá-lo, algo estava errado.
Já se passavam trinta minutos e nada dele aparecer, “o que será que está acontecendo?” essa pergunta pairava em minha mente e meu coração já estava apertado. Já estava me preparando para chamar um taxi quando de repente avisto o carro de Kai. “Finalmente Kim Jongin, você vai me pagar por ter me feito esperar tanto!”
Entrei rapidamente, ansioso pra fugir do frio e para finalmente ver o meu amor!
- Finalmente em eu estava congelando. Onde você estava?
- Infelizmente Jongin não pôde vir te pegar, ele está meio ocupado levando uma surra. Sabe como é. Então eu vim pegar você.
Um cara estranho estava no banco do motorista, e como assim Kai estava levando uma surra? Tentei sair do carro, mas o click que soou logo depois que eu entrei denunciava que a porta havia sido trancada.
- Onde está Kai. O que você fez com ele, seu maldito? Se tocar em um fio de cabelo dele eu... – fui interrompido, por uma risada irritante dele.
- O que um reles humano fraco vai fazer comigo? Me matar? Acho pouco provável. Sou um vampiro bem mais experiente que aquele imbecil com quem você dorme. Sou mais velho e muito mais forte e poderoso. – ele me observava. – percebo que o fato de eu dizer que sou vampiro não te assusta, o que significa que você sabe o que Jongin é.
Após uma pausa ele continuou. – Interessante. Você não tem medo de mim, tem medo por ele, estou certo? Já vi que vamos nos divertir bastante. Vai ser muito bom te matar, principalmente se for na frente dele. Ou, eu posso fazer o contrário, matar ele na sua frente... Não tente nenhuma gracinha, ou o seu querido Kai vai sofrer as conseqüências. Dos seus atos.
Ele começou a dirigir e eu não conseguia pensar em nada mais além de Kai, queria saber se ele está bem, se acontecer alguma coisa com ele eu mato esse desgraçado!