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Pov’s Gaara.
O dia de Suna amanheceu muito quente. Eu levantei mais cedo do que de costume, não consegui dormir muito bem... Ino está me deixando muito preocupado. Por dias eu ando muito angustiado, nervoso e inquieto. Será que Ino não me ama mais? Será que ela me esqueceu? E tudo aquilo que ela me disse... E toda aquela declaração de amor... O que será que aconteceu com Ino?
Dei um suspiro e me sentei na cama. Olhei ao redor, não tem nada de muito interessante no meu quarto, ele é apagado, poderia até dizer morto... Ao contrário do quarto de Ino, ele é colorido, cheio de vida... E só três noites que eu passei naquele quarto, já me deixou mais em casa do que aqui em meu próprio quarto... Acho que estou começando a enlouquecer, só penso em Ino.
Mas com esses pensamentos eu também não consigo deixar de sentir ciúmes, Ino é uma garota linda e que cativa às pessoas... Não consigo deixar de pensar em todos aqueles caras olhando pra ela, a desejando e pensando coisas indevidas sobre ela... Minha mente começa a me pregar peças e me irrito, passei a pensar em como Ino ficaria com outro... Sorrindo, conversando, amando e se entregando a outro... Quando dei por mim meu quarto já estava todo bagunçado. Ótimo...
Fiz minha areia arrumar a bagunça que ela fez e depois a coloquei de volta na carapaça. Levantei-me de vez e fui fazer minha higiene matinal, coloquei minhas roupas de Kazekage e desci para a cozinha, tomei meu café da manhã sozinho como sempre e depois saí de minha casa seguindo para o meu escritório. No caminho as pessoas me cumprimentavam e eu somente dava um aceno de cabeça... Meus sorrisos são exclusivos para Ino.
Assim que cheguei em minha sala, desmoronei sobre minha cadeira... Isso não podia estar acontecendo... Porque não mostrei pra todos de Konoha que Ino é minha e não pode ser de mais ninguém? Porque eu aceitei o receio dela em se passar por errada em estar comigo, sendo que nos amamos? Tenho que resolver logo isso e trazer Ino pra morar comigo aqui... Ela pode ser que nem Shikamaru, trabalhar em ambas as vilas.
Deixei esses pensamentos de lado e voltei ao trabalho... Tenho muitos documentos para analisar. A manhã passou rápida, eu tinha conseguido me distrair afinal. Eu não estou com fome, então não vou almoçar. Continuei assinando alguns documentos e encaminhando missões para os Jounin de Suna, aqui não temos um esquadrão como os ANBU de Konoha. Próximo das quatro da tarde, alguém bateu em minha porta e eu mandei entrar.
Aqueles inconfundíveis cabelos arrepiados amarrados pra cima, como se fosse um abacaxi chamou minha atenção. Shikamaru entrou com aquele jeito preguiçoso dele e já se sentou na cadeira a minha frente. Eu estava ansioso por sua volta, mas nunca que eu iria demonstrar. Shikamaru me olhou como se esperasse eu falar algo, mas minha timidez não deixava.
— Problemático — Shikamaru disse dando um suspiro e se ajeitando na cadeira — Não vai me perguntar como Ino está? — eu somente assenti com a cabeça, mas nada disse. Shikamaru deu outro suspiro e continuou — Ino está muito bem, tive sorte de encontrá-la no dia de folga dela — Shikamaru deu um pequeno sorriso — Mas, ela estava muito abatida — o sorriso sumiu.
— Como assim abatida? — eu enfim perguntei alguma coisa.
— Ela estava chateada, conheço aquela problemática muito bem — ele deu de ombros — Mesmo tentando esconder, depois de alguns minutos conversando descobri o porquê — Shikamaru me olhou com a testa franzida, claro sinal de confusão — Ino disse que não recebeu nenhuma carta nesses seis meses...
O que? Mas eu mandei umas seis cartas... A sexta eu enviei pelo Shikamaru, agora as outras... Como ela não as recebeu? Por isso não obtinha resposta delas. — Como não recebeu Shikamaru?
— Eu também me perguntei a mesma coisa, sendo que sei que você enviou algumas cartas — ele disse dando de ombros — Segundo ela só recebeu a que eu entreguei — Shikamaru remexeu no bolso interno do casaco e de lá tirou alguns envelopes — Ela mandou essas daqui... Pelo o que me disse não iria dar o primeiro passo dessa vez e por isso não as enviou — ele novamente deu de ombros — Ela é bem orgulhosa quando quer.
— Ela tinha escrito essas cartas? — ele assentiu. As peguei e olhei as datas, realmente essas cartas estão escritas há algum tempo, mas porque ela não me enviou e pior, onde estão as cartas que eu mandei? — Obrigado.
— Bom, só vim aqui te trazer as cartas daquela loira problemática... — ele deu um sorriso — Agora vou ver a minha loira problemática, estou com saudades... — se levantou e seguiu para a porta — Até em casa Gaara — e saiu.
Peguei as minhas cartas e guardei junto com a foto, em casa eu as leria com certeza. Mas antes eu tinha algo a se fazer. Saí de minha sala e avisei a Naomi que estava indo me encontrar com os conselheiros, qualquer coisa me avisasse lá. Rapidamente cheguei lá, e como sempre estavam todos no mesmo lugar... Bando de velhos desocupados.
— Gaara-sama — um dos conselheiros mais novos se dirigiu a mim, mas não era ele o meu alvo, era o conselheiro mais velho.
— Me devolva — disse assim que parei a sua frente, eu ainda sou a autoridade máxima por aqui.
— Não sei do que você está falando — ele disse se dando de desentendido.
— Sabe sim e muito bem — eu disse o olhando sério, muito sério. Ele deu um suspiro pesado.
— Tudo bem — ele se levantou e seguiu ate uma grande estante que tinha naquela sala, revirou atrás de uns livros e de lá retirou alguns envelopes. Ele voltou até a minha frente e me entregou as cartas, graças a Kami todas ainda estavam seladas — Pelo jeito não tem como separá-los não é?
— Você não tem o direito de se meter em minha vida particular — eu disse olhando nos olhos dele — Torno a repetir, eu vou ficar com ela, quer vocês queiram ou não! E podem parar de rastrear minha correspondência, se isso acontecer novamente eu juro por Kami que não respondo por mim e me desfaço de vocês...
— Você não pode fazer isso Gaara — outro conselheiro se meteu e eu o olhei friamente — Somos o conselho!
— Conselhos são desfeitos e refeitos a todo instante — eu olhei para todos — Lembrem-se disso, vale para todos — eu dei mais alguns passos, mas parei novamente — Não se metam mais entre nós... Ela virá para cá e vamos nos casar... Estão avisados.
— Tudo bem Gaara — o conselheiro mais velho disse derrotado — Mas saiba que o conselho não apoiará essa união!
— Não me importo, vocês não fazendo mal a ela — eu disse os olhando por cima do ombro.
— Não vamos — eles disseram derrotados.
— Então tudo resolvido — e saí da sala em seguida.
Passei em meu escritório novamente somente para pegar as cartas que Ino me escreveu e de lá segui para casa. Temari e Shikamaru estavam discutindo por algum motivo que eu não quis saber e Kankuro estava jantando como se nada estivesse acontecendo, comi com ele, afinal não tinha almoçado e depois segui para meu quarto dizendo que não queria ser incomodado. Assim que entrei me tranquei no mesmo. Decidi que leria as cartas conforme elas me seriam enviadas.
Comecei a ler a primeira, nela me contava o que aconteceu e o que elas passaram quando foram sequestradas, fiquei irritado com essa carta, mas ainda bem que ela estava bem. Passei a ler a segunda, essa já era um pouco diferente, Ino estava mais agoniada por falta de comunicação por minha parte, uma frase me chamou atenção: “Porque você não me manda nenhuma carta? Por um acaso me esqueceu?”, fiquei irritado, pela data já tinha mandado a segunda carta.
Comecei a ler a terceira, a cada carta que passava ela ficava mais irritada, angustiada e triste, eu sentia isso. Comecei a ler a quarta carta e mais angustiado eu ficava, Ino estava sofrendo tanto quanto eu, isso era claro. Abri a quinta carta e passei a lê-la, essa foi a que me deixou mais perturbado... Ino falava em terminar o que nem tínhamos direito, como isso? Somos namorados... E um dos parágrafos me deixou desesperado:
“Parece que o que tivemos não valeu de nada para você, parece que eu fui somente um experimento para você, afinal você nunca tinha ficado com nenhuma mulher e como eu – a idiota apaixonada – estava demonstrando interesse você se aproveitou... Muito legal, mas pra mim, tudo foi inesquecível...”.
Fiquei sem chão com isso, como ela pôde pensar que eu só a usei? Será que na última ela termina de vez comigo? Eu estava com medo de lê-la... Onde já se viu, eu o grande Sabaku no Gaara, Kazekage de Suna com medo de algumas palavras escritas... Mas a verdade era que eu estava. Eu peguei a sexta e última carta e passei a lê-la, com certo receio.
“Olá Gaara-kun, como você está?
Eu fiquei muito feliz em receber essa sua carta, mas temos um pequeno problema aqui, eu não recebi nenhuma outra carta, a não ser essa que Shikamaru me trouxe... Fiquei um pouco confusa quanto a essa sua “cobrança” por respostas. Eu tenho algumas cartas prontas que as enviarei por Shikamaru também, fiz uma promessa a mim mesma que se você me enviasse uma carta que fosse eu te enviaria todas e estou cumprindo a essa promessa pessoal.
Na primeira carta conta o que aconteceu quanto ao sequestro, por isso não irei me repetir aqui... Sobre o conselho de Suna, eu não sei de nada que está acontecendo, então porque você não pode sair? Devo me preocupar? Gaara, eu nunca desistiria de você, muito menos de nós... Sabe muito bem que eu sempre fui apaixonada por você, eu te contei tudo, então você sabe de cabo a rabo a história... Eu sei como você se sentiu afinal eu estava assim também, até receber essa carta... Aposto que quando Shikamaru te entregar todas elas, você se sentirá melhor, afinal verá que eu nunca deixei de pensar em você um minuto se quer do meu dia... Fiquei com medo também, mas agora estou confiante novamente Gaara-kun.
Também sinto falta disso tudo e mais ainda de você... Apesar de você quase nunca sorrir, sinto falta dos seus raros sorrisos, falta das suas poucas palavras, seus pequenos gestos de carinho, de você me abraçando quando não sabia ao certo o que fazer, do seu jeito envergonhado, enfim sinto falta de você por completo Gaara... Fico feliz que tenha gostado da foto, pensei mais como uma forma de você sempre me ter por perto... De nada, mas como disse lá em cima, ainda não sei do que se trata essa sua situação com o conselho...
Espero que isso nunca mais passe por sua cabeça Gaara... Eu nunca esqueceria o que vivemos mesmo que isso me matasse por dentro, sempre deixaria essa memória viva dentro de mim... Claro que ainda estamos namorando Gaara, você é meu entendeu? MEU... O meu coração também pertence somente a você meu Gaara, meu amor... Também te amo muito e nunca se esqueça disso também...
De sua – somente sua – Ino-chan”
Sorri com essa carta, então eu ainda estava com Ino... Isso me alegrou, não vejo a hora de vê-la novamente e me entregar a ela... Deitei-me em minha cama com aquelas cartas a minha volta, dessa forma meu coração sentia que Ino estava mais perto de mim.
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Pov’s Ino.
Já estou desde cedo no hospital... Nada de diferente aconteceu nessa minha rotina doida. Mas eu estava feliz, muito feliz na verdade, afinal meu namorado me mandou uma carta e logo estaríamos juntos novamente... Eu acho, mas prefiro pensar que sim. Sakura hoje está de folga, mas aquela louca está merecendo, afinal quase mora aqui...
Os atendimentos estavam tranquilos, saí pra almoçar no horário de sempre e logo quando eu menos esperava já saia do hospital às cinco horas. Segui para a floricultura, afinal as coisas lá devem estar um pouco corridas, datas sazonais são sempre corridas para as floriculturas. Também queria conversar com Hana, ela estava muito sonhadora por esses dias e eu estava curiosa quanto a isso...
Andava radiante pelas ruas de Konoha, nada poderia retirar minha alegria nesse momento e espero que assim continue... Cheguei à floricultura e os olhos azuis escuro de Hana me encaravam alegres, dei um sorriso e me aproximei dela.
— Boa tarde Ino-san — ela me cumprimentou como sempre, dando um lindo sorriso. Hana hoje estava muito bonita, seus longos cabelos ruivos pendiam numa trança lateral – como sempre – e ela usava um vestido estilo Lolita roxo claro, com uma meia fina branca e um sapatinho estilo boneca na cor preta... Essa menina é muito linda Kami, ainda mais vestida assim.
— Boa tarde Hana-chan — eu retribui o sorriso — Posso saber o motivo de tanta arrumação?
Hana corou, ficou da cor de seus cabelos — Por nenhum motivo em especial Ino-san...
— Pode falar, é um homem não é? — eu perguntei dando uma piscada de olho pra ela e ela desviou o olhar — Kyaaaa, quero saber de tudo!
— Mas não é nada demais Ino-san — ela disse envergonhada — é somente um passeio como muitos dos outros que eu já demos...
— Hm... — eu disse dando um sorriso sapeca a ela — E vocês são o que?
— Bom, não sei ao certo ainda — ela desviou o olhar — Ele disse que só teria que resolver um assunto pendente e que teria uma conversa séria comigo hoje...
— E quem é esse rapaz tão encantador aos olhos de Hana-chan? — eu perguntei curiosa, afinal Hana é tímida demais.
— É o Sai-kun... — ela disse envergonhada e eu fiquei surpresa... Ele não estava a fim de Sakura? — Nos aproximamos por aqueles dias em que você estava muito chateada, passamos a sair e conversar sobre assuntos diversos — ela tinha as bochechas levemente coradas — Ele também estava triste pela Sakura-san o ignorá-lo e nem dar uma explicação plausível para esse afastamento... Com o tempo fomos deixando de falar de você e da Sakura e o assunto era nossos planos futuros, entre outras coisas que envolviam a nós mesmos...
— E quando você deu por si já estava apaixonada por aquela lagartixa ambulante? — eu perguntei curiosa, afinal ela sabia de tudo e Sakura estava mesmo afastada de Sai, então que mal tem os dois ficarem juntos? Sakura não queria mesmo firmar um relacionamento com Sai e fazê-lo sofrer, ela ainda ama o Uchiha como sempre amou...
Hana sorriu antes de me responder — Podemos dizer que sim... — ela voltou a arrumar o arranjo a sua frente — Ele me chamou pra sair hoje, veio cedinho... Disse que tinha algo muito sério a tratar comigo e eu estou nervosa Ino-san...
— Nervosa porque criatura? — eu perguntei indignada, Sai não era de se jogar fora!
— É que eu nunca fiquei com ninguém antes... — ela disse envergonhada.
Aquela fala dela ficou repercutindo em minha mente, eles nunca se beijaram? — Hana, vocês nunca ficaram?
Ela corou mais do que o normal novamente e desviou o olhar — Não...
— COMO NÃO? — eu perguntei – lê-se gritei – indignada.
— É que ele não queria se aproveitar de mim, segundo o que ele disse — ela deu de ombros — E eu também não sei como fazer isso...
— Bom, tudo o que eu tenho a te dizer é boa sorte e que eu seja a primeira á saber das coisas em! — e sorri. Mas logo o barulho da sineta avisou que alguém entrava e Hana corou novamente, já sabia da resposta antes de me virar, era Sai — Olá Sai-kun — eu disse assim que em virei.
— Olá Ino-chan — ele disse dando aquele sorriso falso dele, revirei os olhos — Posso levar a Hana-chan agora?
— Claro — Hana me olhou em desconforto — Calma, pode ir, eu fecho a loja — e pisquei a ela.
Eles saíram, Hana mais vermelha do que de costume e eu sorria, dos dois... Sai deve ter ido conversar com Sakura ontem, por isso a chamou hoje... Tão fofos! Enquanto eu terminava de organizar as coisas na loja, Sakura chegou que nem um furacão, me assustei com isso, mas depois descobri o porque e quando confirmei uma das encomendas a mesma saiu em disparada de lá, dei um suspiro cansado, depois eu descobriria o que aquilo deu e logo segui para casa, já eram dez horas da noite e eu estava muito cansada.
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Pov’s Autora.
Sai e Hana saíram da floricultura, caminhavam lado a lado. Sai não parava de admirar a beleza de Hana e com ela levemente corada daquela forma o deixava mais ansioso ainda. Ele a levou para comerem no Ichiraku e depois ele a levou para comer dangos em uma barraquinha próxima ao Ichiraku.
Eles caminhavam em direção a um dos muitos parques de Konoha, ambos estavam nervosos, Sai pela expectativa e Hana pela vergonha. Eles conversavam assuntos diversos, quando avistaram um banco eles se sentaram e continuavam conversando. A conversa entre eles fluía de forma natural e sempre eram assuntos engraçados.
Sai começou a perceber que já estava ficando tarde, afinal todas as vezes que estava com Hana ele se empolgava, mas ainda tinha algo a falar com ela — Hana — ele chamou a atenção da mesma, que o olhou com as bochechas coradas, parecendo prever o que viria a seguir — Eu estive pensando por esses dias, desde que nos conhecemos tenho sentido algo diferente por você... — ela o olhava em expectativa e muito nervosa — Não sou muito bom com palavras, mas você aceita ser minha namorada?
Hana corou muito, mas no fim sorriu — Aceito Sai-kun.
Sai se aproximou de Hana lentamente, sem quebrar o contato visual e se aproximou dos lábios de Hana. O beijo aconteceu de forma doce e lenta, assim como eram os dois, nada de pressa... Quando se afastaram Hana estava envergonhada, o que fez Sai sorrir. Eles ficaram ali mais um pouco e logo Sai levou Hana em casa. Ambos estavam muito felizes, ambos estavam realmente muito apaixonados.
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Pov’s Hinata.
Eu ainda não podia acreditar no que via, como assim? Será que já faz tempo que chegou? Acho que sim... Ele se sentou ao meu lado dando seu costumeiro sorriso e eu somente retribui. Sentia falta dele, mas não tanto quanto eu pensei que fosse sentir, pelo visto, eu estava somente me enganando quanto ao sentimento que achava que nutria por ele.
Kiba estava com suas roupas costumeiras, deve ter chegado de missão no dia anterior, assim como eu. Ele se apoiou na árvore assim como eu estava. Akamaru não estava com ele, o que eu achei um pouco estranho, mas nada disse.
— Olá Kiba-kun — eu dei um pequeno sorriso — Não sabia que já tinha voltado da sua missão...
— Voltei anteontem — ele disse olhando para um grupo de crianças que corriam atrás umas das outras — Fui te procurar ontem, porque cheguei acabado da missão, mas me disseram que você quem estava fora — ele me olhou — O que eu achei estranho, afinal você não costuma sair em missão — ele olhou para as crianças novamente — Ainda mais sozinha...
— Pois é, as coisas mudam né Kiba-kun — eu dei um pequeno sorriso — Eu decidi que vou ficar mais forte e não dependendo de ninguém é um bom começo não? — ele assentiu levemente — Tem também a minha independência pessoal... Cansei de ficar sendo protegidas por todos... — eu dei um pequeno suspiro — As meninas me incentivam bastante, afinal elas sabem como eu me sinto.
— Mas você é muito forte Hinata — Kiba exclamou ao meu lado — Como pode dizer isso?
— Kiba, a questão não é essa... — eu disse olhando pra frente — Sempre que saímos em missão, você e Shino me protegem... Com Ino e Sakura também é assim, claro que para a Sakura é pior, afinal o time dela são cinco homens a impedindo de qualquer coisa... — Kiba deu um pequeno sorriso de canto — Mas aprendemos a nos defender somos muito fortes... Sakura principalmente...
— Eu te entendo Hinata, ou pelo menos tento te entender — ele deu de ombros, mas ficou sério de repente — Bom eu ainda tenho um assunto um pouco delicado a tratar com você...
— Pode falar o que você quiser Kiba — eu disse percebendo que ele estava com receio. Tive a sensação de estar sendo observada, mas impossível, o parque tava cheio de gente, vai ver foi por isso o da sensação, dei de ombros.
— Bom Hinata, eu fui nessa missão a Kumogakure há seis meses — Kiba começou parecendo inseguro — Como eu te disse seria uma longa missão, e eu não poderia parecer um ninja, tinha que parecer um civil — ele deu de ombros e não me olhava, olhava pra frente — Você sabe como é todo esse processo, então...
“Nisso, eu fui me adaptando ao lugar, ganhando a confiança das pessoas e fazendo de certa forma amizades — ele deu um pequeno sorriso de canto, pude ver com a visão periférica — As pessoas gostavam de Akamaru, afinal um cachorro daquele tamanho não é comum, mas conseguia driblar a curiosidade deles. Nesse meio tempo eu ia pondo a missão em prática, claro que o Raikage sabia que eu estava em suas terras, afinal foi ele quem me chamou lá”.
“Conforme foi passando o tempo eu ficava cada vez mais próximo a algumas pessoas e uma delas me chamou muita atenção — ele deu um sorriso sem graça e me olhou nos olhos pela primeira vez — Me desculpe Hinata, de verdade, mas não mandamos no coração não é? — quando ele disse isso o meu coração apertou, mas não como eu pensei que fosse... Kiba tinha se apaixonado — Então conforme os dias foram passando Mika (bela fragrância) me chamava mais atenção...”.
— Quando dei por mim eu já tinha me apaixonado por ela Hinata — ele me olhou com certo receio e diria até medo e eu dei um sorriso o reconfortando, afinal não tínhamos nada não é mesmo? — Me perdoe de verdade...
— Kiba-kun, não precisa ficar assim — eu disse olhando nos olhos castanhos de Kiba — Eu te entendo, afinal não mandamos no coração e também não tínhamos nenhum relacionamento fixo... — eu dei um pequeno sorriso — Se você acha que dará certo com ela, vá em frente. Traga ela para Konoha, afinal ela é uma civil e vocês poderão forma uma família aqui, não perca essa chance, não desperdice o amor — eu desviei o olhar — Como você fala, dá pra perceber que vocês tiveram um lindo romance e que foi difícil você deixá-la, pois bem, converse com Tsunade e a traga para cá.
Kiba deu um lindo sorriso — Sabia que você é a melhor pessoa do mundo? — ele me deu um abraço — Só sinto não termos dado certo Hina, de verdade.
Eu retribui o abraço — Eu também, mas não mandamos no coração não é? — dei um sorriso fraco — Você passou a amar Mika e eu ainda amo Naruto apesar de tudo, me dei conta disso enquanto você estava fora... Não fique chateado comigo, eu realmente gosto muito de você Kiba, mas amar... — dei um longo suspiro.
— No fundo eu sempre soube disso Hinata — ele se afastou e depositou um beijo em minha testa — Mas sabia que você também gostava de mim e por isso achei que devêssemos tentar, mas... — ele parou de falar.
— Mas se você também me amasse, não teria se apaixonado por outra pessoa — eu disse e ele me olhou surpreso — Kiba, no fundo nosso relacionamento é uma grande e verdadeira amizade, que continuará independente de termos ficado juntos ou não — eu dei um sorriso pra ele, que me foi retribuído — O que eu tive com você foi especial para mim, mas eu não poderia seguir em frente e no fundo você sabia disso, por isso quando Mika apareceu, você não conseguiu manter o que sentia por mim, porque bem dentro do seu coração sabia que seria algo perdido...
— Não é bem assim, mas em partes tenho que concordar — ele deu um suspiro — Nossa amizade ainda continuará da mesma forma Hina-chan, pode apostar — e me deu uma piscada de olho — Bom, tenho que ir pra casa, já anoiteceu e eu nem tinha percebido...
— Eu também tenho e nem tinha percebido também — disse me levantando junto com ele — Tchau Kiba-kun, foi bom termos essa conversa... E eu quero ser a madrinha — e pisquei pra ele. Kiba corou e murmurou um tchau, saindo logo em seguida. Eu ainda fiquei alguns instantes parada olhando o mesmo indo e dei um suspiro. Quando fui dar o primeiro passo para sair dali fiquei parada estática ao escutar aquela voz me chamar.
— Hinata...
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Pov’s Sakura.
Eu acordei no meio da tarde, eu dormi muito e muito além do que eu estava acostumada. Levantei e fui até o banheiro fazer minha higiene, não mais matinal. No banheiro mesmo tinha um vestido de alcinhas e eu o coloquei, iria até Ino e depois tomaria um banho e iria dormir novamente, aproveitar enquanto eu posso. Quando saí do banheiro avistei pela primeira vez algo em cima de minha escrivaninha.
Caminhei até lá, não crendo no que via... Como isso veio parar aqui? Um lindo buquê de peônias brancas estava lá em cima, as peguei e senti seu cheiro característico e que eu amava, olhei para ver se não tinha nenhum cartão ou algo que identificasse meu admirador, mas não, não tinha nada. Fiquei com um pouco de medo, afinal quem teria me dado aquilo?
Sai, não foi afinal ele me disse ontem que pediria Hana em namoro, Naruto é meu amigo e não gosta mais de mim há muito tempo, Sasuke... Esse muito menos. Então quem invadiu meu quarto enquanto eu dormia pra me dar essas flores? A única pessoa que poderia me responder, era justamente a que eu ia me encontrar!
Desci a passos rápidos, deixei o buquê em cima da minha cama. Antes de sair passei na cozinha e comi algo, afinal eu estava com bastante fome. Depois de me alimentar, saí de casa e segui até o hospital, lá me informaram que Ino já tinha saído, então segui para a floricultura torcendo que ela estivesse lá e graças a Kami estava.
Eu entrei e a sineta tocou — Desculpe, mas... — ela levantou o olhar e me avistou — Testuda! — e veio me abraçar.
— Olá Porca — eu disse retribuindo o abraço — Então já estão fechando?
— É, Hana-chan foi num encontro com o Sai-kun — e sorriu.
— Eu sei, Sai ontem veio terminar o que não temos, para ficar com Hana — eu dei de ombros — Claro que o apoiei afinal Hana é uma ótima moça.
— E eu não sei? — ela disse dando um sorriso e voltando para trás do balcão — Hana é uma moça de ouro...
— Eu sei... Mas Porca outra coisa me trouxe aqui — eu chamei a atenção dela — Hoje quando eu acordei tinha um buquê de peônias brancas no mesmo, sendo que eu estou dormindo desde ontem — dei de ombros — Se Sai não tivesse vindo falar comigo ontem eu teria pensado que fosse ele, mas não... — eu a olhei e ela me olhava confusa — Você é a única florista que temos aqui, traduzindo a única floricultura... — ela me interrompeu.
— Você quer que eu olhe quem encomendou? — ela disse se sentindo a gênio do recinto — Mas é claro Testuda! — e começou a folhear o caderno de encomendas dela e de Hana — Aqui, a encomenda foi Hana quem fez... Claro eu me lembr... — ela ficou muda de repente — Hm, Saky... Aqui diz que a encomenda foi feita pelo Sasuke...
Sasuke? Como assim? Ela só pode estar vendo errado. Andei até o seu lado e segui lendo até encontrar: Buquê de Peônias, para amanhã por Uchiha Sasuke, sem cartão e nada de ornamento. Pisquei várias vezes... Sasuke?
— Ino, isso está errado não? — eu perguntei não crendo no que lia.
— Creio que não — ela disse franzindo a testa.
— Tenho que ir agora, tchau Porca — nem deixei ela responder e saí da floricultura. Fui rapidamente para minha casa, eu precisava daquele banho urgentemente e dormir, fingir que isso foi um sonho... Isso.
Cheguei em casa e fui direto para o banheiro, não peguei nada, afinal nem preciso moro sozinha mesmo. Entrei num banho bem quente, a água quente escorria por todo o meu corpo e eu queria que no fundo ele levasse os meus sentimentos e pensamentos de esperança. Não aguento mais sofrer por Sasuke, não aguento mais matar minhas esperanças, simplesmente não aguento mais resistir a Uchiha Sasuke. E essa afirmativa me amedronta, afinal não sei mais o que fazer com ele.
Decidi que já tinha passado tempo demais - demais mesmo! - no banho e saí do mesmo, vesti um sutiã roxo que tinha pendurado no porta-toalhas, eu o tinha usado ontem pela primeira vez, ainda estava limpo, mas para minha sorte não tinha nada de calcinha limpa, vesti o mesmo vestido que estava usando antes, agora só faltava à calcinha... Eu ainda não iria dormir, afinal tinha acabado de acordar.
Saí do banheiro, tinha me esquecido de ligar a luz do quarto, segui para minha gaveta e peguei uma calcinha preta, acho que era conjunto do sutiã, fui com a mesma para o banheiro novamente, afinal esqueci-me de pentear os cabelos. A vesti e depois comecei a pentear os cabelos, saí do banheiro com a escova em mãos, quando vi que tinha alguém sentado na minha cama, não enxergava direito quem era, a luz fraca da lua não me permitia ver muito, só sabia que era homem.
Segurei a escova concentrando meu chakra nela e a joguei no ser, que acho que não esperava por essa reação e o acertei na cabeça. Quando fui correr para acertá-lo escutei o mesmo se pronunciando.
— Aí Sakura! — Aquela voz fria e inconfundível para mim se pronunciou irritado. Fui rapidamente até o interruptor e acendi a luz, Sasuke estava com a mão na cabeça e me olhava irritado — Está louca?
— Você quem é louco Sasuke! — eu disse irritada — Onde já se viu invadir o quarto dos outros enquanto a pessoa está no banho? E ainda às onze da noite! — eu andei até a gaveta que eu tinha deixado aberta a fechando — E para de drama, foi só uma escova de cabelo.
— Que estava concentrada com chakra, seu ainda por cima — ele tirou a mão da cabeça — Tem ideia da força que usou? Se fosse outra pessoa estaria nocauteado!
— Mas essa era a intenção — eu disse dando de ombros , Sasuke olhava para um ponto fixo no meu braço esquerdo e eu não entendi — O que foi? — ele me olhou, eu percebi que estava surpreso.
— Desde quando tem essa tatuagem? — ele perguntou sério. Quis me matar internamente.
— Há quase três anos... — eu disse indiferente, não queria que ele soubesse disso...
— Porque eu nunca a vi? — ele perguntou por fim e eu bufei.
— Escondo com maquiagem, Hinata e Ino também — dei de ombros dando o assunto por encerrado, mas me lembrando de que ele invadiu meu quarto — O que você faz aqui? — perguntei fria e irritada.
— Vim te ver — ele disse dando de ombros — E saber se gostou do meu presente — e apontou para o buquê ao lado dele.
— Pensei que fosse de outra pessoa — eu disse dando de ombros — Só pra isso que você veio? — ele me olhou irritado.
— Eu queria te ver, algum mal nisso? — ele se levantou — Você anda fugindo de mim...
— Não sei do que está falando — eu disse evasiva.
— Sabe sim — ele começou a andar na minha direção e eu comecei a andar novamente na direção do interruptor, próximo a porta, quando estava chegando ele segurou em meu braço — E eu sei que você se lembra do que eu te disse no hospital há alguns meses atrás...
— Não me lembro de nada do que você me disse enquanto eu estava desacordada.
— Não mesmo? — ele perguntou prepotente — Então como sabe que foi nesse momento? — ele me olhou desafiador — Afinal eu não citei o momento...
Me fodi sozinha, como eu consigo isso? Desviei o olhar — Sasuke-san, fala logo o que você quer...
— Sasuke-kun, Sakura, kun! — ele disse me olhando sério e segurando em meus ombros — E você sabe muito bem, eu me declarei para você aquele dia! — ele me olhou nos olhos e não desviou enquanto falava — Será que é difícil para a Irritante entender que enfim teve meu coração por inteiro? Será que não vê que eu te quero e muito? — eu queria me soltar das mãos de Sasuke e do olhar dele, mas não conseguia — Porque Sakura?
— Porque eu não quero me enganar outra vez Sasuke — eu disse fechando os olhos para não olhar pra ele — Porque meu coração não aguentaria aquilo outra vez... — eu mordi o lábio inferior — Eu não vou aguentar te entregar o que sobrou do meu coração e você me deixar novamente, como se eu não fosse nada, não vou aguentar chorar novamente todas as noites e não vou aguentar continuar te amando mesmo depois de tudo, enquanto eu deveria estar te odiando!!!
Não falei mais nada, não depois de Sasuke ter me beijado tão depressa. Seus lábios forçavam o meu a responder rapidamente e avidamente. Sasuke me beijava com medo, receio e com certo arrependimento e eu somente o correspondia, com raiva, tristeza e com amor. Nossas línguas travam aquela guerra particular delas. As mãos de Sasuke acariciavam a extensão de minhas costas e eu enfiava minhas mãos em seus cabelos, os bagunçando ainda mais.
— Me perdoe Shitashi — ele disse assim que nos afastamos e ainda de olhos fechados, então ele não viu os meus arregalados — Eu não queria que você sofresse dessa forma... Eu só queria que você continuasse a me amar, apesar de tudo — ele abriu os olhos me fitando — Eu nunca tive tanta certeza de uma coisa Sakura, como eu tenho de você... — seu olhar era intenso — Por isso, me deixa cuidar de você, me deixa te amar da melhor maneira que eu sei — ele acariciou o meu rosto — Me deixa ser somente seu, assim como eu quero que seja somente minha...
Eu fechei os olhos aceitando o carinho. Será que eu não poderia me entregar a quem eu sempre quis? A quem eu sempre desejei que fosse o meu primeiro, não importando como fosse? Porque não posso fingir que essas palavras são reais e que ele realmente me ama? Sendo assim, eu veria a minha noite com ele como de amor e não como sexo... Mesmo que eu me arrependa amanhã, mesmo que eu erre feio com essa decisão, eu preciso pensar no agora e no quanto eu amo Uchiha Sasuke nesse momento, de certa forma feliz para mim... Amanhã eu penso nas consequências, hoje eu quero pensar somente no amor que Sasuke diz ter por mim e no amor que eu tenho por ele.
Nesse momento eu serei a Sakura de antes, a Sakura que eu tentei matar a tanto custo e que só me fez ficar mais apaixonada por esse homem, e ele será somente meu Sasuke-kun, sem vingança, sem outras mulheres, sem mais ninguém... Nesse momento seremos somente Sasuke e Sakura.
Eu abri os olhos e ele me olhava o tempo inteiro. Fiquei na ponta dos pés e o beijei novamente, mais devagar dessa vez — Me faça sua por essa noite, Sasuke-kun — eu disse levemente corada, Sasuke esticou a mão e apagou a luz, agora só era visível sua silhueta pela luz da lua que entrava no quarto pela janela que tinha as cortinas abertas.
— Eu prometo que serei cuidadoso Sakura e te mostrarei todo o meu amor por você — e me beijou novamente.
Pov’s Gaara.
O dia de Suna amanheceu muito quente. Eu levantei mais cedo do que de costume, não consegui dormir muito bem... Ino está me deixando muito preocupado. Por dias eu ando muito angustiado, nervoso e inquieto. Será que Ino não me ama mais? Será que ela me esqueceu? E tudo aquilo que ela me disse... E toda aquela declaração de amor... O que será que aconteceu com Ino?
Dei um suspiro e me sentei na cama. Olhei ao redor, não tem nada de muito interessante no meu quarto, ele é apagado, poderia até dizer morto... Ao contrário do quarto de Ino, ele é colorido, cheio de vida... E só três noites que eu passei naquele quarto, já me deixou mais em casa do que aqui em meu próprio quarto... Acho que estou começando a enlouquecer, só penso em Ino.
Mas com esses pensamentos eu também não consigo deixar de sentir ciúmes, Ino é uma garota linda e que cativa às pessoas... Não consigo deixar de pensar em todos aqueles caras olhando pra ela, a desejando e pensando coisas indevidas sobre ela... Minha mente começa a me pregar peças e me irrito, passei a pensar em como Ino ficaria com outro... Sorrindo, conversando, amando e se entregando a outro... Quando dei por mim meu quarto já estava todo bagunçado. Ótimo...
Fiz minha areia arrumar a bagunça que ela fez e depois a coloquei de volta na carapaça. Levantei-me de vez e fui fazer minha higiene matinal, coloquei minhas roupas de Kazekage e desci para a cozinha, tomei meu café da manhã sozinho como sempre e depois saí de minha casa seguindo para o meu escritório. No caminho as pessoas me cumprimentavam e eu somente dava um aceno de cabeça... Meus sorrisos são exclusivos para Ino.
Assim que cheguei em minha sala, desmoronei sobre minha cadeira... Isso não podia estar acontecendo... Porque não mostrei pra todos de Konoha que Ino é minha e não pode ser de mais ninguém? Porque eu aceitei o receio dela em se passar por errada em estar comigo, sendo que nos amamos? Tenho que resolver logo isso e trazer Ino pra morar comigo aqui... Ela pode ser que nem Shikamaru, trabalhar em ambas as vilas.
Deixei esses pensamentos de lado e voltei ao trabalho... Tenho muitos documentos para analisar. A manhã passou rápida, eu tinha conseguido me distrair afinal. Eu não estou com fome, então não vou almoçar. Continuei assinando alguns documentos e encaminhando missões para os Jounin de Suna, aqui não temos um esquadrão como os ANBU de Konoha. Próximo das quatro da tarde, alguém bateu em minha porta e eu mandei entrar.
Aqueles inconfundíveis cabelos arrepiados amarrados pra cima, como se fosse um abacaxi chamou minha atenção. Shikamaru entrou com aquele jeito preguiçoso dele e já se sentou na cadeira a minha frente. Eu estava ansioso por sua volta, mas nunca que eu iria demonstrar. Shikamaru me olhou como se esperasse eu falar algo, mas minha timidez não deixava.
— Problemático — Shikamaru disse dando um suspiro e se ajeitando na cadeira — Não vai me perguntar como Ino está? — eu somente assenti com a cabeça, mas nada disse. Shikamaru deu outro suspiro e continuou — Ino está muito bem, tive sorte de encontrá-la no dia de folga dela — Shikamaru deu um pequeno sorriso — Mas, ela estava muito abatida — o sorriso sumiu.
— Como assim abatida? — eu enfim perguntei alguma coisa.
— Ela estava chateada, conheço aquela problemática muito bem — ele deu de ombros — Mesmo tentando esconder, depois de alguns minutos conversando descobri o porquê — Shikamaru me olhou com a testa franzida, claro sinal de confusão — Ino disse que não recebeu nenhuma carta nesses seis meses...
O que? Mas eu mandei umas seis cartas... A sexta eu enviei pelo Shikamaru, agora as outras... Como ela não as recebeu? Por isso não obtinha resposta delas. — Como não recebeu Shikamaru?
— Eu também me perguntei a mesma coisa, sendo que sei que você enviou algumas cartas — ele disse dando de ombros — Segundo ela só recebeu a que eu entreguei — Shikamaru remexeu no bolso interno do casaco e de lá tirou alguns envelopes — Ela mandou essas daqui... Pelo o que me disse não iria dar o primeiro passo dessa vez e por isso não as enviou — ele novamente deu de ombros — Ela é bem orgulhosa quando quer.
— Ela tinha escrito essas cartas? — ele assentiu. As peguei e olhei as datas, realmente essas cartas estão escritas há algum tempo, mas porque ela não me enviou e pior, onde estão as cartas que eu mandei? — Obrigado.
— Bom, só vim aqui te trazer as cartas daquela loira problemática... — ele deu um sorriso — Agora vou ver a minha loira problemática, estou com saudades... — se levantou e seguiu para a porta — Até em casa Gaara — e saiu.
Peguei as minhas cartas e guardei junto com a foto, em casa eu as leria com certeza. Mas antes eu tinha algo a se fazer. Saí de minha sala e avisei a Naomi que estava indo me encontrar com os conselheiros, qualquer coisa me avisasse lá. Rapidamente cheguei lá, e como sempre estavam todos no mesmo lugar... Bando de velhos desocupados.
— Gaara-sama — um dos conselheiros mais novos se dirigiu a mim, mas não era ele o meu alvo, era o conselheiro mais velho.
— Me devolva — disse assim que parei a sua frente, eu ainda sou a autoridade máxima por aqui.
— Não sei do que você está falando — ele disse se dando de desentendido.
— Sabe sim e muito bem — eu disse o olhando sério, muito sério. Ele deu um suspiro pesado.
— Tudo bem — ele se levantou e seguiu ate uma grande estante que tinha naquela sala, revirou atrás de uns livros e de lá retirou alguns envelopes. Ele voltou até a minha frente e me entregou as cartas, graças a Kami todas ainda estavam seladas — Pelo jeito não tem como separá-los não é?
— Você não tem o direito de se meter em minha vida particular — eu disse olhando nos olhos dele — Torno a repetir, eu vou ficar com ela, quer vocês queiram ou não! E podem parar de rastrear minha correspondência, se isso acontecer novamente eu juro por Kami que não respondo por mim e me desfaço de vocês...
— Você não pode fazer isso Gaara — outro conselheiro se meteu e eu o olhei friamente — Somos o conselho!
— Conselhos são desfeitos e refeitos a todo instante — eu olhei para todos — Lembrem-se disso, vale para todos — eu dei mais alguns passos, mas parei novamente — Não se metam mais entre nós... Ela virá para cá e vamos nos casar... Estão avisados.
— Tudo bem Gaara — o conselheiro mais velho disse derrotado — Mas saiba que o conselho não apoiará essa união!
— Não me importo, vocês não fazendo mal a ela — eu disse os olhando por cima do ombro.
— Não vamos — eles disseram derrotados.
— Então tudo resolvido — e saí da sala em seguida.
Passei em meu escritório novamente somente para pegar as cartas que Ino me escreveu e de lá segui para casa. Temari e Shikamaru estavam discutindo por algum motivo que eu não quis saber e Kankuro estava jantando como se nada estivesse acontecendo, comi com ele, afinal não tinha almoçado e depois segui para meu quarto dizendo que não queria ser incomodado. Assim que entrei me tranquei no mesmo. Decidi que leria as cartas conforme elas me seriam enviadas.
Comecei a ler a primeira, nela me contava o que aconteceu e o que elas passaram quando foram sequestradas, fiquei irritado com essa carta, mas ainda bem que ela estava bem. Passei a ler a segunda, essa já era um pouco diferente, Ino estava mais agoniada por falta de comunicação por minha parte, uma frase me chamou atenção: “Porque você não me manda nenhuma carta? Por um acaso me esqueceu?”, fiquei irritado, pela data já tinha mandado a segunda carta.
Comecei a ler a terceira, a cada carta que passava ela ficava mais irritada, angustiada e triste, eu sentia isso. Comecei a ler a quarta carta e mais angustiado eu ficava, Ino estava sofrendo tanto quanto eu, isso era claro. Abri a quinta carta e passei a lê-la, essa foi a que me deixou mais perturbado... Ino falava em terminar o que nem tínhamos direito, como isso? Somos namorados... E um dos parágrafos me deixou desesperado:
“Parece que o que tivemos não valeu de nada para você, parece que eu fui somente um experimento para você, afinal você nunca tinha ficado com nenhuma mulher e como eu – a idiota apaixonada – estava demonstrando interesse você se aproveitou... Muito legal, mas pra mim, tudo foi inesquecível...”.
Fiquei sem chão com isso, como ela pôde pensar que eu só a usei? Será que na última ela termina de vez comigo? Eu estava com medo de lê-la... Onde já se viu, eu o grande Sabaku no Gaara, Kazekage de Suna com medo de algumas palavras escritas... Mas a verdade era que eu estava. Eu peguei a sexta e última carta e passei a lê-la, com certo receio.
“Olá Gaara-kun, como você está?
Eu fiquei muito feliz em receber essa sua carta, mas temos um pequeno problema aqui, eu não recebi nenhuma outra carta, a não ser essa que Shikamaru me trouxe... Fiquei um pouco confusa quanto a essa sua “cobrança” por respostas. Eu tenho algumas cartas prontas que as enviarei por Shikamaru também, fiz uma promessa a mim mesma que se você me enviasse uma carta que fosse eu te enviaria todas e estou cumprindo a essa promessa pessoal.
Na primeira carta conta o que aconteceu quanto ao sequestro, por isso não irei me repetir aqui... Sobre o conselho de Suna, eu não sei de nada que está acontecendo, então porque você não pode sair? Devo me preocupar? Gaara, eu nunca desistiria de você, muito menos de nós... Sabe muito bem que eu sempre fui apaixonada por você, eu te contei tudo, então você sabe de cabo a rabo a história... Eu sei como você se sentiu afinal eu estava assim também, até receber essa carta... Aposto que quando Shikamaru te entregar todas elas, você se sentirá melhor, afinal verá que eu nunca deixei de pensar em você um minuto se quer do meu dia... Fiquei com medo também, mas agora estou confiante novamente Gaara-kun.
Também sinto falta disso tudo e mais ainda de você... Apesar de você quase nunca sorrir, sinto falta dos seus raros sorrisos, falta das suas poucas palavras, seus pequenos gestos de carinho, de você me abraçando quando não sabia ao certo o que fazer, do seu jeito envergonhado, enfim sinto falta de você por completo Gaara... Fico feliz que tenha gostado da foto, pensei mais como uma forma de você sempre me ter por perto... De nada, mas como disse lá em cima, ainda não sei do que se trata essa sua situação com o conselho...
Espero que isso nunca mais passe por sua cabeça Gaara... Eu nunca esqueceria o que vivemos mesmo que isso me matasse por dentro, sempre deixaria essa memória viva dentro de mim... Claro que ainda estamos namorando Gaara, você é meu entendeu? MEU... O meu coração também pertence somente a você meu Gaara, meu amor... Também te amo muito e nunca se esqueça disso também...
De sua – somente sua – Ino-chan”
Sorri com essa carta, então eu ainda estava com Ino... Isso me alegrou, não vejo a hora de vê-la novamente e me entregar a ela... Deitei-me em minha cama com aquelas cartas a minha volta, dessa forma meu coração sentia que Ino estava mais perto de mim.
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Pov’s Ino.
Já estou desde cedo no hospital... Nada de diferente aconteceu nessa minha rotina doida. Mas eu estava feliz, muito feliz na verdade, afinal meu namorado me mandou uma carta e logo estaríamos juntos novamente... Eu acho, mas prefiro pensar que sim. Sakura hoje está de folga, mas aquela louca está merecendo, afinal quase mora aqui...
Os atendimentos estavam tranquilos, saí pra almoçar no horário de sempre e logo quando eu menos esperava já saia do hospital às cinco horas. Segui para a floricultura, afinal as coisas lá devem estar um pouco corridas, datas sazonais são sempre corridas para as floriculturas. Também queria conversar com Hana, ela estava muito sonhadora por esses dias e eu estava curiosa quanto a isso...
Andava radiante pelas ruas de Konoha, nada poderia retirar minha alegria nesse momento e espero que assim continue... Cheguei à floricultura e os olhos azuis escuro de Hana me encaravam alegres, dei um sorriso e me aproximei dela.
— Boa tarde Ino-san — ela me cumprimentou como sempre, dando um lindo sorriso. Hana hoje estava muito bonita, seus longos cabelos ruivos pendiam numa trança lateral – como sempre – e ela usava um vestido estilo Lolita roxo claro, com uma meia fina branca e um sapatinho estilo boneca na cor preta... Essa menina é muito linda Kami, ainda mais vestida assim.
— Boa tarde Hana-chan — eu retribui o sorriso — Posso saber o motivo de tanta arrumação?
Hana corou, ficou da cor de seus cabelos — Por nenhum motivo em especial Ino-san...
— Pode falar, é um homem não é? — eu perguntei dando uma piscada de olho pra ela e ela desviou o olhar — Kyaaaa, quero saber de tudo!
— Mas não é nada demais Ino-san — ela disse envergonhada — é somente um passeio como muitos dos outros que eu já demos...
— Hm... — eu disse dando um sorriso sapeca a ela — E vocês são o que?
— Bom, não sei ao certo ainda — ela desviou o olhar — Ele disse que só teria que resolver um assunto pendente e que teria uma conversa séria comigo hoje...
— E quem é esse rapaz tão encantador aos olhos de Hana-chan? — eu perguntei curiosa, afinal Hana é tímida demais.
— É o Sai-kun... — ela disse envergonhada e eu fiquei surpresa... Ele não estava a fim de Sakura? — Nos aproximamos por aqueles dias em que você estava muito chateada, passamos a sair e conversar sobre assuntos diversos — ela tinha as bochechas levemente coradas — Ele também estava triste pela Sakura-san o ignorá-lo e nem dar uma explicação plausível para esse afastamento... Com o tempo fomos deixando de falar de você e da Sakura e o assunto era nossos planos futuros, entre outras coisas que envolviam a nós mesmos...
— E quando você deu por si já estava apaixonada por aquela lagartixa ambulante? — eu perguntei curiosa, afinal ela sabia de tudo e Sakura estava mesmo afastada de Sai, então que mal tem os dois ficarem juntos? Sakura não queria mesmo firmar um relacionamento com Sai e fazê-lo sofrer, ela ainda ama o Uchiha como sempre amou...
Hana sorriu antes de me responder — Podemos dizer que sim... — ela voltou a arrumar o arranjo a sua frente — Ele me chamou pra sair hoje, veio cedinho... Disse que tinha algo muito sério a tratar comigo e eu estou nervosa Ino-san...
— Nervosa porque criatura? — eu perguntei indignada, Sai não era de se jogar fora!
— É que eu nunca fiquei com ninguém antes... — ela disse envergonhada.
Aquela fala dela ficou repercutindo em minha mente, eles nunca se beijaram? — Hana, vocês nunca ficaram?
Ela corou mais do que o normal novamente e desviou o olhar — Não...
— COMO NÃO? — eu perguntei – lê-se gritei – indignada.
— É que ele não queria se aproveitar de mim, segundo o que ele disse — ela deu de ombros — E eu também não sei como fazer isso...
— Bom, tudo o que eu tenho a te dizer é boa sorte e que eu seja a primeira á saber das coisas em! — e sorri. Mas logo o barulho da sineta avisou que alguém entrava e Hana corou novamente, já sabia da resposta antes de me virar, era Sai — Olá Sai-kun — eu disse assim que em virei.
— Olá Ino-chan — ele disse dando aquele sorriso falso dele, revirei os olhos — Posso levar a Hana-chan agora?
— Claro — Hana me olhou em desconforto — Calma, pode ir, eu fecho a loja — e pisquei a ela.
Eles saíram, Hana mais vermelha do que de costume e eu sorria, dos dois... Sai deve ter ido conversar com Sakura ontem, por isso a chamou hoje... Tão fofos! Enquanto eu terminava de organizar as coisas na loja, Sakura chegou que nem um furacão, me assustei com isso, mas depois descobri o porque e quando confirmei uma das encomendas a mesma saiu em disparada de lá, dei um suspiro cansado, depois eu descobriria o que aquilo deu e logo segui para casa, já eram dez horas da noite e eu estava muito cansada.
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Pov’s Autora.
Sai e Hana saíram da floricultura, caminhavam lado a lado. Sai não parava de admirar a beleza de Hana e com ela levemente corada daquela forma o deixava mais ansioso ainda. Ele a levou para comerem no Ichiraku e depois ele a levou para comer dangos em uma barraquinha próxima ao Ichiraku.
Eles caminhavam em direção a um dos muitos parques de Konoha, ambos estavam nervosos, Sai pela expectativa e Hana pela vergonha. Eles conversavam assuntos diversos, quando avistaram um banco eles se sentaram e continuavam conversando. A conversa entre eles fluía de forma natural e sempre eram assuntos engraçados.
Sai começou a perceber que já estava ficando tarde, afinal todas as vezes que estava com Hana ele se empolgava, mas ainda tinha algo a falar com ela — Hana — ele chamou a atenção da mesma, que o olhou com as bochechas coradas, parecendo prever o que viria a seguir — Eu estive pensando por esses dias, desde que nos conhecemos tenho sentido algo diferente por você... — ela o olhava em expectativa e muito nervosa — Não sou muito bom com palavras, mas você aceita ser minha namorada?
Hana corou muito, mas no fim sorriu — Aceito Sai-kun.
Sai se aproximou de Hana lentamente, sem quebrar o contato visual e se aproximou dos lábios de Hana. O beijo aconteceu de forma doce e lenta, assim como eram os dois, nada de pressa... Quando se afastaram Hana estava envergonhada, o que fez Sai sorrir. Eles ficaram ali mais um pouco e logo Sai levou Hana em casa. Ambos estavam muito felizes, ambos estavam realmente muito apaixonados.
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Pov’s Hinata.
Eu ainda não podia acreditar no que via, como assim? Será que já faz tempo que chegou? Acho que sim... Ele se sentou ao meu lado dando seu costumeiro sorriso e eu somente retribui. Sentia falta dele, mas não tanto quanto eu pensei que fosse sentir, pelo visto, eu estava somente me enganando quanto ao sentimento que achava que nutria por ele.
Kiba estava com suas roupas costumeiras, deve ter chegado de missão no dia anterior, assim como eu. Ele se apoiou na árvore assim como eu estava. Akamaru não estava com ele, o que eu achei um pouco estranho, mas nada disse.
— Olá Kiba-kun — eu dei um pequeno sorriso — Não sabia que já tinha voltado da sua missão...
— Voltei anteontem — ele disse olhando para um grupo de crianças que corriam atrás umas das outras — Fui te procurar ontem, porque cheguei acabado da missão, mas me disseram que você quem estava fora — ele me olhou — O que eu achei estranho, afinal você não costuma sair em missão — ele olhou para as crianças novamente — Ainda mais sozinha...
— Pois é, as coisas mudam né Kiba-kun — eu dei um pequeno sorriso — Eu decidi que vou ficar mais forte e não dependendo de ninguém é um bom começo não? — ele assentiu levemente — Tem também a minha independência pessoal... Cansei de ficar sendo protegidas por todos... — eu dei um pequeno suspiro — As meninas me incentivam bastante, afinal elas sabem como eu me sinto.
— Mas você é muito forte Hinata — Kiba exclamou ao meu lado — Como pode dizer isso?
— Kiba, a questão não é essa... — eu disse olhando pra frente — Sempre que saímos em missão, você e Shino me protegem... Com Ino e Sakura também é assim, claro que para a Sakura é pior, afinal o time dela são cinco homens a impedindo de qualquer coisa... — Kiba deu um pequeno sorriso de canto — Mas aprendemos a nos defender somos muito fortes... Sakura principalmente...
— Eu te entendo Hinata, ou pelo menos tento te entender — ele deu de ombros, mas ficou sério de repente — Bom eu ainda tenho um assunto um pouco delicado a tratar com você...
— Pode falar o que você quiser Kiba — eu disse percebendo que ele estava com receio. Tive a sensação de estar sendo observada, mas impossível, o parque tava cheio de gente, vai ver foi por isso o da sensação, dei de ombros.
— Bom Hinata, eu fui nessa missão a Kumogakure há seis meses — Kiba começou parecendo inseguro — Como eu te disse seria uma longa missão, e eu não poderia parecer um ninja, tinha que parecer um civil — ele deu de ombros e não me olhava, olhava pra frente — Você sabe como é todo esse processo, então...
“Nisso, eu fui me adaptando ao lugar, ganhando a confiança das pessoas e fazendo de certa forma amizades — ele deu um pequeno sorriso de canto, pude ver com a visão periférica — As pessoas gostavam de Akamaru, afinal um cachorro daquele tamanho não é comum, mas conseguia driblar a curiosidade deles. Nesse meio tempo eu ia pondo a missão em prática, claro que o Raikage sabia que eu estava em suas terras, afinal foi ele quem me chamou lá”.
“Conforme foi passando o tempo eu ficava cada vez mais próximo a algumas pessoas e uma delas me chamou muita atenção — ele deu um sorriso sem graça e me olhou nos olhos pela primeira vez — Me desculpe Hinata, de verdade, mas não mandamos no coração não é? — quando ele disse isso o meu coração apertou, mas não como eu pensei que fosse... Kiba tinha se apaixonado — Então conforme os dias foram passando Mika (bela fragrância) me chamava mais atenção...”.
— Quando dei por mim eu já tinha me apaixonado por ela Hinata — ele me olhou com certo receio e diria até medo e eu dei um sorriso o reconfortando, afinal não tínhamos nada não é mesmo? — Me perdoe de verdade...
— Kiba-kun, não precisa ficar assim — eu disse olhando nos olhos castanhos de Kiba — Eu te entendo, afinal não mandamos no coração e também não tínhamos nenhum relacionamento fixo... — eu dei um pequeno sorriso — Se você acha que dará certo com ela, vá em frente. Traga ela para Konoha, afinal ela é uma civil e vocês poderão forma uma família aqui, não perca essa chance, não desperdice o amor — eu desviei o olhar — Como você fala, dá pra perceber que vocês tiveram um lindo romance e que foi difícil você deixá-la, pois bem, converse com Tsunade e a traga para cá.
Kiba deu um lindo sorriso — Sabia que você é a melhor pessoa do mundo? — ele me deu um abraço — Só sinto não termos dado certo Hina, de verdade.
Eu retribui o abraço — Eu também, mas não mandamos no coração não é? — dei um sorriso fraco — Você passou a amar Mika e eu ainda amo Naruto apesar de tudo, me dei conta disso enquanto você estava fora... Não fique chateado comigo, eu realmente gosto muito de você Kiba, mas amar... — dei um longo suspiro.
— No fundo eu sempre soube disso Hinata — ele se afastou e depositou um beijo em minha testa — Mas sabia que você também gostava de mim e por isso achei que devêssemos tentar, mas... — ele parou de falar.
— Mas se você também me amasse, não teria se apaixonado por outra pessoa — eu disse e ele me olhou surpreso — Kiba, no fundo nosso relacionamento é uma grande e verdadeira amizade, que continuará independente de termos ficado juntos ou não — eu dei um sorriso pra ele, que me foi retribuído — O que eu tive com você foi especial para mim, mas eu não poderia seguir em frente e no fundo você sabia disso, por isso quando Mika apareceu, você não conseguiu manter o que sentia por mim, porque bem dentro do seu coração sabia que seria algo perdido...
— Não é bem assim, mas em partes tenho que concordar — ele deu um suspiro — Nossa amizade ainda continuará da mesma forma Hina-chan, pode apostar — e me deu uma piscada de olho — Bom, tenho que ir pra casa, já anoiteceu e eu nem tinha percebido...
— Eu também tenho e nem tinha percebido também — disse me levantando junto com ele — Tchau Kiba-kun, foi bom termos essa conversa... E eu quero ser a madrinha — e pisquei pra ele. Kiba corou e murmurou um tchau, saindo logo em seguida. Eu ainda fiquei alguns instantes parada olhando o mesmo indo e dei um suspiro. Quando fui dar o primeiro passo para sair dali fiquei parada estática ao escutar aquela voz me chamar.
— Hinata...
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Pov’s Sakura.
Eu acordei no meio da tarde, eu dormi muito e muito além do que eu estava acostumada. Levantei e fui até o banheiro fazer minha higiene, não mais matinal. No banheiro mesmo tinha um vestido de alcinhas e eu o coloquei, iria até Ino e depois tomaria um banho e iria dormir novamente, aproveitar enquanto eu posso. Quando saí do banheiro avistei pela primeira vez algo em cima de minha escrivaninha.
Caminhei até lá, não crendo no que via... Como isso veio parar aqui? Um lindo buquê de peônias brancas estava lá em cima, as peguei e senti seu cheiro característico e que eu amava, olhei para ver se não tinha nenhum cartão ou algo que identificasse meu admirador, mas não, não tinha nada. Fiquei com um pouco de medo, afinal quem teria me dado aquilo?
Sai, não foi afinal ele me disse ontem que pediria Hana em namoro, Naruto é meu amigo e não gosta mais de mim há muito tempo, Sasuke... Esse muito menos. Então quem invadiu meu quarto enquanto eu dormia pra me dar essas flores? A única pessoa que poderia me responder, era justamente a que eu ia me encontrar!
Desci a passos rápidos, deixei o buquê em cima da minha cama. Antes de sair passei na cozinha e comi algo, afinal eu estava com bastante fome. Depois de me alimentar, saí de casa e segui até o hospital, lá me informaram que Ino já tinha saído, então segui para a floricultura torcendo que ela estivesse lá e graças a Kami estava.
Eu entrei e a sineta tocou — Desculpe, mas... — ela levantou o olhar e me avistou — Testuda! — e veio me abraçar.
— Olá Porca — eu disse retribuindo o abraço — Então já estão fechando?
— É, Hana-chan foi num encontro com o Sai-kun — e sorriu.
— Eu sei, Sai ontem veio terminar o que não temos, para ficar com Hana — eu dei de ombros — Claro que o apoiei afinal Hana é uma ótima moça.
— E eu não sei? — ela disse dando um sorriso e voltando para trás do balcão — Hana é uma moça de ouro...
— Eu sei... Mas Porca outra coisa me trouxe aqui — eu chamei a atenção dela — Hoje quando eu acordei tinha um buquê de peônias brancas no mesmo, sendo que eu estou dormindo desde ontem — dei de ombros — Se Sai não tivesse vindo falar comigo ontem eu teria pensado que fosse ele, mas não... — eu a olhei e ela me olhava confusa — Você é a única florista que temos aqui, traduzindo a única floricultura... — ela me interrompeu.
— Você quer que eu olhe quem encomendou? — ela disse se sentindo a gênio do recinto — Mas é claro Testuda! — e começou a folhear o caderno de encomendas dela e de Hana — Aqui, a encomenda foi Hana quem fez... Claro eu me lembr... — ela ficou muda de repente — Hm, Saky... Aqui diz que a encomenda foi feita pelo Sasuke...
Sasuke? Como assim? Ela só pode estar vendo errado. Andei até o seu lado e segui lendo até encontrar: Buquê de Peônias, para amanhã por Uchiha Sasuke, sem cartão e nada de ornamento. Pisquei várias vezes... Sasuke?
— Ino, isso está errado não? — eu perguntei não crendo no que lia.
— Creio que não — ela disse franzindo a testa.
— Tenho que ir agora, tchau Porca — nem deixei ela responder e saí da floricultura. Fui rapidamente para minha casa, eu precisava daquele banho urgentemente e dormir, fingir que isso foi um sonho... Isso.
Cheguei em casa e fui direto para o banheiro, não peguei nada, afinal nem preciso moro sozinha mesmo. Entrei num banho bem quente, a água quente escorria por todo o meu corpo e eu queria que no fundo ele levasse os meus sentimentos e pensamentos de esperança. Não aguento mais sofrer por Sasuke, não aguento mais matar minhas esperanças, simplesmente não aguento mais resistir a Uchiha Sasuke. E essa afirmativa me amedronta, afinal não sei mais o que fazer com ele.
Decidi que já tinha passado tempo demais - demais mesmo! - no banho e saí do mesmo, vesti um sutiã roxo que tinha pendurado no porta-toalhas, eu o tinha usado ontem pela primeira vez, ainda estava limpo, mas para minha sorte não tinha nada de calcinha limpa, vesti o mesmo vestido que estava usando antes, agora só faltava à calcinha... Eu ainda não iria dormir, afinal tinha acabado de acordar.
Saí do banheiro, tinha me esquecido de ligar a luz do quarto, segui para minha gaveta e peguei uma calcinha preta, acho que era conjunto do sutiã, fui com a mesma para o banheiro novamente, afinal esqueci-me de pentear os cabelos. A vesti e depois comecei a pentear os cabelos, saí do banheiro com a escova em mãos, quando vi que tinha alguém sentado na minha cama, não enxergava direito quem era, a luz fraca da lua não me permitia ver muito, só sabia que era homem.
Segurei a escova concentrando meu chakra nela e a joguei no ser, que acho que não esperava por essa reação e o acertei na cabeça. Quando fui correr para acertá-lo escutei o mesmo se pronunciando.
— Aí Sakura! — Aquela voz fria e inconfundível para mim se pronunciou irritado. Fui rapidamente até o interruptor e acendi a luz, Sasuke estava com a mão na cabeça e me olhava irritado — Está louca?
— Você quem é louco Sasuke! — eu disse irritada — Onde já se viu invadir o quarto dos outros enquanto a pessoa está no banho? E ainda às onze da noite! — eu andei até a gaveta que eu tinha deixado aberta a fechando — E para de drama, foi só uma escova de cabelo.
— Que estava concentrada com chakra, seu ainda por cima — ele tirou a mão da cabeça — Tem ideia da força que usou? Se fosse outra pessoa estaria nocauteado!
— Mas essa era a intenção — eu disse dando de ombros , Sasuke olhava para um ponto fixo no meu braço esquerdo e eu não entendi — O que foi? — ele me olhou, eu percebi que estava surpreso.
— Desde quando tem essa tatuagem? — ele perguntou sério. Quis me matar internamente.
— Há quase três anos... — eu disse indiferente, não queria que ele soubesse disso...
— Porque eu nunca a vi? — ele perguntou por fim e eu bufei.
— Escondo com maquiagem, Hinata e Ino também — dei de ombros dando o assunto por encerrado, mas me lembrando de que ele invadiu meu quarto — O que você faz aqui? — perguntei fria e irritada.
— Vim te ver — ele disse dando de ombros — E saber se gostou do meu presente — e apontou para o buquê ao lado dele.
— Pensei que fosse de outra pessoa — eu disse dando de ombros — Só pra isso que você veio? — ele me olhou irritado.
— Eu queria te ver, algum mal nisso? — ele se levantou — Você anda fugindo de mim...
— Não sei do que está falando — eu disse evasiva.
— Sabe sim — ele começou a andar na minha direção e eu comecei a andar novamente na direção do interruptor, próximo a porta, quando estava chegando ele segurou em meu braço — E eu sei que você se lembra do que eu te disse no hospital há alguns meses atrás...
— Não me lembro de nada do que você me disse enquanto eu estava desacordada.
— Não mesmo? — ele perguntou prepotente — Então como sabe que foi nesse momento? — ele me olhou desafiador — Afinal eu não citei o momento...
Me fodi sozinha, como eu consigo isso? Desviei o olhar — Sasuke-san, fala logo o que você quer...
— Sasuke-kun, Sakura, kun! — ele disse me olhando sério e segurando em meus ombros — E você sabe muito bem, eu me declarei para você aquele dia! — ele me olhou nos olhos e não desviou enquanto falava — Será que é difícil para a Irritante entender que enfim teve meu coração por inteiro? Será que não vê que eu te quero e muito? — eu queria me soltar das mãos de Sasuke e do olhar dele, mas não conseguia — Porque Sakura?
— Porque eu não quero me enganar outra vez Sasuke — eu disse fechando os olhos para não olhar pra ele — Porque meu coração não aguentaria aquilo outra vez... — eu mordi o lábio inferior — Eu não vou aguentar te entregar o que sobrou do meu coração e você me deixar novamente, como se eu não fosse nada, não vou aguentar chorar novamente todas as noites e não vou aguentar continuar te amando mesmo depois de tudo, enquanto eu deveria estar te odiando!!!
Não falei mais nada, não depois de Sasuke ter me beijado tão depressa. Seus lábios forçavam o meu a responder rapidamente e avidamente. Sasuke me beijava com medo, receio e com certo arrependimento e eu somente o correspondia, com raiva, tristeza e com amor. Nossas línguas travam aquela guerra particular delas. As mãos de Sasuke acariciavam a extensão de minhas costas e eu enfiava minhas mãos em seus cabelos, os bagunçando ainda mais.
— Me perdoe Shitashi — ele disse assim que nos afastamos e ainda de olhos fechados, então ele não viu os meus arregalados — Eu não queria que você sofresse dessa forma... Eu só queria que você continuasse a me amar, apesar de tudo — ele abriu os olhos me fitando — Eu nunca tive tanta certeza de uma coisa Sakura, como eu tenho de você... — seu olhar era intenso — Por isso, me deixa cuidar de você, me deixa te amar da melhor maneira que eu sei — ele acariciou o meu rosto — Me deixa ser somente seu, assim como eu quero que seja somente minha...
Eu fechei os olhos aceitando o carinho. Será que eu não poderia me entregar a quem eu sempre quis? A quem eu sempre desejei que fosse o meu primeiro, não importando como fosse? Porque não posso fingir que essas palavras são reais e que ele realmente me ama? Sendo assim, eu veria a minha noite com ele como de amor e não como sexo... Mesmo que eu me arrependa amanhã, mesmo que eu erre feio com essa decisão, eu preciso pensar no agora e no quanto eu amo Uchiha Sasuke nesse momento, de certa forma feliz para mim... Amanhã eu penso nas consequências, hoje eu quero pensar somente no amor que Sasuke diz ter por mim e no amor que eu tenho por ele.
Nesse momento eu serei a Sakura de antes, a Sakura que eu tentei matar a tanto custo e que só me fez ficar mais apaixonada por esse homem, e ele será somente meu Sasuke-kun, sem vingança, sem outras mulheres, sem mais ninguém... Nesse momento seremos somente Sasuke e Sakura.
Eu abri os olhos e ele me olhava o tempo inteiro. Fiquei na ponta dos pés e o beijei novamente, mais devagar dessa vez — Me faça sua por essa noite, Sasuke-kun — eu disse levemente corada, Sasuke esticou a mão e apagou a luz, agora só era visível sua silhueta pela luz da lua que entrava no quarto pela janela que tinha as cortinas abertas.
— Eu prometo que serei cuidadoso Sakura e te mostrarei todo o meu amor por você — e me beijou novamente.