Capítulo 20

Caminhamos um pouco, já esta entardecendo. Shippou continua em meu colo e ele esta cochilando teve um dia cansativo, Sesshoumaru caminha ao meu lado, Miroku e Sango mais a frente de nós e Inu-yasha e Kikyou estão muito mais na frente. Kikyou de vez em quando me lança olhares de puro ódio, mas nem ligo. Inu-yasha algumas vezes tenta se virar para olhar em nossa direção, mas Kikyou não deixa, é ate engraçado de se ver, pelo menos eu achava engraçado de ver...

Nada absolutamente nada do que eu disse era mentira, ela estava com Inu-yasha no dia em que voltei, eu vi, então não sei por que de todo esse ódio, ela devia estar feliz tirou um empecilho do caminho dela, agora era só ela e Inu-yasha e eu não iria mais atrapalhá-los ela deveria me agradecer e não se zangar comigo... Eu não amo mais Inu-yasha, eu já o amei muito ate suportei de tudo por ele, mas sempre tive esperanças que ele me escolhesse, ate porque Kikyou já está morta e no fundo eu pensei que seria eu a escolha, mas não ele a escolheu, sempre ela, ele já tinha a resposta, só me deixou criar esperanças e tirar conclusões erradas...

Mas espera aí se todo esse tempo ele estava com ela, então ele quer os fragmentos... Para reviver ela! Como eu pude ser tão idiota? Esse tempo todo ele fez tudo por ela? Cômico de ver a minha cara de idiota! Estou tão perdida em pensamentos que não percebo um galho em minha frente e tropeço indo em direção ao chão, só não caí porque Sesshoumaru me segurou, já tinha sentido o olhar dele em mim antes, mas não queria conversar com ele agora, não sobre esse assunto.

Sesshoumaru me fita com um olhar interrogativo – Esta tudo bem Kagome? – me disse ele baixinho para só eu escutar – este Sesshoumaru percebeu que você não está prestando muita atenção por onde anda. – ele olha diretamente em meus olhos – Está chateada com Inu-yasha? – sua expressão era a de sempre, mas seus olhos me mostraram agonia, já tinha visto ele tantas vezes que já estava aprendendo a distinguir os olhares dele.

– Desculpe-me Sesshoumaru – eu disse baixinho sussurrando sabia que ele me escutava muito bem e ele ainda segurava em meu braço – eu sempre te dando trabalho né? – olho diretamente em seus olhos cor de âmbar e me perco neles por um segundo, mas recomponho-me e abro o sorriso mais sincero que tenho – Esta tudo bem comigo sim... E eu não estou chateada com Inu-yasha, Sesshoumaru, eu não sinto mais nada por ele, não amor somente carinho como um amigo. Eu estava pensando como eu pude ser tão cega e idiota por tanto tempo? Acabei de pensar em porque Inu-yasha queria tanto os fragmentos, ele sempre teve a escolha em mãos, sempre foi ela. Mas não me importo mais. – olhei para frente e vi que Inu-yasha havia parado na beira de um rio e olhava diretamente para mim e Sesshoumaru, fingi não ver a expressão dele e voltei a andar com Sesshoumaru ao meu lado.

– Vamos para aqui pessoal – dizia Inu-yasha com Kikyou ao seu lado – Agora podemos conversar.

Sango e Miroku montaram uma fogueira e logo se sentaram eu pedi para Sango estender meu saco de dormir e coloquei Shippou em cima dele, meu menino ainda dormia tranquilamente, Inu-yasha e Kikyou se sentaram do outro lado e mais afastados dos outros e principalmente de mim, eu me sentei próximo a uma arvore e Sesshoumaru se sentou ao meu lado não estávamos tão próximos, mas também não estávamos tão distantes, nossa distancia era somente um esticar do meu braço, nesse instante volto a olhar para Inu-yasha e percebo que ele olha para Sesshoumaru como se dissesse se afaste dela e Sesshoumaru somente o olhava de maneira fria, o ignorando completamente.

– Então – eu disse para cortar a tensão entre eles – como vocês encontraram os três?

Sango me contou como eles haviam encontrado Hakudoushi, Kanna e Kagura. - Estávamos caminhando quando fomos atacados de repente pelos três - Sango olha para mim - como você tinha conseguido fugir de Naraku - ela desvia o olhar, e sei que é para eu não ver a dor neles - ele queria você de novo Kagome – Sesshoumaru fica tenso, como estou próxima eu consigo sentir essa tensão vinda dele - mas como você não estava Naraku mandou levar então Kikyou para que o ajudasse a achar os fragmentos que faltam, por isso eles nos atacaram - Sango olha para mim novamente - Kagura disse que Naraku tinha mandado matar Shippou para você aprender e que não adianta você fugir, pois ele ainda ia te ter – estremeci nesse comentário, Sesshoumaru ao meu lado se contrai, mas só eu percebo, ele esta irritado – e quando Kagura atacou a primeira vez mirando em Shippou, Inu-yasha o defendeu mas Hakudoushi o atacou novamente e se voltou para Kykiou – ela olha para Shippou dormindo tranquilamente - e quando Kagura o atacou novamente não tinha mais como ninguém o defender - uma lagrima escorre do rosto da exterminadora e no meu também, nunca fiquei tão perto de perder meu menino. - e pensamos que ele fosse realmente morrer, mas aí Sesshoumaru apareceu e o salvou.

Olho para Sesshoumaru agradecida, ele sabe o quanto Shippou é importante para mim, Sesshoumaru sabe que se Shippou morrer eu ia sofrer muito. Sesshoumaru percebe que o estou observando, ele se vira para mim e me da um sorriso discreto, já eu abro um sorriso tão sincero e agradecido que ele fica desconcertado, ele olha para frente e seu olhar muda para ódio, não entendo e olho na mesma direção que ele e vejo Inu-yasha nos encarando.

– E você Kagome – disse Inu-yasha irritado – há quanto tempo estava lá?

– Eu cheguei no momento em que Kagura atacava meu menino – eu disse séria – vi você o defendendo uma vez e depois vi você o abandonando, como se ele não estivesse correndo perigo – olho para Shippou que dormia ainda - se Sesshoumaru não chega a tempo eu o teria perdido, e você seria o culpado. – Olhei para ele de maneira fria – Quando vi Sesshoumaru atacando com a Bakusaiga, vi que a barreira tinha ficado fraca e decidi agir e atacar eles de uma vez. Como eles não sabiam de minha presença eu era um trunfo, um ataque surpresa.

– Mas como eu não te percebi lá? – disse Inu-yasha não querendo comentar minhas acusações, sabia que eu estava certa – E nem Sesshoumaru?

– Isso não é obvio Inu-yasha? – eu disse friamente – Escondi meu cheiro e presença.

Inu-yasha me olhava com um olhar cheio de receio e dor, mas não me importo com ele, eu o amei e ele não se importou.

– Mas como você nos achou? – perguntou-me Miroku – Estamos muito longe do vilarejo e respectivamente do poço.

– Ah – eu disse ficando sem graça – já tem mais de duas semanas que eu voltei – desvio o olhar para o chão – escondi meu cheiro e presença desde a minha era...

Sesshoumaru estava ao me lado me olhava de maneira interrogativa e eu sei que ele quer explicações, Inu-yasha me olhava da mesma maneira.

– DUAS SEMANAS – gritou Sango - Você nem para me avisar!!! – ela olha para mim magoada, eu sei que eu errei – Eu morrendo de preocupação, pensando que nunca mais você fosse voltar...

Corri até ela e a abracei – Me desculpa Sango... – uma lagrima escorreu de meus olhos – eu só queria ficar longe do Inu-yasha – disse no ouvido dela e depois falei normal – Não de você...

Sango me dá um sorriso compreensivo e sei que estou perdoada. Continuamos conversando um pouco ate todos sentirem sono.

– Bom Kagome – disse Inu-yasha – onde você vai dormir? - ele olha para Sesshoumaru e diz - E você Sesshoumaru já pode ir.

– Espera Sesshoumaru – eu disse calmamente – Inu-yasha eu não vou mais me juntar ao grupo, eu tinha deixado isso bem claro. – peguei minha mochila e tirei as coisas que eu trouxe – Aqui estão suas batatas-fritas, os doces do meu menino e as coisas para vocês dois – disse apontando para Sango e Miroku - mas vocês vão ter que entregar os doces para Shippou diga para ele que eu vou voltar depois para passar um dia com ele. – me virei para Sesshoumaru - e eu vou com você, trouxe umas coisas da minha era para Rin, se você não se importar é claro. Eu quero que ela prove também...

– Este Sesshoumaru não se importa Kagome – disse ele – Rin ficara feliz que você se importa com ela.

Todos são surpreendidos pelo grito do Hanyou.

– VOCÊ NÃO VAI!!! – grita Inu-yasha que me assusta um pouco – porque você só quer sair por ai com Sesshoumaru? Ele é mais importante do que nos? – ele me olha com dor em seus olhos, o que me irrita profundamente – Você vai seguir viagem com ele? Um youkai que detesta os humanos? Que tentou te matar...

– EU VOU ONDE EU QUISER!!!!- gritei de volta e visivelmente irritada – eu não estou falando que vou ficar em viagem com ele, só quero ver Rin, apesar de tudo gosto dela tanto quanto gosto de Shippou! E se ele for mais importante ou não, eu quem decido! E daí que ele tentou me matar, ou que ele odeie os humanos? Isso não é nada diferente de você! E PARA DE SE METER NA MINHA VIDA!!!! Eu não me chamo Kikyou, ELA que é SUA namorada, não eu!!!

Dizendo isso, dei um abraço em Sango e em Miroku dizendo no ouvido de cada um que eu voltaria logo, peguei Shippou no colo dei um beijo nele que dormia tranquilamente e entreguei a Sango, precisava do meu saco de dormir de volta o enrolei e coloquei de volta na mochila e me dirigi a Sesshoumaru, quando estava me aproximando dele vejo sua expressão mudar para ódio e não entendo, ate sentir meu braço sendo puxado.

– Kagome - dizia Inu-yasha com dor e pesar na voz – fica.

– VOCÊ ENLOUQUECEU??- gritei com uma ira incontrolável que crescia dentro de mim – me larga agora! Eu vou onde eu quiser! Você não tem mais esse direito sobre mim, e quer saber SENTA!!! Você fez sua escolha e ela não foi eu! – me aproximei de Sesshoumaru – Vamos?

– Vamos Kagome – dizia Sesshoumaru um pouco mais calmo, mas ainda fuzilava Inu-yasha com os olhos.

Peguei minha mochila, Joyeuse, os arco e flechas e dei um ultimo tchau a todos. Comecei a correr na frente, sabia que Sesshoumaru me alcançaria ate porque não estava correndo tão rápido, só queria sair de lá o mais rápido possível. Logo ele estava ao meu lado, corri mais uns quilômetros e parei próximo ao rio, mas bem longe de onde estava Inu-yasha, Sesshoumaru me olhou de forma intrigado e se aproximou de mim quando ia me perguntar o que houve eu o fitei naqueles lindos olhos cor de âmbar e me mostrei firme.

– Sesshoumaru – eu disse ainda olhando em seus olhos – precisamos conversar.