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    16
    Capítulos:

    Capítulo 8

    Visita ao hospital

    Homossexualidade, Spoiler

    Desculpem o atraso! Não consegui postar na quinta porque só consegui digitar metade do capítulo, mas aqui está.

    Era impossível não pensar, não me preocupar com aquelas imagens todas na minha cabeça. Parecia que havia acontecido de verdade, eu estava exausta, como se houvesse mesmo passado por aquilo tudo há poucos minutos. Minhas pernas estavam doendo, eu estava com a cabeça girando um pouco e a temperatura do meu corpo havia baixado um pouco, sorte que Sekine me emprestou um de seus casacos, senão eu estaria morrendo de frio a essa hora da manhã.

    A primeira aula era de geografia e a professora nos passou um trabalho em duplas, Sekine sentou logo do meu lado e enquanto preenchia o cabeçalho na folha, foi interrogando sobre a minha situação. Eu não era um livro aberto para qualquer pessoa, mas acho que esta situação estava me fazendo tornar mais sensível a cada dia que se passava.

    — Hisako-san, eu andei notando que você está aérea nesses últimos momentos desde que acordou... Você dormiu bem?

    — Não se preocupe Sekine-chan, eu dormi bem sim. Demorou um pouco para o sono vir, mas eu acabei adormecendo de madrugada.

    — Mesmo assim... Você parece exausta... Não costuma acordar cedo? – Ela sorriu e eu suspirei baixo, tendo devaneios do sonho passando na frente dos meus olhos escuros.

    — Na verdade, eu sonhei com a Iwasawa-san... – Ela ficou um tanto surpresa e perguntou animada.

    — E foi um sonho bom? É sempre ótimo estar ao lado da Iwasawa-san, mesmo que seja por sonho. – Coloquei as mãos na cabeça, apoiando os cotovelos na cadeira.

    — Ela não parecia estar bem nesse sonho... Estava machucada e eu a perdi de vista... – Foi à vez de a loira suspirar e o brilho de seus olhos azuis havia diminuído, me senti um pouco mal por aquilo.

    — Você sente mesmo saudades dela, não é..? Quando a pessoa começa a aparecer nos seus sonhos, é porque o corpo está procurando uma maneira de suprir a falta dessa pessoa. – Concordei com a cabeça, me recompondo para voltar a fazer o trabalho.

    — Sim, muita... Mas o que mais me deixa assim é que foi tão real que meu coração está apertado até agora, como se eu tivesse a encontrado mesmo naquela situação, como se fosse real... – Sekine apertou meu ombro e tentou me reanimar.

    — Fique calma... Eu também sinto muitas saudades da Irie, eu entendo perfeitamente como se sente... Podemos contar uma com a outra sempre, certo? – Comecei a rabiscar na folha de respostas, processando tudo o que havia acontecido nessa noite. A sensação de que tudo fora real era muito presente...

    — Você está certa. Agora vamos terminar isso antes que a professora resolva encerrar o prazo de entrega. – Ri baixo, disfarçando minha confusão do momento.

    — Verdade, vamos andar com isso.

    No andar do tempo, o fim das aulas chegou e me encontrei com Yuri e Sekine no final do corredor, perto da porta de saída da escola. Fui quase correndo, eu já estava ansiosa pelo o que estava por vir.

    — Hisako-san, está na hora, certo? Nós vamos dar um momento especial para Yui hoje, sei que ela deve estar desanimada com a vida de ficar trancada lá naquele hospital, então vamos fazê-la se sentir melhor. – Yuri já foi se expressando, nos guiando para fora da escola.

    — Sem a menor sombra de dúvidas, ela não merece ser privada de viver o mundo lá fora... Ela é enérgica demais pra isso... –Respondi, lembrando-me dos momentos em que eu implicava com a maneira exagerada de Yui se expressar quando resolvíamos ensaiar.

    — Nós podíamos levar algumas flores para ela e algo para animá-la. – Sekine sugeriu timidamente.

    — É por isso que vamos nos encontrar com a Kanade-chan na Avenida, ela disse que também ia fazer uma visita e pelo que eu sei, ela começou a trabalhar em uma floricultura por meio período recentemente. – Depois que Yuri afirmou, então tive certeza do por que ela havia resolvido participar do clube de jardinagem. Eu não tinha uma ideia fixa do quanto ela gostava de flores.

    Minutos depois chegamos à Avenida e Kanade estava a nossa espera junto com um jovem dos cabelos castanhos claro, quase ruivos. Ao nos aproximar, ambos fizeram um pequeno aceno e o garoto nos olhou curiosamente.

    — Tenho a sensação de que as conheço de algum lugar... – Ele disse, coçando atrás da cabeça, na nuca.

    — Otonashi-kun, essas são Hisako e Sekine, das Girls Dead Monster. Não lembra? – Ele abriu um sorriso animado e nos cumprimentou.

    — Hisako-san, Sekine-san, que bom vê-las novamente!

    — É bom saber que você está por aqui também, você e a Kanade-san formam um belo casal. – Ambos coraram e Sekine riu baixinho.

    —É bom ver você também, Otonashi-kun. – Depois de uma pequena conversa que houve para discutirmos o que iríamos levar para nossa amiga, seguimos adiante até o hospital que não estava tão longe.

    Quando chegamos ao hospital, os médicos nos deram permissão para entrar e Yuri já foi abrindo a porta sem bater e encontramos um garoto dos cabelos azuis aos beijos com nossa menina dos cabelos cor-de-rosa. Uma gota desceu pelas nossas testas no mesmo momento.

    — Y-Yuri-san, acho que estamos interrompendo alguma coisa... – O casal logo se soltou e quando resolvemos sair dali, o garoto nos chamou.

    — Hey, voltem aqui! Está tudo bem! – Yuri deu um passo para trás, decidindo entrar no quarto e me trouxe pela mão.

    — Ok seu idiota. Você podia se conter sabendo que iríamos vir pra cá. – Ele coçou a nuca, pedindo desculpas. – Enfim, você se lembra da Hisako-san? – Eu acenei e fiz uma reverencia e ela se virou para mim. – Hisako, esse é o Hinata-kun.

    — Hinata-kun, não esperava lhe ver tão cedo. – Ele apertou minha mão e sorriu gentilmente.

    — Hisako-san! Senti falta dos seus shows com a banda. Yui falou bastante sobre querer vê-las todas juntas novamente um dia. – Yuri sorriu pra mim, acho que acabamos pronunciando a mesma frase juntas.

    — Nós temos uma surpresa pra você, Yui-chan! – A garota já abriu um sorriso enorme, ansiosa.

    — Jura? O que é?! – Fui para fora do quarto e puxei Sekine pela mão, trazendo-a para dentro.

    — O-Oi Yui-chan... – A loira acenou timidamente e um brilho intenso apareceu nos olhos rosados de Yui.

    — Sekine-chan! Que saudades! – Ela abriu os braços de uma maneira tão carente que foi impossível Sekine resistir à vontade de ir abraçá-la, mas deu pra ver que ela tomou certo cuidado para não apertá-la tanto assim.

    — É tão bom ver vocês três juntas de novo. – Otonashi se pronunciou, cruzando os braços, mas com um típico sorriso no rosto.

    — Otonashi, há quanto tempo! – Os dois amigos de longa data se cumprimentaram. Acho que todo mundo estava meio que em família agora.

    Ficamos alguns minutos conversando de como cada um estava seguindo suas vidas atualmente, descobri muitas coisas que me deixaram contente. Hinata entrou em um time de beisebol renomado na cidade, ele havia ganhado vários troféus em torneios escolares. Otonashi estava na faculdade, cursando medicina e estagiando como enfermeiro neste mesmo hospital, ele ajudava Hinata e a mãe de Yui a cuidarem dela. Yuri estava pensando em fazer direito e trabalhar em algum órgão de defesa do país.

    —A conversa está ótima, mas os médicos nos disseram que só podem ficar no máximo mais duas pessoas aqui. Então vamos nos dividir em dupla para passar um tempinho com a Yui até chegar a hora do almoço que é em uma hora, okay? – Yuri tomou a frente como sempre.

    — Ela tem razão, temos que ir em duplas. Hisako e Sekine, já que estão aqui, podem ficar mais um pouco? Nós três vamos comprar algo para o almoço. – Otonashi nos confiou que ficasse ali e saiu com Yuri e Hinata.


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