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Assim que cheguei já fui entrando em casa e fui direto para meu quarto dormir. Por ser tarde já estavam todos dormindo, estava tão cansada que dormi do jeito que estava, com a roupa suja mesmo.
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Quando acordei descobri que minha mãe já tinha voltado da viagem, mas não estava em casa. Alias ninguém estava em casa... Souta deve estar na escola e vovô deve estar dormindo no quarto ainda, então essa é minha deixa. Sai do meu quarto correndo e entrei no banheiro. Eu estava toda suja e muito machucada, tenho que limpar o ferimento do meu abdômen antes que minha mãe chegue. Minha mãe não pode ver essa ferida e também antes que ele infeccione.
Tiro minha roupa e tomo um banho bem quente, demorado e relaxante. Eu estou péssima, todo meu corpo esta arranhado e meu abdômen, bem... Esta doendo muito. Tomo meu banho e faço o curativo na minha ferida, vou ao meu quarto e pego um vestido vermelho de alcinha, ele é bem justo ao meu corpo. Vou aproveitar que mamãe não esta em casa para lavar essa roupa. Desço em direção à lavanderia, coloco a roupa na maquina e a programo, ela começa o processo de lavagem. Vou em direção a cozinha e nesse instante a porta se abre e vejo mamãe entrando.
– Olá mamãe! – e já pulo em cima dela – Como você esta?
– Kagome!!! – gritou ela me abraçando – mas que arranhões são esses?
– Longa historia – eu disse desconversando – Cadê o vovô e o Souta?
– Souta está na escola – disse mamãe sorrindo – e o vovô deve estar dormindo... E você como esta?
Sentei com minha mãe e contei para ela o que aconteceu. Contei sobre Inu-yasha e Kikyou, disse a ela que já não amava mais o Inu-yasha, que eu tinha ficado mais forte, mas encobri Sesshoumaru, o que eu tinha feito com ele e que eu possivelmente o amo, o que tinha acontecido com relação à Naraku e que tinha me separado de Inu-yasha, se minha mãe descobre ela não me deixara voltar. Passamos uma manhã agradável, logo vovô acordou e Souta chegou da escola.
De tarde eu aproveitei para passear um pouco, encontrei minhas amigas e também Houjo, ele novamente me chamou para sair, mas inventei uma desculpa qualquer, não queria sair com ele, na verdade com ninguém que não tivesse um cabelo branco na altura dos joelhos. Fui a uma soverteria com as meninas e colocamos o papo em dia, só voltei para casa na hora do jantar. Jantamos em família e logo fui dormir, ainda estava muito cansada.
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Já se passaram quatro dias desde que cheguei a minha era, o dia passou rápido, quando percebi já estava de noite e eu já estava deitada na minha cama, numa tentativa inútil de dormir, ate porque eu ainda estou muito confusa com relação a tudo o que aconteceu. Aquilo que Sesshoumaru me disse antes de eu pular no poço não saí da minha cabeça, ele disse que é diferente de Inu-yasha, e quando ele disse isso eu não sei algo dentro de mim se alegrou, não resisti e o beijei, com toda a alegria que eu estava sentindo e com todo meu coração.
Será que estou apaixonada por ele? Começo a me lembrar das duas vezes em que transamos, e foi maravilhoso. Ele o tempo todo preocupado comigo e sempre muito carinhoso e gentil. E quando ele veio me salvar, não sei, não queria que mais ninguém viesse somente ele, se eu fosse morrer, queria vê-lo pelo menos mais uma vez... Sei que para ele não deve ser nada especial. Que para ele eu posso ser somente mais uma, ate porque Sesshoumaru já tem mais de 500 anos e já deve ter tido muitas youkais...
Mas uma coisa eu não entendo se ele sente tanta repulsa pelos humanos, porque ele transou comigo? E duas vezes... A cada dia que passa eu fico mais confusa em relação a Sesshoumaru. Mas sim eu não queria ter que admitir, mas se não o fizer não vou ter paz em meu coração, eu me apaixonei por Sesshoumaru, ele sabe ser gentil e pelo menos comigo – fora Rin é claro – ele se preocupa. Veio atrás de mim às duas vezes. Será que ele está falando a verdade? Será que ele gosta de mim? Será que eu realmente sou importante? Em meio a esses pensamentos eu acabo dormindo.
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Está na hora de voltar, já se passou uma semana que estou aqui e não tem mais porque eu ficar aqui, minha energia esta totalmente recuperada e eu já descansei o bastante, nesse momento estou arrumando minha mochila, com os doces do Shippou, as batatas fritas de Inu-yasha - eu não queria levar, mas... Se eu não levar, ele vem buscar e eu não o quero aqui... -, e outras coisas para Sango, Miroku e para Rin, ela ainda não experimentou os doces e nem nada daqui, acho que ela vai gostar...
Já me decidi assim que possível eu vou ter uma conversa com Sesshy... Sesshy? De onde eu tirei isso?? Com Sesshoumaru. Vou por os pingos nos is e vamos ver no que vai dar... Mas no fundo eu sei, não adianta eu ficar com ele, eu sou humana e logo, logo eu irei morrer, é besteira pensar nisso, em querer ficar com ele, mesmo gostando dele, minha vida vai passar para ele como num piscar de olhos... E se eu ficar com ele, só vou fazê-lo sofrer...
Sofrer, ate pouco tempo atrás quem sofria era eu... Decido afastar esses pensamentos, não posso ficar pensando em Sesshoumaru, eu tenho que focar em derrotar o Naraku. Termino de arrumar minha mochila, pego o arco e flechas, Joyeuse e os fragmentos, que não foram roubados por Naraku, pois estavam na mochila e quando eu fui sequestrada ela não foi comigo, Sesshoumaru que a pegou na clareira e a guardou. Quando peguei minha mochila de volta a primeira coisa que eu olhei foi se eles ainda estavam lá.
Despeço-me de minha família e me dirijo ao poço. Quando entro Buyo pula em mim e eu me assusto, isso me trás um déjà vu, pois por causa de Buyo que eu entrei no santuário do poço e a mulher centopeia me puxou para a Era Feudal. Penso um pouco e decido que vou ficar um tempo sozinha por lá é melhor me afastar um pouco. Então encubro meu cheiro e presença daqui, porque Inu-yasha pode estar no vilarejo e vai saber que eu cheguei, não quero ele atrás de mim. Pulo no poço e volto para a Era Feudal.
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Já se passaram duas semanas desde que eu voltei a Era Feudal, estou andando a caminho de uma grande massa de energia que estou sentindo, só pode ter dedo do Naraku nisso. Mas ainda estou um pouco distante, desde que voltei estou escondendo meu cheiro e presença, não queria encontra com Inu-yasha, ele ia me encher para voltar para o grupo, e eu não quero ficar junto de Kikyou.
Sesshoumaru, eu também não o encontrei, um dia estava caminhando e senti a presença dele, me escondi e ele não me viu, fiquei parada onde estava o observando de longe ate ele se afastar porque ele tem uma audição aguçada e poderia ouvir meus passos. Lutei contra alguns youkais, mas nada demais, eles eram muito fracos...
Já estou muito mais próxima agora e decido dar uma olhada, vou caminhando lentamente ate me aproximar de uma clareira muito grande no meio da floresta, me escondo atrás de uma arvora e olho, quando enxergo o que realmente está acontecendo eu me assusto. Inu-yasha e os outros estão lutando contra Kanna, Kagura e Hakudoushi, passei os olhos pela clareira e vejo Sango e Miroku lutando contra Kagura e Kanna, Inu-yasha luta contra Hakudoushi.
Shippou está afastado pulando e esquivando dos ataques de Kagura que eram dirigidos a ele. Sinto uma raiva crescendo dentro de mim com todas as minhas forças, quem ela pensa que é atacando meu menino assim? Quando ia reagir escuto Inu-yasha gritar:
– Ferida do vento! – atacando Kagura em seguida – Eu não vou deixar você ferir ele. “ele é muito especial para Kagome, se ele morrer, ela não vai me perdoar!” – mas recebeu um ataque em cheio de Hakudoushi.
– Não me ignore – falava Hakudoushi – Quem você pensa que é meio youkai!
Nesse instante Kikyou atira uma flecha na direção de Hakudoushi, mas ele não se importou, fez uma barreira e parou a flecha no mesmo instante. Hakudoushi foi para cima dela e Inu-yasha foi defendê-la deixando Shippou desprotegido nesse instante Kagura se livra do ataque de Sango devolvendo o osso voador na direção dela e ele acerta Sango em cheio, no mesmo instante Kagura mira em Shippou novamente. Meu mundo para, eu não ia conseguir a tempo, meu menino ia morrer. Inconscientemente começo a andar, mas paro no mesmo instante, quando o vejo e ele salvou meu menino...
Sesshoumaru está com Shippou em seus braços, ele olha para Shippou e o coloca no chão, Shippou corre para longe da luta ele chorava muito, como eu quero abraçar meu menino nesse momento.
A luta continua árdua e eu estou esperando um momento em que os três fiquem juntos, para eu atacá-los, como eles não sabem de minha presença é um golpe de sorte da nossa parte. Kanna é a mais ferida, ela não tem experiência em lutas, Kagura e Hakudoushi só estão cansados. Sesshoumaru ataca novamente com a Bakusaiga e acerta a barreira de Hakudoushi a enfraquecendo consideravelmente. Nesse instante Hakudoushi grita para Kanna e Kagura:
– Vamos fugir daqui!!!! – desfez a barreira – Agora!!!
No mesmo momento Kanna e Kagura se aproximam dele e ele refaz a barreira, mas eu percebo que está fraca se eu não agir agora não vou mais ter outra oportunidade como essa. Libero toda a minha energia espiritual, pego o arco e flecha, miro – e nesse instante meu cheiro também é liberado, Sesshoumaru sente meu cheiro primeiro e me olha de maneira terna, Inu-yasha sente um pouco depois, mas também me olha de forma aliviada – e atiro a flecha mais poderosa que tenho.
Os acertando em cheio, Hakudoushi ainda tenta fugir, mas como eu atirei diretamente na barreira ela foi desintegrada no mesmo instante e os três foram purificados, os matando instantaneamente. Volto ao normal e não conseguindo mais me conter corro até Shippou.
– Meu menino - disse com as lagrimas voltando aos meus olhos – pensei que fosse te perder! – depois que peguei Shippou nos braços me aproximo de Sesshoumaru, olho bem fundo naqueles olhos cor de âmbar que me fitam intensos, com saudade, felizes em me ver, nossos corpos estavam próximos e meu coração acelerado, tanto pelo medo de perder Shippou quanto por vê-lo – Muito obrigada! – disse sem jeito e sorri de maneira sincera.
Inu-yasha e Kikyou estão mais afastados, mas Inu-yasha me fita de forma terna e com certo desejo, finjo não perceber e isso me irrita “Quem ele pensa que é!”, Miroku e Sango se aproximam.
– Kagome! – disse Miroku – Você foi incrível!!!! – ele me deu um leve abraço.
– É verdade Kagome – disse Sango com uma alegria em me ver – Você derrotou os três com uma única flecha! – e após isso ela me abraça, se afastando logo em seguida.
Nesse instante Inu-yasha se aproxima com Kikyou grudada em seu braço, acho a cena cômica, ela queria me passar que Inu-yasha era dela, mas nem me importo, não sinto mais nada por ele. Estou próximo a Sesshoumaru ainda e o sinto passar a mãos nas minhas costas de forma imperceptível para os outros, como se me dissesse “não precisa se preocupar com eles, eu estou aqui”, dei um passo para trás quase me encostando a ele. Pude o sentir sorrindo atrás de mim. Inu-yasha olhava estranho para essa aproximação, mas ignorei.
– Kagome – disse Inu-yasha sério, a sensação que eu tinha era que ele queria me pegar e sair correndo comigo, para longe de Sesshoumaru – há quanto tempo você esta ai? – ele olha para mim e para Sesshoumaru novamente, ia dizer algo, mas mudou de ideia.
– Vamos para um lugar mais sossegado? – disse fitando a todos – ai eu te explico Inu-yasha – disse o olhando de maneira fria – Você também vem Sesshoumaru? – disse me virando para fitá-lo de maneira terna e com um sorriso em meu rosto.
– Claro – disse Sesshoumaru – este Sesshoumaru também quer saber. – e após isso ele me da um sorriso simples e discreto, mas exclusivo para mim.
Após isso começamos a caminhar em direção a um lugar tranquilo. Sesshoumaru foi o tempo todo ao meu lado. Se pudesse teria andado de mãos dadas com ele...