Lendas De Terror.

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    Capítulos:

    Capítulo 4

    A Invocação No Quarto Escuro (Parte 2)

    (Anahí Jhully)

    Renato assentiu com a cabeça e todos entraram. O porão da Rafaele não era tão grande quanto ele imaginava, estava mais com cara de depósito e tinha um cheio terrível de mofo. Havia muitos objetos antigos jogados no chão. -Vamos logo com isso, seu palerma! Quero ficar sozinho com minha vampirinha. Não sei onde eu estava com a cabeça quando chamei esse cara de bunda pra cá. Renato disse que para dar inicio ao ritual eles precisariam apagar todas as luzes e usar uma vela comum. Primeiro deveriam chamar o nome do Horthembrak por seis vezes e só depois acender a vela. Spencer pareceu meio confuso:

     -Como é essa porra? -O que? -Como lê isso? -Ah, sim!

     Lê assim: Rortembraqui!

    Parece nome de peixe...hahahahaha Rafaele já chateada falou:

     -Vamos logo Spencer! Não temos o dia todo, daqui a pouco dá dez horas.

     -Ta! Bora logo mané. Apagaram as luzes e Renato sentiu uma tapa no rosto que fez um som surdo: Paf! Renato assustado perguntou: -O que diabos foi isso? E Rafaele Respondeu: -Não se faça de tolo seu babaca! Você aproveitou-se da situação pra pegar nos meus peitos. Dai ouviu-se a voz de Spencer: Fui eu amor! Não pude resistir! Os dois riram, mas Renato não achou muita graça. Sua cara ainda estava ardendo. Spencer ficou sério e começou: - Horthembrak, Horthembrak, Horthembrak! Venha até nos, hoje queremos ter a honra da sua companhia. Houve um silêncio ensurdecedor, que só foi cortado pelo riscar dos fósforos de Rafaele. Mas, no exato momento, em a tênue chama iluminou o quarto, eles puderam ver de relance um rosto humano muito pálido, parecia com de uma pessoa, mas não tinha pêlo algum sobre a cabeça nem pelo rosto e também não tinha olhos, nariz ou orelhas, apenas uma boca que expunha uma língua comprida como de cobra.

    Aquela visão foi rápida logo em seguida o ser desapareceu nas sombras. A gritaria foi instantânea. Rafaele, mesmo assustada, saiu cambaleante até o interruptor e conseguiu acender as luzes, mas não havia nada no local. Todos estavam arfantes e olhando em todas as direções. Spencer muito assustado perguntou: -Que merda foi aquilo? Renato não podia perder a oportunidade: - Não é você o senhor das sombras? Explique. Spencer enfurecido partiu pra cima de Renato tentando soca-lo, mas Renato conseguia desvencilhar-se em todas, até que Rafaele interrompeu. -Parem com isso vocês dois! Isso...Isso não foi nada, ta? Foi só uma alucinação coletiva...E...E...fi-ficamos impressionados com a história que o Renato Cabaço contou, só isso. Os dois ficaram em silencio por um tempo, quando Rafaele falou novamente: -Dá o fora daqui Renato Cabaço! E se você falar pra alguém o que aconteceu aqui eu juro por todos os demônios que arranco fora esse seu pau virgem. Renato saiu correndo quase que de imediato. Os dois ficaram na casa ainda espavoridos olhando para o chão. Depois de algum tempo fecharam a casa tentaram transar, mas a noite estava completamente sem clima. Spencer estava indignado. –Ah como eu queria amassar a cara daquele otário. Pela manhã no colégio Spencer e Rafaele chegaram atrasados e assim que entraram em sala viram que Renato não havia chegado ainda e Spencer falou: Deve ter ficado em casa, aquele cagão! Sabia que hoje eu ia quebrar a cara dele. Logo em seguida o professor entra na sala com a face meio consternada e disse: Bom garotos... Tenho uma notícia um pouco triste para lhes dar... Parece que o amigo de vocês o Renato estava tendo alguns problemas familiares ou conjugais e hoje pela manhã o encontram morto. Parece que foi suicídio. Spencer e Rafaele olharam-se e logo em seguida Rafaele perguntou: -Mas como foi que ele morreu? O Professor olhou para ela e disse: -Suicídio, já disse. Mas não era nisso que Rafaele estava interessado: -Não, refiro-me a que forma ele suicidou-se? O professor meio que sem jeito e fitando o chão respondeu: - Enforcamento, ele se enforcou. Houve um alvoroço tremendo, todos falavam entre si, até que o professor colocou ordem novamente e prosseguiu a aula. Naquele dia tudo foi terrível, Spencer não quis lanchar, apenas ficava imaginando o que levaria Renato Cabaço, um rapaz aparentemente saudável, a cometer suicídio? Não assistiu aos últimos tempos, nem se despediu de Rafaele, foi direto pra casa, passou o dia lendo e-mails e vendo orkut. Tentou dormir a noite, mas tinha pesadelos horríveis, com o ser sem olhos e nariz. No sonho a criatura lambia o sangue que escorria da boca de Renato. Acordou-se demasiado cansado e com olheiras tremendas. Seu pai apareceu no corredor: -Andou bebendo de novo? Quando vai tomar jeito seu vagabundo! Pegou suas roupas e foi até a casa de Rafaele. Chegando lá viu um tumulto tremendo em frente à casa de Rafaele, correu perguntando a todos o que estava acontecendo e uma senhora (Uma dessas vizinhas fofoqueiras) disse que ela havia sido encontrada com os pulsos cortados dentro do banheiro. Spencer desesperou-se correu, mas foi impedido de adentrar a casa, a família dela não queria vê-lo ali e fizeram questão de coloca-lo para fora. Voltou para casa, seu pai havia saído, foi até seu quarto e chorou copiosamente. Olhou para cima e gritou desesperado em fúria contra Deus: -Porque permitiu que aquela coisa afetasse minha vampirinha? Porque? Quando ouviu uma voz rouca ao mesmo tempo suava falar em suas costas: -Mas você sempre gostou das minhas coisas. Olhou em volta assustado, mas não viu ninguém, nada além do quarto vazio. Abriu a porta e não viu ninguém, fechou novamente e começou a ouvir diversas pessoas falando em sua mente, dizendo que ele era um lixo, que a vida era uma bobagem que nada daquilo era real. Spencer colocou as mãos sobre os ouvidos tentando calar a voz, mas de nada adiantava elas vinha de sua cabeça. Teve enjôo, vomitou o quarto inteiro, gritava feito um louco. Pedia que as vozes se calassem, mas elas continuavam a xinga-lo a difama-lo e a subjuga-lo, ele começou a sentir como se diversos dedos cutucassem suas costas e barriga. Correu tentando sair do quarto, mas sem querer escorregou no vomito e bateu com a cabeça na parede, sentiu uma dor lancinante, mas as vozes calaram-se. Levantou-se meio zonzo abriu a porta e saiu do quarto. Foi até a cozinha, tomou um copo com água e tentou respirar, ainda com a geladeira aberta, refrescou-se com o ar frio que dela saia. Fechou a porta e tentou sair da cozinha quando as vozes começaram novamente, desesperou-se de novo, começou a sentir espasmos, tentava gritar, mas era difícil respirar, lembrou-se da queda e bateu a cabeça na parede, por um momento relaxou tudo passou novamente, mas logo em seguida voltava. Bateu a cabeça mais duas vezes deixando escorrer um filete de sangue pela testa, isso silenciou as vozes por um tempo, tentou levantar-se, mas a sala parecia girar, foi então que as vozes voltaram, só que dessa vez, pareciam gritos de desespero. Spencer corria de um lado para o outro, como louco, e começou e começou a bater violentamente a cabeça na parede até sentir parte do azulejo quebrar e cortar sua testa, a dor era insuportável, mas sem duvidas tudo era melhor do que a vozes, bateu mais umas cinco vezes e tudo pareceu cessar. Sentia-se leve e livre de tudo aquilo, caminhou normalmente e então como um susto ouviu uma voz atrás dele; -Vamos! Olhou com susto e havia um homem prazenteiro, jovem e muito bonito, só tinha um olhar estranho. Seus olhos eram negros quase que sem vida e tinha um belo sorriso no rosto. Atrás dele estava Renato e Rafaele amarrados com cordas que pareciam ser de couro, na zona onde a corda tocava a pele deles escorria sangue em abundancia e pareciam bem machucados. Spencer assustado perguntou: -Quem é você e o que vai fazer com eles?...O que quer comigo? Ele respondeu calmamente: -É, meu caro Spencer...Não tenho muita paciência para ficar respondendo pergunta cujas respostas estão expostas. Olhe para o chão. Spencer olhou e viu seu corpo inerte todo ensanguentado jogado ao chão, sua cabeça estava quase dilacerada tamanhas foram as pancadas que ele havia dado na parede. Aquela cena o deixou atônico, não podia acreditar. Sempre se fascinou por espíritos perdidos e almas do além, mas nunca se imaginou como uma. -Você, nos matou seu desgraçado! Vá se foder! Não vou com você. O ser olhou serenamente para ele e disse: -Spencer, não seja teimoso. Você tem um certo conhecimento sabe que somos os senhores da criação. Pessoas têm que morrer é verdade...Mas...Depois criamos outras, matamos de novo e criamos mais outras.Vocês são as águas que movem o moinho, são como células mortas que caem todos os dias do corpo. E você não pertence mais a este mundo e sim ao meu. Preciso de mais escravos e torturar vocês me dá um tesão imensamente bom. Pela noite encontraram o corpo de Spencer. A polícia disse que devia ser uma espécie de pacto de morte, coisa muito comum hoje em dia, mas nada ficou comprovado. Todos até hoje não sabem ao certo o que levou três jovens a suicidar-se simultaneamente, apenas acreditam que eles mexiam com coisas muito alem do que conheciam.


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