LUCY
"Eu vou sair com o...Gray?" penso descrente.
Estou andando pelos corredores vazios, já que eu e a professora Aries ficamos conversando dobre a peça, de repente alguém me puxa e me prensa na parede. Arregalo os olhos levemente surpresa.
- Você é tão... linda. - diz Loke passando a mão delicadamente em minha bochecha. - Parece até uma fada.
- Hum... obrigada. - digo, mas calma do que deveria estar.
Loke não responde, apenas coloca suas mãos em minha cintura e aproxima seus lábios dos meus, mas não faço absolutamente nada para impedi-lo.
Cara, eu definitivamente sou uma vadia.
Ele então me beija, por um instante fico sem reação, mas o sabor suave de sua boca logo me convence. Quando abraço seu pescoço e fico na ponta dos pés para aprofundar o beijo, o ruivo me levanta e abraço seu tronco com minhas pernas.
Não demora e nos soltamos, coloco delicadamente meus pés no chão e o encaro, Loke estava ofegante e me olhava com um sorriso de canto.
- Você não é do tipo que depois disso vai se apaixonar por mim, né? - pergunta ele, como se esperasse pelo pior.
Solto uma leve risada.
- Claro que não, isso foi só uma ficada. - respondo jogando o cabelo distraidamente por cima do ombro.
Ele sorri.
- Bom saber, que sabe nós não fazemos isso de novo? - sugere ele enquanto observa eu me aproximar.
- Que sabe. - sussurro em seu ouvido fazendo-o tremer dos pés a cabeça, então viro-me bruscamente e vou embora, a procura de meu armário.
LOKE
- Merda. - xingo quando Lucy vai embora, dou um soco forte, amassando a porta de um armário qualquer. - Eu estou me apaixonando por você? - digo baixinho, colocando as costas na parede de armários e escorregando até cair sentado no chão. - Sua idiota, você está fazendo eu me lembrar de como é ruim estar apaixonado. - resmungo baixinho, com a cabeça escondida nas mãos.
LUCY
- Caramba, ele beija bem... - comento para mim mesma, em voz alta.
- Quem beija bem? - pergunta alguém atrás de mim.
Viro-me devagar.
Gray.
- O personagem do meu seriado favorito. - digo, com a voz mais firme do que o esperado.
- E quem seria? - pergunta ele com um brilho de interesse nos olhos.
- Damon. - respondo, falando o nome do primeiro personagem que me vem a cabeça.
- Salvatore? - pergunta ele erguendo uma sobrancelha surpresa.
Encaro-o com cara de tacho, eu nunca havia conhecido ninguém que também gostasse dessa série.
- Não me diga que você... - sussurro com os olhos muito arregalados.
- É claro que eu gosto. - respondo empinando o nariz e me fitando com os olhos brilhando em divertimento, então se aproxima e me fala em tom confidencial. - Eu sou Delena, mas não fala para ninguém, porque isso é meio gay.
Meus olhos brilham instantaneamente, então me jogo no colo do moreno e ele me pega no ar, rindo.
- Gostou de ir para o meu colo agora? - pergunta ele sorrindo para mim.
Coro violentamente.
- Talvez eu admita que você é bem confortável. - digo encarando o chão de vergonha.
- E talvez eu admita que você é a garota mais linda que eu já vi na minha vida. - responde ele, olho-o surpresa, mas ele desvia o olhar envergonhado.
Não resistindo, jogo meus braços em seu pescoço e o abraço com força.
- Que fofo! Você com vergonha é muito fofo! - grito.
- Respirar... - sussurra ele com dificuldade, solto-o sem tirar meus braços de seu pescoço, ele sorri sem jeito.
Ficamos nos encarando, Gray aproxima-se seu rosto cada vez mais, mas quando ele está a ponto de me beijar, seu celular toca. Ele me larga suavemente no chão, suspira pesadamente, olha quem está ligando e atende com uma cara de tédio.
- Que é? - pergunta grosseiramente, ergo uma sobrancelha e ele me lança um sorriso cansado.
GRAY
- Você ta ocupado? - pergunta Natsu com a voz mais séria que o normal.
- Sim, estou acompanhado inclusive. - respondo piscando para Lucy, que da um leve sorriso de canto, mostrando um pouco seus dentes perfeitos.
Essa garota é tão linda.
- Quem está aí com você?
- Lucy. - respondo preguiçosamente.
Ouço o ameba rosa xingar, surpreendentemente irritado.
- Vem pra cá agora, to na minha casa. - diz ele, mas sinto que ele estava com dificuldade para se controlar.
Desligo o celular com as sobrancelhas franzidas, então olho para Lucy, que me olhava com curiosidade.
- O Natsu quer falar comigo. - digo. - Ele parecia muito nervoso, será que aconteceu alguma coisa?
- Como se fosse muito difícil ele ficar nervoso. - comenta Lucy revirando dramaticamente os olhos, fazendo-me rir.
Observo-a pegar sua bolsa e me olhar.
- Onde você mora, Lucy? - pergunto sem querer, então sinto minhas bochechas esquentarem.
- Do lado da casa do Natsu. - responde ela igualmente corada.
- Então vem comigo que eu te dou uma carona. - digo, já a pegando no colo de novo e a levando para o estacionamento, sem dar oportunidade para ela negar.
LUCY
- Não precisava me carregar. - resmungo entrando no lindo carro de Gray, um Porsche branco. - Eu ia aceitar.
- Claro, claro. - diz ele dando a partida e fazendo uma manobra para ir embora. - Mas eu não iria correr o risco.
Dou uma leve risada.
- Não se preocupe, você pode me dar carona o quanto quiser durante essa semana. - digo.
- Por que durante essa semana? - pergunta ele me olhando de canto, sem tirar de fato a atenção da estrada.
- Porque semana que vem meus filhotes vão chegar. - digo feliz.
- Filhotes? - ele ergue uma sobrancelha.
- Você vai ver. - digo, mas ele apenas assente contrariado.
Gray para na frente da minha nova casa, mas quando faço menção de sair, ele segura minha mão, sem me machucar e me olha nos olhos.
- Então está confirmado, amanhã virei te buscar para ir no cinema. - diz ele.
Assinto com um sorriso no rosto, então Gray se aproxima devagar e me da um beijo na bochecha.
- Tchau, Lucy. - diz ele. - Até amanhã.
- Tchau, Gray.
Entro em casa e vou direto para o meu quarto, Tio Julian não estava em casa, ele passaria umas semanas fora, para resolver negócios.
Deito-me na cama e encaro o teto.
- Sou a maior vadia de todas. - digo em voz alta. - Hoje eu tirei a roupa do Natsu, beijei o Loke e aceitei sair com o Gray. Mas eu não tenho nada com nenhum deles, posso fazer o que eu quiser, certo? - pergunto para mim mesma.
Suspiro pesadamente e vou encher a banheira, precisava relaxar.
GRAY
Aperto a campainha da casa de Natsu, ele me atende com uma cara de poucos amigos, não diz nada, só me da passagem para entrar. Vou direto para o quarto dele
- O que aconteceu? - pergunto jogando-me preguiçosamente em sua grande cama de casal.
Natsu não responde, apenas tranca a porta do quarto e senta no sofá do quarto, então coloca a cabeça entre as mãos e sussurra:
- Se você não fosse meu amigo, eu te mataria aqui e agora.
- O que foi que eu fiz? - pergunto surpreso.
- Você chamou a Lucy para sair. - responde ele, seus olhos com um brilho estranho.
Sorrio maliciosamente.
- Sim, você devia ficar feliz por mim. - digo. - Eu gosto da Lucy, sinto como se a conhecesse a séculos.
- Eu te entendo, cara. - responde o rosado encarando-me. - Mas ela não gosta de você.
- Eu sei disso, idiota. - respondo friamente.
- Sabe? - pergunta Natsu surpreso.
- Claro, ela conheceu a gente hoje, mas sei que ela também dente como se nos conhecesse a muito tempo. - respondo dando de ombros. - Mas eu gosto dela, aquela loira realmente mexeu comigo de um jeito que nenhuma outra fez. - completo, sentindo em cada célula de meu corpo o quanto aquelas palavras eram verdadeiras.
Será que eu estou me apaixonando pela Lucy? Que rápido...
- Mas mudando de assunto, o que você queria comigo? - pergunto, disfarçando a estranha sensação de estar apaixonado que eu acabo de perceber.
Natsu abaixa a cabeça.
- Não quero discutir com você, então esqueça. - sussurra ele mais para si mesmo do que para mim.
Olho-o com preocupação. Nunca vi Natsu perturbado daquele jeito, como se ele estivesse profundamente incomodado com alguma coisa.
Como se tivesse lutando consigo mesmo.
Levanto-me e vou embora.
NATSU
Então Gray sente a mesma coisa que eu mesmo.
Mas que grande merda.
Lucy, Lucy...
Por que é tão fácil se apaixonar por você?
CONTINUA...