DIA 3
Após uma noite perturbadora, com pesadelos envolvendo Sayuri eu finalmente acordei. Era sábado, e não teria aula, mesmo que tivesse não acho que a escola abriria hoje... apesar de tudo era uma manhã radiante, levando em desconsideração meu relativo desconforto com o sol e suas ações, aparentava estarmos na primavera, com um clima agradável, pássaros cantando e o ar abraçando todas as formas de vida, tsc.. okok, eu realmente não gosto disso.
Eu levanto da minha cama e antes de qualquer outra coisa escuto do primeiro andar.
Mãe : Kenjiro ! Kenjiro ! Acorda e vem tomar café !
Mãe ! É claro, hoje é sábado e ela estaria em casa, por trabalhar em uma grande empresa ela se tornou cada vez mais ausente, mas ainda era a pessoa mais importante pra mim, e a sua presença me aliviava de certa forma.. Mayumi Sakamoto, mas podem chama-lá de Mãe, se ela soubesse de tudo o que passei nos últimos três dias... Bom, eu queria muita aproveita-lá mais um pouco, mas tenho coisas importantes a resolver, teria de encontrar Koji e estudar meu bracelete, além de ter que fazer um sacrifício.. não poderia perder mais tempo !
Então com a mochila nas costas desço o lance de escadas e me deparo com uma visita inesperada.
Mãe : Kenjiro ! Filho, nós temos uma visita ! e é uma garota !
Eu não podia acreditar, a garota louca de ontem a noite estava na minha casa em plena manhã, ela era bizarramente assustadora, quer dizer, tinha um visual um pouco peculiar, com roupas chamativas e um cabelo curto de mechas rosas, seria ela punk ou algo assim ? e punks usam cabelo rosa afinal de contas ? tsc, que incoveniente...
Mãe : Ora, amigos do meu filho são sempre bem vindos, príncipalmente quando é uma garota hah! Kenjiro, essa é a... bem.
Akemi Arai : Akemi Arai ! Muito prazer ! Oi Kenjiro.
Mãe : Bom, eu vou arrumar a mesa, Akemi está convidada pro café da manhã.
Akemi Arai : Seria um prazer senhora !
Aproveitei a ausencia da minha mãe e a puxei contra a parede, franzi a sobrancelha e a encarei fortemente.
Kenjiro Sakamoto : Mas que diabos você ta fazendo na minha casa, como sabe do meu endereço ?
Akemi Arai : Bom, eu disse que viria não é mesmo ? Falei ontem pra ser mais exata.
Kenjiro Sakamoto : Não não disse ! Disse que nos veríamos em breve ! você é um inimigo sabia ? Eu poderia te matar agora mesmo, você é uma ameaça !
Apesar de todo o esforço para confronta lá ela apenas abria um sorriso aberto e sarcástico.
Akemi Arai : Ora ora, pega leve, eu vim te ajudar lembra ? e você não me machucaria nem que quisesse. Agora, vamos tomar o café e depois eu te ensino o que você precisa saber pra sobreviver aqui.
Maldita desgraçada.. ela estava totalmente confortável com a situação, seria ela uma aliada ? eu devia tomar cuidado.
Depois do café voltamos a subir pro meu quarto, chegando lá, sem perder tempo ela mostrou seu bracelete.
Akemi Arai : Olha, você tem um igual, pega ele e vamos começar.
Meu bracelete estava na mochila, e quando eu o peguei notei algo muito estranho..
Kenjiro Sakamoto : Por que ele não está bipando ? Meu bracelete, por que não está bipando ?
Akemi Arai : Bom, deve estar desconfigurado. Vamos começar !
Kenjiro Sakamoto : ...
Akemi Arai : Yosh ! Esse é o seu Denwa, além do seu, todos os outros dorobos possuem um com as mesmas funções e tarefas !, eu não faço idéia de porque denwa, apenas sei que é, então sem perguntas idiotas.
Com ele você pode acessar informações sobre outros jogadores, como nome, idade, sexo, profissão e shussan que ele ultiliza, além disso, você também tem acesso ao seu próprio shussan, e outras coisas mais.
Akemi Arai : Me dá o seu braço.
Akemi encaixou o bracelete no meu braço e de alguma forma ativou o shussan com um clique, de repente eu sinto uma fisgada muito parecida com uma agulha, algo foi injetado na minha pele, seria esse o tal shussan ?
Akemi Arai : Bom, de acordo com meu denwa você possui o shussan do tempo... cara, que interessante.
Kenjiro Sakamoto : E o que exatamente eu vou fazer com isso ?
Akemi Arai : Eu sei lá, deve ser daora, quem sabe você não pode viajar no tempo, tipo ir pra daqui a 100 anos ou voltar mil, sabe, você pode ir pra data do final do jogo, e descobrir quem ganhou afinal de contas !
Kenjiro Sakamoto : Será que eu posso fazer isso tudo ? mas como eu ativo meu shussan ?
Akemi Arai : Aiai, eu não posso te explicar isso, cada shussan é ativado de uma forma diferente, e mesmo que eu soubesse como ele se comporta de forma diferente em cada pessoa, então cara... você vai ter que descobrir por si só...
Kenjiro Sakamoto : ... tudo bem. Bom, agora você pode me dizer porque esta aqui afinal de contas ? passou sua manhã me ensinando a ultilizar meu bracelete, o que você quer de mim afinal de contas ?
Akemi me olha sériamente por uns 2 segundos e logo após se poe a rir.
Akemi Arai : HAHAHA, cara, você é uma graça... Tudo bem tudo bem, sabe, eu preciso da sua ajuda.
Kenjiro Sakamoto : Então..
Akemi Arai : UPN, preciso que vá comigo até lá, sabe... Eu acredito que as pessoas que foram selecionadas para jogar esse jogo são as que foram atrás do dinheiro que caía do prédio, mas eles erraram... Eu não estava lá pelo dinheiro, lugar errado, hora errada sacas ? Eu preciso saber mais sobre isso.
Kenjiro Sakamoto : Ta falando sério ? Eu também não fui pelo dinheiro, foi um erro, eu fui levado pelo meu amigo idiota e acabei aqui ! se você acha que isto está errado, então somos dois !
Akemi Arai : Assunto encerrado, arruma suas coisas, vamos até a UPN, no caminho eu te conto os detalhes.
Então corremos em direção a UPN, como eu correria para a casa de Koji, me despedi da minha mãe rapidamente, eu queria ficar um pouco mais com ela, mas não era possível, tinha algo maior em mente.
A UPN tinha motivos de sobra pra entrar em decadência, a maior rede de televisão que havia na época, eles ditavam e retiam informações importantes, tudo em prol do dinheiro e conservação do próprio nome, mas a mesma já passou por diversas complicações, a últimas envolvendo os próprios funcionários que acusaram a mesma de maus tratos, com direito a um caso jurídico de assassinato na própria empresa, motivos suficientes para um escândalo em que todo seu dinheiro voasse céu a fora, bom, pelo menos era o que nós imaginavamos, a UPN estava envolvida ? e se estava, quem fez aquilo tudo ? queriamos respostas.
Akemi Arai : Andei pesquisando sobre a UPN e descobri uma coisa, olha seu denwa.
Kenjiro Sakamoto : Ren Takahashi, 36 anos, assistente de produção da rede UPN, shussan desconhecido, 3 mortes normais, 0 mortes de dorobos.
Akemi Arai : O cara é um jogador, e também trabalha na UPN, hilário não ?
Kenjiro Sakamoto : O cara pode saber o que aconteceu no dia, já que faz parte dos dois times, quem matou e quem morreu... Quem sabe não descobrimos alguma coisa.
Akemi Arai : Exato !, e mesmo que não descobremos nada, ainda tenho um sacrifício a fazer.
Kenjiro Sakamoto : Você não pode sair matando as pessoas desse jeito, não conhece o cara, talvez não seja uma pessoa ruim.
Akemi Arai : Não seja ridículo, pessoas boas não existem, existem aliados e existem pontos ! Sabe Kenjiro, você não devia confiar tanto nas pessoas.
Kenjiro Sakamoto : Eu confio nas pessoas certas.
Akemi Arai : (Bufando) Isso vai te levar pra vala cara, se quer ter alguma chance de vencer esse jogo, a primeira regra básica é não confiar em ninguém, e quando eu digo ninguém eu incluo a mim seu amiguinho de escola e sua própria mãe ! Pessoas boas não existem, e quando elas se derem conta de que você não é mais necessário, báh, você passa a ser um ponto pra elas.
Kenjiro Sakamoto : Não é verdade, já conheci pessoas que não fariam mal a uma mosca ! Você por exemplo, eu não deveria confiar em você ? mesmo tendo se mostrado como uma aliada ?
Akemi Arai : blé.. definitivamente não !
Kenjiro Sakamoto : Você pretende me matar ?
Akemi Arai : Uhm.. com certeza garoto, eu estou apenas me passando por sua amiga, mas na fim das contas estou esperando o momento certo para te apunhalar pelas costas e assim sobreviver mais um dia.
Kenjiro Sakamoto : ...
Akemi fez aquela coisa irritante denovo, mas dessa vez encarando o nada sériamente por uns 2 segundos e então.
Akemi Arai : ... HAHAHAHAHAAAA, eu não aguento cara, você é realmente muito engraçado com esse jeitinho, ai, machucar é errado, ai, eu não quero matar ninguém !
Kenjiro Sakamoto : Não tem graça... você é insana.
Akemi Arai : Relaxa Kenjiro.
A psicopata insana em momento algum desfez a "brincadeira", eu realmente esperava ouvir um, Ah kenjiro, estou apenas brincando ou coisa assim.
Mas ela ficou em silêncio até chegarmos a UPN, eu devia ficar de olho nela.
Então fomos ao encontro do tal Ren Takahashi, e acredite se quiser, Akemi não tinha nenhum plano nem nada do tipo, e sua insanidade chegou ao ápice aqui.
Depois de alguns minutos a espreita do edifício, atrás de uma pilastra que dava de frente a entrada da UPN Ren Takahashi finalmente dá as caras, sujeito até que bem simples, como aqueles nerds de revistas em quadrinho, o típico corcunda de óculos fundo de garrafa, o cara não devia saber de nada... era apenas mais um pobre coitado.
Akemi não tirava os olhos do sujeito, e quando Ren ia de encontro ao seu carro ela disse : Fica aqui e espera o sinal, é coisa rápida.
Sem plano, sem discrição, Akemi correu e pegou Ren por trás, ela literalmente pulou no cara, e foram de encontro ao chão, com Ren em seu domínio e desesperadamente assustado, ela disse algumas palavras e então olhou pra mim de longe, era o tal sinal.
Mas o mais incrível de tudo, era que a droga do denwa de Akemi não a entregou pro nerd medroso, ele foi pego de surpresa, e... isso estava errado de alguma forma.
Akemi Arai : Desgraçado ! Você acha que nós não sabemos que tipo de merda você anda fazendo por aqui ?
Ren Takahashi : Mama, mas o que vocês, por favor !! Por favor ! eu não quero morrer aqui. Vocês... Vocês são... ?
Akemi Arai : Dorobos ? É cara, ta todo mundo nessa merda agora, se você acha que pode sair por ai trabalhando como se nada tivesse acontecido, TA MUITO ENGANADO NERD DESGRAÇADO !
Akemi Arai : Kenjiro ! da a sua faca, vamos !
Kenjiro Sakamoto : Ahn.. Akami, você não ia interrogar o cara ?
Akemi Arai : Interrogar ? Ah claro, é verdade...
Ren Takahashi : Pelo amor de Deus ! Eu tenho família, não me matem, eu dou tudo o que quiserem, mas por favor...
Akemi Arai : Cala a boca ssaco de estrume, eu quero te perguntar uma coisa.
Ren Takahashi : O que...
Akemi Arai : Você ! Como você pode trabalhar na UPN e ser um dorobo afinal de contas ? Você por acaso ta metido nisso tudo ? Desenbucha antes que eu resolva te furar até você murchar como um balão !
Ren Takahashi : Eu, eu... Eu não tenho nada a ver com o que aconteceu ! Eu juro, olha, eu já trabalhava aqui antes de tudo isso acontecer, mas pela grande quantidade de processos envolvendo a empresa meu emprego estava prestes a ir por agua abaixo, foi quando sabemos o que ia acontecer.
Estavam rolando boatos de que o diretor geral da empresa Takada pretendia fazer uma loucura, ele já estava agindo estranho há algum tempo, ele não se comunicava mais, não piscava, diversos assuntos da empresa foram deixados nas mãos de outras pessoas, pois Takada não os resolviam, foi quando ele finalmente pirou.
A chuva de dinheiro, Takada veio para o trabalho, e sem que ninguém pudesse notar ele sacou uma arma dentro do prédio, ouvia-se tiros e então um segurança morto, Takada estava ferido, baleado no braço esquerdo, mas apesar de tudo conseguiu continuar e foi em direção ao cofre geral da empresa. Bom.. o resto vocês já sabem... Takada despejou tudo o que pôde da cobertura e logo depois cometeu suicídio.
Akemi Arai : Então foi ele... Mas isso não explica como você chegou aqui. Ta tentando me enrolar ?
Ren Takahashi : Takada trancou os funcionarios em uma sala de vidro, que separa os computadores e a saída, ninguém saia, ninguém entrava. Uma das funcionárias me ligou pedindo ajuda, eu estava de folga no dia. Mas.. ao invés de ter apenas ligado para a policia eu... eu resolvi vir até a UPN, e foi quando tudo aconteceu.
Akemi Arai : Então você morreu.. por ser azarado ?
Ren Takahashi : Pode se dizer que sim... mas logo depois de tudo o que aconteceu, ninguém nem ao menos lembra quem era Fuuji Takada. Ele foi excluído, e o ocorrido também, tudo... sumiu !
Então por favor, não me façam morrer, não hoje.
Akemi Arai : ...
Akemi estava sem palavras, e eu fico imaginando todas as coisas que passavam na sua cabeça agora.
O cara é diretor geral de uma empresa, começa com um comportamento estranho e alguns dias depois pira, joga o dinheiro da empresa da cobertura do prédio e depois se joga, além de que tudo isso some da mente de todo mundo que não ta no jogo... Mas que droga ta rolando ?
Ren Takahashi : Pra falar a verdade, esse jogo salvou minha vida sabe ? Quer dizer, eu estava a beira da falência, e a minha família... Bom, eu preciso sustenta-los de alguma forma, nem que seja..
Palavras vazias de um ser rídiculo, eu não pude me manter calado, e um ataque de íra me tomou de repente.
Então antes que ele pudesse terminar a maldita frase, eu abaixei e apertei forte seu pescoço, com um semblante fechado o encarei e disse.
Kenjiro Sakamoto : Desgraçado ! Você ao menos sabe o significado de ter que matar pessoas ? Isso não é um jogo ! E não é uma coisa boa ! Tem pessoas morrendo cara, tem gente tirando a própria vida pra não ter que se tornar um monstro como o resto ! Não me venha com essa de que o jogo foi uma coisa boa pra você, PORQUE NÃO FOI !
Ren Takahashi : Arhn, meme me desculpe, eu eu...
Akemi me olhava perplexa.
Akemi Arai : Kenjiro...
Então eu tentei ao máximo me acalmar, larguei o pescoço do indivíduo e me levantei bem devagar, com os olhos fechados pra não ter que olhar o desgraçado eu apenas disse.
Kenjiro Sakamoto : Akemi, termina logo com isso.
Akemi Arai : Eu quero o endereço desse cara, você deve ter acesso no banco de informações da empresa não é mesmo ?
Ren Takahashi : Eu já disse ! Tudo sobre ele sumiu, e isso inclui seus dados no computador da empresa, Ren nunca existiu !
Akemi Arai : O endereço, agora !
Akemi estava séria, ela sabia que o nerd tinha essa informação, talvez por trás de toda essa raiva ela tenha um pingo de inteligência afinal de contas.
Akemi Arai : Você também concorda não é Kenjiro ?
Kenjiro Sakamoto : sobre ?
Akemi Arai : Por que um cara como você, com problemas no emprego que agora ganha 1 ano de salário por dia estaria fazendo aqui, na UPN ?
Ren Takahashi : Tsc...
Akemi Arai : Você ta procurando respostas, assim como nós dois, e em três dias até um lixo como você teria encontrado o endereço do ex chefe. Agora, o endereço, ou eu te mato aqui mesmo.
Ren Takahashi : ca calma calma, rsrs, você está certa, estou pesquisando sobre o que aconteceu, olha, a casa vermelha a duas quadras do mercado de flores, numero 226, é onde a esposa de Takada mora, agora, me deixe ir por favor...
Akemi Arai : Não tente nenhuma gracinha, eu sei onde te encontrar, cdf mijão.
Akemi larga o o homem e levanta, ela vai deixa-lo ir afinal de contas, talvez não seja uma pessoa tão ruim assim.
Akemi Arai : Vamos Kenjiro, eu quero bater um papo com a senhora Takada se possível ainda hoje.
Então fomos embora, mas quando demos as costas pro sujeito que foi abordado ouvimos gargalhadas.
Ren Takahashi : hahaha ! Vocês vão me deixar ir no fim das contas ?
Então voltamos a virar e encara-lo, Ren nos olhava com um olhar maldoso.
Ren Takahashi : Não banquem os ridículos, vieram aqui só pra roubar informação mesmo ?
Vocês não são melhores do que ninguém, vocês matam como todo o resto, é por isso que ainda estão aqui, vivos ! E daí que pessoas inocentes morreram pra vocês ? Elas estão no jogo, elas aceitaram isso, poderiam ter caído fora do barco, mas não caíram, então não sejam hipócritas porque se não vão mesmo me matar, eu vou atrás de vocês hahaha, desgraçados !
Akemi Arai : Não se engane nerdzinho, eu não tenho temor nenhum em matar lixos como você. O garotão aqui ainda não aprendeu como jogar isso aqui, então pediu pra te deixar viver mais algumas horas, eu apenas fiz um favor. Mas não se engane, você não passa dessa semana acredite, e se não for pelas mãos de outro, venha atrás de mim, e eu mesma me encarrego de dar fim na sua vidinha de merda.
Kenjiro Sakamoto : Vamos embora...
Então deixamos Ren Takahashi ali, plantado, por mais que ele pudesse nos atingir com palavras vazias, isso não tinha a menor importância, e ele não passava de mais um alvo fácil pra um próximo dorobo, não era um perigo pra nenhum jogador.
E então seguimos para a casa da esposa de Takada, beirava o meio dia já, o sol castigava e estava em seu ápice, mas isso não era importante pra nenhum dos dois.
Diferente da ida, Akemi estava bem calada, e olhava fixamente para o chão. O que a abalava, e o que a fazia pensar tanto ? Eu resolvi puxar assunto.
Kenjiro Sakamoto : Muito legal da sua parte não ter matado o cara, eu agradeço.
Akemi acorda de seus pensamentos, levanta as sobrancelhas e se vira para mim.
Akemi Arai : O cara merecia, era um tremendo babaca, eu o deixei ir agora, mas se eu encontra-lo de novo, não vou ter piedade !
Kenjiro Sakamoto : No fim das contas você tem um coração pra variar.
Akemi Arai : Um.. coração ? quem é você pra dizer que eu tenho um coração ? você nem me conhece direito...
Kenjiro Sakamoto : Eu ? eu sou o cara que confia nas pessoas certas. Lembra ?
Akemi Arai : ... HAHAHAHAHAAA ! Deus do céu cara você vai acabar me matando de tanto rir.
Kenjiro Sakamoto : Bom, ai eu pelomenos ganho meu sacrifício de hoje, já que só consigo matar pessoas desse jeito.
Akemi Arai : Hahahahaa, para, paraa, eu não vou aguentar ! hahahah... ah...
Então Akemi desfaz o sorriso bruscamente e seu semblante muda.
Akemi Arai : Sabe Kenjiro... você é um cara legal no fim das contas... Merda...
Kenjiro Sakamoto : O que houve ?
Akemi Arai : Você.. não, não posso cara, eu... eu não queria.
Então paramos de andar, havia algo errado, e Akemi estava chorando.
Akemi Arai : Espero que você me perdoe um dia.
Kenjiro Sakamoto : do que você...
Então meu celular toca, uma mensagem de Koji :
Kenjiro, a garota da noite passada, ela faz parte de um grupo de dorobos assassinos, se a encontra-la, mate-a ! ela é perigosa ! eu explico melhor quando nos encontrarmos, estou a caminho.
Essa era a mensagem de Koji, e o que Akemi estava me tentando dizer, tudo batia ! Ela era um inimigo afinal de contas, eu me enganei quanto a ela.
Tive uma reação de espanto ao terminar de ler a mensagem, e quando levanto minha cabeça e olho akemi, a mesma está com a minha própria faca apontada pra mim.
Kenjiro Sakamoto : A... Akemi... eu confiei em você.
Akemi Arai : Me desculpe Kenjiro, eu preciso fazer isso.
********** : Pois eh garanhão, você confiou nela. E esse era exatamente o objetivo, você caiu direitinho.
Foram as palavras que eu ouvi atrás de mim, e antes que pudesse me virar eu senti uma arma branca apontada pro meu peito, mais precisamente meu coração, eu estava em perigo.
Hachiro Sato : Meu nome é Hachiro Sato, faço parte da gangue de dorobos Angel 5, caçamos nossas vítimas as fazendo acreditar que são nossos amigos. Eu acho que te devia essa explicação antes de te matar.
Eu não senti medo, pelo contrário.. fui tomado por uma onda de ódio e raiva, Akemi Arai, maldita desgraçada ! me usou pra chegar a isso... Eu só conseguia encara-lá, e não tirava meus olhos dos dela, eu a queria morta.
Akemi Arai : Eu te disse... não devia ter confiado em mim...
O desgraçado atrás de mim, eu não senti meu denwa bipar, como de Akemi, ela com certeza trabalhou nisso, denwas que não entregam sua posição, e pelo visto esses caras com que ela está envolvida também utilizam da mesma estratégia. Mas eu fui um tolo... eu deixei dei minha faca de combate pra ela, e não a peguei de volta, no fim das contas eu mereci aquilo.
Akemi Arai : Me desculpe Kenjiro. me desculpe de verdade !
Disse Akemi chorando, e logo depois fugiu correndo, ela me deixou ali para morrer, mas não queria ver o que estava por vir.
E então tudo escureceu.
Hachiro Sato enfiou o que parecia uma lança metálica, diretamente no meu coração, e eu só pude sentir uma forte pontada e logo depois um gelado intenso, eu havia morrido no fim das contas, e tudo estava ficando escuro.
Hachiro Sato : Bons sonhos garoto.
A última coisa que pude ver foi Koji chegando ao local, estático, sem reação, ele estava assustado e olhando para mim, ele não acreditou que seu melhor amigo tinha morrido no fim das contas, acredito que Koji tinha para ele mesmo a sensação de não ter chegado a tempo, de ter deixado seu melhor amigo morrer daquela forma, de não poder ter avisado antes, muito menos salvado ele antes, como da última vez. E então eu perdi minha visão completamente, mas ainda pude ouvir Koji mais uma vez.
Koji Sakurai : KENJIROOOOOO !!!!!
Continua.