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    16
    Capítulos:

    Capítulo 7

    O objetivo de todas | O sonho

    Homossexualidade, Spoiler

    Mais um capítulo enigmático na visão de Hisako.

    – C-Certo... – Me assustei brevemente com a determinação que Sekine adquiriu naquele exato momento, mas logo me vi obrigada a segui-la quando vi que ela já havia se dirigido ao quarto de Yuri que não era muito longe do nosso, apenas havia um quarto de diferencia.

    Fiquei um pouco receosa ao ter que bater na porta àquela hora da noite, Yuri parecia ser do tipo que ia dormir cedo para que no dia seguinte tenha um dia produtivo. Felizmente, alguém abriu a porta, mas não era a moça dos cabelos arroxeados, mas sim a Kanade.

    — K-Konbanwa, Tachibana-san. – A loira disse baixinho, fazendo uma reverência em respeito à nossa Presidente do Conselho Estudantil.

    — Konbanwa, necessita de algo, Shiori-san? – Ela disse baixinho como sempre, de um jeito educado.

    —Precisamos falar com a Yuri-san, ela tem que nos ajudar com um assunto muito importante, é bem pessoal...

    — Oh, entendo... Por favor, entrem. – Eu fiz uma reverência para Kanade e fui entrando silenciosamente, o quarto delas era absolutamente organizado e incrível. Havia um mural com os compromissos e avisos, mas havia também pôsteres de animes e jogos. Sobre a estante havia muitos livros e também flores feitas em biscuit de um modo tão realista que pareciam de verdade, creio que eram confeccionadas por Kanade.

    O que mais me impressionou foi um dos pôsteres entre a cama das donas do dormitório: não era grande, mas era um de tamanho razoavelmente destacável e tinha uma logo em tom magenta pegajoso, que dizia “Girls Dead Monster” e uma pequena lista escrita em branco ao lado.

    “Iwasawa

    Hisako

    Sekine

    Irie”

    E um aviso escrito “Amanhã à noite, as 19h00min. Show ao vivo!”.

    De alguma maneira, ver aquilo só fez meu coração bater mais rápido. O último show que fiz com ela... Quinze minutos depois daquelas sete horas da noite, Iwasawa já não estava mais lá... Não estava mais comigo. Antes que eu pudesse suspirar de aflição e saudades, senti Sekine puxar meu braço para que eu pudesse chamar a atenção de Yuri.

    — Yurippe, precisamos fazer um pedido a você. É muito importante pra mim, não só pra mim, na verdade, para nós duas. – Sekine acenou ao que eu pronunciei as duas últimas palavras.

    — Oh, estou ao seu dispor. O que houve? Farei o possível para ajudar. – Sorri com o alívio breve que aquelas palavras me transmitiram e coloquei para fora o meu apelo.

    — Nós ficamos sabendo que nossa amiga Yui está no hospital aqui perto e também, que você tem permissão para visitá-la. Queremos ir com você nas próximas visitas... Por favor, você não se incomodaria? – Ela colocou as mãos na cintura, e depois levou uma delas ao queixo, um tanto pensativa.

    — Yui-chan? Mas é claro! – Um sorriso brotou naqueles lábios que já não eram tão retraídos como um dia eu já vi. Acho que o tempo todo ela devia saber sobre o que havia acontecido antes.

    — Sério? Oh Deus! – Eu e Sekine demos um pulo de alegria e sorrimos juntas. Acho que o segundo passo havia sido dado, iríamos cuidar da nossa melhor amiga e achar Irie e Iwasawa. Daqui pra frente, nossos objetivos serão planejados juntos, com a ajuda de todos que pudermos reunir.

    — Com certeza! Iremos lá amanhã depois da aula, certo? – Apertamos as mãos e ouvi uma frase muito significativa sair de sua garganta. – Nós iremos achar Iwasawa e todo o nosso grupo, nós vamos ficar juntos de novo. Vamos ser felizes como sempre quisemos ser, não é?

    — Pode contar conosco. – Kanade também apareceu por trás de nós.

    — Eu também vou ajudar. – Juntamos as mãos e sentimos a energia da união que iríamos formar. As vidas nossas agora tinham um rumo só.

    Voltamos para nosso quarto com as cabeças um pouco mais leves, mas com os corações apertados de ansiedade. Eu só conseguia rolar na cama ao pensar que poderia encontrar Iwasawa quanto menos esperasse, no estado que eu não fazia ideia... E se ela não estiver mais lá? E se ela tiver seguido com a música, sozinha...? Essas dúvidas todas circundavam em minha cabeça madrugada adentro e de tanto pensar, acabei caindo em sono profundo.

    “— Hisako... Hisako... Eu estou aqui... – Uma voz ecoava em meio ao escuro, um breu que eu não conseguia enxergar praticamente nada, só sentia um ambiente frio e úmido. Era assustador estar ali, e aquela voz me chamando me deu calafrios. Novamente, a voz veio cada vez mais fraca...

    — Hisako, me ajude... – Deus! Era mesmo quem eu imaginava? Meu coração se desesperou dentro do meu peito, batendo com tanta força que parecia um leão numa jaula tentando se libertar. Minhas costelas até doíam um pouco e eu procurei seguir aquela voz que estava ficando mais baixa.

    Uma fumaça branca surgiu em meio aquela escuridão e eu vi Iwasawa jogada naquele chão gelado, sua testa estava completamente enfaixada e eu saí correndo, minhas pernas ficavam cada vez mais pesadas a cada passo.

    — Iwasawa! Iwasawa! – Quando consegui chegar até ela, estava exausta, mas tentei pegá-la no colo para que ela não sentisse o frio daquele chão molhado e sujo. Eu não fazia a menor ideia de onde estava. A única coisa que importava era o estado dela... – Eu estou aqui... C-Como você veio parar aqui...?

    — Hisako... – Ela respondeu fracamente, seus olhos estavam escuros e a pele tão pálida quanto uma folha branca de papel. Obviamente, não estava nada bem e aquela névoa em volta só piorava a percepção do lugar onde estávamos. — Me tire daqui, por favor...

    Fui tentando andar em meio ao nada, sem tirar os olhos dela. Ao depositar um beijo suave em sua testa, senti a mão trêmula e fria tocar o meu rosto.

    — Vou te tirar daqui, prometo... – A névoa estava atrapalhando tanto, eu não conseguia entender o que ocorria naquele lugar, só sabia que a minha vista estava ficando pior a cada segundo, até que ficou insuportavelmente clara e eu não conseguia ver Iwasawa, nem nada...”

    —Hisako, acorda... Hisako... – Meu corpo pesado e adormecido estava sendo sacudindo por duas pequenas mãos em meus ombros, minhas pálpebras estavam difíceis de abrirem, mas não adiantava mais tentar voltar para o sonho, à luz já havia penetrado no quarto pela janela.

    — Que horas são...? – Olhei para os lados, grogue de sono.

    — São cinco e meia da manhã, venha. Temos uma boa chance de tomar café e conseguirmos chegar na sala mais rápido para falarmos com a Yuri-san sobre nossa ida ao hospital! – Suspirei baixo, me levantando da cama com certa dificuldade. Parecia que meus membros estavam adormecidos e minhas pernas estavam doendo como no sonho, enquanto saíamos até a praça de alimentação da escola para comprarmos um lanche, fiquei pensando no que eu havia acabado de sonhar...

    O que aquele sonho significava...?


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