As Crônicas de Uchiha Sasuke

  • Ukira
  • Capitulos 1
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

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    Capítulos:

    Capítulo 1

    Capítulo - 1 - A partida

    rata de tudo que ocorrera com Sasuke durante o tempo em que ele esperava julgamento. Se ainda não leu os mangás correspondentes melhor ler antes pois há leves spoilers.

    Fazia uma manhã esplêndida em Konoha. Depois de uma guerra recente todo dia de paz era comemorado, todo dia de luz era bem vindo e este era um dia como esses. As pessoas tentavam retomar as suas vidas de onde tinham deixado. Claro que em alguns casos, as perdas não deixariam este retorno mas por ventura a vida tem de continuar. Kakashi Hatake havia pouco tomado posse do cargo de Hokage, o Rokudaime e já tinha nas mãos uma questão diplomática dificílima: O que fazer com Sasuke Uchiha?! Uma reunião que durou horas entre os Kages e com a participação de Naruto decidiu: perdoar-lhe-iam os crimes contra a nação shinobi. Raikage estava possesso, exigia punição pelo seu braço e pelo Hachibi, porém diante da complacência dos demais e do espírito ferrenho de Naruto defendendo o amigo acabou por assentir dada a devida responsabilidade a Kakashi caso Sasuke voltasse ao seu caminho de sombras e loucura. Nenhuma palavra foi dita sobre Sasuke ter declarado que queria executar os cinco Kages logo após selarem Kaguya Ōtsutsuki. Havia um pacto silencioso entre o Time 7 de que aquilo ficou pra trás e eles eram um só agora. Se os outros Kages soubessem disso não haveria influência que salvasse Sasuke de no mínimo uma prisão perpétua. Talvez até ocasionasse outra guerra caso decidissem condená-lo a morte. Em compensação Sasuke calmamente só respondia as perguntas que lhe eram feitas, puramente se atentando aos fatos, sem escondê-los ou tentando justificá-los. O que fosse decidido ele acataria. Kakashi lhe chamara para uma conversa particular que demorou pouco mais de meia hora antes de proferir a sentença. Ficara feliz quando soube que não era mais um nukenin, não precisaria ser esconder e não seria perseguido pelos ninjas mais fortes das vilas. Já estava de malas prontas, havia preparado na noite anterior uma trouxa independente do resultado e agora era um homem livre.

    Enquanto se encaminhava para entrada olhou toda a vila que seu irmão Itachi amou tanto e ele até então só soubera odiar. As pessoas olhavam-no com receio, desprezo, Sasuke tinha consciência de que fizera coisas imperdoáveis e compreendia estas atitudes dos outros muito bem. Eram os mesmos olhares que tempos atrás oprimiram Naruto. Este sentimento nostálgico apertou-lhe o coração foi quando pôde ver Sakura junto de Kakashi na entrada da vila: sua próxima saída. Teve de aguentar o mesmo sermão duas vezes. Por baixo da máscara sabia que seu sensei lhe sorria. O que lhe incomodava naquele momento era Sakura, nunca havia se sentindo assim, sem odiar alguém, agora que todo aquele peso do passado havia escorregado dos seus ombros pouco a pouco a ternura daquela garota lhe enchia os olhos e o coração. Ela havia tratado seus ferimentos. Não deixou que fosse até ao antigo templo dos Uchihas onde Sasuke pretendia ficar até que sua situação fosse resolvida e fez questão de hospedá-lo na casa dos seus pais. Apesar do desconforto inicial de ter um homem odiado por toda a vila na sua casa, os pais de Sakura logo compreenderam as atitudes da filha e se esforçaram em ser gentis com o visitante. Conversavam, ignoravam as respostas evasivas, não ligavam se ele passava horas na varanda olhando para a rua ou onde quer que fosse. Notaram que apesar de Sasuke evitar contatos mais pessoais seu semblante ficava menos pesado quando Sakura voltava. Ele a esperava não porque fosse a única coisa que podia fazer dada a ordem de não sair da casa enquanto não fosse julgado mas porque gostava do jeito como ela se sentava no sofá observando-o ler algum livro que lhe pedira ou simplesmente olhando embaraçado pra parede. Sakura até tentara fazer com que entrasse no seu quarto o que terminantemente evitou. Quando vinha averiguar se não precisava de mais nada antes de recolher-se para dormir procurava fitar os olhos de Sasuke que pigarreava que estava bem e desejava-lhe boa noite. Sasuke esforçava-se para não transparecer sua confusão interna, não sabia como agir e a última coisa que queria era magoar ainda mais ela que tanto fez e que não deixara de amar-lhe uma única vez. O outrora menino cheio de ódio e vingança agora se transformava num homem ávido em amar e isso o assustava mais do que queria admitir.

    Por isso a despedida rápida, quase fugidia. Quando Sakura lhe perguntara, propondo na verdade, que fosse junto dele em sua jornada seu coração se apertou, quase vacilara, porém não podia se dar a este luxo por mais que quisesse e como odiou Kakashi que olhava uma embaraçada Sakura, ele sabia o porquê e certamente não ia ajudar a tornar as coisas mais fáceis. Se não tivesse os olhos baixos quase lacrimejantes Sakura poderia ver que a mão de Sasuke tremia antes de tocar-lhe a testa, alvo de piada na sua adolescência e agora alvo de um amor que Sasuke não havia demonstrado antes pra ninguém. Era o máximo que ele podia naquele momento. Um “até a próxima vez” que encheu de esperança o coração de Sakura que de tão acostumado a sofrer por aquele Uchiha agora se regozijava.

    Encontrou Naruto um pouco depois de iniciar sua jornada. O que parecia uma despedida também era um até logo. Esperava poder voltar e olhar nos olhos de Naruto sem o peso de seus pecados, mas com o orgulho shinobi Uchiha restaurado com um novo Sasuke ativo e que contribuía para o bem daquilo que aprendia a amar pouco a pouco. Provavelmente Naruto lia que aquela partida era totalmente diferente das outras, a pequena vontade do fogo renascia no coração de Sasuke e pra ele isso valia a perda do braço de ambos.

    A cada passo Konoha ficava mais distante e o mundo todo era diferente. Não saía fugido e não voltaria para destruir, o que estava fazendo significava reconstrução. Era hora de apertar o passo. Correu imponente pela floresta de árvores que conhecia muito bem da infância. Prestava atenção em cada som e cor. Um estalar de galho quebrando, uma folha caindo bruscamente, desapareceu no meio da floresta.

    — O que você quer? Pensou mesmo que iria me seguir sem ser notada?

    — Porque saiu sem se despedir de mim, Sasuke-kun? Por acaso não se esqueceu do que a gente passou? – sorriu maliciosamente e ajeitou os óculos – Parece que gosta mesmo de me ter na mira da sua espada, ou vai usar o Chidori novamente.

    Sasuke guardou a espada. Karin o estava seguindo desde que deixara a vila. Percebeu e se deixou seguir até estar longe o suficiente. Ela usava uma roupa diferente, calças largas e um casaco de viagem cinza, os de tons vermelhos e rosa do cabelo de Karin esvoaçavam por entre a paisagem. Sasuke não pretendia matá-la tampouco deixar que ela o atrapalhasse.

    — Não tente me seguir. Já pedi desculpa e me arrependi sinceramente de ter tentado lhe matar. Se isso não é suficiente não posso lhe dar mais nada.

    — Você precisou de mim uma vez e vai precisar novamente. Além do mais não tem espaço pra mim naquela vila com a sua ‘queridinha’.

    — Esteve me vigiando no tempo em que fiquei na vila.

    — Eu sabia que você tinha percebido. Qual é?! Me deve isso!

    — Te perdoaram também?

    — Se perdoaram o terrível Sasuke, libertar alguém como eu é fácil. Aliás, já estava livre há bastante tempo só estava te esperando.

    — Para onde foi Orochimaru e Kabuto?

    — Depois que o Mugen Tsukuyomi foi liberado não os vi. Ninguém mais os viu, é atrás deles que está indo?

    — Isso não importa. Se pode achá-los então venha. Não lhe machucarei.

    — Tem certeza? – Karin olhava para Sasuke do modo como fazia quando formaram o Hebi, seu tom de voz sugeria um leve toque de ternura que ignorava a preocupação com o homem que já atentara contra sua integridade física.

    — Vamos.

    Sasuke estava sério. A habilidade especial de Karin era sempre útil. E diferente de Sakura ela fazia parte da sua lista de pecados. Karin ajeitava seu cabelo e os dois caminhavam calmamente. Tantas vezes no hospital, depois na cadeia jurou que nunca mais queria ver Sasuke-kun, se Sakura não intervisse era capaz dela ter morrido mesmo. Ele não mostrou nenhum apreço por ela que dera do próprio chakra, compartilhara o seu kekei-genkai para livrá-lo mas não podia evitar.

    — Vamos apertar o passo quero chegar no País dos Campos de Arroz o quanto antes.

    — Não vai dizer que...

    — Sim. Já passou da hora.

    — Tudo bem, Sasuke-kun.

    — E a propósito – Sasuke virou o rosto quase sorrindo para Karin que estava logo atrás – Obrigado.

    — Pelo quê? – perguntou com os olhos brilhando em corações vermelhos.

    — Por não incomodar a Sakura.

    Definitivamente era aquele Sasuke que a apunhalara uma vez, duas com essa recente. Baixou a cabeça, ia falar alguma coisa mas Sasuke já estava longe e contente por ter tirado um peso de sua consciência. Para Karin só restava segui-lo, como fez na maioria da sua vida, quando ele a tirara da prisão, quando quase tirara a sua vida. Ela não tinha mais ninguém. Espantou o remorso do peito e seguiu em frente como Sasuke tentava seguir.


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