Satisfações

A estrutura precária já não aguentava mais toda aquela liberação de magia, aos poucos o teto estava soltando pedaços. Com o pouco ar, poeira e escuridão tudo ficava mais difícil.

- Vamos! - disse Keiko formando um circulo mágico.

Naoya se aproximou do corpo de Kanna gelado no chão. Um pedaço de teto desprendeu-se causando um grande barulho.

- Está pronto, vamos – gritou Amy indo em direção ao circulo mágico.

James puxou Naoya que resistiu. Mas logo foi arrastado para o circulo e todos saíram finalmente, enquanto as ruínas desabafam sobre o corpo de Kanna.

Parecia que tudo havia passado em minutos, mas o dia estava quase amanhecendo quando todos voltaram para a casa de Amy.

- Ah, estou exausta – suspirou Amy se jogando na cama.

- Que fome – reclamou Keiko encostando-se na parede.

- Seu braço está bem Naoya? – disse James se aproximando do garoto.

- Ainda dói, mas eu posso suportar – disse Naoya ajeitando os óculos – Mas algo que talvez eu não suporte – continuou o garoto suspirando – é conviver com a culpa de ter matado ela – concluiu o garoto.

- Bando de fujões, um assassino e um relacionamento escondido. O que mais posso esperar de você, Amy?  - gritou Ikuto saindo debaixo da cama.

- Para trás Amy, vou dar o que esse estranho merece – disse James emburrando a garota para longe.

- Estranho? Ora, não trate o seu futuro cunhado como se fosse um desconhecido louco que invadiu a casa da Amy. O único invasor aqui é você! – retrocou Ikuto puxando uma barra de ferro debaixo da cama.

Para Amy o oxigênio parecia a cada segundo mais escasso. Poderia tentar se livrar de James, tentando negar até o fim ou até mesmo acusar seu irmão de estar tendo alucinações, mas ambos dos garotos estavam se alterando demais, o perigo de seus pais acordarem ficava cada vez maior. Keiko mal conseguia se mover de fome. Naoya estava entrando em crise negando a si mesmo sobre a morte de Kanna.

Em um movimento grotesco e barulhento Ikuto rompeu a tensão partindo cima de James, que apenas esquivou-se.

- Não o machuque, Ikuto. James vá embora. Não quero vê-los brigando – gritou Amy.

Antes de qualquer resposta James correu em direção à janela que se encontrava aberta.

- Você não vai a lugar nenhum – gritou Ikuto estendendo a mão.

James jogou-se me direção à janela que se fechou fazendo-o colidir contra a madeira maciça.

- Como eu fiz isso? – disse Ikuto jogando a barra de ferro no chão.

O som do ferro contra o chão suou pela casa inteira.