Capítulo 11

Caminhamos um pouco ate chegarmos ao rio, o rio era um lugar tranquilo e sereno. Kouga andou o tempo todo ao meu lado, pela primeira vez sem correr feito um louco, e agora pensando nisso, como não senti os fragmentos dele?, fui muito descuidada. Chegamos à beira do rio, sentei-me e Kouga se sentou ao meu lado. Mas antes de conversamos ele me ajudou a trocar as ataduras de meu ombro e fez um novo curativo. Eu me senti envergonhada por isso, mas o que eu podia fazer? Agora sim posso conversar com Kouga mais confortável.

– O que você quer saber, Kouga? – Fui direto ao ponto, não estou a fim de enrolações hoje.

– Como você ficou tão forte? – ele me pergunta olhando em meus olhos.

– Lembra-se da ultima vez que lutamos contra o Naraku?, sem ser essa ultima que te salvei, na verdade a ultima em que você me salvou, aquela que Sango e Miroku saíram muito feridos. Então eu me senti culpada e inútil, porque Inu-yasha e você tinham que ficar me protegendo, porque eu sempre era o alvo, por ser a humana fraca. Então após isso eu decidi ficar mais forte... – disse para ele com uma voz tranquila e serena, ainda não tinha chegado à pior parte da historia. – Então passei 6 meses fora em um treinamento especial, ficando com essa quantidade de poder. Meu sensei disse que meu poder se iguala ao da falecida Midoriko.

– Então foi por isso que você sumiu... Eu tinha ficado preocupado, pensei que nunca mais fosse te ver, pensei que você estava no seu mundo e que nunca mais fosse voltar, já que quando encontrei Inu-yasha quem estava sendo carregada por ele era a morta-viva... – disse Kouga pensativo. – Mas Kagome espera um instante, porque você não usou esse poder no dia em que lutamos contra o Naraku? Você poderia ter vencido ele no mesmo instante.

Olho para Kouga, que olha diretamente em meus olhos, será que posso contar toda a verdade para ele? Lógico que posso confiar em Kouga, ao contrario de Inu-yasha ele nunca me fez sofrer, porque não me apaixonei por ele? Decido por fim em contar toda a verdade a Kouga.

– Tudo bem Kouga eu te conto com uma condição, você promete não contar nada para ninguém, muito menos para Inu-yasha? E que não vai tirar satisfação com ele. – digo séria e autoritária.

– Prometo Kagome. – Kouga me olha de forma estranha, e eu sei que ele não vai gostar de saber o que aconteceu... Mas já que ele quer saber. Kouga continuou falando. – Não vou falar nada a ninguém nem ao Inu-yasha.

Olho para Kouga por um instante... – Depois de seis meses estava ansiosa para voltar e ver todos, principalmente Shippou, você sabe né, que eu cuido dele como se ele fosse meu filho, então fui andando para o vilarejo da vovó, passei a noite em um vilarejo e sai bem cedo para chegar à casa da vovó no inicio da noite. – Kouga agora estava sentado a minha frente, acho que ele queria ver minha expressão, continuei a falar. – Quando estava chegando ao vilarejo, meu coração não cabia em meu peito de tanta felicidade, eu ia ver todos depois de 6 meses... – Minha voz foi diminuindo virando um sussurro, não foi por querer, é que a dor em meu peito começou a me esmagar e lágrimas indesejadas vinham aos olhos e eu não conseguia controlar, comecei a chorar, continuei contando ao Kouga, que me ouvia pacientemente. – Quando cheguei próximo do vilarejo senti uma presença muito conhecida para mim, na verdade duas, estavam tão distante do vilarejo e fui averiguar o que era, escondi meu cheiro e minha presença e fui ver, quando os vi... Quando os vi meu coração se partiu... – deixei a frase morrer...

– O que você viu Kagome. – Kouga falava com um pouco de irritação na voz, acho que ele já suspeita o que pode ser.

– Inu... Inu-yasha e Kikyou... Tran... Transando... – e as lagrimas vieram com tudo e comecei a soluçar, mas não vou me entregar a isso novamente. Kouga me olhava como se não acreditasse no que ouvia... “ Aquele cara de cachorro não pode ter feito isso com Kagome!!! O que ele pensa que ela é? Uma substituta da morta-viva?” pensou Kouga irado. Kouga é pego de surpresa quando Kagome o abraça, e nesse instante ele se lembra da promessa que fez a ela. Kouga passa a mão em seus cabelos e fica assim ate Kagome se acalmar...

– Obrigada Kouga. - Digo em gratidão. – Você já se acalmou??

– Você me conhece bem, não é Kagome, quem esse cara de cachorro pensa que é para te fazer sofrer assim? Ele não tem consideração por você? – disse Kouga se irritando de novo. – Desculpa Kagome eu te prometi, então não vou falar nada, mas bem que ele merecia uma surra. Você é muito boa Kagome, você viu tudo isso e finge que não continua a ver...

– Kouga, você tem que agir como se não soubesse de nada tudo bem? E não conte a ele sobre os meus poderes eu estou escondendo dele. - eu disse autoritária novamente.

– Tudo bem Kagome. – Responde Kouga. – Vamos dormir aqui hoje e amanhã te levo de volta para o cara de cachorro, contra a minha vontade, mas já que você quer agir como se nada tivesse acontecido... E por que você não quer que ele saiba?

– Tudo bem, vamos dormir aqui hoje, e eu não quero porque eu quero usar como um trunfo, uma carta na manga. Vou fazer minha higiene e já volto. – digo pegando minha mochila.

Faço minha higiene e volto. Não demoro muito tempo. Kouga montou um ninho improvisado de folhas e se deitou. Eu peguei meu saco de dormir me ajeitei e logo dormi. Sonhei com Sesshoumaru a noite toda, um sonho estranho, pois nesse sonho o Sesshoumaru se declarava para mim e fazíamos sexo novamente... Acordo assustada, meu Deus, não posso ficar com ele em minha cabeça. Levanto-me e vou fazer minha higiene já está claro e não vou mais conseguir voltar a dormir. Quando volto Kouga já esta de pé e pronto para partimos.

–--------------------------------------

Já fazia um dia que Kouga e eu estávamos indo em direção ao grupo de Inu-yasha, seguindo para norte como Inu-yasha disse que seguiria. Kouga me carregava em suas costas como Inu-yasha fazia, mesmo não sendo necessario. Kouga disse que já estava sentindo o cheiro de Inu-yasha próximo dali. Peço para Kouga me por no chão e vou correndo ao lado dele, claro que Kouga estava mais devagar por achar que não ia conseguir acompanha-lo, mas é lógico que eu ia conseguir acompanhar, eu corria ate mais rápido que ele. Logo avisto o grupo e quando me aproximo paro onde estou. Sesshoumaru e Inu-yasha ambos estavam olhando para Kouga e para mim.

– Vejo que voltou Kagome e não voltou sozinha. – diz Inu-yasha com evidente ciúme.