Lucy abaixa-se na frente de Natsu, e vira o rosto para qualquer direção, evitando olhar para aquilo que estava a sua frente; o rosado encarava a cabeça da loira, achando graça de seu constrangimento. -----------------------------
LUCY
"Por quê eu estou fazendo isso mesmo? Ah, lembrei. Porque a Wendy derrubou essa merda no corpo do Natsu, e ele está de frescura!" penso com irritação. Finalmente arranco a calça dele, tentando com muito esforço não olhar para o volume em sua cueca.
– Pronto. - digo aliviada. - Consegue levantar os braços? - pergunto levantando-me e olhando-o nos olhos.
Ele apenas assente com a cabeça e levanta os dois braços, tiro sua camisa com todo o cuidado e jogo-a no chão. Viro-me para pegar a caixa de primeiros socorros e quando olho para Natsu, ele está com uma expressão estranha.
– Algum problema, Natsu? - pergunto.
– Não.
NATSU
"Será que ela está mesmo com o Gray?" Essa é a minha chance de perguntar. Estranho Lucy estar me tratando tão bem... Deve ser porque estou machucado. Gemi quando ela encostou o primeiro algodão para limpar meus braços, ela solta uma risadinha e instantaneamente eu faço uma careta.
– Lucy? - chamo-a hesitante. - Sim? - responde ela distraidamente.
– Eu... Hum... Posso te fazer uma pergunta? - minha voz quase tremia de nervosismo.
– Claro, mas não garanto uma resposta. - alerta ela com uma doçura maligna.
Solto uma gargalhada.
– Imaginei que você diria isso. - respondo com um sorriso. - Você está com o Gray? - assim que as palavras saem da minha boca, desvio o olhar com constrangimento.
– Ainda não. - responde ela, arrisco um olhar e vejo-a sorrindo. - Por quê a pergunta?
– Nada. - sinto uma dor subir em meu peito, e a soda cáustica que caíra em meu corpo não tem nada a ver com isso. - Só curiosidade.
– Certo. - responde ela cantarolando para si mesma. - Seus machucados já estão limpos, pode ir. - Lucy fala isso, destranca a porta a sai a passos rápidos, deixando-me sozinho e olhando para o vazio.
– Eu realmente estou me apaixonando por você, Barulhenta. - comento pesarosamente e assusto-me ao ouvir uma risada.
– Finalmente você admitiu, abestado. - comente Mirajane. Olho-a em estado de choque.
– Finja que não ouviu. - peço.
– Relaxa, Esquentadinho. - diz ela dando ênfase no apelido que Lucy me deu. - Minha boca é um tumulo.
– Espero que seja mesmo. - digo ameaçadoramente, levantando-me da maca e encarando a albina. Mira apenas me olha e começa a rir.
– O que é tão engraçado? - pergunto.
– Você quer tanto a Lucy que começou a imitar o Gray? - diz ela como resposta.
Olho-a sem entender, então ela revira os olhos, se aproxima e bate na minha bunda.
– Você está de cueca. - fala ela.
– Mas eu estou um gato, não estou? - pergunto olhando-a. Mira solta uma gargalhada.
– Gostoso. - responde ela olhando-me de cima a baixo e passando a língua pelos lábios de brincadeira. - Se a Lucy te rejeitar, me liga, gato.
Rio.
– Seu número já está nos meu favoritos. - respondo pegando minhas roupas do chão e colocando-as. Observo Mira ir para sua próxima aula, Quimica, se não estou enganado, já que Mira é um ano mais velha que eu. E eu me dirijo para a aula de teatro.
Ansioso para vê-la novamente.
LUCY
Mesmo tendo saído da aula de Biologia para tratar Natsu, sou a primeira a chegar na próxima aula. Teatro. Escolho a primeira fileira do imenso auditório para sentar, sabia que ninguém sentava lá, e eu queria prestar atenção e descobrir que peça nós fariamos. Todas as salas do nosso ano estava lá, e como o esperado, ninguém sentou-se próximo a mim. sorrio.
– Posso me sentar aqui? - pergunta Gray, aparecendo de repente.
"Foda-se a concentração, ele é muito gato." penso comigo mesma e sorrio para Gray.
– Claro que pode. Gray sorri feito bobo e se senta ao meu lado.
– A professora Aries vai demorar um pouco, nem adianta ficar tão ansiosa. - avisa-me ele, então apoio minha cabeça em seu ombro e fecho os olhos.
– Mas que droga, odeio esperar. - choramingo, fazendo o moreno rir.
– Percebi. Mas, e aí? O Natsu te encheu o saco?
– Na verdade não. - franzo as sobrancelhas com os olhos ainda fechados. - Ele perguntou se eu e você estávamos juntos. - respondo.
– E o que você respondeu? - pergunta Gray com uma ponta de esperança na voz.
– Que ainda não. - sinto minhas bochechas arderem, levanto a cabeça e olho para Gray, que sorri ainda mais.
– Eu acho que você deu uma ótima resposta. Nós dois rimos e vejo pela minha visão periférica Loke sentar-se atrás de mim e Gray o olhar feio.
A professora Aries aparece, ela era mesmo linda. Cabelos rosa, cacheados nas pontas e uma expressão inocente. Mas logo ela sobe no palco e sua expressão evolui para um misto de determinação e paixão.
– Meus queridos. - começa ela, qua acena com uma mão para alguém no fundo do auditório e as luzes se apagam, e apenas o palco fica iluminado. - Com muita honra eu aviso que a nossa próxima peça será um clássico.
Sinto meu coração bater mais forte, será...?
– Romeu e Julieta! - exclama a professora como se tivesse ouvido minhas suplicas mentais. Ouvem-se murmúrios de todos os cantos, de repente a sala estava com um clima agitado. - Primeiro quero fazer os testes para os papeis de Romeu e Julieta, se alguém já se sentir preparado e quiser tentar agora... - comenta ela com desanimo, como se soubesse que ninguém ali estaria preparado.
Sinto alguém sentar-se ao meu lado, mas levanto-me na mesma hora e exclamo:
– Eu estou preparada! - todos me olham surpresos, Aries me olha emocionada.
– Então suba e prove, Lucy. - diz ela.
Subo no palco e encaro todos os meus colegas, só nessa hora percebo que era Natsu que havia sentado ao meu lado naquele momento. Fecho os olhos, respiro fundo e me transformo em Julieta:
–"Correi, correi, corcéis de pés de fogo, para a casa de Febo, um condutor como Faetonte vos teria há muito tocado para o poente e, na mesma hora, trazido a noite escura. Espalha tua cortina, ó noite, guarda dos amores, para que os olhos curiosos nada vejam e a estes braços Romeu se precipite, de manso e sem ser visto. Os namorados enxergam no ato do amoroso rito, pela própria beleza; ou entao, se é cego, de fato, o amor, diz bem com a negra noite. Vem, noite circunspecta, com teu manto de matrona severa, todo preto, e me ensina aa perder uma partida que já está ganha e em que se jogam duas virgindades sem mancha." - proclamo.
A professora Aries batia palmas animadamente, com lagrimas de emoção nos olhos; logo todos estão me aplaudindo de pé. Natsu, Gray e Loke sussurram algumas coisas entre si e se levantam.
– Professora. - começa Gray. - É unanime a decisão de que Lucy será a nossa Julieta, a senhora reconhece isso?
– Claro, Gray. - responde ela sem compreender.
– E eu, Loke e Natsu decidimos que queremos fazer o teste para fazer o papel de Romeu. - declara o moreno. Aries abre a boca, surpresa.
– Certo, os testes serão feitos amanhã, estejam prontos. - anuncia ela.
Assinto com a cabeça e desço do palco, mas alguém me puxa pelo braço.
– Mas o que...? - rosno.
Gray me olha levemente constrangido, então desvia os olhos para o chão e diz:
– Você aceita ir no cinema comigo amanhã?
– Sim. - respondo de pronto, com um sorriso estampado no rosto.
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ENQUANTO ISSO...
Um certo rosado sai de trás das cortinas com o coração na mão e um misto de raiva e tristeza na alma.
– Ela é minha, Gray. - murmura ele e vai embora.
CONTINUA...