Capítulo 3

Todos na mesa me encaravam. E eu os ignorava, olhava somente para Kakashi, muito irritada. Se ele sabe o motivo da minha saída, porque diabos está fazendo essa pergunta? Ainda mais na frente dos outros... Creio que isso deveria ser discutido somente comigo. Eu fiquei quieta.

– Sakura... – ele disse sério – Estou esperando.

– Se sabe, porque está me perguntando? – eu disse realmente irritada – Aposto que já sabe de todos os detalhes, para estar vindo diretamente a mim. – eu olhei para ele em desafio – Tsunade-sama deve ter te falado tudo.

– Sei – ele me olhou nos olhos - mas eu quero saber de você – ele disse ainda sério.

– Pois não vou falar Hatake! – eu me levantei da mesa irritada – Se foi só pra isso que me chamou, eu vou me retirar, tenho que levantar cedo amanhã! – e sai do Ichiraku muito irritada. Decidi ir ao campo de treinamento, descontar toda minha raiva.

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Pov’s Autora.

Naruto se levantou e fez menção de ir atrás de Sakura, mas Kakashi o segurou.

– O que foi Kakashi? – Naruto perguntou apressado, queria muito ir atrás de sua amiga. – Eu tenho que ir atrás da Sakura-chan, com essa raiva que ela está, ela vai acabar se machucando de novo!

– Sakura sabe se cuidar muito bem Naruto! – Kakashi o puxou mais forte e o fez sentar de novo – Se você for, vai piorar ainda mais o humor dela...

– Mas Kakashi, da ultima vez ela gastou todo o chakra dela e ficou inconsciente – disse Yamato pensativo – Se Sai não a encontra Kami sabe o que poderia ter acontecido.

Sasuke escutava tudo aquilo em silencio. Não entendia o porquê de Sakura ter pedido dispensa e não sabia do que os outros na mesa estavam dizendo. Sakura inconsciente? Era somente nesse ponto da conversa que Sasuke tinha focado e buscava de todas as formas algo que a levasse a esse tipo de situação, mas não encontrou nada.

– Kakashi, só Naruto consegue acalmar Sakura quando ela está assim – Sai disse também pensativo – Pois graças a Kiuuby a recuperação dele é mais rápida. Se qualquer outro aqui for lutar com ela nesse estado, sairá gravemente ferido.

– A questão não é essa – o Hatake disse abrindo seu amado livro do Icha Icha Paradise – Sakura quer extravasar essa raiva e não será Naruto a ajudar, pelo menos não dessa vez – todos o olhavam sem entender nada – Vocês não tem nenhuma ideia de o porquê Sakura ter pedido dispensa do time?

– Não – todos, menos o Uchiha murmuraram, mas ele pensava a mesma coisa. Naruto continuou a falar – Sakura ama estar no time sete...

– Justamente – Kakashi dizia sem tirar os olhos do livro, mas ele não estava lendo dessa vez, ele só não queria fazer contato visual e mostrar que aquele assunto o incomodava tanto quanto aos outros – O que aconteceu na ultima missão?

– Pegamos o pergaminho com Gaara e voltamos – disse Naruto sem entender.

– O que aconteceu na volta? – Kakashi perguntou, mas ninguém entendia o que ele estava querendo dizer, ou onde ele queria chegar.

– Lutamos – Sasuke pela primeira vez se manifestou.

– Quem lutou? – ele perguntou, mas só Yamato entendeu onde ele estava querendo chegar.

– Todos lutamos, menos Sakura! – Yamato respondeu o que Kakashi queria. Onde ele queria chegar – E Sakura se sentiu inútil novamente, sendo que ela não fez nada...

– Mas isso não faz sentido – murmurou Sai realmente sem entender – Sakura faz missão Rank S sozinha e sentiu inútil por não agir em uma luta? – ele realmente não conseguia entender – Isso é algo importante?

– Para a Irritante é... – Sasuke pensou alto e percebeu seu erro, então continuou a falar – Para ela que sempre dependeu de nós quando era mais nova, se sente incomodada em não conseguir agir, ela pensa meio que: agora que ando com minhas próprias pernas, não quero mais ser defendida... – ele dá de ombros – Creio que seja dessa forma.

– Teme, você não consegue entender a Sakura-chan, já que ficou tanto tempo afastado. Ela mudou muito desde aquela época... – Naruto disse para Sasuke que o olhava friamente, ele sabia que tinha perdido grande parte do afeto de Sakura por ele, começava por aquele sufixo idiota que ela só se referia a ele, nunca sentiu tanta falta de um “Sasuke-kun” na voz daquela irritante, pois isso era o que ele mais ouvia das garotas de Konoha, menos da que ele mais necessitava ouvir, da que ele mais queria ouvir.

– Mas tem outro motivo também Naruto – Kakashi disse olhando para Naruto que logo entendeu: Sasuke – Ela quer manter distancia e não sabe mais o que fazer...

– Entendo – murmurou Naruto se perdendo em pensamentos, tinha que pensar em uma forma de ajudar os amigos, só não sabia como.

Kakashi olhou para todos – Temos que deixar Sakura participar mais nas missões, ou uma hora ela conseguirá a dispensa. Vocês querem que ela deixe o time? – ele olhou para cada um – Se quiserem é só dizer que eu mesmo peço para Tsunade-sama liberar a Sakura.

Todos – até mesmo Sasuke – negaram com a cabeça. Eles continuaram a conversar outros assuntos quaisquer, que não envolvia mais o nome Sakura.

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Pov’s Sakura.

Cansaço. Era o que eu estava sentindo agora. O antigo local de treinamento do time sete estava completamente destruído, mas não me importava, pelo menos consegui me acalmar. Minha roupa estava suada, minhas mãos doloridas, minha mente vazia. Eu estava deitada no chão olhando para o céu estrelado de Konoha, sabia que se continuasse aqui, eu iria dormir então com muito custo me levantei. Meus braços e pernas estavam pesados, tamanho era meu cansaço físico, assim é bom, pois só tomaria um banho e dormiria rápido. Saí da floresta e fui em direção a minha casa, mas no caminho encontrei com Naruto e com aquela oxigenada – segundo Hina - ambulante: Shion. Shion tem olhos de lavanda pálido e cabelos loiros luz que cai na altura de sua cintura, ela é uma atirada para o lado de Naruto, ela não é de Kohoha, somente é abrigada, pois estão a caçando por ai por suas habilidades, mas ela é tão fútil que eu nunca nem vi nada dessas habilidades. Ela está agarrada ao braço de Naruto, não sei por que Naruto dá trela pra ela, aposto que às vezes ele fica com ela. Só que esse tipo de situação só faz a pobre Hina sofrer mais... Naruto me tira de meus devaneios.

– Sakura-chan – ele se soltou de Shion e veio em minha direção, ela me deu um olhar raivoso que eu prontamente ignorei – Está melhor?

– Estou sim Naruto-kun, obrigada por perguntar – eu disse dando um sorriso em seguida.

– Naruto-kun – mas que vozinha irritante a dela – Vamos, já está tarde...

– Bom... – ele disse coçando atrás da cabeça – Depois conversamos Sakura-chan! – e saiu na direção de Shion, ela logo tratou de agarrar seu braço novamente.

Dei um suspiro e voltei a andar. Mas estava com uma sensação estranha, como se estivesse sendo observada. Fiz uma busca por chakra – com o pouco que ainda possuía - e não encontrei nenhuma ameaça e nenhum chakra por perto, olhei em volta disfarçadamente, mas também não vi nada. Estou tão cansada que estou imaginando coisas! Logo cheguei em casa, tomei um banho rápido, tomei também um remédio para dor e logo me deitei, adormecendo em seguida.

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Acordei ainda um pouco dolorida. Sentei-me na cama sentindo meus braços pesarem como pedras, acumulo chakra nas palmas de minhas mãos e passo pelo meu corpo removendo a dor, vou ao banheiro e faço minha higiene matinal. Vesti meu antigo uniforme ninja, a blusa vermelha, o short preto e a saia rosa, calcei minhas sandálias ninja e desci para tomar café. Após o café sai de casa.

Ia caminhando tranquilamente pelas ruas de Konoha, sempre prestando atenção em volta para ver se não encontrava ninguém do time sete, não estava a fim de falar com ninguém ainda. Chego ao hospital sem encontrar nenhum deles, graças a Kami! Entrei no mesmo, cumprimentei Aya que estava muito atarefada, o hospital estava muito cheio hoje. Assim que cheguei já fui encaminhada para uma cirurgia de emergência, a cirurgia durou duas horas, mas consegui tirar todo o veneno contido no corpo do ninja, fiz alguns pequenos atendimentos e novamente fui chamada para outra cirurgia, dessa vez do coração, uma senhora estava tendo um ataque cardíaco, com muito esforço e chakra, consegui salvá-la. Já estava de noite quando terminei de assinar uns prontuários em minha sala e já estava na hora de eu ir embora, sai de minha sala em direção à recepção, realmente muito feliz por já estar indo para casa.

– Sakura-san – Aya chama minha atenção, caminho até a mesma e ela me estende um arranjo de rosas vermelhas muito bonito, nele também continha um cartão – Pediram para entregar para você...

Peguei o arranjo e o analisei, ele é lindo. Peguei o cartão e passei a ler as palavras nele contidas:

“Rosas para a mais bela de todas as flores de Konoha... Sua beleza é tão rara que nem as mais exóticas das flores conseguem ofuscá-la.

Anônimo Apaixonado”.

Acabei corando, pois sentia meu rosto quente, coloquei o cartão novamente no arranjo. Aya me olhava, com um sorriso. Aposto que queria saber o que tinha no cartão.

– Obrigada Aya-chan – eu disse saindo do hospital. Assim que sai de lá, olhei melhor para o arranjo em minhas mãos, sei que foi Ino que o fez, ela é perfeccionista demais com seus arranjos, não que Hana não seja ela é muito boa em montar arranjos, mas Ino os faziam perfeitos e delicados!

Fui caminhando pelas ruas de Konoha, com o arranjo em mãos, agradecendo mentalmente pelas ruas estarem desertas, eu estava sim muito feliz em receber aquele arranjo, mesmo sabendo que o mesmo vinha com segundas intenções, mas mesmo assim estava muito feliz. De novo sinto a sensação de estar sendo observada, continuei caminhando como se não tivesse percebido nada, mesmo estando quase sem chakra, tentei fazer a leitura de algum nas proximidades, nas não senti nada, continuei caminhando e olhei em volta disfarçadamente, mas não tinha nada, acho que esses meus plantões e quase falta de chakra não estão me fazendo bem, fico imaginando coisas!

As ruas de Konoha são largas e eu andava do lado direito da rua, mais a frente um casal que estavam do lado esquerdo da rua estavam se beijando de maneira quente, muito quente, eu não conseguia ver quem era ainda, pois estava muito longe, e onde eles estavam era meio escuro, mas conseguia ver a forma como estavam. A garota estava apoiada na parede com o rapaz a segurando pelas pernas e ela o abraçava com as pernas o apertando ainda mais ao seu corpo, que coisa, vão para um quarto, estavam quase fazendo sexo na rua!

Mas meu coração se apertou a ver aqueles fios arrepiados inconfundíveis e aquele cabelo vermelho de ferrugem, era Sasuke e Karin, eles estavam tão entretidos naquilo que não me viram, vou passar rapidamente, sem eles me perceberem, já estou quase sem chakra mesmo, passar não será problema. Eu estou duas ruas atrás da minha casa, eu estou ainda a uns doze metros deles, passo rapidamente e eles nem me verão, continuei andando tranquilamente sem fazer barulho, já estava a uns sete metros da esquina e uns três deles, mas meus planos vão pro ralo, quando escuto meu "nome" ser chamado, era Sai.

– Feiosa! – Antes de me virar pude ver Sasuke se afastar de Karin rapidamente, eu vi enquanto me virava para Sai, não ia olhar para ele. Assim que me viro Sai olha diretamente para minhas mãos – Sakura-chan, pra que você comprou essas flores?

Eu corei e sorri sem graça – Eu não as comprei – ajeitei melhor o arranjo em minhas mãos – Eu ganhei... – mas não continuei porque Sai pegou o cartão – Sai!

Ele abriu e passou a ler em voz alta - “Rosas para a mais bela de todas as flores de Konoha... Sua beleza é tão rara que nem as mais exóticas das flores conseguem ofuscá-la. Anônimo Apaixonado” – ele olhou para mim com uma cara de: isso é sério? – Mas que clichê Sakura-chan!

– Devolva! – eu disse séria para ele – Isso é meu!

Ele colocou o cartão de volta no arranjo – E quem seria o Anônimo Apaixonado Haruno?

– Eu não sei, foi entregue na recepção do hospital – eu dei um suspiro. Sentia o olhar constante de Sasuke, mas o ignorei. Escutei Karin murmura algo com ele, mas não me dei ao trabalho de escutar – Era seu dia de me buscar Sai-kun?

– Na verdade não... – ele deu um sorriso – Eu queria falar com você, mas quando passei no hospital disseram que você já tinha saído, tentei rastear seu chakra... – ele me olha por um instante – A propósito, o que aconteceu com seu chakra?

– Está esgotado – eu disse dando um sorriso para ele – Por isso não está o sentindo...

– Ainda bem que você faz o mesmo caminho todos os dias né? – ele olhou para um ponto além de mim e depois me deu um sorriso, não entendi nada – Aí foi só vir rápido – ele fez menção de andar – Vamos Sakura-chan, vou te levar em casa, está muito tarde para uma mulher estar andando na rua sozinha... – ele olha para o arranjo em minhas mãos – E vai que alguém te ataca no caminho?

Voltei a andar, Sai ia ao meu lado – Não diga bobagens lagartixa! – sorri pra ele. Em nenhum momento olhei para Sasuke, o ignorei completamente. Sai me levou até minha casa e quando eu ia me despedir para entrar, ele fala comigo.

– Sakura, espera – eu parei e olhei para ele – Porque você foi até Tsunade-sama pedir dispensa do time?

Olhei para Sai séria – Eu não quero falar sobre isso Sai-kun... – eu vi que ele ficou desapontado por eu não ter respondido a ele – Eu sei que Kakashi disse a vocês o motivo – olhei para as estrelas. Kakashi disse pelo menos parte dos motivos, sendo que o maior está duas ruas atrás da minha casa se pegando com a ferrugem! – Mas não se preocupe, eu não vou mais sair da equipe Sai-kun! – e sorri para ele.

Sai sorriu para mim também e se aproximou me dando um beijo na bochecha – Tchau Sakura-chan – e começou a andar – Durma bem – e sumiu em uma nuvem de fumaça.

Entrei em casa e coloquei o arranjo na mesa de centro de casa, esse arranjo é muito lindo. Fui para meu quarto, entrei no banheiro, tirei minhas roupas e tomei um banho, longo e demorado. Voltei para o quarto enrolada na toalha, vesti uma calcinha e coloquei uma camisola de algodão que ia até a polpa da minha bunda. Deitei-me, mas como sempre, minha mente me traiu e imagens do beijo de Sasuke e Karin vêm até a mesma. Sinto meu coração apertar e meus olhos marejarem. Não! Não vou dar esse gostinho a Uchiha Sasuke, de derramar novamente lagrimas por ele. Fecho meus olhos, tentando deixar minha mente em branco, depois de muito custo consegui, virei para o lado me ajeitando melhor sobre a cama e logo adormeci.