Pessoal, como demorei bastante tempo para aparecer aqui, resolvi postar logo tanto o capítulo 13 quanto o 14. Espero que gostem e até o próximo!
- Rebecca, eu posso...
- Não, você já fez muito por mim, por nós. Não estou aqui pela primeira vez, nem é inédito pra mim ser julgada por Klaus. Agora é hora de eu mesma consertar as coisas que fiz.
Assim, Mateo levantou da cadeira, afagou meu ombro com a mão e num milésimo desapareceu, deixando-me sozinha para pensar no que eu faria para mudar meu futuro dali a algumas horas.
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Cap. 13
“Tem de estar aqui, tem de estar aqui!” – pensei comigo mesma ao procurar desesperadamente o nome de nossas almas no grande livro. “Achei!” – o abri totalmente naquela página, a qual anos atrás havia sido o motivo da maior confusão de nossas vidas, e suspirei ao passar a mão sobre a nossa prova de união e perceber que ela ainda permanecia intacta.
- Rebecca! – alguém gritou atrás de mim e meu coração acompanhou o corpo no salto de susto que os dois fizeram. – O que está fazendo aqui?!
Respirei fundo três vezes para tentar acalmar o coração que estava a mil por hora.
- Kaleb! Quer me matar?! – sentei no chão encostada no pequeno altar de mármore que antes suportava o peso do livro, agora em minhas mãos.
- Mas o que você está fazendo?! Não pode tirar o livro do lugar! – Kaleb fez menção de puxar o livro dos meus braços, mas eu o segurei junto ao corpo em posição de defesa.
- Estou tentando encontrar um jeito de tirar a alma do David dessa! Você não pode me impedir, Kaleb!
- Rebecca, por favor... eu nunca estive contra você! Só estou tentando te dizer que desse jeito você só piora a situação! E você devia estar indo ao seu julgamento!
- Eu não sei mais o que fazer! – desabei em lágrimas. – Eu estou desesperada, Kaleb, por favor me ajude! Eu preciso salvá-lo!
- Então só posso lhe dizer que começou da maneira errada, senhorita... Rebecca. - uma voz um tanto mais grave que a de Kaleb ecoou ao nosso lado. Virei-me e dei de cara com Klaus.
Ele parecia furioso enquanto seus olhos ficavam ainda mais escuros à medida em que transitavam entre meu rosto e o livro nas minhas mãos. Mas eu não estava com medo por mim, já o tinha enfrentado antes. Eu estava com medo do que ele seria capaz de fazer com David.
- Então está planejando salvar o seu grande amor usando o livro? Quanta ingenuidade, garota. Posso ver que não sabe de nada do que existe aqui. - ele disse, em tom sarcástico. - Mas já que aqui estamos, não vamos mais adiar o seu julgamento.
- Klaus, esse não é um ambiente adequado para punições. Talvez devêssemos...
- Cale-se! - Klaus baniu as palavras auxiliadoras de Kaleb. - Você é sempre assim; sempre encontra alguma forma de ajudar os pecadores! Mas agora isso não importa; eu farei o meu julgamento, e nesse momento quem dá a última palavra sou eu! - ele disse, imponente, fazendo Kaleb guardar suas palavras para si, enquanto eu buscava forças da onde não havia mais. - A minha decisão é de que você volte à terra sem suas memórias, enquanto a sua alma gêmea descansa eternamente nos céus. Vocês terão de esperar até sua alma não se recordar jamais de nenhum acontecimento passado. Então iremos quebrar o selo que há entre vocês dois. E isso será para sempre.
Aquilo me atingiu como uma flecha, me partindo em pedaços.
- Não, por favor, você não pode fazer isso! - esbravejei com fúria, as mãos trêmulas procurando novamente nossa união no livro. - Está aqui! Está no livro! Não pode ser alterado! - mas quando olhei novamente, percebi uma fina escala cinza desbotada no lugar do preto forte em nossos nomes.
- Nem tudo são regras, garota; não pense que as coisas são tão simples. Sua falta perante a justiça celestial é tão grande que vem sendo discutida à séculos!
- Séculos? Como assim, séculos? - perguntei, indagada.
- Você não se lembra, não é? Isso é bom. - ele olhou pro lado e sorriu para Kale que havia acabado de aparecer, voltando depois para mim. - Isso significa que o que fizemos com você deu certo por um tempo. E significa que devemos repetir de uma forma mais... severa.
- Vocês já apagaram minhas memórias antes? Vocês já me tiraram dele? Vocês não podem fazer isso!
- Sua falta foi, é e continuará sendo grave por toda a vida se não nos posicionarmos. Infelizmente não há outra forma de fazê-lo. - ele disse, tentando se aproximar de mim aos poucos, com a mão estendida.
- Não, por favor! Não o prive da vida eterna por minha causa! Eu errei, eu devo pagar. David precisa voltar, ele precisa ser feliz, mesmo que não seja ao meu lado! Por favor, Klaus, se existe misericórdia em você, deixe-o ir e me deixe ficar!