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Nas noites seguintes, que não foram muitas, por causa do ritmo ao qual viajávamos, me ofereci para fazer à vigia todas as noites, me perdi em pensamentos ao olhar o céu e toda a sua esplendida obra.
Por todo lugar que passávamos à fumaça cobria boa parte do céu, e o cheiro de corpos queimados e substâncias inflamável usadas na guerra era quase que insuportável, cheiro esse que com o tempo se acostuma.
Depois de quatro dias, chegamos à Bratislava, cidade na divisa da Slovakia com a Áustria, desta cidade até a central inimiga passaríamos por apenas mais 365 km. Sem muito esperar partimos no mesmo dia, passamos por Modlinger, Knoten, Zilina, e varias outras cidades, a cada metro que avançávamos, aumentava o cheiro de morte no ar, o que por dentro me causava uma sensação de prazer. Ainda observando a todos, percebi o mesmo sentimento em Konnor.
Foram míseras quatro horas até a central, ou como alguns diziam, até o Inferno. Cinco horas da manhã, o céu ainda negro e esfumaçado destaca a superfície iluminada por chamas e fortes luzes de vigia. *Um pequeno brilho sobe ao céu e estoura dando o primeiro aviso*
-Haaaaaaaaaaaa!!!
A multidão dispara, os canhões rugem, e as armas cantam. Em um dos momentos mais insanos que já tive, permaneci em pé em cima do tanque, meus braços balançavam suaves como de um maestro, o som das explosões e tiros geravam uma das mais belas sinfonias, com olhos abertos se podia ver um show de luzes incrível, mais era com olhos fechados que a emoção fluía.
-JOHN!!!
Esse grito me trouxe de volta a sanidade (pelo menos ao que estava acontecendo), Konnor havia descido do tanque e corria junto aos outros soldados para o bloqueio, enquanto gritei o meu aviso a ele:
-Konnor! Não morra mero mortal ensandecido.
Pelo alçapão pulo para dentro do tanque, e tomo posto à metralhadora interna, em pequenas cargas simultâneas apreciava o deslize das balas no ar desmembrando os inimigos. Ainda não estava contente, uma obra tão ousada requer uma visão mais nítida. Levanto-me e retorno pra cima do tanque, puxando bruscamente o soldado que ocupava o posto de atirador à direita e jogando para dentro do tanque.
-Cuide da metralhadora interna, soldado!
Com um pouco de raiva em seu rosto, ele obedeceu. O tanque chegara à linha de bloqueio, onde Konnor se encontrava.
-Soldado, prove-me que és digno de viver e ser um homem livre.
Essas foram as minhas ultimas palavras antes que uma imensa onda de chamas nos cobrisse. Na época não tínhamos poder maior do que tanques e catapultas, as armas de mão mais poderosas no que se refere e poder explosivo, eram as granadas, bem efetivas se jogadas no lugar certo. As chamas não foram nada de mais, um de nossos tanques foi destruído, nada comparado ao que ainda estava por vir.
***Editado e aprovado por Ivelee***