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Mulher perfeita
o desejo e a realidade
— por Paola Tchébrikov
Eu sonhava com ela todas as noites,
Seu corpo ardente de desejo enroscado no meu,
Sua voz suave surrando em meus ouvidos,
E eu agradecendo aos céus por tê-la comigo.
Seus cabelos eram como ouro derretido.
Os olhos, o céu límpido da manhã.
Suas curvas eram a perdição de qualquer homem.
E seu sorriso convertia o mais frio coração.
Ela era como o mel.
O mais angelical serafim.
O dia ensolarado e fresco.
Ela era perfeita.
Sua personalidade era gentil.
Mas ela franzia o cenho e reclamava quando contrariada.
E eu adorava vê-la cruzar os braços.
Querendo que a última palavra fosse dela.
E eu a agarrava feliz,
Estreitando-a entre os meus braços,
Apertando seu peito no meu,
E sorrindo porque aquilo era tudo o que eu queria.
Ela era pequena,
Tão pequena que eu temia quebrá-la, parti-la em dois.
Mas suas mãos delicadas eram como o inferno,
Deixando fogo e calor por onde passavam.
E, oh!, ela me levava ao céu quando as passava em mim.
Dizia sempre que gostava do meu corpo másculo contra o dela.
Que meu coração batia forte como o cavalgar de um cavalo.
E que nada no mundo a satisfazia mais do que eu.
Ela era o paraíso e a perdição.
Meu pecado e minha rendição.
Ela era tudo o que um homem podia querer.
E um pouco mais.
Mas ela era só um sonho,
Uma ilusão.
Fruto de uma mente perturbada,
E um coração perdido.
Ela me visitava nos sonhos,
Quando eu sonhava.
Ela era tudo o que eu queria,
Mas era só uma ilusão.
Fruto do desespero de uma alma sofrida,
De uma mente perturbada,
De um coração sedento de amor,
Era fruto de um corpo necessitado.
Ela era unicamente a mulher que eu desejava,
Que eu queria ter comigo para o resto da minha vida.
Mas, oh!, onde ela está?
Enquanto não a encontro em vida, fantasio com um aspecto inanimado.