Lá estava eu. Na estação de Kings Cross com os meus pais. Preparando-me para grande dia em que eu iria entrar em Hogwarts, A Melhor Escola de Magia e Bruxaria do Mundo. Meus pais estudaram lá. A minha mãe foi da Corvinal e meu pai da Sonserina. Assim como meus avós. Porém estes eram da Corvinal.
Para falar a verdade, eu queria ir para a Grifinória. Mas o meu pai diz que a Sonserina seria o lugar certo para mim. Astúcia e inteligência. Com certeza eu me encaixaria naquela casa. Na verdade, a minha paixão pela Sonserina, veio da família paterna, pois a maioria era da Sonserina. Em algumas raras vezes, como no caso de meu tio, íamos para a Grifinória ou Corvinal.
– Amayalia, nada de notas ruins em seu boletim, ouviu bem? Espero que não me arrume problemas. Eu não quero menos de você, mocinha. – Disse minha mãe.
Minha família é apenas de puros-sangues. O que é nosso orgulho. Sim, minha família é orgulhosa. E temos orgulho disto. Nós tínhamos a reputação de sermos competitivos também. Muito competitivos. Não havia nada em que minha família fosse considerada ruim. Por isso grande parte da minha família jogou Quadribol.
Nós chegamos às pilastras 9 e 10 e as atravessamos. Dando de cara com o mesmo lugar, só que em outro mundo. O mundo mágico. O mundo perfeito. Pelo menos para mim. Onde tudo pode acontecer, onde não é proibido o uso de magia. E o fato de eu ter o poder do oráculo não influência em nada sobre a minha pessoa.
–Lembre-se, não se misture com os sangues-ruins e com os traidores de sangue. – Disse meu pai, entregando-me uma pequena bolsa com dinheiro.
Minha família era perfeita. Tirando esse pequeno detalhe. Minha família odiava sangues-ruins. Não que eles não gostassem de trouxas. Nós só achamos que cada um tem o seu mundo. Meu pai é um Comensal da Morte. E isso faz com que minha família não esteja nem um pouco familiarizada com traidores de sangue e nem sangues-ruins.
Eu não estou desejando praga nem nada. Só espero que Lord Voldemort não chegue tão cedo. Já que eu também tenho a marca negra em meu pulso. Que incomoda e muito. Pois sabemos que a volta dele está próxima.
– Mande-nos uma carta nos informando em que casa você vai ficar. Aliás, nos mande cartas sempre que quiser. Eu te amo, Amayalia – Disse minha mãe me dando um abraço.
– Vocês querem que eu fique em qual casa? - perguntei
–Na Sonserina ou Corvinal. Afinal, as nossas famílias foram de lá – Meu pai respondeu orgulhoso como era. Como éramos para falar a verdade.
Deu-me um leve beijo na testa e eu abracei minha mãe mais uma vez. Concordei com a cabeça e peguei a minha mala de sua mão.
–Nós vamos sentir a sua falta – Disse minha mãe
– Prometo mandar uma carta todo mês.
Antes de entrar no trem vermelho que levava a Hogwarts, dei um leve aceno com a cabeça e me pai retribuiu, enquanto minha mãe me mandou um beijo e abraçou meu pai.
Encontrei um vagão vazio e me sentei em seguida pegando o meu diário. Minha mãe me ensinou um feitiço para que somente eu conseguisse ver o que tinha escrito. Um feitiço que ela mesma inventou quando estava na escola.
Quando estava escrevendo sobre Sonserina, uma carta entrou voando por debaixo da porta do vagão.
– Senhorita Amayalia, é bom saber que vai estudar em Hogwarts. Espero que possamos nos ver logo. Mando meus humildes parabéns e espero que tenha uma boa passagem por Hogwarts. Vemo-nos em breve. Pois ei de retornar. Atenciosamente, Tom Riddle. – Não, as cartas não eram de Lord Voldemort. Simplesmente os seus comensais, que hoje estão escondidos, me mandam cartas o representando.
Eles sempre dizem que eu tenho um poder incrível e que vou ajudá-los quando a hora chegar. E eu não sei se quero isso. Mas a hora logo chegará. E eu tenho a resposta, pois estou pronta para isso. Eu sou uma Comensal da Morte. Não que eu tivesse outra escolha, é claro.
Um ruivo entrou e se sentou ao meu lado e em seguida um garoto de cabelos negros bagunçados e com óculos. Uma menina se sentou de frente para mim e o moreno ao seu lado.
– Meu nome é Hermione Granger. Esse é Harry Potter e este é Ronald Weasley. – Granger e Potter?
Eu não deveria me misturar a sangues-ruins e nem a mestiços como no caso de Harry Potter. E tenho certeza que meus pais não gostariam de me ver ao lado de um Weasley, um traidor de sangue.
– Eu sou Amayalia Killers.
Agora que me dei conta. Harry Potter? Potter estava no mesmo vagão que eu? Não que esteja admirada, mas... Isso é com certeza, algo que irei dizer aos Comensais. Ou não. Já que eu não quero muito me envolver nesta coisa de Guerra no mundo mágico. Sendo que o mundo mágico não era o suficiente para Lord Voldemort. Pois pelo o que ouvi de meu pai, ele não deseja dominar apenas o mundo mágico.
– Killers! Eu li o livro de sua mãe. Ela é incrível... – Enquanto Hermione elogiava minha família eu pensei:
Foi sempre assim. Vivi na sombra da minha família. Não que eu não goste de todos esses elogios, toda essa glória e etc. Mas eu só não suporto que digam: Você é uma Killers. Por que não pode fazer aquilo ou isso? Por causa disto sou abrigada a ser perfeita. “Pois perfeição é meu sobrenome. Depois de Killers, é claro.” É o que meu pai sempre diz.
Eu só quero ter a minha própria glória.
E de repente algo veio em minha cabeça: Potter. Talvez se eu me fingir amiga deste trio, eu possa ajudar o Lord das Trevas. Talvez mais tarde eu diga aos Comensais em uma carta. Quando estiver sozinha.
Levantei o meu rosto e percebi o olhar de Harry sobre mim e guardei o caderno de volta na mala.
– O que estava escrevendo?– Perguntou Ronald.
– Algumas anotações sobre o livro de Hogwarts. – Sorri falso.
Talvez seja interessante tentar me juntar a eles, mas primeiro devo comunicar aos Comensais da Morte. Provavelmente esta noite. Depois de passar pela seleção.
Quando já tínhamos chego a Hogwarts eu percebi o quanto aquela escola era linda! Cheia de esculturas, escadas, quadros e fantasmas. Exatamente como eu havia lido no livro: Hogwarts, uma história. Enquanto entravamos até ouvi Hermione dizer algo a respeito do livro.
O trio que eu havia encontrado no trem estava ali. Harry e Rony conversavam sobre alguma coisa até Draco interromper. Dizendo algo sobre Potter querer se juntar a ele.
Eu tinha um nojo muito grande por aquela família. Mesmo a família Malfoy sendo muito parecida conosco, nossa família nutria certo desgosto por eles. Em um dos grandes bailes de nossa família, fomos insultados por Lucios Malfoy. Então gerou uma grande discussão. Como ambas as famílias eram orgulhosas demais para pedir desculpas... Odiamos-nos. Mas eu ainda acho que nossa família é que está certa. Com toda certeza.
Entramos no salão principal e o diretor Dumbledore começou um discurso emocionante sobre nossas vidas em Hogwarts. Depois que ele acabou, a professora Minerva começou a seleção de casas.
Não que eu estivesse nervosa, eu sei muito bem que a Sonserina é o meu lugar.
Draco e seus seguidores foram para a Sonserina. O trio foi para a Grifinória. E eu, com certeza, na Sonserina. Mas seria interessante ficar na Grifinória.
Não. Tenho que tirar esses pensamentos da cabeça. Uma vez meu pai me disse que o chapéu seletor levava em consideração os nossos pensamentos. Então eu deveria pensar na Sonserina.
– Amayalia Killers.
Sentei no banco e a professora colocou o chapéu em minha cabeça
– '' Com certeza, Sonserina. Seria um engano terrível não ser. – Sorri internamente com aquilo. – “Também se daria bem na Corvinal, mas...” – Ele deu uma leve pausa. – “Sua mente indica sagacidade e orgulho, mas seu coração indica coragem e lealdade.” – Disse em minha mente. – “Vamos seguir o seu coração.” – Não pode ser... – Grifinória. – Anunciou.
Eu senti que poderia cair para trás a qualquer minuto. Meu mundo caiu. Como assim Grifinória?
A mesa da Grifinória aplaudia e eu me sentei ao lado de Harry que aplaudia animado.
– Meus pais vão me matar. Isso se eu não me matar antes. – Murmurei para mim mesma.
– E onde você queria estar? –Perguntou Granger. – Sonserina? – Riu irônica, sendo acompanhada por Rony e Harry.
– Para falar a verdade, sim. Eu queria ir para a Sonserina. – Me recompus e falei. – De qualquer modo, eu estando na Grifinória ainda estarei na casa vencedora. Afinal, estou ao lado de Harry Potter e Hermione Granger. Com certeza, vamos ganhar a Taça das casas.
– E eu? – Rony me olhou.
– Eu te ajudo a estudar. Afinal, temos de vencer. – Sorri para ele.
– Esse é o mais importante para você? Vencer? – Perguntou Rony incrédulo.
– Minha família nunca perdeu e não serei a Killers a dar este desgosto a eles. – Murmurei.
– Todo mundo perde pelo menos uma vez. – Provocou Rony.
– Não Killers. – Respondi, o desafiando com o olhar.
– Me diga uma pessoa da sua família que não tenha perdido. – Desafiou.
– Meu avô, Alexander Killers, jamais perdeu um jogo de Quadribol. Minha avó, Elizabeth Killers, sempre em primeiro lugar quando se tratava de estudos. Meu pai, Leon Killers, jamais perdeu para um inimigo enquanto trabalhava como auror. Minha mãe, Catherine Killers, jamais perdeu para outros autores de Best-sellers durante sua carreira como escritora no mundo mágico. E eu, Amayalia Killers, jamais perdi para ninguém em nada, em toda a minha vida. E continuará sendo assim durante toda a geração da família Killers.
Foi quando notei que a minha voz estava claramente irritada e havia perdido a minha compostura.
– Ok, você venceu. – Disse levantando as mãos em sinal de rendimento.
– Eu sei que venci. Eu sempre venço.
– Vamos parar vocês dois. – Disse Hermione e Harry somente ria.
– Já vi que vai ser um longo primeiro ano em Hogwarts. – Disse com um sorriso no rosto.
Ok. Ele era bonito. Não estou apaixonada por ele. Somente estou sendo sincera.
Terminou que de tanto olhar Potter, eu não notei o discurso de Alvo Dumbledore. Ainda bem, pois o primeiro já foi suficiente. Depois que Dumbledore fez o discurso mais chato que eu já ouvi na minha vida e que nem prestei atenção direito, nós começamos a comer. Graças a Merlin.
Depois que acabou o banquete, o nosso monitor nos guiou até o salão comunal da Grifinória.
Era lindo! Diziam que o salão comunal da Sonserina era o mais luxuoso de Hogwarts, pena que eu não vou conhecê-lo, mas estou contente com o salão comunal da Grifinória que fica na torre.
Eu fui direto para o quarto e arrumei minhas coisas. Já separando as coisas para a manhã seguinte. Deitei-me na cama e olhei para o teto. Como assim? Ainda não tinha me conformado em não ter ficado na Sonserina.
–Qual vai ser a primeira aula de amanha? –Perguntei a Hermione.
– Transfiguração. Depois serão poções e aula de voo. – Me respondeu.
–Falaram que o professor Snape é um muito severo. – Comentei.
– Claro. Esse é o nome dele. Severo Snape. – E riu da própria piada
– Você tentou fazer uma piada Granger? – Perguntei. – Eu não sei se dou risada da sua risada ou da sua tentativa inútil de fazer uma piada. Ninguém merece ouvir uma coisa dessas.
– Você queria mesmo ficar na Sonserina? – Perguntou depois da seção de risos.
– Na verdade, sim. Mas eu conheci vocês e soube de imediato que iriam para a Grifinória. Então quis ir a Grifinória. Mas a minha família é muito orgulhosa, então eu queria dar mais orgulho a eles.
– Mas se quer ficar na Grifinória, fique na Grifinória. Você não pode viver à custa do nome da sua família. Mesmo que vocês tenham tanto orgulho como dizem por ai. – Ela se deitou na cama e eu me sentei na escrivaninha com dois pedaços de pergaminho. – Não vai dormir?
– Preciso mandar uma carta urgente.
– Boa noite. – Eu apenas assenti com um sorriso.
Comecei a escrever a carta para os meus pais
Queridos pai e mãe,
Grifinória. Acreditam? Pois eu não. Estou tentando por esta ideia em minha cabeça, mas simplesmente não consigo.
Quanto à promessa de uma carta por mês, será mantida.
Beijos, amo vocês, Amayalia.
Quando todas as meninas estavam dormindo, eu desci as escadas e fui para o salão comunal escrever para Lord Voldemort.
Lord Voldemort,
É com reverência que me desculpo por minha incompetência. Infelizmente, fui selecionada para a Grifinória e não Sonserina, como o senhor desejava.
Espero ainda ser digna de lhe servir, pois seria um grande desgosto para mim e minha família, não ser suficiente para servir ao Lord das Trevas.
Por outro lado, estou na mesma casa que Harry Potter. Espero ser útil. Aguardo primeiras ordens e pacientemente espero seu retorno.
Graciosamente, Amayalia.