Niall Felipe Carbelius

_Ele nos ouve...

_Ele pode me ouvir....

_Ahhhh me veja....

_Shhhhh euu estou aqui..

_Você sabe da verdade... Eu estou aqui.... Me liberte... NIALL!!!!!!!!

...

_Ahh!!!! -acordei em desespero

...

Arf.... Arf....

Eu estava ofegante e havia caído da cama.

Arf... Arf...

Ainda era madrugada e nem o sol havia raiado. Tinha acontecido de novo esses sonhos ou melhor pesadelos cada vez se tornavam mais constantes.

Eu fui para o banheiro estava todo suado depois de tantos sustos que tomara durante a noite. Eu tirei a roupa. Me olhava no espelho onde era capaz de ver todo o meu corpo. Eu não tinha um corpo muito forte. Meus cabelos castanhos escuro grandes para um garoto sempre fizeram meus olhos esverdeados se ressaltarem. Minha pele era quase parda porem um pouco mais branca o que ressaltava o vermelho de minha raiva ou mesmo de minhas bochechas.

_Merda!

Eu soquei a parede.

_Isso é ruim...

Lagrimas brotavam dos meus olhos. Aquilo deveria ter parado no 11 de setembro “daquele ano”.

...

Eu passava a mão por aquela marca. Aquela maldita marca com a letra grega ômega. O fim.

...

Ela nunca mais tinha se manifestado. Ela nunca havia queimado tão forte. A marca que aparecia como uma tatuagem não havia como ser tirada ou apagada eu não sabia o porquê. Não era algo de nascença e a única pessoa ao qual mostrei disse que não era uma marca bendita, acompanhada de alpha pode ter um bom significado mas... Não havia alpha. Toda vez que aquele selo amaldiçoado se tornava mais forte algo ruim acontecia e cada vez pior. A imagem estampada sobre meu abdômen mesmo pequena era visível e graças a ela eu sentia muita dor.

...

Respirei fundo. Eu tinha que ser capaz de aguentar. Entrei no box e liguei o chuveiro. A água cristalina caia com seus pequenos brilhantes gotejando um a um no chão, sem que os olhos pudessem ver ou notar.

Entrei de baixo daquela chuva criada por uma máquina. Ela era quente tão quente que eu já não sentia a dor da marca. Eu não sei por quanto tempo fiquei ali só sei que fiquei, fiquei o quanto aguentei. Então finalmente fechei as portas do meu falso céu.

Peguei a toalha pendurada no box e me sequei. Andei até mais a frente e peguei minhas vestes não quis pôr a camiseta sai do banheiro com ela na mão. Me joguei na cama, eu queria poder conseguir dormir, talvez, agora eu conseguisse. Olhei o relógio ainda eram 4 horas o colégio só fechava as sete. Eu ainda podia tentar sonhar.

A adrenalina no meu corpo baixava eu finalmente consegui dormir.

...

*Bip Bip Bip Bip

Eu bati a mão no despertador.

*6:03am*

Já estava no horário de ir para o colégio e eu fui me arrumar. O uniforme era azul céu, eu não entendia o porquê de cores assim para um colégio. Bem de qualquer forma eu não podia reclamar. Descia as escadas depois de vestir-me. A tv estava ligada falando sobre mais um ataque terrorista. Eu me sentia mal toda vez que ouvia sobre isso, era como se eu fosse culpado de alguma forma. Senti um cheiro maravilhoso vindo da cozinha, eram panquecas! Mamãe estava fazendo-as e o cheiro era muito bom! Ela falou algo para mim mas devido ao meu foco na notícia eu não ouvi nada além da notícia trágica.

TV* E ocorreram vários ataques... Mais de 200 mortes foram confirmadas! A polícia suspeita que...

Plink*

Minha mãe desligou a tv me olhando como quem faz algo errado

_Bom dia Fefo!!

Eu sorri esquecendo aquelas maldades.

_Bom dia mamãe.

Passei do lado dela dando um beijo sobre sua bochecha. Eu amava minha mãe ela que sempre cuidou de mim! Meu pai morreu quando eu ainda era muito pequeno. Dona Calíope disse que ele me amava muito. Isso para mim já era o suficiente.

_O que houve amor? Não dormiu bem? Você está com olheiras!!

_Estou bem, são os trabalhos da escola, tudo anda bem puxado!!

_Hmmm se você diz. Bem não se esforce demais hein, mocinho!!

Eu ri.

_Haha! Eu prometo!

Eu peguei um prato e talheres, puxando a cadeira me sentei frente a mesa

_E então? Como vai a Nicole?

*Plik!!

O garfo escorregou de minha mão e caiu no chão, eu corei.

_M-Mãe!! P-Por que está perguntando isso?!! Eu não gosto dela!!

_Sei sei não é isso que seu rostinho mostra! Eu só queria conhecer minha norinha só isso!

_M-MÃE!!

Eu ficava ainda mais vermelho.

Tv* Sim o culpado pode ser qualquer um!

A tv se ligou sozinha minha mãe se assustou

_Fefo... Você ligou...?

Engoli seco

_Não

Tv* Ele pode estar entre.... VOCÊ- VOCÊ- VOCÊ VOCÊ

_FEFO!!!!

Ela entrou em pânico

_CALMA!!!

Eu puxei o fio. E a tv parou.

_...

_Fefo...

Ela chorava tremendo. Aquilo não era a primeira vez. Toda vez que um desastre de grande porte acontecia algo sempre dizia que eu era o culpado. Já buscamos tudo! Padres, exorcistas... Até mesmo rituais e simpatias. Tudo em vão. Eu por mais que tivesse medo não podia deixar minha mãe naquele estado eu buscava sempre anima-la dizendo que eram apenas... coincidências.

_Calma.... Calma...

_Fefo... De novo... Você... Você não fez nada...

_Eu sei. Eu sei.

_...

Ela se acalmava

_Eu vou para o colégio. Por favor fique na casa da titia por enquanto.

_S-Sim...

Ela pegava sua luva do chão e ia andando a marca voltava a doer.

_Ai....

Ela já havia saído então caí no chão. Uma tosse seca forte me violentava, meu peito queimava e minha cabeça girava não conseguia respirar direito, cuspi um pouco de sangue.  Não era a primeira vez. Toda vez que aquela marca queimava isso ocorria. Era normal. Eu tinha uma saúde frágil e aquilo só servia para piorar tudo. Obviamente era demais pra mim, todavia, eu tinha que aguentar pela única pessoa importante que restava na minha vida. Todos haviam morrido nesses acidentes que me envolviam ou melhor que eu estava presente, parecia praga, eu sempre saia vivo. O Interpol já tentou me prender mas me liberavam por falta de provas. Eu não seria capaz de matar ninguém mas... Eu sabia que existia alguém dentro de mim que podia. Não sabia como explicar, existia uma segunda face de mim. Ele era Felipe. Eu era Fefo... Niall Fefo. Felipe era alguém dentro de mim mesmo que a própria vida cruel criou. Ele aparecia quando algo me ameaçava mas... Não, eu tinha certeza que não era Felipe a matar tantas pessoas. Ele só seria capaz de matar alguém que me ferisse disso eu tenho certeza! Mas... Eu não podia garantir nada... Eu, eu não sei quem eu sou... Eu sou Fefo não é? Mesmo que sejamos o mesmo... Felipe não é real. Ele não sou eu... Eu não sou assim...!

Uma lagrima percorreu-me o rosto. Limpei-a

A marca queimava. Vi algo escrito no chão... Carbelius. Sacudi a cabeça era apenas sangue. Levantei, com dificuldades, e me limpei, fui para o colégio, já estava atrasado por mas que me doesse eu tinha que ir.

Chegando na sala me sentei no canto todavia estranhei não havia ninguém lá somente mochilas. O sinal tocaria em cinco minutos. O que teria acontecido?

_Ei, Niall não? – Um dos inspetores do colégio me chamou.

_Sim, senhor.

_Pegue isso! - Olhei em direção a sua mão. Era uma carta - Leia.

Eu a abri

“Caro Niall Felipe Carbelius II;

O condecorado internato militar lhe convida ou melhor lhe intima para que faça parte de nossa gama! Somos uma instituição do governo e como um bom cidadão não há de negar nossos mandatos...

...

Espero que tenha entendido os motivos!”

Eu estava pasmo;

“Tenho certeza que sua mãe não resistiria a uma notícia dessas, não?! Contamos com sua Colaboração.

Academia: Salum Luventatis”

_...

_Suas malas já estão prontas senhor Carbelius.

_...

_Eu vou te acompanhar nesta jornada

_M-MAS O QUE É ISSO? NÃO SOU EU O CULPADO!! QUE TIPO DE CARTA É ESSA???

_Você não leu? Está sendo culpado por 5 dos maiores ataques terroristas dos últimos anos. Só você tem o perfil que se encaixa nos atentados.

_...

_Nós somos a maior empresa de investigações do mundo. Não quer por sua amada mamãezinha nisso não é?

_...

Que brincadeira é essa? Eu acordo um dia e sou intimado pela maior intuição policial mundial me obrigando a mudar de país e ir para um internato de reabilitação de delinquentes? Que tipo de historia eles acham que eu vivo?!!!!

_M-MAS!!!

Ele tirou algo do bolso

_Sinto muito garoto, é pelo seu próprio bem.

_HM!!!

Ele tampou minha boca com um pano. Aquilo tinha um cheiro peculiar com certeza era droga. Tentei não inalar mas já era tarde, já tinha sido exposto tempo suficiente para fazer efeito. Meus olhos pesavam... Aos poucos eu perdia a consciência.

Eu ironicamente enquanto ‘apagava’ ouvi a voz da menina que eu gostava, Nicole, dizendo...

“Agora estamos no mesmo barco...”

...

Registro: 10598-75-25

Niall Felipe Carbelius – O anjo de duas asas

Motivo: Oculto por razões de segurança

Ass: Diretor Faustos Planteniom Ragnorok

...

Estado: ACEITO