Meu coração é cego

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    Capítulos:

    Capítulo 7

    Capítulo 7

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria

    Quando Gaara chegou à casa de Ino, ele não a encontrou. Xingou e saiu correndo mais uma vez pela cidade, mesmo os companheiros de time dela não sabiam onde ela estava. Realmente, ela sabia se esconder como ninguém. Depois de tantos anos, depois de um tempo tão longo, ele finalmente a tinha encontrado e não deixaria mais ninguém ficar entre sua felicidade. Ele estava correndo pela cidade quando avistou Hinata calmamente conversando com Neji. Elas eram amigas, certo? Ela deveria saber onde Ino estava.

    – Hey, Hinata! – ele chamou e a menina virou-se para ele, sorrindo. – Neji.

    – Olá, Gaara-sama!

    – Oi. – Neji disse.

    – Eu queria saber se você sabe onde a Ino foi? – Neji olhou desconfiado enquanto a menina apenas colocou a mão no queixo e olhou para cima – Eu preciso me desculpar com ela. – explicou ele.

    – Bem, nada mais justo, eu penso. Apesar de você não merecer isso...

    Gaara fez uma careta quando Neji disse isso e Hinata se desculpou pelo primo, brigando com ele na mesma linha. Realmente, o kage não sabia quem estava por dentro do romance deles, que antes era pra ser um segredo, mas aparentemente, não era bem assim que as coisas foram. Ele não podia reclamar no entanto, ele fez por merecer.

    – Eu a vi indo para a floresta...! – Hinata disse, sorrindo para os dois garotos.

    – Obrigado, você salvou minha vida! – Gaara disse, já se virando – Até mais!

    – Gaara, espere! – ela pediu e ele se voltou para os dois – Só... Não a faça sofrer mais, deixe as coisas claras...

    – Sabe o que? Você foi um covarde por se deixar manipular por sua irmã. Você tinha que ter lutado um pouco mais para ficar com ela, não simplesmente deixar as coisas confusas...

    – Eu sei disso e sei que eu não tenho feito as coisas certas para nós, mas eu pretendo mudar isso. Eu a amo e farei de tudo para ficarmos juntos... – ele disse e Neji deu um bufo.

    – Nós apreciamos o cuidado... – disse Hinata – Ela ainda é minha amiga, afinal...

    Gaara sorriu para ela e riu para Neji, que estava com o corpo todo virado para a mesa, olhando para a prima como se ela estivesse fazendo caretas feias. Ela deu um aceno enquanto observava o Kazekage correr entre os civis.

    – Ele não é de todo mau... – Hinata disse, se virando de volta para o primo, sorrindo e pegando em sua mão.

    – Se você diz... – comenta ele – Então, você estava me falando sobre esse tempo em que você e o Naruto...

    O°ooo°O

    Quando Gaara chegou na ponte em que eles tiveram sua primeira interação ele esperava encontrar Ino chorando, como quando eles eram pequenos. Mas ele não a encontrou em tudo. A ponte estava vazia e o único barulho era do vento nas arvores. Ele bateu a mão contra o chão, caindo de joelhos. Ele não conseguia impedir as lagrimas de virem a tona, mesmo que ele não fosse de forma alguma deixa-las cair. Ele não sabe quanto tempo ele ficou lá, mas foi o suficiente para acalmar todo seu corpo, que estava tremendo antes. Foi então que ele escutou, bem longe, uma risada.

    Ele se levantou e com esperança ele perseguiu a voz, que acabou se tornando duas e depois três. Ele não correu afinal as chances de encontrar Ino ali eram ínfimas, mas ele estava se agarrando a qualquer coisa no momento apenas pela chance de se acertar com ela. Ele estava ficando perto quando escutou a voz dela, e logo depois as outras vozes gritaram. Ele se aproximou das árvores observando três pequenas meninas sentadas em frente à loira que ele esteve buscando por mais de uma hora.

    – Eu também quero uma! – uma das crianças disse e Ino sorriu.

    – Por que vocês não fazem uma para as outras? Para mostrar o quanto vocês se gostam!

    – Você é demais, Ino-san! – outra das meninas disse, uma de chuquinhas.

    – Mas se nós vamos fazer para nós, quem vai fazer para você? – a mais baixinha das três perguntou.

    – Poderia ser eu? – Gaara finalmente decidiu intervir, fazendo as quadro mulheres olharem diretamente para ele.

    – Quem é você? – a baixinha voltou a dizer.

    – Eu sou um amigo da Ino. – ele disse, se aproximando e se sentando ao lado das menininhas – Mas eu a chateei muito! Eu acho que não pode ter volta, sabe... – ele disse e as menininhas ficaram com carinhas tristes.

    – Se você fizer uma coroa muito bonita, talvez ela te perdoe. Né, Ino-san? – a outra, de chuquinhas disse.

    – Talvez... – ela disse com a cara fechada e os braços cruzados.

    – Então vamos! – a terceira menina disse e as três se levantaram e correram para buscar as flores.

    – O que você está fazendo aqui?

    – Eu quero conversar com você. Eu queria...

    – Você sabe o que? Eu estou cansada. Cansada! – ela disse, descruzando os braços e gesticulando – Estou cansada de apostar nisso! – ela acenou entre os dois – Eu entendo perfeitamente que você tem responsabilidades, acredite! E eu sei que nós não podemos dar certo! Você está noivo, sua irmã me odeia, nós mais brigamos do que qualquer coisa! Nós somos muito diferentes...

    – Por favor, não! – ele disse, agarrando as mãos dela – Eu sei que é difícil, mas, por favor. Eu não ligo para minha irmã, mesmo, e amo tanto você... Eu perdi tanto depois que nos separamos; eu fiquei com raiva, é verdade, mas eu estava cego...

    – Nós não podemos dar certo... Três vezes nós nos encontramos e nas três vezes você me fez sentir da mesma forma: apaixonada, confusa e devastada. Nesta ordem exata, às três vezes... Eu não quero mais isso, e quando você se for? E quando você perceber que não é isso o que você quer? O que vai ser de mim... – a voz dela já estava chorosa.

    – Eu sinto muito que eu não posso mudar o passado, eu não posso mesmo te pedir para me manter ao seu lado... Mas eu... Eu nunca... – Gaara abaixou a cabeça e deu um suspiro cansado – A única coisa que eu quero, desde que nos conhecemos, é ficar ao seu lado. Desde a primeira vez que eu te vi e você estava toda prepotente e raivosa... – ela riu e ele sorriu para ela, colocando a mão em seu rosto – Quando eu me casar, quero você ao meu lado como minha noiva. Quando eu tiver filhos, quero que você seja a mãe deles. Quando nós tivermos um cachorro, eu quero que você seja a única com a roupa toda comida e babada...

    Ela gargalhou enquanto chorava, batendo-lhe no braço com pouca força. Ele riu com ela, juntando suas testas enquanto ela parava de rir e voltava a chorar. Ela segurou sua mão, os olhos estavam fechados enquanto os soluços preenchiam o silencio e quando ela se acalmou e se afastou, ela percebeu que Gaara tinha os olhos brilhando, quase chorando também. Mas ele limpou as lagrimas dela e depositou um beijo casto nos lábios rosados.

    – Eu te amo... – ele disse e ela sorriu.

    – Ino-san! – as crianças voltaram, gritando.

    Os dois se afastaram a medida que as meninas vinham correndo, carregando um conjunto variado de flores pequeninas. A de chuquinha olhou estranho para Gaara enquanto as outras duas sentaram-se e perguntaram a Ino por que ela estava chorando. A loira respondeu que não era nada demais e a de chuquinha finalmente disse:

    – Onde estão suas flores? Você não vai fazer a coroa da Ino-san?

    – O que? – ele disse e Ino riu, mostrando um circulo de flores para ele que estava deitado no chão – Oh, meu mau... – ele disse, sorrindo e se levantando.

    – Aonde você vai? – Ino perguntou, segurando seu pulso.

    – Buscar a coroa da minha rainha! – ele disse, soltando-se dela e fugindo para a floresta.

    – Isso foi tão bonito! – a baixinha disse.

    – Seu namorado é tão legal, Ino-san! – a outra disse.

    – Ele é um pouco distraído, mas é bonito...

    – Vocês, meninas...! – ela disse, caindo contra as três e fazendo cócegas nelas.

    Depois de vinte minutos fazendo a coroa de flores das meninas, ela finalmente viu Gaara chegar, as mãos atrás das costas e um sorriso quase imperceptível no rosto. Ele veio andando e as meninas saltavam sentadas, ansiosas para ver por que ele havia demorado tanto. Ino também era, e nunca iria admitir que achou que ele tivesse fugido e se sentiu aliviada assim que o viu chegando.

    – Fechem os olhos! – ele disse, há alguns passos e todas as crianças fizeram automaticamente. – Você também. – ele disse quando Ino levantou uma sobrancelha, mas ela acabou fazendo.

    Cinco segundos depois ela sentiu um pequeno peso sobre sua cabeça e abriu os olhos quando as crianças gemeram. Todas as três estavam com os olhinhos brilhando para sua cabeça e Gaara estava de pé com os ombros curvados. Ela tocou a coroa, sentindo uma rosa lá seguida de mais outros pequenos botões de rosa e, novamente, uma rosa. Ela sorriu as meninas elogiando-a. Ino nunca viu tanta incerteza no olhar de Gaara e nunca em sua vida ela iria deixa-lo ir. Ela se levantou, pegou na mão dele e sorriu.

    – Eu te amo...

    – Eu te perdoo... – ela disse, dando um beijo nele enquanto as meninas em baixo soltaram muxoxos. – E eu também te amo...

    Fim


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