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Kankurou chegou ao apartamento batendo forte a porta. O irmão não estava lá e parecia à hora perfeita para discutir com a irmã. Era melhor que o mais novo não soubesse do que sua irmã estava fazendo, mas iria dar um basta nisso.
– Ta maluco, Kankurou?!
– Não, mas você parece estar não é mesmo?! – disse rude.
– Não ouse falar assim comigo! – levantou-se da poltrona.
– Rá rá rá Você deve achar muita graça, né! Não vê o que está fazendo com ele?
– Não acredito que quer discutir isso em Konoha. – disse em um suspiro – Ele aceitou o casamento, e não posso fazer nada. – cruzou os braços.
– Não estou falando disso! Arg! Como você consegue ser tão dissimulada?! Dá-me ódio!!
– Do que diabo está falando, seu inútil?
– Do que você está fazendo com Ino! Está estragando a felicidade do seu irmão, sabe disso, não é!
– Ah, aquela vadia! – Mordeu os dentes – Por que ela sempre tem que causar problemas?! Ela foi se consolar contigo foi, aquela puta!
– Droga Temari! O que quer com isso?! Acha mesmo que seu plano vai dar certo?! – coçou os cabelos em raiva.
– Tenho certeza! – Disse convicta – Graças ao idiota do Naruto, Gaara não é mais aquele assassino frio, e ele se preocupa com a família e a vila. Acha que ele iria simplesmente sair por ai e largar tudo por causa de uma prostituta qualquer? Por favor, Kankurou!
– Eu vou contar a ele! Não vou fazer parte desse seu jogo.
– Ele não vai acreditar em você...
– Droga! Por que tem que fazer isso com ele?
– É o melhor para ele! Acredite, eu sei do que estou falando. Eu sei que vai ser melhor assim...
– Os dois estão se odiando sem motivo...
– É melhor assim... Um dia essa loucura tinha que acabar, eu e você sabemos disso...
– Não tente me convencer... – disse indo até a porta.
– Não! Espera!
E os dois finalmente pararam de brigar ao chegar na porta de casa. Temari tinha os olhos arregalados e a face afoita. Kankurou também estava surpreso, não esperava ver Gaara ali, muito menos acompanhado da rosada. Ele tinha a boca levemente aberta e o rosto torcido sutilmente. Encarava os irmãos expressando apenas surpresa.
– Ga - Gaara... – disseram juntos.
– Eu não acredito que fez isso, Temari... – disse num sussurro, olhando para baixo.
– Gaara, eu...
– Não diga nada... – quem disse foi Kankurou, para a irmã.
Gaara se virou e começou a andar. Temari foi atrás dele, passando direto por Sakura, que olhava para onde os dois estavam indo junto com Kankurou.
– Espero realmente que tudo se ajeite entre aqueles dois... – disse Kankurou, parando ao lado da rosada, pegando-a pela cintura.
– Eu também, Kankurou. Eu também... – disse melancólica, abraçando-o. – Não agüento mais vê-la chorar... – disse em seu ouvido, chorosa.
– Vamos entrar; eu vou preparar de um chá... – puxou-a para dentro do apartamento.
– Pode deixar que eu faço... – ela disse, assim que se afastou dele.
Enquanto isso, Gaara andava apressado, ignorando os apelos da irmã. Ele parou apenas quando ela o alcançou, puxando-o pelo pulso. Ele não disse nada, ficou de costas enquanto ela teimava em lhe convencer de que não o tinha feito por mal.
Gaara, porém, não estava sequer prestando atenção no que ela falava, apenas lembrava-se de acontecimentos do passado.
Ele acabava de chegar a sua sala, encontrando sua irmã arrumando os papeis que vinham sobre a mesa. Ela lhe sorriu, atenciosa. Ele foi até a cadeira, sentando-se nela enquanto ela pegava algo na mesa enquanto segurava alguns papeis em uma das mãos.
– O que você tem ai?
– Ah... São só alguns formulários que tenho que entregar...
– E essa coisa rosa na sua mão ai... – disse num meio sorriso – Por acaso é alguma carta?
– É-é... – disse meio nervosa – Vou mandar para o Shikamaru... – fingiu vergonha.
– Che... – disse num quase riso – Estou surpreso... Não chegou nada para mim?
– Diz correspondência? Nenhuma...
– Ah... Você enviou aquela carta, certo? – disse abrindo a gaveta da mesa.
– Sim!
– Tudo certo, então... – disse lendo os papeis que pegou.
– Até mais... – disse saindo da sala.
...
Gaara estava em casa, na sala, lendo um livro da biblioteca. Assim que terminou foi guardá-lo, mas parou ao ver um envelope sobre as pastas de Temari que estavam ali. Ele era amarelado e tinha a sua assinatura.
– Huh? Ela não tinha enviado essa carta há uma semana? – pensou.
– Ah! Oi, Gaara... – disse Kankurou.
– Hei, a Temari enviou as correspondências de semana passada?
– Ah! Ela pediu para eu entregar, só que eu me esqueci, estou indo lá agora! Por que?
– Ah, não... É que ela esqueceu desta... – mostrou.
– Ah, pode me dar! – disse indo ao irmão, estava indo entregá-las mesmo.
– Desde quando ela não vem aqui? – perguntou meio desconfiado.
– Ah, desde aquele dia da reunião... Eu vim pegar o restante das cartas que ficaram na mesa dela... – colocou a carta que estava na mão do Kage entre as outras e pegou mais duas na mesa. – Não conte a ela...
– Você tem sorte de ela não ter vindo aqui, ou já tinha lhe matado...
– Com certeza!
– Gaara, você está prestando atenção? – ela disse, sentindo-se ignorada.
– Você não entregou não é? A minha carta...
– Gaara, eu...
– Responda. – disse sério
– Não. – disse olhando para o outro lado.
– E você não me entregou as dela, não me mesmo...
– Gaara, pare com isso! – disse chorosa
– Apenas responda...
– Não, mas entenda, foi para os eu bem!
– Meu bem?! – exaltou-se – O que você considera “meu bem estar”?!
– Gaara... – começou a chorar – Eu só queria te proteger. Você ia acabar...
– Você estava apenas protegendo seu egocentrismo. Não acredito que você, Temari, foi capaz de fazer isso... Você achou que eu iria fazer o que? Abandonar minhas responsabilidades, que eu seria um inconseqüente?!
– Gaara, por favor, eu só queria te proteger!
– Não quero te ouvir, não tem desculpas!
– Gaara! – abraçou-o – Perdoe-me!
Ele afastou-a devagar, olhando duramente para seus olhos marejados e deferindo-lhe um tapa na face, fazendo-a virar o rosto e deixando uma marca avermelhada.
– Estou decepcionado e magoado com você. Perdi minha confiança em ti, e perdi meu respeito também.
– Ga – Gaara... – sussurrou.
– Eu estou indo, e é melhor que não me siga ou serei capaz de fazer algo muito pior que um simples tapa...
– Você vai atras dela, não é mesmo?! Depois de todos esses anos, ainda gosta dela?!
– Vou. - disse num meio sorriso - Por que é ela que eu amo.