Meu coração é cego

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    Capítulos:

    Capítulo 6

    Capítulo 6

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria

    Kankurou chegou ao apartamento batendo forte a porta. O irmão não estava lá e parecia à hora perfeita para discutir com a irmã. Era melhor que o mais novo não soubesse do que sua irmã estava fazendo, mas iria dar um basta nisso. 

    – Ta maluco, Kankurou?! 

    – Não, mas você parece estar não é mesmo?! – disse rude. 

    – Não ouse falar assim comigo! – levantou-se da poltrona. 

    – Rá rá rá Você deve achar muita graça, né! Não vê o que está fazendo com ele? 

    – Não acredito que quer discutir isso em Konoha. – disse em um suspiro – Ele aceitou o casamento, e não posso fazer nada. – cruzou os braços. 

    – Não estou falando disso! Arg! Como você consegue ser tão dissimulada?! Dá-me ódio!! 

    – Do que diabo está falando, seu inútil? 

    – Do que você está fazendo com Ino! Está estragando a felicidade do seu irmão, sabe disso, não é! 

    – Ah, aquela vadia! – Mordeu os dentes – Por que ela sempre tem que causar problemas?! Ela foi se consolar contigo foi, aquela puta! 

    – Droga Temari! O que quer com isso?! Acha mesmo que seu plano vai dar certo?! – coçou os cabelos em raiva. 

    – Tenho certeza! – Disse convicta – Graças ao idiota do Naruto, Gaara não é mais aquele assassino frio, e ele se preocupa com a família e a vila. Acha que ele iria simplesmente sair por ai e largar tudo por causa de uma prostituta qualquer? Por favor, Kankurou! 

    – Eu vou contar a ele! Não vou fazer parte desse seu jogo. 

    – Ele não vai acreditar em você... 

    – Droga! Por que tem que fazer isso com ele? 

    – É o melhor para ele! Acredite, eu sei do que estou falando. Eu sei que vai ser melhor assim... 

    – Os dois estão se odiando sem motivo... 

    – É melhor assim... Um dia essa loucura tinha que acabar, eu e você sabemos disso... 

    – Não tente me convencer... – disse indo até a porta. 

    – Não! Espera! 

    E os dois finalmente pararam de brigar ao chegar na porta de casa. Temari tinha os olhos arregalados e a face afoita. Kankurou também estava surpreso, não esperava ver Gaara ali, muito menos acompanhado da rosada. Ele tinha a boca levemente aberta e o rosto torcido sutilmente. Encarava os irmãos expressando apenas surpresa. 

    – Ga - Gaara... – disseram juntos. 

    – Eu não acredito que fez isso, Temari... – disse num sussurro, olhando para baixo. 

    – Gaara, eu... 

    – Não diga nada... – quem disse foi Kankurou, para a irmã. 

    Gaara se virou e começou a andar. Temari foi atrás dele, passando direto por Sakura, que olhava para onde os dois estavam indo junto com Kankurou. 

    – Espero realmente que tudo se ajeite entre aqueles dois... – disse Kankurou, parando ao lado da rosada, pegando-a pela cintura. 

    – Eu também, Kankurou. Eu também... – disse melancólica, abraçando-o. – Não agüento mais vê-la chorar... – disse em seu ouvido, chorosa. 

    – Vamos entrar; eu vou preparar de um chá... – puxou-a para dentro do apartamento. 

    – Pode deixar que eu faço... – ela disse, assim que se afastou dele. 

    Enquanto isso, Gaara andava apressado, ignorando os apelos da irmã. Ele parou apenas quando ela o alcançou, puxando-o pelo pulso. Ele não disse nada, ficou de costas enquanto ela teimava em lhe convencer de que não o tinha feito por mal. 

    Gaara, porém, não estava sequer prestando atenção no que ela falava, apenas lembrava-se de acontecimentos do passado. 

    Ele acabava de chegar a sua sala, encontrando sua irmã arrumando os papeis que vinham sobre a mesa. Ela lhe sorriu, atenciosa. Ele foi até a cadeira, sentando-se nela enquanto ela pegava algo na mesa enquanto segurava alguns papeis em uma das mãos. 

    – O que você tem ai? 

    – Ah... São só alguns formulários que tenho que entregar... 

    – E essa coisa rosa na sua mão ai... – disse num meio sorriso – Por acaso é alguma carta? 

    – É-é... – disse meio nervosa – Vou mandar para o Shikamaru... – fingiu vergonha. 

    – Che... – disse num quase riso – Estou surpreso... Não chegou nada para mim? 

    – Diz correspondência? Nenhuma... 

    – Ah... Você enviou aquela carta, certo? – disse abrindo a gaveta da mesa. 

    – Sim! 

    – Tudo certo, então... – disse lendo os papeis que pegou. 

    – Até mais... – disse saindo da sala. 

    ...

    Gaara estava em casa, na sala, lendo um livro da biblioteca. Assim que terminou foi guardá-lo, mas parou ao ver um envelope sobre as pastas de Temari que estavam ali. Ele era amarelado e tinha a sua assinatura. 

    – Huh? Ela não tinha enviado essa carta há uma semana? – pensou. 

    – Ah! Oi, Gaara... – disse Kankurou. 

    – Hei, a Temari enviou as correspondências de semana passada? 

    – Ah! Ela pediu para eu entregar, só que eu me esqueci, estou indo lá agora! Por que? 

    – Ah, não... É que ela esqueceu desta... – mostrou. 

    – Ah, pode me dar! – disse indo ao irmão, estava indo entregá-las mesmo. 

    – Desde quando ela não vem aqui? – perguntou meio desconfiado. 

    – Ah, desde aquele dia da reunião... Eu vim pegar o restante das cartas que ficaram na mesa dela... – colocou a carta que estava na mão do Kage entre as outras e pegou mais duas na mesa. – Não conte a ela... 

    – Você tem sorte de ela não ter vindo aqui, ou já tinha lhe matado... 

    – Com certeza!

    – Gaara, você está prestando atenção? – ela disse, sentindo-se ignorada. 

    – Você não entregou não é? A minha carta... 

    – Gaara, eu... 

    – Responda. – disse sério 

    – Não. – disse olhando para o outro lado. 

    – E você não me entregou as dela, não me mesmo... 

    – Gaara, pare com isso! – disse chorosa 

    – Apenas responda... 

    – Não, mas entenda, foi para os eu bem! 

    – Meu bem?! – exaltou-se – O que você considera “meu bem estar”?! 

    – Gaara... – começou a chorar – Eu só queria te proteger. Você ia acabar... 

    – Você estava apenas protegendo seu egocentrismo. Não acredito que você, Temari, foi capaz de fazer isso... Você achou que eu iria fazer o que? Abandonar minhas responsabilidades, que eu seria um inconseqüente?! 

    – Gaara, por favor, eu só queria te proteger! 

    – Não quero te ouvir, não tem desculpas! 

    – Gaara! – abraçou-o – Perdoe-me! 

    Ele afastou-a devagar, olhando duramente para seus olhos marejados e deferindo-lhe um tapa na face, fazendo-a virar o rosto e deixando uma marca avermelhada. 

    – Estou decepcionado e magoado com você. Perdi minha confiança em ti, e perdi meu respeito também. 

    – Ga – Gaara... – sussurrou. 

    – Eu estou indo, e é melhor que não me siga ou serei capaz de fazer algo muito pior que um simples tapa... 

    – Você vai atras dela, não é mesmo?! Depois de todos esses anos, ainda gosta dela?! 

    – Vou. - disse num meio sorriso - Por que é ela que eu amo.


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