Teen Wolf - Decussation

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    16
    Capítulos:

    Capítulo 4

    And Then You

    Álcool, Bissexualidade, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Spoiler, Violência

    Stiles sentia todo o seu corpo ardendo, as mãos grossas e fortes lhe tocavam as pernas nuas, retirando a cueca branca, os lábios eram tomados com volúpia pelo lobo-alpha enquanto o mesmo sentia suas costas serem arranhadas de leve. Ele deixou a boca, descendo mordidas e beijos pelo pescoço e peito do garoto.

    Stiles não pode resistir à satisfação, soltando um deleitoso suspiro, segurava nos cabelos macios do mais velho enquanto ele lhe sugava um dos mamilos e começava uma masturbação no pênis já ereto de Stiles. Gemeu rouco, contorcendo-se um pouco na cama meio larga. A boca de Derek deixou os pontos rosados – onde alternava as mordidas - e foi descendo com a língua para o pênis de Stiles, que clamou por carinho, bem como o próprio.

    Stiles acordou suado e estupefato. Não era a primeira vez naquela semana que sonhava com o moreno, e isso já o estava enlouquecendo. Foi direto para o banheiro tomar um banho frio e dar um jeito naquela sua ereção. Por sorte, acordara muito mais cedo, e então, não se atrasou para o colégio por causa daquele pequeno problema.

    O jeep estacionou em uma boa vaga por causa de ele ter chegado cedo, o que ele agradeceu mentalmente, não queria ficar na escola além do necessário. Dirigiu-se a entrada da escola, onde não havia mais que alguns professores e poucos ainda alunos dentro dela. Stiles seguiu então para a sala da piscina, logo depois de guardar seu material no armário.

    Sentou de frente para a piscina, exatamente onde estivera com Derek no mês passado, quando se protegiam do Kanima. As lembranças daquela época e de antes dela voltaram a sua mente como se um filme estivesse sendo exibido diante de seus olhos. E ele se sentia nostálgico com elas.

    Na primeira vez que o encontrara na floresta, naquela vez em que ele e Scott iam ido procurar a bombinha de Scott. Lembrou-se imediatamente dele, não precisou que o homem dissesse algo para que Stiles o reconhecesse. Lembrava-se do garoto sendo levado desmaiado para a ambulância no dia do acidente com os Hale.

    Estava com o pai por que sua mãe também havia sido morta naquela época, o que o marcou profundamente. O xerife não podia deixá-lo sozinho por muito tempo, pois logo Stiles chorava e entrava em crise pela perda da mãe. Naquela época, em que Derek estava reabilitando-se no hospital, com a pele queimada, que se reabilitava inacreditavelmente rápido; ele ia praticamente visitá-lo todos os dias, junto com o xerife.

    Stiles, porém, nunca se atreveu a entrar lá. O garoto era deveras estranho para si, como se sentisse um perigo iminente sob seus olhos verdes. Costumava dizer que o garoto tinha sentidos de lobo, pois sempre olhava fixamente para onde Stiles estava no vidro não transparente para o paciente. E riu no PRESENTE, pensando em sua ingenuidade de menino.

    Fora também naquela época em que conheceu Lydia, ela havia ido ao hospital acompanhado da mãe que passava mal e do pai preocupado. Daquela vez Stiles não pode ir até a ala onde Derek estava e teve de esperar na recepção junto com Melissa e Scott. Quando o amigo foi ao banheiro, a menina se aproximou, tinha os cabelos presos em duas tranças para frente, vestia um vestidinho vermelho e uma meia um pouco alta que acompanhava um sapatinho preto.

    – Oi! – ela sorriu para Stiles.

    – Hi! – respondeu a ela.

    – Eu soube que sua mamãe foi para o céu. É verdade? – ela perguntou curiosa, com uma das penas atrás da outra e as mãos nas costas.

    – Huh? Yes... – respondeu baixinho, encantado com a menina.

    – Você deve estar triste, eu amo muito minha mamãe, se ela fosse para longe eu choraria muito. Mas não fique triste tá, tudo vai ficar bem, não precisa chorar. – ela disse, assando a mão em sua cabeça.

    – Não vou chorar, já sou um homem! – disse envergonhado, vendo a menininha rir e se sentar ao seu lado.

    – Seu nome... Stli... Stiles... É difícil... Eu sou Lydia Martin! - ela lhe sorriu, com os dentes branquinhos. – O que faz aqui?

    – Meu pai está trabalhando... – disse Stiles, colocando a mão entre as pernas e virando-se um pouco de lado para a moça.

    – E você veio com ele? Pensei que já fosse homem para ficar sozinho em casa. – riu alto, vendo a cara emburrada que ele fez – Papai não gosta de me deixar sozinha em casa, mas a mamãe deixa de vez em quando, quando vai à padaria.

    – Ela provavelmente não te leva por que você fala demais... – resmungou Stiles.

    – Que coisa feia de se dizer... – fez cara de séria – Nunca ofenda uma moça... – deu um peteleco em sua testa.

    – Ai! – disse, levando a mão à testa – Por que você fez isso?

    – Você é engraçado... – disse rindo dele alto, fazendo a Srta. Melissa lhes repreender com os olhos, mas ela ignorou – Muito engraçadinho...!

    Stiles viu que naquela hora, apaixonou-se pela menina. Ela fora a primeira a tocar no assunto de sua mãe depois que ela morreu. Ela fora a primeira a tratar-lhe naturalmente, como se ele fosse só um garotinho normal, foi a primeira que não lhe olhava com pena, e foi a única que falou com ele naquele meio tempo, ou melhor, a única que escutou.

    Nunca existiria ser mais gracioso que Lydia, eles conversaram ali até que os pais dela voltaram do pronto socorro e ela enfim foi embora. Stiles não viu quanto tempo havia passado, mas não se sentiu angustiado ao lado da menina. Sentiu-se normal, como se sua vida tivesse seguido em frente. Nãos sentiu nada, sentiu-se. O pai voltava na mesma hora em que a menina cruzava a entrada/saída do hospital.

    O xerife pediu desculpas pela demora e depois eles voltaram para casa. Stiles já não acompanhou seu pai mais nas idas ao trabalho, o que era um alivio para o Sr. Stilinski. Descobrira em qual escola a menina estudava e se transferiu para ela, porém, nunca conseguiu se aproximar suficiente da menina para se tornar mais que um amigo. E depois, a medida que iam crescendo, nem isso eles passaram a ser.

    No fundamental, quando eles estavam já na quinta série, ela lhe ignorava completamente. Diferente dele, que não conseguia fazer amigos com facilidade, Lydia conversava com todos do colégio e logo era cercadas das mais variadas pessoas. Ela havia se tornado uma menina amarga com os antigos amigos por causa dos novos.

    – Eu não acredito que você anda com gente assim...! – disse uma garota da sexta série – E eu pensando que você não era uma perdedora, mas pelo visto, não é bem assim...

    – É, e nós até queríamos chamar você pra andar com a gente, mas não gostamos de andar com pessoas desse nível...

    Stiles assistia de longe as meninas ridicularizarem Lydia por ela não se preocupar em andar com os meninos inteligentes e menos populares. Stiles resolveu interferir quando viu que as meninas se tornaram agressivas com Lydia. Sua boa iniciativa, porém, foi encarada com gozação pelas mais velhas e vergonha por Lydia.

    Depois que elas saíram rindo da cara de Lydia, ela se virou para Stiles com os olhos cheios de lagrimas e gritou com ele. Não havia mais pessoas no pátio, mas a menina continuava a brigar com ele e as lagrimas descendo sua face.

    – Não preciso de você! Não preciso que me defenda! Eu sou forte o suficiente! Você é um perdedor, um perdedor que não sabe de nada! – empurrou-o para frente, afastando-o de si – Te odeio! Odeio-te!

    – I’m sorry, Lydia... – sussurrou choroso – Eu só queria...

    – Shut up! Idiot! I hate you so much! I hate you! – gritava, esperneando no lugar – Vá embora, vá embora! Não preciso de você!

    – Lydia... – chamou-o, tentando se aroximar.

    A menina desabou no chão, chorando, e os professores logo vieram socorrê-la. A menina parecia estar em convulsão, devido ao tanto que tremia. As bochechas e o nariz ficaram muito vermelhos, quase da cor dos cabelos ruivos naturais. Levaram-na embora e Stiles levado a diretoria. Recebera uma advertência da diretora, e depois seguiu para a sala.

    Quando chegou lá, viu que Lydia sentava-se em seu costumeiro lugar, séria e compenetrada na lição do professor de inglês, não demonstrava estar abalada ou nada do tipo, mas Stiles a conhecia bem demais para deixar-se enganar por aquela atitude fria.

    Conhecia Lydia e sabia que ela só usava a caneta brilhante quando estava chateada. Bem como a menina apenas colocava adesivos nas paginas do caderno quando queria se distrair, e para piorar a situação, seus cabelos estavam presos em um coque para cima, o que denotava descontentamento. Stiles grunhiu na mesa angustiado, olhando a ruiva pregar um adesivo no caderno e passar a caneta brilhante em volta dele. Remexeu no cabelo preso, colocando com mais força a caneta que o prendia para que os cabelos não caíssem. E depois daquele dia, Lydia evitava a todo custo falar com Stiles, ate que o garoto não procurasse mais ela, mas pelo visto, não havia surtido efeito algum, ele continuava lhe perseguindo.

    Pelo visto, o garoto não era totalmente repelido, uma vez que recebia todos os convites de aniversário da menina e ou festinhas que ela dava. Ele sempre estava na lista, ele sempre era convidado, e apesar e nunca poder estar com a garota, ele sentia que assim seria bom enquanto ela não o desculpasse. Com o tempo, compreendeu que seria quilo que teria da garota, pelo menos até ela perdoa-lo totalmente.

    Porém, Stiles ja a amava há muito tempo para ter dela apenas a antiga amizade, e estava disposto a conquistá-la, seja como fosse preciso. Queria sua Lydia de volta, só não sabia, no momento, que aquela pequena Lydia havia morrido no coração de Lydia Martin, a garota mais popular do colégio.

    Conhecera Scott quando estava no primeiro colegial, ele havia acabado de se mudar de escola e os dois era novatos no time de Lacrosse. Tornaram-se amigos rápidos, apesar de Scott ter sempre que aturar os comentários ofensivos e devaneios de Stiles, e Stiles, aturar as reclamações do garoto. Eram, porém, grandes amigos.

    E como se Stiles precisasse se sentir humano depois de levar seu primeiro fora de Lydia, começou a se envolver em encrencas – as quais que arrastava Scott consigo – com o xerife, que conversava toda semana com o filho sobre alguma travessura que ele aprontava junto de Scott.

    Stiles já não se sentia mais sozinho, tinha com quem conversar passar os fins de semana asistindo seriados ou saindo para jogar. Ir as festas mais badaladas de Lydia, não se sentia mais sozinho naquela escola, por que depois do abandono de Lydia, ninguém havia se aproximado do garoto, mais por sua própria reclusa.

    Com o tempo, passou a escutar as conversas do pai com o distrito de Beacon Hills e a aparecer nas cenas de crimes, antes mesmo do xerife – estas depois de ganhar o jeep. E agora, envolvia-se nos casos. O pai já não sabia se repreendia o filho ou se deixava passar, e a escolha escolhida era sempre a esta ultima.

    Talvez as decisões tomadas pelo pai de Stiles estivessem erradas desde o começo, quando ele passava a mão por cima da cabeça do garoto, incapaz de negar-lhe algo ou repreender-lhe, depois da morte da mãe dele e sua mulher. Mas ele não queria mais sofrer, e por essa razão, sua complacência com o filho. Não queria mais perder ninguém, e este sentimento era compreensível.

    Stiles sabia que nada de grava aconteceria a ele quando fizesse aquilo, mas quando fazia algo errado era um divertimento para si mesmo. Precisava estar sempre estar no meio do perigo, precisava sentir adrenalina em seu sangue, precisava sentir as pernas tremerem e medo ou excitação. Precisava de algo que fizesse seu coração bater tão rápido quanto aquelas tardes com Lydia.

    Stiles buscava um sentimento de medo e excitação, de mistério e coragem, i invisível coberto por uma visibilidade. Buscava um anjo de asas caídas, um demônio que queria se redimir com Deus. Um cordeiro em pele de lobo, ou um lobo em pele de cordeiro. Precisava fazer seu coração pulsar.

    E dentro do carro do xerife, aonde Derek ia com as mãos algemadas nas costas, ele sentiu todas aquelas sensações de uma vez. Quando encarou de perto aqueles olhos verdes, lembrou-se daquelas épocas no hospital. Ele lhe encarou da cintura para cima, como se reconhecesse ele de algum lugar, e antes que algum deles pudesse pronunciar algo, Stiles fora brutalmente arrancado do carro pelo pai.

    Levaria uma bronca dele, mas não se importava muito com isso, só queria olhar de novo para aquele homem, olhar-lhe nos olhos novamente e sentir aquela sensação exasperada e deleitosa, o medo e a curiosidade unidos em dois olhos verdes.


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