|
Tempo estimado de leitura: 45 minutos
12 |
"São Flomirias, minúsculas fadas das flores, que vivem a proteger as magnificas plantas do bosque de crianças curiosas iguais a você."
~~
O silencio parecia atormentar os três daquela sala esquecida pelo tempo. O terceiro individuo não parecera com nada que os dois irmãos conhecia, o que realmente era aquilo? O coração de Flora e Demétrio saltara em batimentos acelerados. O suor pingava das testas dos jovens, aquele ser saíra do livro? Era um sonho, a explicação logica de tamanha surpresa. O pequeno orelhudo olhava com aqueles enormes olhos claros para os dois, olhava e fitava os garotos tentando chegar perto, mas o medo dos gêmeos não deixava o pequenino aproximar-se. Demétrio segurou firme o que estava sentindo, e em meio a tantas coisas a supressa superara o pavor, a curiosidade superara a surpresa, então o jovem encarou o pequenino. Reparava que era pequeno, que as orelhas dele teriam no mínimo dez centímetros de cumprimento com um formato pontudo para os lados, era magricela e de cor verde-oliva, reparava também que os dentes do pequenino era finos e afiados. Por alguns segundos o clima do lugar era de total silencio, mas aproximando-se do ser estranho Demétrio falara torcendo o lábio e fazendo uma pose de coragem e ironia.
– Você é um duende. - Flora arregalou os olhos para o irmão que estava confiante em suas palavras, mas o orelhudo a frente pareceu que rangia os dentes e de sua feição de carisma um olhar amedrontador fora percebido e aos berros a criatura começava a dizer.
– Duende? Claro que não sou um duende, sou um Ardic.
– Nunca ouvi falar. - O garoto já não estava com medo, sentando no chão de madeiracruzava os braços, enquanto Flora ainda se escondia, mas o Ardic insistia e indagava palavras secas.
– Claro que nunca ouviu falar sobre nós, você ainda tem muito o que aprender, e vou lhe contar uma coisa senhor, duendes são derivações fantasiosas que humanos de mente aberta inventaram para que os humanos deste mundo achassem que existiam seres mágicos, mas não existe. - O coração de Flora havia se acalmado, indo em direção do Ardic perguntava curiosa.
– Como assim? E de onde você veio?
– Só para terminarmos, alguns humanos tem a capacidade de imaginação além do normal, suas mentes de alguma forma conseguiram criar imagens de Atilia o único mundo que á seres fantásticos, ou seja, todos os seres mágicos fantasiosos que vocês conhecem existem, mas não neste mundo. - Demétrio ainda estava confuso com tudo aquilo, e murmurava para a irmã.
– Ele quer dizer que existe um mundo magico, que coisinha estranha não é Flora. - Mas os ouvidos de Grupin não era grandes por aparência, escutara tudo que o garoto sussurrava.
– Meu jovem herdeiro, não só quero dizer que existe um mundo magico, como quero dizer que os dois fazem parte de um conselho milenar. - Flora que até então estava calada, tentava entender.
– Tudo bem senhor, não sei se estamos tão abalados emocionalmente pela morte de nosso avô, que vimos um livro em branco aparecer textos e um ser estranho sair de dentro dele ou se estamos ficando malucos, mas nós somos apenas... - E ela engolia a seco o que dizia, mas continuou um pouco abalada. - Somos apenas dois gêmeos órfãs que não irão ter para onde ir.
– Estão enganados. - E Grupin aponta para o livro, - pegue o livro por favor jovem herdeira. - Flora um tanto impressionada faz o que ele pede.
– Este livro não é um livro qualquer não é?
– Olha, não poderei ficar por mais tempo neste mundo, então quero que os dois peguem no livro com uma de suas mãos. - Os dois jovens se olharam. Flora sabia que tudo isto não poderia passar de um sonho estranho, mas era melhor do que poderia acontecer se ficassem naquela casa, não poderia se imaginar sem seu irmão. Demétrio parecia pensar a mesma coisa, ambos firmemente colocaram seus punhos sobre o livro, então Grupin auxiliou os dois.
– Este é o livro dos Sábios de Atilia, apenas os herdeiros de tamanho poder conseguem desfrutar dos magníficos poderes do livro que tudo revela. - Demétrio ainda fizera bico de quem não entendia e não acreditava em nada, entretanto estavam em frente a um ser que parecia um duende de jardim, e que tinha raiva que o comparasse com isto, o que seria mais estranho, - Relaxem isto pode ser um pouco doloroso, já que ainda não dominam seus dons, repitam o que vou dizer, "Redesohan".
– Redesohan. - Os dois falara juntos. No mesmo instante tudo parecia apagar aos olhos dos dois irmãos, pois uma luz extremamente forte invadia a visão de ambos, e no exato momento da pronuncia pareciam ter levado uma pancada na cabeça. Mas não era isto, os três haviam sido engolidos pelo livro que sumira como um fantasma daquele sótão solitário.
O carro continuara na frente da casa grande, parado levava a enfermeira impaciente por algo. Mas os seus olhos pareciam mudar em um brilho estranho. Monica não lembrava por que estava na frente da casa do seu falecido paciente, não lembrava dos dois jovens, parecia um tanto perdida. Saia do carro com ferocidade tentando entender por que estava ali. Mas parecia que sua mente estava apagada, não lembrava de nada, confusa entrou novamente no carro deu uma ultima olhada na casa e saiu rumo a sua residência.
**
Aquela brisa de um vento sereno e límpido parecia ecoar nos sentidos da menina que dormia um sono breve. Foi-se acordando um pouco sonolenta, sentia uma grama fina e molhada tocar o seu rosto, apalpando com as duas mãos que estavam esticadas sobre o solo, ela sentia a terra fofa escorrer sobre seus dedos. Onde estava? A ultima coisa que Flora lembrava era de um estranho livro no sótão. Tentava abrir os olhos enquanto se levantava e ficava sentada, um brilho emergia sobre a escuridão que ainda estava sobre seus olhos e quando abriu, quase veio a fechar novamente em um desmaio, não conseguia entender onde estava. Assustada levantou e ficou de pé, seu corpo estava estranho seus joelhos sujos de terra de um chão esverdeado de uma grama magnificamente impecável. Olhou a sua volta, espremendo suas mãos nos olhos para ter a certeza que não estava a sonhar, ao seu redor uma linda floresta com arvores grandes e plantas estranhas que nunca viu em sua vida, mesmo nos livros de botânica que tanto gostava, nunca em nenhum lugar verá flores tão lindas e esquisitas saindo de arbustos ao chão. Cambaleando ainda pelo sono que parecia evidente em seu corpo, foi-se até uma das flores. Havia muitas de todos os tipos e em todas as plantas a sua volta, Flores grandes até do tamanho da própria menina. Mas uma chamara sua atenção, pequenas flores que brilhavam intensamente de tão brancas, Flora se aproximava e quando fora tocar caia para trás em um susto tremendo. As Flores se soltaram dos talinhos verdes e começaram a dançar em sua frente, Flora se agachava se protegendo enquanto as pétalas de flores a atacavam sem parar.
– Socorro! - Gritava com todas as forças. Fazendo assim chamar a atenção de seu irmão e de Grupin que estavam sentados sobre uma rocha atrás de algumas moitas de folhas azuis.
– Flomirias, claro que são Flomirias. - falava Grupin balançando a cabeça, e indo a frente da menina que tapava os ouvidos ao chão e aos berros. - Minha cara, gritar apenas piorara a situação, Flomirias já chega retornem as folhas, não viemos aqui para atrapalhar o sono de vocês. - Ao terminar de falar as pétalas paravam de voar a volta deles, e retornavam ao formato de flores.
– O que foi isto? - Dizia a menina assustada.
– São Flomirias, minúsculas fadas das flores, que vivem a proteger as magnificas plantas do bosque de crianças curiosas iguais a você.
– Como assim, são apenas pétalas de flores.
– É o que parecem ser, Flomirias são fadas que se camuflam entre as pétalas e são tão pequenas que a olho nu é quase impossível de a enxergarem. - Flora levantava do chão envolvida nas gargalhadas de Demétrio que quase chorava ao ver a irmã assustada.
– O que a de tanta graça De? E onde estamos? - O irmão se aproximava e dava uma de suas mãos para a irmã subir na rocha que ele estava, e respondendo a pergunta falara expressando alegria em suas palavras.
– Flora, estamos em Atilia. - A menina ficou boquiaberta quando viu aquela imagem em sua frente. Era extremamente lindo e magnifico o que ela estava vendo, seus olhos verdes pareciam nunca ter presenciado tamanha beleza. Enormes estruturas de pedras formavam torres sobre a floresta, um muro de centenas de metros envolvia o que parecia uma cidade. Pequenas construções decoravam o bosque como se fossem casinhas, e no alto de uma montanha ao horizonte, cortando o céu um enorme castelo de pedra e folhas, era tão grande suas torres que poderá tocar nas nuvens.
– E tudo tão maravilhoso. - Suspirava a garota, e Grupin respondia.
– Bem vindos a Gomeron, o reino de Daewron.
– Daewron? - Falara Flora sem entender.
– Sim, o rei de Gomeron, agora vamos seguir a estrada de folhas secas, nós levará até os portões do reino. - Demétrio estava sorridente como se tudo não passasse de uma brincadeira, entretanto Flora estava desconfiada e ainda parecia estar em um sonho.
– Por que está tão feliz Demétrio?
– Enquanto você dormia, tive uma longa conversa com Grupin.
– Por quanto tempo dormi?
– Aproximadamente umas duas horas! - Flora parou de andar e puxou o palito negro de seu irmão quase o fazendo cair.
– Por que não me acordou? - Grupin olhara para cima, pois mesmo os dois gêmeos sendo pequeno ele tinha uma estatura ainda menor, e falava palavras secas.
– Quando um ser é transportado por uma magia de portal, é inteiramente proibido despertar esta pessoa, seu irmão acordou primeiro por que seu corpo é muito mais resistente que o seu minha jovem herdeira. - A garota dos cabelos negros retorce o lábio e demonstrou desconfiança, mas seguirá sem falar mais nada, porem estava com tantas perguntas entaladas sobre a garganta que estava a sufocando.
– Então quer dizer que somos herdeiros de alguma coisa de Sábio? - Falara a menina que não conseguiu ficar realmente calada, Grupin sem olhar para trás e guiando-os tentou explicar um pouco do que explicou para Demétrio a pouco.
– Vocês não fazem a ideia do que são capazes, este livro que esta nas mãos de Demétrio é um dos artefatos sagrados de todo este mundo. Vocês nasceram do ventre da Rainha das Rainhas, aquela que reinava sobre os quatro reinos de Atilia. A primeira vez registrada na historia, que filhos dos Reis de Atilia herdariam os poderes dos sábios deste mundo.
– Se somos herdeiros, quer dizer que nossos pais estão mortos? - Dizia a menina com um tom baixo, e Grupin a respondera parecendo que tinha dor em suas palavras.
– Sim, no dia que nasceram seus pais foram traídos e mortos pelo Sábio das montanhas, sinto muito.
– Então não faz diferença nenhuma, neste mundo ou no outro estávamos sozinhos desde o começo. - Demétrio pareceu ser atingido pelas palavras da irmã e recuou o olhar para o chão, mas grupin apenas respirava fundo e dizia.
– Bom meus jovens, não serei eu que irá lhes explicar tudo, e sim Magda a elfa celestial de nosso mundo, e ela os aguarda ansiosa atrás destes portões. - Os três param de sobre as folhas secas do caminho que sumira abrindo espaço a o caminho até o enorme portão, tão grande que quase não se dava para ver o seu fim ao olhar para cima. Os portões de frente de Gomeron, Flora e Demétrio sentiram uma sensação estranha, como se já conhecessem este lugar, como se já estivessem vindo aqui de alguma forma. Tudo parecia um sonho esquisito, mas a cada sensação diferente traziam a confiança dos dois a o mundo magico e novo que eles temiam e ao mesmo tempo glorificavam.