As crônicas de Atilia e a Trombeta de Bronze

Tempo estimado de leitura: 45 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Prologo

    Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    Aqui apenas o prologo de uma grande saga que irei desenvolver, espero que gostem!

    Sentia o vento forte soprar o liso cabelo louro da mulher, que andava vagando sozinha na Rua dos Campineiros. Descalça pisava firme no asfalto gélido, sua roupa era extremamente branca, apenas um enorme veste a cobria do pescoço aos pés. Seus olhos resplandecentes de tão verdes iluminavam a fria madrugada do brusco inverno. 

    Caminhava até a frente de uma velha casa, a maior da região, foi-se até o gramado. Parou, olhou e sorriu, nos seus braços levava um enorme cesto de palha com um impecável acabamento em fios de ouro, dentro do cesto coberto de pele branca dos mais nobres lobos das montanhas, estavam dois bebês gêmeos, uma menina e um menino, que dormiam como anjos.  

    A mulher observava atentamente a velha casa, queria ter certeza de que os bebês ficariam bem com sua ausência. Ficou ali parada por mais de dez minutos, sem ao menos se mexer, agachou ao chão e colocou o cesto sobre o gramado, passando os dedos na bochecha rosada de um deles exclamou em voz baixa, quase sussurrando para não acordá-los 

    – Não pude os proteger, não pude os manter a salvos junto ao calor de seus pais, mas eu prometo que ficaram bem – e a mulher derramava algumas lagrimas sobre o cesto -, Demétrio e Flora, um dia voltaram para nos salvar e a profecia se concretizará. 

    Assim que ela falava para si, um estrondo a faz levantar, todos os postes de luzes que permaneceriam apagados até a manhã, agora estavam todos acesos. Um homem misterioso vestido com uma enorme capa vermelha se aproximava, parecia ter vindo dos céus, pois aparecera como um raio em dia chuvoso, ele apenas parou em frente à mulher com os bebês e não hesitou em falar rudes palavras de autoridade. 

    – Vamos Magda, o nosso mundo depende de nós, se demorarmos mais um segundo nesta Terra, Atília não existirá mais – e ele retirava a capa vermelha que escondia seu rosto, enquanto indagava palavras secas -, deixe. Deixe os herdeiros no mundo dos humanos, até que se estabeleça a paz.  

    O rosto do homem era diferente, seus olhos eram azuis como o mar, em sua testa levava um arco de prata revestido com folhas verdes como os olhos da mulher que estivera em sua frente. Seu nariz era fino e pontiagudo, suas sobrancelhas eram enormes, desciam até suas bochechas rosadas, mas o que mais chamava a atenção no homem eram dois grossos chifres, que saiam de seus cabelos brancos e armados. Magda a mulher que estivera com os bebês olhava para o cesto por mais alguns segundos, agachava novamente, e apertava o cobertor de pele nos corpos pequeninos, deixando junto a eles um livro. O livro era grande com uma enorme capa aveludada de um vermelho sangue, no centro uma bússola de ouro com dois nomes, provenientes dos bebes, e junto a capa um bilhete - Estou indo Sábio Kalisto, deixe-me olhar apenas mais uma vez para eles.  

    – Magda, não temos tempo – indagou Kalisto, retirando de seu capuz um bastão com uma pedra de formato ilusório na ponta, balançou duas vezes e recitou algumas palavras com o menor sentido que alguém pudera ouvir -; Abre-se o portão do sul, abre-se para Atília, portão do sol. 

    Suas palavras foram firmes e rápidas, assim que recitou as nobres palavras, tocou o bastão no chão, fazendo repentinamente a pedra brilhar explodindo todas as lamparinas que o mesmo acendeu ao chegar.  

    Instantaneamente do muro coberto por folhas trepadeiras, uma passagem é aberta aos poucos. O muro retorceu-se até uma imagem aparecer do outro lado. Kalisto entrou, sem ao menos olhar para trás, enquanto Magda encaminhou-se ainda olhando para os bebês, pareceu não querer os deixar, virou-se de costas puxando seus cabelos louros do rosto, revelando suas orelhas enormes e extremamente pontudas 

    – Quando aquele cair perante o Rei de Atília, eu mesmo retornarei para buscá-los, eu prometi para vossa-majestade, eu prometi, ou eu não poderei nunca ser chamada de Elfa Celestial, tomará que conseguimos vencê-lo antes de vocês lerem o livro. 

    Magda entra no muro repartido, e no mesmo instante ele começa a se fechar até os dois sumirem, deixando os bebês. O barulho foi tanto que acordou a rua inteira, as luzes da velha casa que permanecera apagada, agora todas brilhavam. E rapidamente passos eram escutados da casa sobre o opaco piso de madeira.  

    Enfim a porta era escancarada revelando um senhor de aparência abatida. Extremamente magro, com enormes olheiras em seu rosto enrugado, vestia-se com um largo pijama, e contava os passos que dera até o cesto dos bebês. O velhote quase enfartou quando percebeu o que estava sobre o cesto. Puxando o manto de pele branca, ele realmente se assustava com as crianças, porem se deslumbrava com aqueles pequenos rostinhos. 

    Com dificuldade agachou-se, puxando o bilhete que se destacava entre os pequeninos.  

    – Estou sem os meus óculos – reclamava o senhor, que espremia o papel amarelado em seus olhos -; vejamos “Cuide bem das duas crianças. Seus nomes estão no verso do bilhete, e que seja de extrema importância, que apenas entregue o livro para as crianças quando elas fizerem exatamente treze anos, antes disso jamais os entregue. Agradecidamente a pessoa que as salvou” –, ele lera levando o cesto em seus finos braços, apertando o papel contra o peito, indaga um suspiro de vários sentimentos – cuidarei de vocês – falou para si, entrando em sua casa sem saber ao certo o que estava acontecendo. 


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