The End Of Day - Gênesis

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    Capítulos:

    Capítulo 3

    Estagio 3 - Escapatória

    Álcool, Mutilação, Suicídio, Violência

    No Capítulo Anterior...

    Após a volta do banheiro, Jason percebe algo errado na enfermaria, e vai conferir, sendo atacado por um aluno-zumbi. Se trancando com seus amigos em sua sala, eles vê o massacre que os zumbis fazem no patio da escola. Sem água ou comida, Jason decide fazer armas improvisadas e sair da segurança da sala, apostando na sorte.

    A maçaneta gira, a porta abre, as dobradiças rangem... Jason é o primeiro a sair, a machadinha segurada com força, enquanto ele avista um zumbi, a dez metros dele. O segundo, com seu corpo gordo, sai de trás de Jason, segurando a barra pontiaguda com as duas mãos. Evelyn é a próxima, sendo protegida pelos dois, e Willian é o ultimo, tremendo a peça que segura. Robson avista mais dois zumbis, aproximadamente a quinze metros pelo lado direito do corredor, pelos cálculos dele. O zumbi da esquerda os olha com olhos famintos, e sem hesitar, começa a cambalear em suas direções. A bochecha está pendurada por uma fina pele, um dos olhos vazados, sangue por praticamente todo seu corpo. A grande falta de carne é visivelmente vista em seu braço, o osso exposto como se fosse para vender. Os outros dois da direita também os olham ferozmente, soltando atemorizantes gemidos.

    – Jason, há dois aqui. Pelo jeito eles sentem o nosso cheiro e com certeza eles nos vê. - Fala Robson.

    – Certo, então praticamente é como nos filmes. - Continua Jason - Certo galera, acertem na cabeça, vamos ver se eles morrem desse jeito. E lembrem-se: eles não são mais humanos.

    Jason não sabia se aquilo iria funcionar. O que ele tinha visto em relação a zumbis estavam em filmes, videogames, livros, animes e mangás. Mas aquilo era real, e ele iria aprender a como matar zumbis, por bem ou por mal. O da esquerda já estava próximo de si, perfeito, pensa ele, agora vamos ver como você morre. Jason levanta a machadinha, a zumbi lhe exibindo os dentes sujos de sangue e carne, suas mãos esticadas para agarrar a sua presa. Jason abaixa os braços rapidamente, a lâmina cortando o ar.

    E a machadinha crava no crânio do anormal, som de osso cortado sendo ouvido.

    A zumbi revira os olhos, massa cefálica saindo pelas narinas, até que o corpo desfalece e cai.

    – Não acredito! Funcionou! Pessoal, funcionou! - Se entusiasma Jason.

    – Então, era como pensávamos. É só acertar na cabeça! - Fala Willian - Robson, eu pego o da direita e você o da esquerda.

    – Ok. - Concorda Robson.

    Os dois avançam nos zumbis e lhes enfia a barra nos crânios, um bem no meio dos olhos e outro na testa, próximo do cabelo. Os mortos caem, a felicidade estampada nos rosto dos garotos.

    – É isso aí! Somos exterminadores de zumbis!

    O grito de vitória ecoa pelo corredor, e como resposta, vários gemidos são ouvidos por toda a parte.

    – Acho que você não deveria ter feito isso. - Fala Robson - Eles podem ouvir também.

    – Galera, - chama Jason - Vamos embora, rápido! As escadas ficam no final desse corredor. Vamos, vamos!

    Os quatros começam a correr, Jason sempre perto de Evelyn, ela com expressões de medo e pavor. De repente, uma aluna-zumbi sai da sala bem em frente deles, já levantando os braços. Jason pega a liderança e joga seu braço contra ela, a machadinha pegando na orelha e cortando o osso do crânio. Sangue junto com massa cefálica espirra na parede quando a machadinha sai do rosto da morta, que gira, seu corpo caindo. Mais três saem da sala, mas o grupo já estava longe. Outros surgem mais á frente, possivelmente dos outros corredores e em pouco tempo eles estão sendo perseguidos por uns quinze zumbis.

    – Vamos gente, ele são lentos! - Fala Jason.

    Passando pelo ultimo corredor, eles logo vê a placa presa na parede indicando as escadas. Finalmente, pensa Jason.

    Mas um zumbi agarra Willian, o derrubando.

    Os dentes ferozes chegam próximo de seu rosto, Willian lutando contra a força da zumbi. Os cabelos loiros, porém sujos de sangue e bile, tocam o seu rosto. Willian, no meio do desespero, dá uma boa olhada no rosto da garota. Ela era bem familiar, não, era uma pessoa bem próxima a ele. Arregalando os olhos, finalmente ele reconhece a amiga.

    – Katy, - Fala Willian - Sou eu! Willian! Para, por favor! Galera, é a Katy, ajuda ela!

    A garota zumbi não cansa de lutar pra se livrar das mãos de Willian, dando investidas desesperadas. Robson pega katy e lhe dá um mata-leão mal feito, seus braço gordo envolvendo o pescoço da zumbi, que sai de cima de Willian.

    – Não! Solta ela! É perigoso! - Grita Jason.

    O garoto luta com a zumbi, que agarra seu braço.

    E dá uma mordida em Robson, arrancando uma lasca de carne gordurosa.

    – Não!

    Robson grita de dor enquanto a ferida enche de sangue, manchando sua roupa. A zumbi, finalmente livre dos braços de Robson, inverte contra o garoto novamente, mas Jason é mais rápido e aplica um chute na zumbi, que cai deslizando no piso. Jason aproveita a oportunidade e levanta a machadinha. Para! Fala a sua consciência. a poucas horas ela estava com eles rindo e se divertindo. Agora, ele estava para matar uma amiga, que olhava para ele de forma feroz, mas que ele ainda via aquela menina ativa e divertida. Não. Ela não é mais uma de nós. Ela já morreu.Isso diante de mim é só uma aberração se aproveitando da nossa amiga falecida. E eu vou dar um jeito nisso!

    Lutando contra sua consciência, Jason abaixa a machadinha.

    E crava a lâmina no crânio da zumbi.

    – NÃO! - Grita Willian.

    O som da lâmina sendo tirada da cabeça é ouvido, sangue espalhando pelo piso. Jason desvia sua atenção para seu grupo e vê a aflição estampada em seus rostos. Willian estava parado, possivelmente em choque, olhando diretamente para o corpo de Katy no chão. Robson bufava de dor, pressionando um pedaço de seu uniforme que rasgara contra seu ferimento, Evelyn o ajudando.

    – Vamos, eles estão chegando muito perto - Finalmente fala - Não temos tempo.

    – Vamos morrer, todos nós. - Fala Willian de um modo estranho - Eu, você, Evelyn. Robson, adivinha, você vai morrer também, já está infectado!

    – Não sabemos como funciona. Talvez tenha um antidoto.

    – Acorda cara! - Fala Willian. - Ele vai morrer! Todos nós! Não adianta sair por ai correndo, cedo ou tarde nós vamos morrer!

    – Não! Eu não deixarei! - Retruca Jason - Todo mundo vai viver! Eu vou tirar vocês daqui custe o que custar! Então vamos, agora!

    Um gemido soa alto em seu ouvido, e sem pensar Jason gira e acerta um zumbi na cabeça.

    – VAMOS!

    O grupo novamente começa a correr, os anormais ficando mais próximos... E finalmente eles chegam as escadas.

    [...]

    Robson estava meio tonto com tanto sangue que tinha perdido. Agora no quarto andar, Jason guiava o grupo pelos corredores vazios e sem vida. Isso era ótimo, parecia que aquele andar não tinha zumbis. Mas só parecia. Eles ainda ouviam os gemidos dos zumbis do andar de cima vindo pelas escadas. Willian agora estava estranho, sua afeição tinha mudado de um garoto bom para... algo não muito bom. Evelyn andava ao lado de Robson, sempre o auxiliando quando ele precisava.

    – Jason, a gente pode descansar um pouco? - Pergunta Evelyn.

    – É... Tá, tudo bem. Dez minutos e continuamos ok?

    Robson vai logo sentando e escorando na parede, Evelyn o acompanhando e tentando não mostrar a calcinha branca debaixo de sua saia. Willian não senta, e seu olhar não mudara desde que chegaram naquele local. Jason sabia que o amigo estava mal, mas diante daquela situação ele não sabia o que dizer. Afinal, ele tinha matado Katy na frente de Willian, e Jason sabia que o amigo tinha uma queda por ela.

    – Willian - Fala finalmente - Eu sinto muito.

    – Me deixa cara - Responde friamente.

    – Olha, eu sei que ela era sua amiga... nossa amiga. Mas eu...

    – EU DISSE ME DEIXA!

    – AAAAAAAAAAAA! SOCORRO!

    O grito ecoa pelos corredores. Está perto, pensa Jason, talvez dentro de alguma dessas salas.

    – Eu vou lá, talvez dê tempo!

    – Vai nos deixar?! - Pergunta Evelyn.

    – Só por uns minutos. É rápido. O Willian vai ficar com vocês.

    Jason sai correndo pelo corredor, procurando o grito de desespero de uma possível garota.

    [...]

    A garota não sabia o que fazer. Eles estavam quietos, então porque os canibais os atacaram? O último garoto que a protegia tinha sido mordido, e agora no chão, o canibal o devorava, abrindo sua barriga e se deliciando com as vísceras. Foi tão de repente, os cincos canibais os mataram com tanta facilidade e agora ela estava cercada por gente ensanguentada e faminta. O que eu faço? Droga! Pensava enquanto segurava um cabo de vassoura com um bico de aço improvisado. Nesse meio tempo, um canibal sem metade do braço dá uma investida, a garota tão assustada como um gato sem dono. Instintivamente ela coloca o cabo em modo defensivo, que atravessa - por sorte - o pescoço do anormal. O que ela não sabia é que eles não morriam tão facilmente, e logo o canibal estica sua mão em uma desesperada tentativa de alcançá-la.

    Até que outro se aproxima pelo lado direito da garota.

    O canibal rapidamente se aproxima dela, mostrando os dentes com cheiro de carne crua. Não quero morrer! Ela fecha os olhos e espera o inevitável, se encolhendo o máximo que pode, as lágrimas banhando o seu rosto. De repente, uns estranhos sons surge, como se os corpos estivessem caindo, mas ela não se atreve a olhar. Até que o som chega bem próximo de si, ela sentindo o peso do zumbi preso em sua lança pendendo para o lado. O silêncio toma conta da sala, até que uma voz é captado pelos seus tímpanos.

    – Você está bem? Está machucada?

    Ela abre os olhos lentamente e vê um garoto sujo de sangue em sua frente, segurando uma machadinha. A garota olha a sala em sua volta e vê os canibais estendidos no chão.

    – Qual é o seu nome? - Pergunta o garoto.

    – É... é Hanna.

    – Hanna, meu nome é Jason. Nós estamos saindo da escola, quer vim com a gente?

    O garoto lhe estende a mão, esperando que ela retribua. Quem era ele? Seria uma boa ideia ir com ele? Que opções ela tinha? Já decidida, Hanna lhe estende a mão.

    Mas um canibal pula em cima dele, o derrubando.

    O que ela poderia fazer? O garoto lutava pela sua vida, o canibal em cima dele. Sua machadinha tinha sido jogada longe, e agora ele precisava de sua ajuda. Tomando coragem, Hanna corre e pega a machadinha. O frio cabo de madeira se encontra com sua pele, e logo ela percebe que está segurando uma coisa suja de sangue. Sem perder mais tempo, Hanna levanta a machadinha e enfia profundamente a lâmina nas costas do canibal. Mas sem sucesso. O anormal continuava a se mover, como se nada tivesse acontecido. Porque ele não parou? Eu o acertei, não foi? Droga, o que eu faço?

    Jason segurava firme o pescoço do zumbi, que lutava ferozmente, ele sentindo o bafo de carne podre quando o anormal abria a boca. Sua machadinha tinha caído em... na verdade ele não sabia onde ela tinha ido parar. Seus braços já não aguentavam mais a força do zumbi, que chegava bem próximo quando ele cedia.

    – Não vou morrer aqui! Não mesmo!

    os gemidos já estava dando dor de cabeça nele, e ele já estava ficando de saco cheio daquela situação. A garota, por outro lado, não fazia nada para ajudá-lo. Isso era o que ele pensava.

    Até que uma ponta afiada de ferro transpassa a cabeça do zumbi, exibindo-se pelo nariz do anormal.

    O corpo desfalece, ficando com todo o peso por cima dele. Agora essa, pensa Jason, ainda tenho que dar um abraço nesse canalha. Tirando o morto em cima de si, ele vê uma garota, mas não era Hanna. Ofegante, Evelyn visava o zumbi com os olhos arregalados, suas pernas cedendo. Aquilo tinha sido demais para ela, e agora ela demoraria para processar tudo aquilo. Jason rapidamente a segura, e ele sente o corpo da garota tremendo em seus braços.

    – Deus, o que eu faço?

    Sem opções, Jason lhe dá um abraço, era o melhor que ele podia fazer naquele momento, e aos poucos ela vai se acalmando.

    – Obrigado Evelyn. - Diz Jason - Obrigado mesmo.

    Ela não responde, mas pelo forte abraço que retribui o convence como resposta.

    – Os meninos, eles estão... - Jason não continua, com medo da resposta.

    – Estão bem. como você estava demorando eu vim aqui.

    – Então... vamos?

    Quando ela percebe que ainda o está abraçando, rapidamente ela o solta, seu rosto corando instantaneamente. Jason fica um pouco sem jeito, claro, afinal ele abraçara a menina que gostava. E tinha curtido cada segundo daquele abraço. Ele só não queria que tivesse sido naquele local ou situação, mas fazer o quê.

    – Ah, essa é Hanna. Quase não cheguei a tempo de salvá-la.

    – O-obrigado. - Ela diz, sua voz fina como de um bebê - Você salvou a minha vida. Mas porque ele não parou quando o acertei nas costas?

    Costas? Jason não tinha percebido até olhar para o zumbi morto. Sua machadinha estava cravada nas costas do ser, mais fundo que o mar. Parece que ela não sabia muito do que estava acontecendo, e agora era a hora perfeita para saber.

    [...]

    Willian olhava de um modo maldoso para Robson, que gemia de tanta dor. Sua mente estava em colapso, até ele mesmo se sentia estranho. Tudo tinha acabado, a menina que ele amava não existia mais, e o que ele pensava naquele momento era nada mais do que maneiras de acabar com a vida. Mas pra isso ele deveria matar os outros, pois ninguém vai sair daqui vivo mesmo, pensava ele.

    – Eles, e-les estão demorando. - Reclama Robson.

    – É, eu sei... Acho melhor ir atrás deles. De um jeito ou de outro vamos ter que passar por aquele corredor.

    – É, então vamos lá.

    Com dificuldade, Robson fica de pé, fazendo uma expressão dolorosa ao segurar o braço. Willian já estava um pouco avançado, passando em frente á uma sala com a porta aberta. Um som quase silencioso atinge os seus tímpanos, como se fosse um grunhido ou algo assim, vindo diretamente da sala ao qual estava passando. Ele já sabia o que era, e parece que Robson não tinha ouvido. Perfeito,pensa enquanto sorri maldosamente, seu olhar insano mostrando quem realmente é. A barra de ferro pontiaguda ainda está em suas mãos, e movimentando, ele bate a peça na parede. O alto som ecoa, o ferro vibrando em sua mão.

    – O que você tá fazendo? - Pergunta Robson.

    – Nada não. É só um teste. Vamos logo.

    Robson não entende o ato, mas também não questiona. Levantando o pedaço de pano encharcado de sangue em frente á sala, ele vê que o seu ferimento só piora.

    E uma mão o puxa pelo ombro.

    Robson mal reage quando o zumbi crava os dentes em seu lombo, o sangue logo espirrando. Ele não vira o ser mortal se aproximando pela porta da sala, e agora já era tarde demais.

    – Willian, me ajude, por favor!

    Ele sente outra mão fria em seu tornozelo, acompanhada de um zumbi. Um de seus olhos estava pendurado por uma fina carne, e vai junto com a abocanhada que a coisa dá no tornozelo de Robson. o garoto sente inúmeras dores, seu corpo indo ao chão. Lágrimas saem de seu rosto, a medida que ele pede ajuda a Willian.

    – Por-por f-avor, me ajude! E-u não q-uero morrer aqui!

    Mas Willian não mexe um músculo. Ele apreciava cada momento, cada mordida, cada pedaço de carne arrancado, cada gota de sangue derramado.

    – Você já está morto para mim. Por favor, nos espere do outro lado. Vamos nos encontrar em breve. E diga a Katy que estamos chegando.

    Isso era a missão dele, a razão de viver. Depois que todos estivessem mortos, eles poderiam viver felizes no outro mundo, compartilhando cada momento. Era isso, e ele iria fazer a qualquer preço.

    – Adeus, velho amigo.

    E dá as costas, os zumbis devorando os pedaços gordurosos de Robson.


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