The End Of Day - Gênesis

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    Capítulos:

    Capítulo 2

    Estagio 2 - Acontecimentos

    Álcool, Mutilação, Suicídio, Violência

    No capítulo Anterior...

    Após Rhay sofrer um acidente, ele acorda dentro de uma ambulância. Não sabendo que o mundo que conhecia havia mudado, ele encontra e pede ajuda a um policial, que tenta lhes matar. Depois de se livrar do policial-zumbi, ele finalmente entende o que está acontecendo ao seu redor: um Apocalipse Zumbi.

    ESCOLA GEORGE NOGUEIRA. 09:00HRS

    – Ai a loira falou: "cala a boca, não estou falando com você, estou falando com esse ai sentado em sua perna!"

    Todos na sala caem na gargalhada. O grupo de amigos rodeava Willian, o mais engraçado da turma, e melhor amigo de Jason.

    – O que você tem contra as loiras einh? - Pergunta com raiva Katy, seus cabelos loiros balançando quando ela levanta da cadeira.

    – Nada não. é só uma piada. - Responde Willian. - Mas a piada é boa, você tem que concordar!

    – É ofensiva!

    – Ah, não leve pro lado pessoal, Katy, - Interrompe Jason, sentado na mesa de seu outro amigo, Robson. - Todos nós sabemos que você é uma das mais inteligentes aqui da sala.

    Jason olha a menina ao seu lado, cuja rapidamente desvia o olhar para ele. A garota com um belo corpo de colegial, cabelo liso e negro, chamava-se Evelyn. Jason não sabia se ela gostava dele. Não como ele gostava dela.

    – Quer dizer que agora eu não posso contar uma piada de gordo só por causa do Robson, é? - Retruca Willian.

    – Depende do tipo de piada - Responde Robson, seu corpo mal cabendo na cadeira, seus óculos caindo pelo nariz. - Se for uma piada que seja direcionada a minha pessoa, então não. Mas se for uma piada que seja de divertimento para todos, então, porque não? Se quiserem, até eu mesmo posso contar uma!

    – Então conta! - Fala Willian, animado.

    Os amigos de Jason sempre foram assim. Aquele grupo nunca se separavam, estudando durante os últimos três anos juntos. Poderia se dizer que Jason era o "Líder", sempre tomando á frente quando tinha trabalhos escolares, escolhendo o melhor lugar para se divertir nas férias, marcando saídas a noite para cinema e shopping. Todos tinham o seu respeito, o que era uma coisa difícil de se conseguir. Mas nem sempre Katy concordava com Jason. No meio da piada de Robson, Jason sente algo o incomodando, e levantando da cadeira, ele se dirige á porta.

    – Onde você vai? - Pergunta Evelyn.

    – Ao banheiro. O intervalo está acabando, então vou aproveitar.

    Ao passar pela porta, Jason olha o corredor, onde vários alunos com a mesma farda branca com azul se movimentam pelo complexo.

    O banheiro era um pouco longe de sua sala, o que era bom e ruim. Pelo menos ele esticava as pernas. Já voltando para sua sala aliviando, Jason passa pela enfermaria, onde um movimento o chama atenção. Alguma coisa estranha estava acontecendo, mas ele não sabia o que era, pois tinha passado muito rápido. Recuando seus passos, Jason abre a porta.

    E seus olhos visualizam uma poça de sangue.

    O corpo da enfermeira jazia no chão, o líquido vermelho se espalhando pelo piso. Mas o que o chocou não foi isso. Por mais que sua consciência não entendesse - ou se recusasse a entender - o que era aquilo, seus olhos não o estava enganando. As mãos sujas de sangue rasgava a carne, derramando o resto de vísceras no chão. O aluno canibal se saciava com os órgãos da enfermeira morta, seus grunhidos como um cão faminto. uma ferida enormemente feia estava em seu pescoço, e pelo formato, poderia se dizer que era uma mordida.

    – A meu Deus do céu!

    A voz tremula de Jason chama a atenção do canibal, que olhando para ele, solta um assustador gemido. Seu corpo quase não mexe, quando cai no chão de terror, o aluno ensanguentado e cambaleante vindo em sua direção.

    – Sai... Sai de perto de mim!

    Se apoiando com as mãos, Jason rapidamente se arrasta pelo chão, suas pernas adquirindo forças aos poucos. Passando pela porta, suas costas se encontram com a parede do corredor, os alunos o olhando estranhamente.

    – Droga! Droga! Droga!

    vendo o desespero de Jason, um dos professores que passava pelo corredor vai ao seu encontro.

    – O que foi Jason? - Pergunta o tutor.

    – Sai - Sai dai! - Responde Jason, sua voz trêmula.

    – Calma, calma. Eu vou t...

    A mão ensanguentada segura a cabeça do homem, deixando a pele do pescoço esticada.

    E os olhos do canibal brilha com a carne em sua frente.

    Os dentes se encontra com a pele, a força da mandíbula os inserindo na carne, o jato de sangue espirrando pro lado. O homem mal reage, seus olhos arregalados e sua face com expressão de dor e terror. A carne é separada do pescoço, o buraco logo se enchendo de sangue e derramando na blusa social cor branca. Sem forças, o professor vai ao chão, seu agressor o acompanhando enquanto arranca a sua orelha, os dentes mastigando a cartilagem.

    – A merda! - Diz Jason.

    Suas pernas recuperam as forças, finalmente, e sua consciência o manda uma ordem: Corra. Corra o mais rápido que puder! sem hesitar, Jason rapidamente se levanta, o canibal o olhando ferozmente. Os gritos dos alunos ecoam pelos corredores, mas ele só pôde perceber agora que já estava raciocinando.

    – Corram! Corram! Ele é perigoso!

    Ao olhar para a sala, a enfermeira - antes morta - cambaleia em sua direção, seus dentes sendo mostrados a medida que solta seu gemido.

    – Só pode ser brincadeira!

    Willian não entendia o porquê. A alguns minutos atrás, a escola estava calma como sempre, mas agora, os alunos corriam desesperadamente pelos corredores. O que poderia ser? incêndio? mas onde está a sirene de alerta? decidido a descobrir, Willian sai do meio de seu grupo, indo até a porta.

    E se assusta quando é bruscamente aberta.

    Jason passa rapidamente para a sala, fechando a peça de madeira atrás de si, todos o olhando. Seus olhos arregalados indicam a todos que o que vira não foi boa coisa.

    – O que aconteceu? Jason? Porque está sujo de sangue? - Pergunta Willian.

    Sangue? Jason não tinha percebido, mas um pouco de sangue escorria pelo seu rosto. Era seu? Não, aquilo vinha de outra pessoa. Pessoa, que morreu bem diante de seus olhos.

    – Nós temos que sair daqui. - Fala finalmente.

    – Sair? Porque? - Pergunta Robson.

    – Atenção! Atenção! - A voz sai da caixa de som, provavelmente do Diretor. -Saiam da escola imediatamente! Por favor, saiam da escola imediatamente! Assassinos invadiram a escola!

    Todos da sala ficam desesperados, já pegando suas bolsas e saindo, enquanto a mensagem se repete. O fluxo de alunos correndo pelos corredores é enorme, mas, quem quer saber disso correndo perigo de vida? Evelyn vai pegando sua bolsa, Robson já se levantando da cadeira, Katy passando pela porta. Willian recolhe seus livros em cima da mesa e os colocam na mochila. Os últimos alunos saem da sala, restando apenas o grupo de Jason, com exceção de Katy. Mas Jason não movera um músculo desde que chegara.

    – Jason! Vamos logo! - Grita Willian.

    – Não podemos sair. - Responde Jason, seu olhar fixo na janela de vidro que se estende pela parede.

    – O quê? Do que você está falando?... Ei, o que tá fazendo?

    A chave da porta é girada, a maçaneta trancando a todos na sala. Jason não sabia o que pensar, mas aquilo era o melhor para todos. Isso era o que ele achava.

    – Você ficou louco, Jason? Não pode nos trancar aqui dentro!

    – Olhe lá pra fora! O que vocês estão vendo?!

    Todos olham assustados para Jason. Ele nunca tinha agido assim antes.

    – Lá fora? O que tem lá? - Pergunta Evelyn.

    Jason se aproxima da janela e aponta para o portão, todos olhando.

    – O que você vê, Robson? - Pergunta Jason.

    – São... São duas pessoas... Elas estão tentando entrar, mas o portão as impede... Porque querem entrar?

    Os primeiros alunos começam a aparecer, correndo desesperadamente para o portão.

    – Olha, é os alunos! - Fala Evelyn - Eles vão conseguir!

    – Não vão não. - Fala Jason - Aquilo que está no portão não é uma pessoa. Aquilo é... - Ele engole seco - Um zumbi. Não podem abrir os portões. Eles estão lá fora também e vão entrar. Vão matar todos.

    Aquilo era inacreditável, e nem mesmo Jason sabia se ele acreditava no que estava dizendo. Mas ele viu o aluno canibal comendo o professor, viu a enfermeira se levantando... Eles não eram mais humanos, não com aqueles olhares. Se não fossem zumbis, estavam bem próximos disso.

    – Zumbis não existem Jason. - Retruca Robson - Isso é coisa de filmes e videogame. Você está jogando muito Dead Island.

    – Tomara que eu esteja errado, Robson.

    A multidão de alunos corre desesperadamente para o portão, os professores os guiando. Alguns estão feridos, outros só sujos de sangue. Os gritos de desespero ecoa pelo céu, mal dando para ouvir um som barulhento se aproximando do lado de fora.

    até que um pedaço do muro explode, voando concreto e poeira para todo o lado.

    Próximo ao portão, o ônibus destrói o muro, as ferragens se retorcendo com o impacto. Velozmente entrando na escola, o veículo - aparentemente desgovernado - se choca violentamente no batente do estacionamento. Som de ferro retorcido e vidro se estraçalhando se espalha pelo ar, quando o grande veículo emborca de cabeça para baixo, exibindo a traseira. Suas costas encontram o chão, faíscas saindo quando a carenagem encontra o piso de concreto bruto, os pneus rodando ao céu. A cena que presenciam fazem todos pararem de correr, o silêncio finalmente aparecendo. O som de aço ruindo surge, as grandes portões recuando para dentro dos muros, a passagem sendo aberta.

    – Os portões abriram! - Grita um dos alunos.

    A multidão novamente volta a correr, indo em direção dos portões.

    E um grito de desespero ecoa mais alto que todos.

    Ao olharem, a aluna caída chorava de desespero, enquanto um homem - passageiro do ônibus - mordia sua jugular, sangue molhando o chão. Mais pessoas saiam do veiculo, por onde tinha buraco, e quando mais se aproximavam, mais se faziam vítimas. Os alunos não ajudavam, não paravam, não colaboravam... Era cada um por si, salvando suas peles, não importasse o que acontecia. Aos poucos os alunos feridos caíam entre a multidão, sendo pisoteados como baratas. Mais em poucos minutos estavam de pé, só que não como costumavam ser. Agarrando um menino que passava perto de si, um dos alunos feridos morde seu braço, a carne arrancando-se e mostrando o branco do osso. Outro conseguira derrubar um dos que estava correndo, e já em cima dele, o ferido sem vida morde na região entre a bochecha e o olho, a pele lutando para não rasgar a medida que ele puxava a carne. Enfiando os dedos já sujos de sangue no rosto do menino, o morto consegue arrancar o olho direito, enquanto o garoto chora e grita de dor. Os gritos nunca paravam, a multidão passando por corpos caídos e canibais comendo carne.

    Até que outro grupo de anormais entra pelo portão.

    Atacando a primeira aluna á vista, o canibal raspa-lhe a garganta, o sangue espirrando em sua cara, a garota esmorecendo em seus braços. Aquilo parecia uma zona de guerra, um massacre... O dia mais sombrio daquela escola.

    *****************************

    12HRS35MIM. 3:00HRS DEPOIS...

    O lápis cai da mesa. As salas agora estão vazias, as cadeiras reviradas. O sangue agora é comum, espalhado pelos corredores e paredes. Os alunos que andam pelos corredores da escola não mais sentem emoções, dor, cansaço, ou qualquer outra coisa que um ser humano normal sentiria. Seus olhares são sem vida, frios e vazios. A maioria estão com seus corpos deformados, a metade de seus rostos faltando, braços amputados ou só ossos expostos, manchas de sangue nos seus uniformes e buracos na carne, como se fossem mordidas, em pescoços e barrigas.

    – Não acredito nisso! - Fala Evelyn, escorada na parede e sentada no chão. - Todos morreram... Todos que conhecíamos.

    Willian ainda olhava pela janela, vendo os zumbis-alunos comerem a multidão de corpos espalhados pelo pátio. Alguns que estavam abandonados logo se levantavam e se juntavam aos outros.

    – Não pode estar acontecendo! - Fala Willian.

    Robson olhava para a lousa, seus pensamentos perdidos, sua mente tentando encontrar alguma resposta para aquilo tudo. Como entrou na escola? Porque tão de repente? O que está causando isso? Suposições e mais suposições enchiam a sua cabeça, tentando encontrar o meio mais logico de explicar essa loucura. Jason não parava, andando de uma lado á outro da sala, não fazendo muito barulho. A janela de vidro que dava para o corredor estava coberta pela cortina, afinal os zumbis não sabiam que eles estavam ali. O grupo ainda não sabiam se os zumbis viam ou eram guiados pela audição ou cheiro. Eles não arriscariam, claro, mas ninguém teve a ideia de baixar a cortina, menos Robson. Parece que estava funcionado, eles estavam a mais de três horas trancados na sala e não ouviram nenhuma tentativa de invasão por parte dos zumbis. O que ouviram até agora foram só gemidos e grunhidos de fome, esperando a próxima vitima. Jason sabia que eles não podiam ficar ali por muito tempo. Eles não tinham água ou comida, o que Robson tinha era dois pacotes de biscoito recheado Amore, que dividiram a alguns minutos atrás, e um refrigerante de 250ml, o que só deu para passar um pouco da sede. Jason estava com uma machadinha na mão, que conseguira na parede onde dizia: Em caso de incêndio.Não era um incêndio, mas iria ser útil do mesmo jeito. Emborcando uma das mesas, com dificuldade Jason quebra uma das pernas de ferro. Com a barra solta da mesa, Jason usa as costas da machadinha e amassa a ponta no chão, até ficar fino o suficiente.

    – O que você está fazendo? - Pergunta Evelyn.

    – Nós precisamos sair daqui - Responde Jason - E só tem um jeito de passar por aquelas coisas.

    – Você quer mata-los? Eles eram nossos colegas!

    – Falou certo. - continua Jason - Eram... Não são mais. Agora são criaturas que querem nos matar e nos usar como alimento. Se não quiser, não precisa. Só fique atrás de mim ou do Willian e você ficará bem. Willian, me ajude aqui.

    Willian sai da janela e vai em direção de Jason, que perde as forças ao tentar quebrar a segunda perna de ferro da mesa.

    – Qual é o plano, Jason? - Pergunta Robson.

    – Estamos no quinto andar certo? - Conseguindo quebrar a barra, Willian o ajudando - Vamos chegar no segundo andar, entrar na sala dos professores e conseguir uma das chaves do carro de um deles. - Afiando o ferro no chão - Depois, pegamos o carro e damos o fora daqui.

    – Minha tia é professora daqui - Continua Willian - Eu venho com ela todos os dias. Podemos ir no carro dela... não vi ela saindo. Talvez ela... - Ele engole seco.

    – Até aqui tudo bem, mas, não sabemos como lidar com os... zumbis. - Retruca Robson - Não sabemos como eles agem, como se movimentam. E se eles tiverem inteligência?

    – Você vai fazer isso. Vai analisar e nos dar uma resposta. Acha que pode?

    – É claro.

    – Nós vamos pelas as escadas - Aprontando a última barra de ferro afiada - A gente não sabe quando a energia irá acabar e podemos ficar preso nos elevadores - Entregando uma barra de ferro a Willian e outra a Robson - Nós vamos viver... E vamos encontrar uma resposta para essa merda toda.

    Jason pega a última barra e coloca nas macias mãos de Evelyn, ela assustada com a coisa fria em suas mãos.

    – Pelo menos fique com isso - Acariciando a cabeça dela os lisos fios de cabelo negro passando por seus dedos. - Só por precaução.

    Jason coloca a machadinha para baixo, em modo de defesa, o grupo de jovens atrás de si.

    – É agora galera. Atenção redobrada. Vamos sobreviver a essa merda!

    E Jason abre a porta.


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