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    Capítulos:

    Capítulo 1

    Prólogo

    Linguagem Imprópria

    Lucy Heartfilia se encontra deitada em sua cama, olhando para o teto com tédio, ao som da incrível bateria do Foo Fighters. Claro que a garota sabia que seus pais reclamariam por causa do volume alto, mas ela não se importava. Quando ela estava quase dormindo, seu pai abre a porta cuidadosamente, ela se prepara para um sermão, mas o pai apenas a observa com um olhar tristonho. Lucy se inclina para desligar o som.

    - Algum problema, pai? - pergunta ela franzindo as sobrancelhas com leve preocupação, seu pai não era o tipo de homem que olhava daquela maneira triste.

    Jude Heartfilia nada diz a principio, apenas senta-se na cama da filha e coloca suas pequenas e delicadas mãos entre as suas.

    - Querida, eu realmente não queria estar aqui lhe dizendo isso... - começa ele encarando suas mãos unidas. - Mas você terá que passar um tempo com seu tio, Julian.

    - Por quê? - pergunta ela com uma sobrancelha erguida, Lucy não era o tipo de garota que chorava por abandonar seus amigos ou coisas do tipo, os amigos que ela possuía não eram nada confiáveis, tão pouco dignos de serem chamados de amigos.

    - A empresa anda com certas dificuldades... Desde que caiu as escavações, o metal está ficando cada vez mais caro, e logo chegará um dia em que não teremos mais condições de banca-lo... - conta seu pai.

    Lucy apenas o olha e diz com serenidade: 

    - Tudo bem, quando partirei? - é tudo o que pergunta, seu pai a olha surpreso.

    - Amanhã de manhã, já providenciei sua passagem, seu trem sairá às nove e meia, esteja pronta. - diz ele levantando-se em um pulo. A garota assente, mas quando seu pai faz menção de sair, ela o agarra pelo pulso, e ele a olha por cima do ombro.

    - Tudo ficará bem, mesmo estando longe, estarei torcendo por você. - diz Lucy. Jude apenas assente e sai, fechando a porta atrás de si. Deixando a filha arrumar suas malas para fazer uma mudança que mudaria sua vida.

    NA MANHÃ SEGUINTE...

    Lucy acorda oito em ponto, levanta-se e vai automaticamente para o banheiro, onde toma um banho longo e preguiçoso, logo escova os dentes e se encontra com o pai no andar de baixo.

    - Me desculpe... - começa ele enquanto leva as malas dela para o carro.

    - Não. - Interrompe-o. - Não ouse se desculpar, foi você que roubou e escondeu quase todo o metal do mundo? Acho que não.

    Jude consegue dar uma leve risada.

    - Certo, talvez tenha razão, mas venha me visitar de vez em quando, Lucy. - pede ele constrangido, nunca fora bom com palavras.

    - Claro, que pedido mais bobo! - exclama a garota abraçando-o delicadamente e entrando no carro. O homem apenas ri e senta no banco do motorista, indo para o último lugar onde veria sua filha em muito tempo. Eles não conversam durante a viagem, ambos olham para lados opostos e pensam em como será dali para frente.

    - Não quis se despedir de seus amigos, Lucy? - pergunta seu pai quebranco o silêncio.

    - Nenhuma daquelas coisas eram realmente minhas amigas. - grunhi ela. - O único que prestava mesmo era o Sting, mas ele se mudou a tempos...

    - Para onde ele foi?

    - Não sei. - diz ela pensativa, olhando a paisagem. - Nunca cheguei a perguntar.

    - Não se preocupe querida, você terá amigos de verdade em Magnólia. - diz o pai convicto.

    - As pessoas não gostam de mim tão fácil, pai. - diz ela, como se quisesse revelar que ela era um caso perdido.

    Jude ri.

    - Não conte com isso, as pessoas de lá são diferentes. - conta ele com um olhar sonhador. - Quando eu estudava na Fairy Tail, as coisas eram sempre tão divertidas...

    - Você já estudou lá? - pergunta ela levemente interessada, olhando-o com o canto do olho.

    - Sim, mas as coisas mudaram muito daquele tempo para cá.

    A garota apenas assente e volta a olhar a paisagem, muitas casas de arquitetura medieval passavam rapidamente, quase como vultos aos seus olhos. Chegaram na hora certa, Lucy estava um pouco atrasada, então apenas deu um beijo no pai, murmurou algumas palavras de adeus e entrou no trem, acenando da janela enquanto o trem partia e ganhava velocidade.

    LUCY

    Era estranho pensar que eu estava indo embora de Veronica. O trem acabara de partir, levando consigo poucas boas lembranças: meus momentos com Sting, o sorriso de minha mãe Layla quando eu brincava de boneca no jardim da mansão aos sete anos, o olhar orgulhoso de meu pai quando tirei a melhor nota da sala de matemática... Interrompi meus devaneios quando senti um leve toque no ombro, virei-me preguiçosamente para olhar o intruso.

    - Desculpe, mas posso sentar aqui? Não tem mais lugares no trem. - diz ele educadamente enquanto o olho levemente impressionada, ele era loiro, muito alto e tinha uma cicatriz em forma de raio no canto direito do rosto que ia da parte superior de sua sobrancelha até a metade de sua bochecha, deixando seus traços já angulosos mais... sexys.

    - Claro. - digo, permitindo que ele sentasse de frente para mim. - Meu nome é Lucy. - cumprimento.

    - Meu nome é Laxus. - diz ele. - Está se mudando para Magnólia? - pergunta Laxus gesticulando para minhas várias malas, assinto com a cabeça.

    - Estou indo morar com meu tio Julian. - conto.

    - Então presumo que vá estudar na Fairy Tail. - diz ele com um tom travesso.

    - Sim, meu pai estudou lá na época do colégio. Você estuda lá?

    - Sim, no começo você vai achar as coisas meio loucas, mas vai acabar se acostumando. - conta ele sorrindo para mim, que retribuo.

    - O pessoal de lá não é como o daqui, é? - pergunto esperançosa. Laxus pondera por um instante.

    - Não. - responde por fim. - O pessoal de lá tem um coração e sangue correndo na veia, diferente desses zumbis que tem água gelada ao invés de sangue. Tento segurar a risada, mas quando ele começa a rir não aguento e o acompanho, no final acabamos passando a viagem toda conversando. Coisa que ajudou muito porque a viagem passou consideravelmente mais rápido. Além de Laxus ser lindo. Na mesma hora em que saímos do trem, encontro tio Julian; cabelos loiros e bagunçados, camisa preta e folgada, e calças jeans de metaleiro, provavelmente uns vinte e poucos anos. Laxus leva minhas malas até meu tio, que me recebe com um abraço desnecessariamente longo e caloroso, então ele pega as malas da mão de Laxus e o cumprimenta.

    - Laxus! Finalmente voltando para casa, hein? - comenta Julian com intimidade, fazendo-me erguer as sobrancelhas com surpresa. Laxus da uma leve risada em resposta.

    - Uma vez fada, sempre fada. - concorda ele, então olha para mim e da uma piscadela, fazendo-me corar.

    - Agora tenho que ir, senão o velhote vai me jogar na parte mais profunda do inferno. - diz ele afastando-se e acenando para nós.

    Julian me olha com uma leve malícia.

    - Já, Lucy? - pergunta ele rindo enquanto me levava para o carro.

    - Como assim "já"? - pergunto com indignação. - Nós viemos conversando, só isso. - murmuro cruzando os braços. Julian adorava implicar comigo.

    - Sei. - diz ele, mas antes que eu pudesse protestar, ele guarda minhas malas, entra no carro e da a partida. Magnólia era, de certa forma, parecida com Veronica, pelo menos na parte arquitetônica, porque era praticamente um vilarejo, de tão pequena.

    - Lembra-se da última vez que veio aqui, Lucy? - pergunta Julian.

    - Não. - digo sem rodeios.

    - Como não! - exclama ele. - Não se lembra mesmo de quase ter posto fogo na minha casa?

    Olhei-o pelo canto do olho com um sorriso brincando em meus lábios.

    - Gostaria de lembrar. - respondi sarcasticamente. - Talvez eu devesse repetir esse ato, pelos velhos tempos... - Ele me da um empurrãozinho de leve, brincando e rindo.

    - Você continua a mesma. - comenta ele mais para si mesmo do que para mim, enquanto estaciona na frente de uma enorme mansão de mármore branco.

    - É aqui? - pergunto impressionada, a casa era imensa e tinha um estilo colonial agradável, toda de mármore branco, as janelas eram douradas e a porta era do mais puro marfim.

    - Gosta? - pergunta Julian enquanto destranca a porta e leva minhas malas para o segundo andar.

    - É lindo. - sussurro para ninguém é particular, enquanto admiro o piso de azulejos preto e branco do hall de entrada, como um enorme tabuleiro de xadrez; além de uma cópia fiel da Vênus de Milo, ao lado da porta. Meu tio desce as escadas e me conduz até a cozinha, sento-me no bar, que é de um mármore negro elegante, e o observo fazer uma batida de frutas e me entregar.

    - Já quer me embebedar? - brinco. Ele ri e faz uma batida para si mesmo.

    - Tenho esperanças de que você fique mais divertida bêbada, sua chata. - comenta.

    - Eu? Chata? - pergunto fingindo perplexidade. - Você só não está ao nível de reconhecer meu brilho.

    - Claro, claro. - concorda ele. - Agora vamos, lhe mostrarei seu quarto.

    Dizendo isso, ele puxa minha mão livre e me arrasta para o secundo andar, onde abre uma porta de madeira branca, revelando um quarto imenso, com as paredes de um verde-água escuro e uma cama de casal luxuosa.

    - Você me conhece bem. - comento sentando-me na cama, Julian encosta na soleira da porta e cruza os braços, examinando o quarto.

    - Tem razão, tem ideia de quanto deu trabalho construir aquele banheiro? - pergunta ele gesticulando para a porta ao lado da sacada. - Só a banheira demorou um mês para ficar pronta! - exclama ele, e eu rio e solto um longo bocejo. - Certo, vou parar de te incomodar e deixá-la descansar um pouco. - diz ele fechando a porta, não digo nada, não faço nada, apenas deito na cama e durmo.

    MAIS TARDE...

    Acordo lentamente, já estava noite. Tomo um banho rápido e coloco um pijama folgado, então desço para comer.

    - Tio? - chamo, mas minha voz apenas ecoa pela casa vazia, sem resposta. Quando chego na frente da geladeira, encontro um bilhete: "Fui ao mercado comprar comida, me espere para jantar." Suspiro pesadamente e volto para o quarto, ligo meu celular ao som e coloco no último volume, enquanto arrumos minhas roupas no closet. Apenas dez minutos depois, ouço alguém tocar a campainha várias vezes, impacientemente. Desço achando que Julian esquecera as chaves, mas quando abro a porta vejo um garoto alto, mais ou menos da minha idade, ele tinha cabelos incrivelmente rosados e bagunçados, e me olhava irritado.

    - Sim? - pergunto preguiçosamente, encarando seus olhos escuros.

    - Você poderia, por favor, abaixar esse som? - pede ele educadamente, mas sinto a irritação em sua voz.

    - Por quê? - pergunto inocentemente, optando por provoca-lo.

    - Porque está me incomodando. - responde como se fosse um motivo mais que suficiente.

    Encaro ele de cima a baixo demoradamente, então o olho.

    - Não, a música só fica legal quando está alta. - respondo dando de ombros. Ele rosna e me encara, sem acreditar que eu realmente não o obedeci.

    - Você só pode estar brincando. - murmura ele para si mesmo. - Abaixe esse som! - exige, agora em alto e bom som.

    - Não. - respondo tediosamente. Ele me olha indignado, então bufa quando vê que eu não mudaria de ideia e sai andando a passos pesados. Subi novamente as escadas rindo e desliguei o som, imaginando que aquele garoto ficaria mais irritado ainda.

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    Quando Tio Julian chega, traz consigo um cheirosa pizza de calabresa, comemos em silêncio, mas não passou despercebido meu bom-humor repentino.

    - O que foi, Lucy? - pergunta Julian percebendo meu sorriso.

    - Nada. - respondo mordendo o lábio. - Só estou começando a acreditar que morar aqui vai ser divertido.

    Ele ri e concorda com a cabeça.

    - Isso você pode ter certeza. Agora vá dormir que amanhã será seu primeiro dia de aula como aluna da Academia Fairy Tail.

    Assinto e subo as escadas. Escovo os dentes e deito na cama, aos poucos, acabo caindo no sono pensando em como seria o dia de amanhã.

    Espero que seja divertido.

    E se não for, eu o farei divertido, pode ter certeza.

    Adoraria encontrar aquele idiota de cabelos rosa novamente.

    CONTINUA...


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