A História do Pergaminho do Clã Raito – As Palavras de Tora
Na casa principal do clã Jun’Ichi, Tora dormia tranquilamente... Quando de repente começa a se mexer violentamente na cama, e se sentia presa em seu sonho...
“-O QUE ESTÁ ACONTECENDO?” Gritou uma mulher de cabelos pretos curtos na altura dos ombros, e olhos escuros como a noite com uma criança enrolada nos panos com apenas alguns dias de nascida.
“-Chegou o dia.” Sussurrou somente para si um homem alto, loiro de olhos verdes chamativos. Pegando seu manto que atrás tinha escrito “Líder” na coloração vermelha, se aproximou de sua esposa e sorrindo lhe disse.
-“Preciso da Tora.” Disse ainda sorrindo.
Dando um passo para trás abraçando a filha mais forte, a mulher pergunta – já sabendo a resposta.
“-O que fará com nossa filha?”
“-Apenas, me entregue ela.” Forçando um sorriso para ela e se aproximando, pega a Tora no colo e beija sua testa. “-Seja forte por todos, filha. Nós te amamos” sua mãe se aproxima deles e com lágrimas nos olhos retira seu colar com o pingente de meia lua e o sol, e coloca no pescoço da pequena e frágil Tora.
“-Sempre estaremos com você Tora. De alguma forma estaremos.”
O homem olha pela última vez sua esposa e deixando uma lágrima escorrer, desaparece no ar. E surge na frente da Besta que tinha o tamanho e o chakra assustador. E colocando sua filha no chão diante da criatura, faz um selo em volta de ambos. E usando seu chakra pela última vez sela a besta em sua filha.
“-TORA.”
Ao ouvir seu nome sendo pronunciado, Tora acorda, e com o suor escorrendo de seu rosto, coloca a mão em seu peito e sente o coração acelerado e olhando para a janela vê o céu coberto por pesadas nuvens, anunciando a chuva e olhando para o lado vê o pingente dado por sua mãe brilhando na parede, e se levantando e caminhando até o pingente o coloca em seu pescoço.
“-Você é idêntica a sua mãe.” Ecoa uma voz na mente de Tora.
-talvez eu seja mesmo.
E voltou a se deitar, mas não conseguiu dormir.
A luz do sol clareia o quarto de Tora, que estava dando um nó em sua bandana que ficava na cintura, e se olhando no espelho e passando a mão pelo colar, pega sua mochila de tonalidade cinza e joga apenas de um lado do ombro.
-ittekimasu (Estou indo).
-não vai comer nada não Tora? – antes mesmo de obter resposta, Tora já havia saído. –Como sempre, não dá nem bom dia.
Reclamou uma mulher de cabelo vermelho sangue que batia na coxa e olhos amarelos radiantes.
Caminhando ainda pensativa Tora encontra Ookami no caminho.
-ohayou. – Cumprimentou Ookami, recebendo em troca apenas um aceno de cabeça. – pelo visto você não gosta muito de falar, não é mesmo?
-se não for necessário não.
Olhando para Tora que mantinha o foco no caminho, Ookami sorri.
-você tem vários segredos obscuros. –naquele momento Ookami recebeu a atenção de Tora que o olhava esperando mais. – se você tivesse passado pela mesma coisa que eu, diria que seriamos perfeitos vingadores. Mas acredito que temos destinos bem diferentes.
-não sou uma vingadora, apenas vivo por viver. Pois nada nesse mundo tem sentido. – disse ela pensando ter dado um fim aquela conversa.
-claro que viver tem sentido. O sentindo da minha existência se relaciona ao ódio e há vingança.
-conheço pouca coisa sobre o clã Satoru, e não vejo motivos para vingança, afinal de contas todo mundo um dia tem que morrer, esse é o único destino que alguém pode traçar.
Analisando o modo de pensar de Tora, Ookami diz:
-então não morrerei enquanto não acabar com quem levou todo o meu clã a morte... Não descansarei enquanto... –Antes que pudesse terminar Tora diz:
-não faça discursos desnecessários, pois o que você faz ou deixa de fazer não é da minha conta. Você tem seu caminho a seguir, e eu tenho o meu, farei como o sensei disse, irei atrás do meu objetivo que é descobrir se vale tanto apena viver nesse mundo desprezível e você concluirá o seu que é se vingar de sua irmã, e vejo ser capaz disso, e também vejo que você é capaz de se entregar totalmente as trevas para alcançar seu objetivo.
Ookami estava surpreso e não escondeu a surpresa pelo modo que Tora falara com ele... Quem ela pensava que era para levantar o tom de voz daquele jeito? Afinal de contas o clã Satoru era muito respeitado no país do Urso, mas o clã Jun’Ichi era além de respeitado, também temido por todo o país, pois era o clã mais forte de toda a aldeia onde até mesmo a história deles era desconhecida.
Chegando ao local marcado por seu sensei, encontra Kitsune, Raiden e uma menina na companhia deles.
Se aproximando deles, Tora analisava a menina a sua frente que olhava para Kitsune corada, ela tinha o cabelo na nuca de cor preto meio apagado, sendo quase um preto acinzentado, olhos pretos e pele alva como a neve. Trajava um kimono branco com o desenho de alguns galhos de árvores da cor azul marinho e em sua mão havia um livro, pelo visto ela era bem tímida, supôs Tora.
-time 17 essa é Raito Tsuki, iremos acompanhá-la até uma vila antes de chegar a Konoha. –Informou Raiden, olhando as informações em um bloco de anotações.
-o que ela fará lá, exatamente sensei? –perguntou Kitsune curioso, quando o time começou a caminhar lentamente na companhia de Tsuki que permanecia calada até então.
-ela irá buscar seu sobrinho, é isso mesmo Tsuki?
-hai. – confirmou encolhendo os ombros quando recebeu o olhar de Kitsune.
- e porque ela precisa mesmo de guarda? – Dessa vez quem perguntou foi Tora, que como sempre, nunca olha diretamente nos olhos das pessoas.
-sinto muito, por colocá-los em perigo, é que meu clã é vitima de ataques constantes de inimigos. – A voz de Tsuki era calma e baixa, falava quase em um sussurro.
-ataques inimigos? Poderia me informa mais sobre isso Senhorita Raito?
-hai Kameko-Sama... Sei poucas coisas a respeito disso, meu pai me mantém longe de informações como essas, mas sei o que eles tanto querem...
-e o que seria? –Perguntou Ookami, interessado na conversa.
-o pergaminho que contem um selo capaz de selar qualquer ser e capaz de parar qualquer jutsu enquanto faz o procedimento.
Olhando para ela um pouco assustado com o poder contido dentro de um simples pergaminho, Raiden se apressa a perguntar.
-mas todos têm capacidade de fazer jutsu de selamento, então porque esse pergaminho é tão importante assim?
-porque tem a capacidade de selar duas ou mais coisas ao mesmo tempo, e além de paralisar o jutsu de outras ninjas, também pode retira o chakra da pessoa o absorvendo somente para si. Esse foi o pergaminho usado por Raito Tsubasa... O Fundador do clã Raito... Ele participou da guerra ninja, selando o jutsu de vários inimigos e quando a vila quis o pergaminho ele negou entregar, pois sabia que não seria usado com sabedoria, então somente as pessoas da casa principal tem o direito de ver o que se contém dentro do pergaminho e treinar as habilidades dele.
-seria no caso anos e mais anos de treinos, para dominar todos os jutsu e controlar o grande poder de selamento, não é mesmo?
-hai...
-Mizuki Tora. – Se apresentou para Tsuki que com o olhar tentava dizer o nome dela.
-ah, hai Tora-Chan.
-realmente vocês contêm um tesouro muito grande dentro da mansão principal. E que se caísse em mãos erradas, seria o fim de todo o mundo ninja.
-hai...
-e você já viu o que se contém dentro do pergaminho?... Melhor que isso, você já deve está treinando, para poder manipular o poder do selo e...
-NÃO...
Todos pararam e olharam para a jovem, principalmente Kitsune que sentiu ter ofendido ela de alguma forma.
-não permitem que eu chegue perto do pergaminho, pois meus pais dizem que ainda sou fraca, quase inútil. Estou indo ao encontro da minha irmã, eu irei buscar o meu sobrinho, ele será treinado por meu pai e ficará e dominara o poder do pergaminho.
-porque suas irmãs moram tão longe assim?
-porque sempre se sentiram inúteis perto dos meus pais, por mais que elas treinassem e treinassem até não sentir mais pernas e nem braços ainda sim meus pais as via como um fracasso. E revoltadas foram embora, claro que com a permissão deles, e lá começaram a formar suas famílias.
-e porque você ainda está com eles, sendo que eles também te tratam assim?
-já chega de perguntas Tora...
-não Raiden-sama, eu responderei, não tenho nada a esconder mesmo... Bom, Tora, eu não fui porque acho que posso um dia chegar a dominar o selo daquele pergaminho e todos os jutsus e mantê-lo ainda em segurança, assim como os meus ancestrais fizeram. –Ela sorriu para Tora, que desviou o olhar rapidamente e saindo na frente de Tsuki disse:
-você é completamente ridícula...
Seus companheiros e sensei arregalaram os olhos, surpresos com que acabaram de ouvir e olhando para Tsuki viram uma fina lágrima escorrer.
-Tora, peça desculpas há ela imediatamente. –Ordenou Kitsune.
-e porque deveria sendo que tenho razão?! Tsuki é apenas uma coitada. Mais acreditei que essa coitada teria mais atitude do que isso, afinal de contas os coitados sempre usam a palavra “Acho” no meio de um sonho “Eu acho que consigo” “Acho que tenho certeza” pessoas assim são estúpidas, tenho raiva dessas pessoas então tenho raiva de você. Se você acredita nisso então corra atrás e mostre que consegue por mais que ninguém acredite, agora se ACHA então não se atreva nem a sonhar. Vi que tem capacidade de usar o poder daquele selo, então apenas torne isso seu objetivo.
-objetivo?
-hai, pois eu decidir ter um... Mais não acredito que terei recompensa depois, apenas é algo que quero ver e vivenciar... E depois posso morrer em paz, e passar o que há dentro de mim, para a próxima pessoa.
“-Dentro dela?”
-Tora... –Sussurrou Ookami, sendo o único a perceber que ela por um lado estava sendo uma boa pessoa que somente queria incentivar Tsuki, mas como ela sendo fria com todos, não conseguiu se expressar de uma boa maneira.
-sensei... Devemos continuar, preciso logo retornar a vila, tenho algo importante a fazer, para o bem de todos.
Olhando estranhamente para ela, Raiden dá suas últimas ordens, e indo pelas árvores Raiden carrega Tsuki, pois a jovem não conseguia ir pelas árvores como qualquer outro ninja.