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Depois da segunda aula, a diretora abriu o portão e me viu lá triste e me chamou a sala dela. Eu a segui até lá.
Ela se sentou a poltrona chiquérrima e disse:
- Sente-se.
- Obrigado, senhora Marta. _ eu disse me sentando.
- Meu querido Ariel, eu te avisei que se chegasse atrasado mais uma vez, eu tiraria a sua bolsa, suas notas são ótimas, mas você sabe que esse colégio tem regulamentos.
- Sim, eu sei, senhora.
- Então eu lamento, mas a partir de hoje não poderá mais freqüentar as aulas dessa escola.
- Entendo diretora, mas eu poderia ao menos ficar até arrumar outra escola, para não perder o ano.
- Você tem dinheiro para pagar os dias que ficara estudando aqui?
- Qual o valor diretora, me diz.
- Duzentos e quarenta souters.
- Não, senhora, eu não tenho.
- Eu lamento, Ariel. Você não pode mais estudar aqui.
Eu me levantei da cadeira e sai da sala dela com lagrimas em meus olhos, peguei o dinheiro que tinha no bolso e fui para a Escola Estadual Maribel.
Cheguei lá uniformizado e triste e pedi ao porteiro para falar com a diretora e ele disse:
- O que um aluno da Rights Linths está fazendo aqui?
- Eu era aluno de lá, senhor. Eu estou aqui para ver se há uma vaga para mim.
- Nossa você ficou pobre e agora não pode pagar, foi isso?
- Eu sempre fui pobre senhor, mas eu perdia bolsa que eu ganhei da escola e agora não tenho condições de continuar pagando.
- Você foi burro em perder a bolsa. Estudar naquela escola é o sonho de todo mundo.
- Senhor eu posso ou não falar com a diretora?
- Claro, eu levo você até lá.
Caminhamos por um corredor e alguns alunos que faziam educação física me olhavam como se eu fosse o rapaz mais metido do mundo. O porteiro me deixou na sala da diretora e voltou o mesmo percurso para o portão enquanto eu adentrava a sala dizendo:
- Muito prazer senhora, meu nome é Ariel e eu gostaria de saber se a senhora tem uma vaga para o primeiro ano do ensino médio?
- Por quê? Você já estuda na escola dos ricos, está aqui para humilhar a minha escola que é do governo?
- Não senhora, de forma alguma.
- Então por que está aqui, Ariel?
- Eu estou aqui porque trabalho para uma família do condomínio Maribel e por trabalhar com essa família ganhei a bolsa para estudar na Rights Linths, mas o serviço foi aumentando e só sobrava à noite para eu estudar, daí comecei a me atrasar porque eu trabalhava o dia todo e estudava até de madrugada, por esse motivo acabei de perder a minha bolsa e eu não quero parar de estudar, senhora diretora, por favor, me ajude.
- Certo, vou olhar, alias muito prazer, Ariel, meu nome é Joana.
- O prazer é todo meu, senhora Joana.
Ela vasculhou o seu computador e disse:
- Temos uma vaga à noite, se trouxer sua transferência o mais rápido possível você pode começar hoje.
- Mesmo, senhora Joana? Muito obrigada. Eu vou trazer o mais rápido possível.
- Eu que agradeço, Ariel, você é um rapaz muito esforçado.
- Obrigado, senhora Joana. Eu serei o melhor da turma.
- Assim espero, Ariel, até a noite.
- Até a noite, senhora diretora. _ eu disse e fui saindo da sala.
Eu saí da sala dela antes que terminasse o recreio da minha ex-escola pensado. ?Como será que está a Julia? O que será que ela está pensando de mim agora?. Eu pensava enquanto caminhava de volta para casa a pé.
- Quer saber Ariel, eu te conto essa parte já que você não estava lá na escola pra saber.
- Autora!!!_ eu ouvi a voz da autora.
- Não, e a cinderela, claro que sou eu Ariel.
- Não precisa ser sarcástica, mas como sabe o que aconteceu lá na minha escola aquele dia?
- Uai, eu observo a história e deixo você contar, mas as partes que você não viu e eu vi então se quiser, eu te conto.
- Hum, então me conta, por favor..._ olhinhos brilhando.
- Oba, agora eu vou contar a historia, mas só no próximo capitulo.
- Autora malvada, vai me deixar curioso.
- Claro, essa é a graça da história.
- Está esperando o que? Começa logo, caramba..._ Eu muito nervoso.
- Calma, Ariel, já vou...