Gintama!

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    Capítulos:

    Capítulo 38

    Quando se serve comida, deve-se manter as mãos limpas

    Álcool, Heterossexualidade, Spoiler

    Peço mais uma vez imensas desculpas pela demora. Este capítulo pode ter ficado confuso, pois são muitas coisas a acontecer ao mesmo tempo, espero que não esteja muito.

    “O SHOGUN!” Gritou mentalmente Gintoki em pânico.

    “Tudo bem, então eu vou andando para o clube Smile, depois vem ter comigo.” Falou Matsudaira, depois reparando em Gintoki. “É você o gerente? Tome conta aqui do meu amigo e faça com que ele se sinta confortável. E só mais uma coisa, caso algo lhe aconteça, a responsabilidade é sua.”

    E como isto, Matsudaira abandonou o local, deixando o governador do país aos cuidados do samurai de permanente natural.

    “O que faço? O ingrediente essencial para o caos acabou de chegar!” Pensou ainda em choque. “Calma, devo manter a calma! Só tenho de agir normalmente e garantir que nada aconteça, se não a minha cabeça vai rolar. Primeiro devo garantir que não sou reconhecido.”

    “Está tudo bem, senhor?” Perguntou o Shogun estranhado o seu comportamento.

    “Não é nada, seja bem-vindo.” Respondeu Gintoki usando de repente um bigode francês e uma cartola que lhe fazia um pouco de sombra na zona dos olhos. “De momento as nossas Maids estão ocupadas, portanto eu irei guia-lo até à sua mesa.”

    “Não precisa fazer isso, eu mesmo escolherei uma mesa.” Recusou o Shogun educadamente. “Não quero ter privilégios neste lugar, apenas quero ser tratado como uma pessoa normal.”

    “Então, porque raio veio a um Maid Café?” Pensou o albino irritado, enquanto o seu governante escolhia uma mesa.

    O Shogun observou por um momento o estabelecimento e rapidamente encontrou uma mesa para se sentar. Sendo ela à frente da mesa de Katsura e Elizabeth, ficando as mesas do trio do Shinsengumi, de Katsura e do Shogun em fila.

    “Devem estar a brincar comigo!” Reclamou Gintoki. “E por quanto mais tempo a Mizuki vai continuar a falar com aquele Mayora?”

    “Agora tenho de ir.” Falou Hijikata voltando ao seu caminho para o banheiro.

    “Ok.” Respondeu Mizuki animada, deixando-o passar, até que se recordou. “Droga, esqueci-me que o tinha de distrair. Se não fizer nada, ele e o Zura vão se ver.”

    “Pergunto-me o que devia-mos pedir.” Murmurou Katsura olhando para o cardápio. “Há tantas variedades. Qual é a tua opinião, Elizabeth?”

    “Que é tudo arroz com curry.” Respondeu Elizabeth com uma placa.

    “Hahahaha. Oh Elizabeth, tu e as tuas piadas.” Riu Katsura. “Se queres assim tanto arroz com curry, vamos pedir isso.”

    Hijikata estava prestes a passar pelo líder Jouishishi, quando Mizuki em pânico pegou num balde e jogou-o contra a cabeça do seu amigo de infância, antes de o policial olhar para mesa para ver o que tinha sido o barulho, a dedicada samurai também atirou uma esfregona, que ao cair na cabeça de Elizabeth, lhe forneceu uma peruca improvisada.

    “O que se passa com aquele cliente?” Perguntou Hijikata com uma gota de suor atrás da cabeça, enquanto olhava para Katsura no chão e com um balde preso na cabeça.

    “Ah… É apenas um cliente masoquista que pediu por este tipo de serviço.” Respondeu Mizuki atrapalhada. “Também queres, Toshi-kun?”

    “Não, obrigado.” Recusou o vice-comandante, depois olhando para Elizabeth. “Nós já não nós vimos antes?”

    “Toshi-kun, preferiria que não flertasses com as nossas clientes.” Pediu Mizuki com um sorriso aparentemente amigável. “Isso pode incomodar as pessoas ao redor.”

    “Eu não estava fazendo nada disso!” Reclamou Hijikata afastando-se de Elizabeth e depois suspirando. “Esqueçam, vou continuar o que estava fazendo.”

    “Esta foi por pouco.” Suspirou Mizuki aliviada.

    “Mesmo já ter frequentado tantos, não fazia ideia que os Maid Cafés forneciam este tipo de serviço. Este lugar está realmente noutro nível.” Falou Katsura pasmado conseguindo retirar o balde da sua cabeça e olhando para ele fixamente. “Poderá… Poderá isto ser… O Maid Café lendário?!”

    “Vamos pedir de uma vez.” Disse Elizabeth através de uma placa.

    “Incrível. Até fazem serviços de cabeleireiro.” Comentou o samurai de cabelo longo voltando-se a sentar e reparando no novo “penteado” da sua mascote.

    “Então, o que vão pedir, mestres?” Perguntou Mizuki pegando num bloco de notas.

    “Não é mestre, é Katsura. E Mizuki, porque é nunca me disseste que trabalhavas no Maid Café lendário?”

    “A tua idiotice é que é lendária. Vais pedir ou não?”

    “Vão ser dois pratos de arroz com curry, por favor.” Pediu então Katsura.

    “Gin-san.” Chamou Shinpachi discretamente desde a cozinha. “Venha cá, rápido.”

    “O que foi?” Perguntou o samurai entrando na cozinha.

    “Quando fomos à cave para ir buscar os ingredientes para o arroz com curry, descobrimos que também havia outros ingredientes lá em baixo.” Respondeu Hasegawa segurando duas sacas com ingredientes. “Isso significa que podemos fazer mais variedades de pratos.”

    “Sim e também significa que mandamos o Aki-kun fazer compras em vão.” Comentou Shinpachi com uma gota de suor detrás da cabeça.

    “Esse moleque não está demorando muito? Onde ele terá ido?” Indagou Gintoki curioso.

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    Nesse momento, numas ruínas ancestrais, Aki, vestido como Indiana Jones, corria pelos seus antigos corredores, evitando tudo o tipo de armadilhas mortais que se ativavam a cada passo seu. Buracos que apareciam de repente, flechas que saiam disparadas das paredes, passagens secretas, tetos que desabavam e muito mais.

    “Espera por mim, Kagura-chan.” Murmurou ele saltando por um pequeno abismo e aterrando no outro lado. “Irei sem dúvida voltar com os ingredientes, mesmo que isso custe a minha vida.”

    Depois, sem querer, Aki pisou num mecanismo que fez com que uma pedra gigante começasse a rolar atrás dele, obrigando-o a correr.

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    “Bem, isso agora não importa.” Disse Gintoki voltando-se a focar. “Neste momento temos o Shogun como cliente. Portanto vou precisar da vossa ajuda.”

    “Acabei de me lembrar que hoje tenho uma reunião do fã clube, tenho de ir já.” Mentiu Shinpachi suando frio.

    “Na verdade, eu nunca gostei deste EMPREGO, acho que me vou despedir e continuar a minha procura pela felicidade.” Decidiu Hasegawa preparando-se para abandonar o local juntamente com Shinpachi.

    “Esperem aí, vocês dois.” Falou o albino pegando nos ombros de ambos, com os olhos cobertos pela sombra da franja e rodeado por uma aura negra. “Neste momento, estamos todos no mesmo barco. Portanto ou vamos resolver isto ou vamos todos juntos bater no mesmo icebergue, compreenderam?”

    “Sim…” Responderam o megane e o Madao desanimadamente.

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    “Aqui têm os vossos pedidos, mestres.” Disse Tsukuyo deixando os pratos na mesa do Shinsengumi e depois saindo, fazendo uma leve vénia.

    “Bem, vamos comer.” Falou Hijikata começando a cobrir o seu arroz com curry de maionese, enquanto Kondo o olhava enojado. “Oh, desculpem. Também querem?”

    “Não estamos interessados em comida de cachorro, Hijikata-san.” Respondeu Sougo comendo normalmente e depois pegando na sua bazuca. “Mas se quiser, posso aquecer o seu prato.”

    “Como é que é, maldito?” Reclamou Hijikata.

    “Não comessem já a discutir.” Pediu Kondo tentando acalmar os seus subordinados.

    Enquanto isso, Gintoki, Hasegawa e Shinpachi observavam o Shogun a partir de binóculos.

    “Parece que por agora está tudo sob controle ao redor do sujeito.” Afirmou Gintoki.

    “Gin-san, alguém não devia ir atender o pedido do Shogun-sama?” Indagou Shinpachi.

    “Agora que sabemos que temos mais ingredientes, podemos entregar o verdadeiro cardápio.” Comentou Hasegawa.

    “Sim, já disse isso às garotas. Olhem, alguém já o vai atender.” Reparou Gintoki em Kagura que se aproxima da mesa do Shogun. “Patsuan, por que razão eu acho que isto não é bom?”

    “Porque é a Kagura-chan, Gin-san.” Respondeu o jovem. “E provavelmente ela ainda nem percebeu que aquele é o Shogun-sama.”

    “Estamos ferrados.” Suspirou Gintoki.

    “Então, o que vai querer, mestre?” Perguntou Kagura rudemente com um bloco de notas. “Peça rápido, porque estou com fome.”

    “Aqui servem bastante coisa.” Murmurou o Shogun olhando para o cardápio normal. “O que será que devia pedir.”

    Depois de alguns minutos de reflexão do governador de Edo, Kagura perdeu a paciência.

    “Eu disse para ser rápido!” Gritou Kagura batendo na cabeça do Shogun, fazendo com que a mesma batesse na mesa e fizesse um buraco com o formato da cara dele.

    “Ela estragou tudo em tempo recorde!” Exclamaram Gintoki, Hasegawa e Shinpachi espantados.

    “Droga, o que vamos fazer?” Questionou-se o Madao é pânico.

    “As nossas cabeças vão rolar, vão rolar!” Disse o samurai de permanente também em pânico.

    “Acalmem-se.” Pediu Shinpachi apontando para a mesa do Shogun. “Vejam, ele se está movendo.”

    “Vou pedir um Tamagoyaki com arroz, por favor.” Pediu o Shogun ainda com a cara presa à mesa e levantando a mão com visível dificuldade, enquanto pensava. “Então é assim que são os Maid Cafés que o meu povo frequenta. Eles devem ser bem fortes para aguentarem este tipo de estabelecimento diariamente. Isso prova que ainda não sei o suficiente sobre o meu povo.”

    “Então é um prato de Tamagoyaki com arroz.” Murmurou Kagura escrevendo no bloco e retirando-se.

    “Parece que o Shogun não se irritou, isso é bom.” Suspirou Hasegawa de alívio.

    Então ouviram mais uma vez a porta a ser aberta, mas por sorte eram apenas clientes normais. Pouco a pouco foram entrando mais clientes e todos tiveram de retornar aos seus postos.

    Agora, Gintoki encontrava-se na rua, tentando conseguir atrair mais clientes. Então, quando duas jovens e belas garotas passaram, o samurai vestido de mordomo rapidamente se aproximou.

    “Desculpem incomoda-las, senhoritas.” Falou o albino fazendo o seu olhar mais sedutor com um sorriso brilhante. “Gostariam de tomar uma chávena de chá no nosso café, tenho a certeza que a vossa presença só melhoraria a beleza do nosso local.”

    As garotas riram e aceitaram o convite, entrando no café juntamente com o samurai.

    “Ele está penas trabalhando. Ele está penas trabalhando. Ele está penas trabalhando. Ele está penas trabalhando. Ele está penas trabalhando…” Dizia Tsukuyo para si mesma, enquanto derramava café quente no colo de um cliente.

    “Veja o que está fazendo!” Reclamou o cliente furioso, chamando a atenção da cortesã da morte.

    “Oh, peço desculpa. Estava distraída.” Desculpou-se ela fazendo uma pequena vénia. “Vou já trazer-lhe uma toalha.”

    “Acha mesmo que isso é o suficiente para eu lhe perdoar o que fez?” Falou o cliente agarrando o braço de Tsukuyo. “Você não está nada mal, acho que já sei como me pode compensar.”

    “Como é que é?” Disse a loira já se preparando para tirar as suas kunais, quando um certo samurai se meteu entre os dois e soltou ela.

    “Está algo errado, senhor mestre?” Perguntou Gintoki ironicamente.

    “Não se meta, estava prestes a chegar à melhor parte.”

    “Acho que o senhor confundiu o nosso estabelecimento com um de outro tipo. Aqui é apenas para ver sem tocar.”

    “Tu também estás fazendo com que isto pareça outro tipo de estabelecimento!” Reclamou Tsukuyo.

    “Muito bem. Então quero que você se desculpe por ela e me faça uma vénia de joelhos.” Exigiu o cliente.

    “Gintoki, não precisas fazer isso.” Falou a loira preocupada.

    “Não há problema, afinal o cliente tem sempre razão.” Respondeu Gintoki sorrindo e com a franja cobrindo-lhe os olhos.

    “Isso mesmo. Agora estou esperando o pedido de desculpas.” Disse o cliente de forma convencida.

    “Sentimos muito!” Gritou Gintoki fazendo rapidamente uma vénia e cabeceando a cabeça do cliente com tanta força que o nocautiou. “Tama, joga por favor este lixo na rua.”

    “Entendido, Gintoki-sama.” Respondeu Tama varrendo literalmente o corpo inconsciente do cliente para fora do café.

    “Não precisava da tua ajuda.” Reclamou Tsukuyo cruzando os braços. “Eu sei defender-me.”

    “Eu também sei disso, mas não gosto de ver outro homem tocando em ti.” Respondeu o albino seriamente, fazendo a Cortesã da Morte corar, enquanto pensava. “Além disso, se eu tivesse chegado mais tarde, este lugar sofreria imensos danos e ainda me obrigariam a pagar.”

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    Tae entrou na cozinha, para vir buscar mais pedidos prontos, mas rapidamente viu que a mesma se encontrava vazia. Foi então que reparou num papel no balcão que parecia ser um pedido.

    “Um prato de Tamagoyaki com arroz.” Leu ela em voz alta. “Bem, já que esta é a minha especialidade, acho que posso cuidar deste pedido.”

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    Nesse momento, nas tais ruínas, Aki encontrava-se frente a um homem de meia-idade com um bigode farfalhudo, que usava roupas elegantes, uma cartola e um monóculo ajoelhado, encarando o chão com uma expressão de derrota, enquanto o jovem Sarutobi segurava nas suas mãos uma pedra azul que emitia um brilho mágico.

    “Não acredito que este moleque foi mais rápido do que eu a resolver o Puzzle Divino*. Você por acaso é o Phi Brain*? (N/a: ambas são referencias ao anime Phi Brain: Kami no Puzzle) ” Indagou o homem com uma expressão de raiva.

    “Eh? O que é isto?” Questionou Aki confuso observando o misterioso objeto.

    “Não te faças de desentendido. Esse é o tesouro lendário, Shokukai!” Respondeu o estranho. “Dizem que aquele que a encontrar será portador de grandes poderes e poderá até mesmo dominar este mundo.”

    “Droga, aquela misteriosa senhora idosa que encontrei num beco escuro nos arredores da cidade onde não se via uma única alma deve-me ter ouvido errado. Eu perguntei onde podia encontrar ingredientes e não esta coisa (N/a: ingredientes em japonês é Shokuzai). Bem, acho que não preciso disto.” Disse o ninja jogando a pedra preciosa para a um abismo sem fundo.

    “Seu idiota! Sabes o que raio fizeste?” Gritou o homem em pânico. “Acabaste de JOGAR fora um dos maiores tesouros que alguma vez existiu!”

    “Perdi muito tempo aqui. Se demorar demais, a Kagura-chan vai sentir a minha falta. Porque é que estas coisas estão sempre acontecendo comigo? Fazer compras é mesmo difícil.” Suspirou o jovem assassino indo-se embora.

    “Não me ignores!” Reclamou o homem.

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    No Maid Café, Tae terminara o pedido e agora dirigia-se para a mesa que estava apontada na nota.

    “Aqui tem o nosso Tamagoyaki especial, fui eu mesma que preparei.” Falou Tae sorrindo e deixando o prato de matéria negra na mesa.

    “Então é isto que o meu povo costuma comer…” Murmurou o Shogun engolindo em seco e olhando para o prato como se este fosse o seu predador. “Tenho de ser forte como eles e comer isto.”

    “Gin-san! Hasegawa-san! Temos um problema!” Afirmou Shinpachi através de um intercomunicador.

    “O que se passa, Shinpachi?” Perguntou Gintoki.

    “Há algo errado?” Inquiriu Hasegawa.

    “A minha irmã… Ela está servindo o Shogun-sama.” Respondeu o samurai megane.

    “O quê?!” Gritaram os dois madaos em pânico, quase rebentando com os tímpanos de Shinpachi.

    Então os três começaram a correr em direção à mesa, mas já era tarde demais. Assim que o Shogun engoliu o primeiro pedaço do Tamagoyaki, os seus olhos ficaram completamente brancos e desmaiou, deixando a cara cair no prato.

    “Ora, será que estava demasiado picante para ele?” Indagou Tae inocentemente como se não tivesse relacionada com que acabara de acontecer.

    “Gin-san… Chegamos tarde demais.” Falou Shinpachi nervoso e suando frio.

    “Isto é ruim, muito ruim, muito ruim mesmo! Estamos mais do que ferrados!” Gritou Gintoki em pânico. “Mandamos o Shogun para o paraíso da cueca branca manchada!”

    “Mantenham a calma, ele ainda está respirando.” Avisou Hasegawa. “Parece que ele não chegou a ingerir uma quantidade mortal, mas deve tardar a acordar.”

    “Vamos ter de esconder o corpo para que ninguém repare e cause um escândalo.” Disse o samurai de permanente recuperando levemente a calma.

    “Sim, não podemos deixar que mais ninguém o veja.” Concordou o Tsukkomi do Yorozuya. “Por sorte já não há muita gente aqui.”

    “Aqui tem a sua conta, mestre.” Falou Kyubei estendendo a conta para Katsura.

    “Obrigado, Kyubei-dono e a comida estava realmente deliciosa.” Comentou o líder Jouishishi pegando na conta, mas acidentalmente tocando levemente na mão da herdeira Yagyu.

    “Não me toque!” Gritou ela jogando Katsura pelos ares.

    “Aqui está o DINHEIRO que devemos.” Disse Elizabeth através de uma placa, pagando como se nada tivesse ocorrido e indo-se embora sem o seu dono.

    Quanto a Katsura, este foi logo aterrar na mesa do Shogun, surpreendendo o trio que lá estava.

    “A Kyubei-dono realmente sabe fazer bons arremessamentos.” Comentou Katsura levantando-se e depois reparando no governador inconsciente. “Este aqui não é o…”

    Antes que o terrorista pudesse dizer mais alguma coisa, Gintoki fê-lo engolir um pouco do Tamagoyaki, pondo-o no mesmo estado que o Shogun.

    “Esta foi por pouco.” Suspirou Gintoki.

    “Como assim por pouco? Agora temos duas vítimas de intoxicação!” Reclamou Shinpachi.

    “O que vamos fazer com eles?” Perguntou Hasegawa preocupado.

    “Primeiro vamos guarda-los numas sacas de pano que encontramos na cave. Depois eu e o Shinpachi podemos deixar o Zura no armário das limpezas, enquanto isso, fique aqui guardando o Shogun, Hasegawa-san.” Decidiu o samurai. “Já passou da hora de almoço, portanto este lugar já está quase vazio.”

    “Porque é que eu tenho de fazer o que terá mais prejuízos se der errado?” Reclamou o Madao.

    “Nossa, este lugar ficou mesmo cheio durante a hora de almoço.” Comentou Kondo sentado na sua mesa, juntamente com Hijikata e Sougo, que estava no meio de um cochilo. “Sem dúvida a Mizuki-san conseguiu atrair um monte de clientes, não achas, Toshi?”

    “Sim… Suponho.” Respondeu o vice-comandante bebendo o seu café com maionese.

    “Não sejas tímido, Toshi.” Falou o Gorila alegremente. “Admite logo que achas a Mizuki-san bem bonita.”

    Hijikata cuspiu o seu café na cara do comandante e inquiriu. “O que quer dizer com isso, Kondo-san?”

    “Não te faças de desentendido, nós já reparamos como costumas olhar para ela. Tenho de admitir, apesar de não estar ao nível da minha Otae-san, a Mizuki-san é bem atraente e parece que ela se dá muito bem contigo.”

    “Kondo-san, a sua imaginação é apenas demasiado fértil, não se passa nada entre mim e ela.” Falou Hijikata limpando o seu rosto. “Acho que já está na hora de irmos.”

    “Sim, vamos pedir a conta.” Concordou Kondo, reparando depois em algo estranho. “Toshi, Sougo, acho que acabei de ver o Yorozuya e o Shinpachi-kun passarem, carregando uma saca do tamanho de uma pessoa.”

    “Deve estar alucinando por ter comido maionese estragada.” Respondeu Hijikata.

    “Eu não comi maionese nenhuma.” Afirmou o Gorila com uma gota de suor atrás da cabeça.

    “Já que é o Kondo-san, deve ter sido uma banana estragada.” Comentou Sougo tirando a sua máscara de dormir.

    “Que queres dizer com isso, Sougo?” Perguntou Kondo sentindo-se insultado.

    “Gin-san, acha que ninguém reparou que o Katsura-san está nesta saca?” Questionou Shinpachi assim que eles chegaram ao armário das limpezas.

    “Ninguém iria notar.” Respondeu Gintoki despreocupadamente abrindo o armário onde Catherine ainda estava amarrada e amordaçada e atirando o inconsciente Jouishishi lá para dentro. “Agora vamos tratar do Shogun.”

    “Gin-san, temos mais um problema!” Gritou Hasegawa correndo até ele.

    “O que aconteceu agora?” Indagou Shinpachi preocupado.

    “Desviei o meu olhar durante uns minutos e quando voltei a olhar, o Shogun já não estava lá.”

    “Quê?! Como isso aconteceu?” Inquiriu Gintoki voltando a estar em pânico.

    “Gin-chan, já limpei aquela mesa.” Informou Kagura aproximando-se deles.

    “Q-que mesa, Kagura-chan?” Perguntou Shinpachi temendo o pior.

    “Aquela ali.” Indicou a ruiva apontando para a para a mesa que antes pertencia ao Shogun, gelando assim o trio.

    “Por acaso não viste uma grande saca perto dessa mesa?” Perguntou Hasegawa.

    “Sim, vi.” Respondeu ela cutucando o nariz. “Atirei-a para o contentor nos fundos.”

    Mal ouviram isto, os três começaram a correr.

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    Nos fundos do Maid Café, o trio de ferrados começou a procurar o Shogun, mas só viram um sem-teto a correr e carregando um monte de roupas consigo.

    Foi então que começaram a ouvir barulhos num dos contentores. Quando o abriram, viram que o Shogun lá se encontrava, já acordado e apenas vestindo uma cueca branca.

    “Por favor nos perdoe. Não quero ser executado, ainda tenho muitos mangás para ler e açúcar para ingerir!” Implorou Gintoki temendo pela sua vista.

    “Sentimos muito, Shogun-sama!” Gritou Shinpachi fazendo uma enorme vénia.

    “Vou até ser despedido desta vida.” Murmurou Hasegawa perdendo as esperanças.

    “Finalmente percebo o que o meu povo passa a diário.” Falou o Shogun com uma expressão decidida, saindo do contentor.

    “Eh?” Indagou o trio.

    “Sou realmente afortunado por governar pessoas tão fortes de corpo e espírito capazes de aguentar situações destas todos os dias. Vamos voltar para eu poder terminar a minha refeição. Por acaso têm alguma roupa que me possam emprestar?”

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    Um pouco depois, o Shogun estava a comer uma sobremesa não feita por Tae, apenas vestindo uma cueca branca e um avental.

    “Vestido assim, ele não passa ainda mais vergonha?” Inquiriu Hasegawa sussurrando.

    “Não tive escolha. Ou era isto ou um uniforme de Maid e não tinha-mos o tamanho dele.” Respondeu Gintoki.

    “Não creio que apenas o tamanho fosse o problema.” Comentou Shinpachi com uma gota de suor detrás da cabeça.

    “Estava tudo muito bom, obrigado pela refeição.” Agradeceu Shigeshige levantando-se e curvando-se levemente frente a eles.

    “N-não precisa agradecer.” Falou Shinpachi atrapalhado.

    “Acho que virei a este lugar frequentemente.” Comentou o governante quase pelado.

    “Afinal pude salvar o meu EMPREGO.” Murmurou Hasegawa chorando um rio de lágrimas de alegria.

    Então de repente, uma enorme silhueta surgiu na vitrine e quebrou a mesma a grande velocidade, aterrando em cima do Shogun e surpreendendo todo o mundo.

    “Kagura-chan! Trouxe os ingredientes, peço desculpa pelo atraso.” Falou o projétil revelando ser Aki carregando consigo um enorme saco cheio de alimentos, estando agora em cima do novamente inconsciente Shogun e pisando-lhe a cara sem se aperceber.

    “O que vamos fazer agora?” Perguntou o Madao desesperado, mas ao não receber resposta, reparou que estava sozinho. “Para onde raio eles foram?”

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    “Hoje trabalhámos bem duro.” Comentou Gintoki espreguiçando-se, enquanto seguia caminho para casa, juntamente com o resto do Yorozuya e as Maids.

    “Sinto-me mal pelo Hasegawa-san.” Falou Shinpachi preocupado. “Não devia-mos ao menos ter tirado o Katsura-san e a Catherine-san daquele armário?”

    “Eles ficam bem.” Respondeu o samurai cutucando o nariz.

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    Nesse momento, a olhar para entrada do café atrás de um poste estava Mamoru no meio de uma batalha mental.

    “Desde o capítulo passado que estou tentando ganhar forças para entrar…” Murmurou o jovem Taiyo. “A Kyubei-dono fica realmente muito mais feminina vestida de Maid. Não penses nisso! Respira fundo e entra… Não consigo!”


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