E se...Harry Potter tivesse ganhado os poderes da Pedra?

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    Capítulo 4

    Beco Diagonal((ou Travessa do Tranco?)

    Spoiler

    A vida na Toca era a mais diferente possível da vida na Rua dos Alfeneiros. Os Dursley gostavam de tudo limpo e arrumado; a casa dos Weasley era cheia de coisas estranhas e inesperadas. Harry teve um choque na primeira vez que se mirou no espelho sobre o console da lareira da cozinha, pois o espelho gritou: “Ponha a camisa para dentro, seu desleixado!” O vampiro no sótão uivava e derrubava canos sempre que sentia que a casa estava ficando demasiado quieta, e as pequenas explosões que vinham do quarto de Fred e Jorge eram consideradas perfeitamente normais.

    Porém, o que Harry achou mais fora do comum na vida em casa de Rony não foi o espelho falante nem o vampiro baterista: mas o fato de que todos pareciam gostar dele.

    A Sra. Weasley se preocupava com o estado das meias dele e tentava forçá-lo a repetir a comida três vezes por refeição. O Sr. Weasley gostava que Harry se sentasse ao lado dele, na mesa do jantar, para poder bombardeá-lo com perguntas sobre a vidacom os trouxas, pedindo-lhe para explicar como funcionavam coisas como as tomadas e o correio postal.

    — Fascinante! — exclamou, quando Harry lhe contou como se usava o telefone. — Engenhoso, verdade, quantas maneiras os trouxas encontraram de viver sem o auxílio da magia.

    Harry recebeu notícias de Hogwarts numa bela manhã, cerca de uma semana depois de chegar à Toca. Ele e Rony desceram para tomar café e encontraram o Sr. e a Sra. Weasley e Gina já sentados à mesa da cozinha. No instante em que viu Harry, Gina sem querer derrubou a tigela de mingau no chão fazendo um estardalhaço. A garota parecia muito propensa a derrubar coisas sempre que Harry entrava. Ela mergulhou debaixo da mesa para apanhar a tigela e reapareceu com o rosto rubro como um sol poente.

    Harry fingindo não notar, sentou-se e aceitou a torrada que a Sra. Weasley lhe oferecia.

    — Cartas da escola — disse o Sr. Weasley, passando a Harry e Rony envelopes idênticos de pergaminho amarelado, endereçados com tinta verde. — Dumbledore já sabe que você está aqui, Harry, ele não perde um detalhe, aquele homem. Vocês dois também receberam — acrescentou ele, quando Fred e Jorge entraram descontraídos, ainda de pijamas.

    Durante alguns minutos fez-se silêncio enquanto todos liam as cartas. A de Harry mandava-o tomar o Expresso de Hogwarts como sempre na estação de King’s Cross, no dia 1º de setembro. Trazia também uma lista dos novos livros que ia precisar para o próximo ano letivo.

    MATERIAL PARA OS ALUNOS DA SEGUNDA SÉRIE:

    • O Livro Padrão de feitiços, 2ª série de Miranda Goshawk.

    • Como dominar um espírito agourento de Gilderoy Lockhart.

    • Como se divertir com vampiros de Gilderoy Lockhart.

    • Férias com bruxas malvadas de Gilderoy Lockhart.

    • VIAGENS com trasgos de Gilderoy Lockhart.

    • Excursões com vampiros de Gilderoy Lockhart.

    • Passeios com lobisomens de Gilderoy Lockhart.

    • Um ano com o iéti de Gilderoy Lockhart.

    - Gilderoy BostaLockhart? Aquele farsante? Nunca. - Disse Harry, com raiva.

    Pela primeira vez na Toca, Sra. Weasley havia direcionado a Harry um olhar mini-severo.

    - Harry, querido, Você não deve ter lido, ele fez coisas incríveis. - Disse ela.

    -Eu já li, tem coisas impossíveis, sabe, como um Lobisomem irá virar homem com o feitiço Homorfo?Isto só serve a animagos. - Disse Harry.

    -Talvez ele tenha se confundido na hora de escrever. - Disse Sra. Weasley.

     Esse material não vai sair barato — comentou Jorge, lançando um olhar rápido aos pais. — Os livros de Lockhart são bem carinhos...

    — Daremos um jeito — disse a Sra. Weasley, embora tivesse a expressão preocupada. — Espero poder comprar a maioria do material de Gina de segunda mão.

    —Segunda mão? — Harry, atordoado, perguntou.

    —Infelizmente, nosso cofre em gringotes é muito baixo. - Disse Arthur Weasley.

    —Então, Gina irá entrar neste ano... - Perguntou Harry.

    Ela confirmou com a cabeça, corando até a raiz dos cabelos flamejantes e enfiou o cotovelo na manteigueira. Felizmente ninguém viu exceto Harry, porque naquele momento o irmão mais velho de Rony, Percy, entrou na cozinha. Já estava vestido, o distintivo de monitor em Hogwarts preso no suéter sem mangas.

    — Bom dia — disse Percy, animado. — Lindo dia.

    Sentou-se na única cadeira desocupada, mas quase imediatamente levantou-se de um salto, erguendo do assento um espanador de penas cinzentas que parecia bastante usado – pelo menos foi isso que Harry pensou que fosse, até ver que a coisa respirava.

    — Erroll — exclamou Rony, recolhendo a coruja inerte da mão de Percy e extraindo uma carta que ela trazia presa sob a asa. — Finalmente chegou a resposta de Hermione. Escrevi a ela avisando que íamos tentar salvar você dos Dursley.

    Ele levou Errol até um poleiro na porta dos fundos e tentou fazê-lo encarrapitar-se, mas a coruja tornou a desmontar, por isso Rony a deitou na tábua de escorrer, resmungando “Patético”. Em seguida ele abriu a carta de Mione e leu-a em voz alta.

    - Isto não me parece uma coruja confiável.  - Disse Harry.

    -Deixe isto de lado. - Respondeu Rony.

    “Queridos Rony e Harry, se estiver aí.

    Espero que tudo tenha corrido bem, que Harry esteja bem e que você não tenha feito nada ilegal para tirá-lo de lá, Rony, porque isso criará problemas para o Harry também. Tenho estado realmente preocupada e, se Harry estiver bem, por favor, mande me dizer logo, mas talvez seja melhor usar outra coruja, porque acho que mais uma entrega talvez mate essa.

    Estou muito ocupada, estudando, é claro...”

    - Ah, eu estudei muito esse verão, Acho que vou abrir meu Livro padrão de feitiços e ver uma sugestão. - Disse Harry, se lembrando da mochila empacotada.

    - Os da segunda série serão melhores. - Respondeu Sra. Weasley.

     vamos a Londres na próxima quarta-feira comprar os livros novos. Porque não nos encontramos no Beco Diagonal?

    Mande notícias do que está acontecendo, assim que puder.

    Afetuosamente, Mione.

    Harry, Rony, Fred e Jorge estavam pensando em subir o morro até um pequeno prado que pertencia aos Weasley. Era cercado de árvores que bloqueavam a visão da cidadezinha embaixo, o que significava que podiam praticar Quadribol lá, desde que não voassem muito alto. Não podiam usar bolas de Quadribol de verdade, pois seria difícil explicar se escapulissem e sobrevoassem a cidade; em vez disso, atiravam maçãs uns para os outros. Revezaram-se para montar a Nimbus 2000 de Harry, que era, sem nenhum favor, a melhor vassoura; a velha Shooting Star de Rony muitas vezes perdia na corrida para as borboletas que apareciam.

    Harry não disse nada. Sentiu-se um pouco constrangido. Guardado no cofre subterrâneo do Banco de Gringotes, em Londres, havia uma pequena fortuna que seus pais lhe haviam deixado. Naturalmente, era somente no mundo dos bruxos que ele tinha dinheiro; não se podia usar galeões, sicles e nuques em lojas de trouxas. Ele nunca mencionara aos Dursley sua conta no Banco de Gringotes, pois achava que o horror que eles tinham à magia não se estenderia a um montão de ouro.

    - Eu tenho um jeito. - Disse Harry, decidido.

    - Que jeito? - Perguntou Rony.

    - De comprar os livros, Ah..eu tenho uma fortuna inteira de galões em Gringotes, Meus pais eram muito ricos, Eu li em '' Gringotes: a mini-história do banco dos bruxos'' lançado no fim do ano passado, que eles estão entre as dez famílias mais ricas de Gringotes. - Respondeu Harry.

    - Você é um Hermiono. - Disse Rony, quase horrorizado.

    - Meu lado maroto  nunca sumirá. - Disse Harry. 

    -Sem contar que com a pedra se pode produzir Galões, tenho um plano. - Disse Harry.

    **

    A Sra. Weasley acordou-os bem cedo na quarta-feira seguinte. Depois de comerem rapidamente uma dúzia de sanduíches de bacon cada um, eles vestiram os casacos e a Sra. Weasley apanhou um vaso de flor no console da cozinha e espiou dentro dele.

    — Estamos com o estoque baixo, Arthur — suspirou. — Teremos que comprar mais hoje...

    — Ah, muito bem, hóspedes primeiro! Pode começar, Harry querido!

    E ela lhe ofereceu o vaso de flor.

    Harry olhou para os Weasley, que o observavam.

    —O estoque de Pó de Flu está baixo, acho que posso dar um jeito nisso. - Respondeu Harry, olhando o vaso.

    —Penksidius Torizoni ! - Harry disse isto, pegando a varinha,  e no outro instante, o vaso inteiro se encheu de Pó de Flu.

    —Nunca ouvi falar neste feitiço. - Disse Sr. Weasley, olhado admirado a Harry.

    —É... - Harry não soube o que dizer. 

    Fred apanhou uma pitada de pó brilhante no vaso de flor, foi até a lareira e atirou o pó no fogo.

    Com um rugido, as chamas ficaram verde-esmeralda e mais altas do que Fred, que entrou nelas e gritou “Beco Diagonal!” e desapareceu.

    Você vai depois de Arthur — disse a Sra. Weasley, se referindo a Harry,

    - Harry apanhou uma pitada de Pó de Flu e avançou até a beira do fogo. Inspirou profundamente, lançou o pó nas chamas e entrou; o fogo lhe lembrou uma brisa morna; ele abriu a boca e imediatamente engoliu um monte de cinzas quentes.

    - B..b..beco Diagonal ! - Harry tossiu.

    Harry então... Caiu de cara no chão, em cima de uma pedra fria e sentiu a ponta dos óculos se partir.

    Tonto e machucado, coberto de fuligem, ele se levantou desajeitado, segurando os óculos partidos na frente dos olhos. Estava totalmente sozinho, mas onde estava ele não fazia ideia.

    Só sabia dizer que estava de pé numa lareira de pedra, em um lugar que parecia ser uma loja de bruxo grande e mal-iluminada – mas nada que havia ali tinha a menor probabilidade de aparecer numa lista de material escolar de Hogwarts.

    -Não..eu cai na Travessa do Tranco, preciso sair daqui. - Sussurrou Harry, que havia lido sobre ela em ''Lugares sujos: Saiba o que pode te aguardar'' de James Gholl.

    Harry se encaminhou depressa e silenciosamente para a porta, mas antes que cobrisse metade da distância, duas pessoas apareceram do outro lado da vitrine – e uma delas era a última pessoa que Harry queria encontrar, estando perdido, coberto de fuligem e com os óculos partidos: Draco Malfoy.

    Harry olhou depressa a toda volta e viu um grande armário preto à esquerda; correu para ele e se fechou dentro, deixando apenas uma frestinha na porta para espiar. Segundos depois, uma sineta tocou e Malfoy entrou na loja.

    O homem que entrou atrás dele só podia ser o pai. Tinha a mesma cara fina e pontuda e olhos idênticos, frios e cinzentos.

    O Sr. Malfoy andou pela loja examinando descansadamente os objetos expostos e tocou uma campainha em cima do balcão antes de se virar para o filho e dizer:

    — Não toque em nada, Draco.

    Malfoy, que esticara a mão para o olho de vidro, retrucou:

    — Pensei que você ia me comprar um presente.

    — Eu disse que ia lhe comprar uma vassoura de corrida — disse o pai, tamborilando no balcão.

    De que me serve uma vassoura se não faço parte do time da casa? — respondeu Malfoy, com a cara amarrada. — Harry Potter ganhou uma Nimbus 2000 no ano passado. Permissão especial de Dumbledore para ele poder JOGAR pela Grifinória. Ele nem é tão bom assim, só que é famoso... Famoso por ter uma cicatriz idiota na testa...

    Malfoy se abaixou para examinar uma prateleira cheia de crânios.

    — Todo mundo acha que ele é tão sabido, o maravilhoso Potter com sua cicatriz e sua vassoura...

    —Cale a boca, maldito. Sile...- Harry, sussurrando e tirando a varinha para executar o feitiço em draco, Porém quase engasgou ao ver Lucius Malfoy, o pai de Draco. porém não tinha medo dele, E sim de que ele o visse.

    Um homem curvado aparecera atrás do balcão, alisando os cabelos untados de óleo para afastá-los do rosto.

    — Sr. Malfoy, que prazer revê-lo — disse o Sr. Borgin untuoso como os seus cabelos. — Encantado, e o jovem Malfoy, também, encantado. Em que posso servi-los? Preciso lhes mostrar, chegou hoje, e a um preço muito módico...

    — Não vou comprar nada hoje, Sr. Borgin, vou vender — disse o Sr. Malfoy.

    — Vender? — O sorriso se embaçou levemente no rosto do Borgin.

    — O senhor ouviu falar, é claro, que o Ministério está fazendo mais blitz — disse o Sr. Malfoy, puxando um rolo de pergaminho do bolso interno do casaco e desenrolando-o para Sr. Borgin ler. — Tenho em casa uns, ah, objetos que podem me causar embaraços se o Ministério aparecesse...

    O Sr. Borgin encaixou um pincenê na ponta do nariz e percorreu a lista.

    — O Ministério certamente não ousaria incomodá-lo, não é, meu senhor?

    O Sr. Malfoy crispou os lábios.

    —Preciso sair daqui  - Harry cochichou para si mesmo.

    Harry, percebendo que Malfoy e seu pai estavam distraidos, saiu pelo canto da loja, Onde ninguém o viu.  Harry, antes de sair, ouviu o pai de Draco, Lucius Malfoy, dizer:

    — Até agora não me visitaram. O nome Malfoy ainda impõe um certo respeito, mas o Ministério está ficando cada vez mais intrometido. Há boatos de uma nova lei de proteção aos trouxas; com certeza aquele bobalhão pulguento, apreciador de trouxas, Arthur Weasley está por trás disso...

    Harry ficou com tanta raiva que sentiu vontade de enfeitiçar Lucius, mas resolveu deixar aquilo de lado.

    Harry olhou para os lados, segurando os óculos partidos. Saíra em uma ruela sombria que parecia totalmente ocupada por lojas que se dedicavam às Artes das Trevas. A que ele acabara de deixar, a Borgin & Burkes, parecia ser a maior, mas em frente havia uma grande coleção de cabeças jívaras na vitrine, e duas portas abaixo, uma enorme gaiola pululava com gigantescas aranhas negras. Dois bruxos mal vestidos o observavam da SOMBRA de um portal, cochichando entre si. Apreensivo, Harry saiu caminhando, tentando segurar os óculos no lugar e esperando, sem muita esperança, conseguir encontrar uma saída daquele lugar.

    Uma velha placa de madeira, pendurada acima de uma loja que vendia velas envenenadas, informava que ele se encontrava na Travessa do Tranco. Isto não adiantou muito, pois Harry nunca ouvira falar naquele lugar. Imaginou que talvez não tivesse falado com bastante clareza ao entrar na lareira dos Weasley porque tinha a boca cheia de cinzas. Pensou no que fazer, tentando ficar calmo.

    - Está perdido? - Ouviu uma voz nojenta de bruxa.

    - Não. -Disse Harry, imediatamente se virando.

    — HARRY! O que você está fazendo aqui?

    O coração de Harry deu um salto. O da bruxa também: as unhas cascatearam por cima dos seus pés e ela começou a xingar ao mesmo tempo que a forma maciça de Hagrid, o guarda-caças de Hogwarts, veio se aproximando em grandes passadas, seus olhinhos de besouros negros faiscando por cima da barba arrepiada.

    — Hagrid! — exclamou Harry, revelando alivio na voz rouca. — Eu me perdi... Pó de Flu...

    Hagrid agarrou Harry pela nuca e afastou-o da bruxa, derrubando a bandeja que ela levava. O GUINCHO que ela soltou acompanhou-os durante todo o trajeto pelas ruelas tortuosas até tornarem a ver a luz do sol. Harry divisou a distância um edifício de mármore muito branco que já conhecia: o Banco Gringotes. Hagrid o levara direto ao Beco Diagonal.

    — Você está horrível! — exclamou Hagrid, espanando a fuligem que cobria Harry com tanta força que quase o derrubou numa barrica de bosta de dragão à porta da farmácia. — Se esquivando pela Travessa do Tranco, não sei não, um lugar suspeito, Harry, não quero que ninguém o veja lá...

    — Isso eu percebi — disse Harry, abaixando-se quando Hagrid fez menção de espaná-lo outra vez. — Eu lhe falei, eu me perdi, que é que você estava fazendo lá?

    — Eu estava procurando repelente para lesmas carnívoras — rosnou Hagrid. — Elas estão acabando com os repolhos da escola. Você está sozinho?

     Estou na casa dos Weasley, mas nos separamos — explicou Harry. — Tenho que encontrá-los...

    Os dois começaram a descer a rua juntos.

    — Por que é que você nunca respondeu às cartas? — perguntou Hagrid a Harry enquanto caminhavam (o garoto tinha que dar três passos para cada passada das enormes botas de Hagrid).

    - Eu...Os Dursleys.. - Não precisou Harry dizer mais nada, Hagrid havia entendido perfeitamente.

    — Harry! Harry! Aqui!

    Harry ergueu os olhos e viu Hermione Granger parada no alto das escadas brancas de Gringotes. A garota desceu correndo ao encontro deles, os cabelos castanhos e fartos esvoaçando para trás.

    —Hermione ! - Harry disse.

    — Vai entrar no Gringotes, Harry?

    — Assim que eu encontrar os Weasley — respondeu Harry.

    — Você não vai ter que esperar muito — disse Hagrid com sorriso.

    Harry e Hermione se viraram: correndo pela rua cheia de gente vinham Rony, Fred, Jorge, Percy e o Sr. Weasley.

    — Harry — ofegou o Sr. Weasley. — Tivemos esperança de que você só tivesse ultrapassado uma grade de lareira... — Ele enxugou a careca reluzente. — Molly está alucinada... Aí vem ela.

    — Onde foi que você saiu? — perguntou Rony.

    — Na Travessa do Tranco — informou Hagrid de cara feia.

    — Que ótimo! — exclamaram Fred e Jorge juntos.

    — Nunca nos deixaram entrar lá — comentou Rony, invejoso.

    — Ainda bem — rosnou Hagrid.

    A Sra. Weasley aproximava-se correndo, a bolsa balançando loucamente em uma das mãos, Gina agarrada à outra.

    — Ah, Harry, ah, meu querido, você podia ter ido parar em qualquer lugar...

    Tomando fôlego, ela tirou uma grande escova de roupas da bolsa e começou a escovar a fuligem que Hagrid não conseguira espanar. O Sr. Weasley apanhou os óculos de Harry, deu-lhes uma batida com a varinha e os devolveu, como se fossem novos.

    — Bom, tenho que ir andando — disse Hagrid, cuja mão era apertada pela Sra. Weasley (“Travessa do Tranco! Se você não o tivesse encontrado, Hagrid!”). — Vejo vocês em Hogwarts!

    E o guarda-caças se afastou a passos largos, a cabeça e os ombros mais altos do que os de todo mundo na rua cheia.

    — Adivinhem quem eu encontrei na Borgin & Burkes? — perguntou Harry a Rony e a Hermione enquanto subiam as escadas do Gringotes. — Malfoy e o pai dele.

    — Lúcio Malfoy comprou alguma coisa? — perguntou o Sr. Weasley sério logo atrás deles.

    — Não, ele estava vendendo.

    — Então está preocupado — comentou o Sr. Weasley com cruel satisfação. — Ah, eu adoraria pegar Lúcio Malfoy por alguma coisa...

    — Tenha cuidado, Arthur — disse a Sra. Weasley com severidade quando eram cumprimentados pelo duende à porta do banco. — Aquela família significa confusão. Não abocanhe mais do que você pode mastigar.

    — Então você não acha que sou adversário para o Lúcio Malfoy? — respondeu o Sr. Weasley indignado, mas foi distraído quase no mesmo instante pela visão dos pais de Hermione, que estavam parados nervosos no balcão que ia de uma ponta a outra do saguão de mármore, esperando que Hermione os apresentasse.

    — Mas vocês são trouxas! — exclamou o Sr. Weasley encantado. — Precisamos tomar um drinque! Que é que têm aí? Ah, estão trocando dinheiro de trouxas. Molly, olhe! — Ele apontou excitado para as notas de dez libras na mão do Sr. Granger.

    — Te encontro lá no fundo — disse Rony a Hermione quando os Weasley e Harry foram conduzidos aos cofres subterrâneos por outro duende de Gringotes.

    Chegava-se aos cofres a bordo de vagonetes pilotados por duendes, que os manobravam em alta velocidade por trilhos de bitola estreita através dos túneis subterrâneos do banco.

    Harry curtiu a viagem vertiginosa até o cofre dos Weasley, mas se sentiu muito mal, muito pior do que se sentira na Travessa do Tranco, quando eles o abriram. Havia uma pequena pilha de sicles de prata lá dentro e apenas um galeão de ouro. A Sra. Weasley tateou pelos cantos antes de varrer tudo para dentro da bolsa.

    -Ah, sinto muita pena de vocês. Mas não terá problema nenhum. - Disse Harry, sorrindo a Rony.

    -Sabe que a Pedra Filosofal, pode fazer com que a pessoa possa conjurar galeões ou ouro puro?Foi muito díficil, mas consegui dominar. - Disse Harry, cochichando a Rony. para logo em seguida dizer:

    - Tranmutu Galoni!

    O cofre dos Weasley encheu-se, pelo menos trinta e cinco galeões. Sra. Weasley achou que estivesse em um sonho, Sr. Weasley mal podia acreditar em seus olhos ao ver aquilo.

    —C...c..como? - Sr. Weasley olhou para Harry, admirado e horrorizado ao mesmo tempo.

    Harry contou tudo, tudo. Mas ao invés de ''Voldemort'' ele utilizava ''O-Senhor-Sabe-Quem'' na história, Após isto tudo, Sr. Weasley estava estupefato e admirado, e a Sra. Weasley também, Mas disseram pouca coisa.

     volta aos degraus de mármore, eles se separaram. Percy murmurou qualquer coisa sobre a necessidade de comprar uma pena nova. Fred e Jorge tinham visto um amigo de Hogwarts, Lino Jordan. A Sra. Weasley e Gina iam a uma loja de vestes desegunda mão. O Sr. Weasley insistia em levar os Granger ao Caldeirão Furado para tomar um drinque.

    — Vamos nos encontrar na Floreios e Borrões dentro de uma hora para comprar o material escolar — disse a Sra. Weasley, se afastando com Gina. — E nem pensar em entrar na Travessa do Tranco! — gritou ela para os gêmeos que seguiam na direção oposta.

    Harry, Rony e Hermione caminharam pela rua tortuosa, calçada de pedras. A bolsa de ouro, prata e bronze que retinia alegremente no bolso de Harry estava pedindo para ser gasta, de modo que ele comprou três grandes sorvetes de morango e manteiga de amendoim, que os três lamberam felizes enquanto subiam o beco, examinando as vitrines fascinantes das lojas. Rony admirou, cobiçoso, um conjunto completo de vestes da grife Chudley Cannon, na vitrine da Artigos de Qualidade para Quadribol.

    Harry quis entrar na loja, mas Hermione os puxou.

    Na Gambol & Japes – Jogos de magia, eles encontraram Fred, Jorge e Lino Jordan, que estavam fazendo um estoque de fogos de artifício. Dr. Filisbuteiro, que disparavam molhados e não aqueciam, e num brechó cheio de varinhas quebradas, balanças de latão empenadas e velhas capas manchadas de poções, os garotos deram de cara com Percy, profundamente absorto na leitura de um livro muito chato intituladoMonitores-chefes que se tornaram poderosos.

    — Um estudo dos monitores-chefes de Hogwarts e suas carreiras — leu Rony alto na quarta capa. — Parece fascinante...

    — Deem o fora — disse Percy com rispidez.

    — É claro que ele é muito ambicioso, o Percy já planejou tudo... Quer ser Ministro da Magia... — comentou Rony para Harry e Hermione em voz baixa quando deixaram o irmão sozinho.

    Uma hora depois eles rumaram para a Floreios e Borrões. Não eram de maneira alguma os únicos que se dirigiam à livraria. Ao se aproximarem, viram, para sua surpresa, uma quantidade de gente que se acotovelava à porta da loja, tentando entrar. A razão disso estava anunciada em uma grande faixa estendida nas janelas do primeiro andar.

    GILDEROY LOCKHART

    Autografa sua autobiografia

    “O MEU EU MÁGICO”

    Hoje das 12:30h às 16:30h

     Vamos poder conhecê-lo! — gritou Hermione esganiçada. — Quero dizer, ele é o autor de quase toda a nossa lista de livros!

    —Ele é um farsante, Hermione. Ele provavelmente é um coitado que resolveu mentir, para ganhar dinheiro. - Disseram Harry e Rony, ao mesmo tempo.

    A aglomeração parecia ser formada, em sua maioria, por bruxas mais ou menos da idade da Sra. Weasley. Um bruxo de ar atarantado estava postado à porta, dizendo:

    — Calma, por favor, minhas senhoras... Não empurrem, isso... Cuidado com os livros, agora...

    Harry, Rony e Hermione espremeram-se para entrar na loja. Uma longa fila serpeava até o fundo da loja, onde Gilderoy Lockhart autografava seus livros. Cada um dos meninos apanhou um exemplar de O Livro Padrão dos Feitiços, 2ª série, e se enfiaram sorrateiros no início da fila onde já aguardavam os outros meninos com o Sr. e a Sra. Weasley.

    — Ah, chegaram, que bom! — disse a Sra. Weasley. Ela parecia ofegante e não parava de ajeitar os cabelos. — Vamos vê-lo em um minuto...

    Aos poucos, Gilderoy Lockhart se tornou visível, sentado a uma mesa, cercado de grandes cartazes com o próprio rosto, todos piscando e exibindo dentes ofuscantes de tão brancos.

    O verdadeiro Lockhart estava usando vestes azul-miosótis que combinavam à perfeição com os seus olhos; seu chapéu cônico de bruxo se encaixava em um ângulo pimpão sobre os cabelos ondulados.

    Um homenzinho irritadiço dançava à sua volta, tirando fotos com uma máquina enorme que soltava baforadas de fumaça púrpura a cada flash cegante.

    — Saia do caminho, você aí — rosnou ele para Rony, recuando para se posicionar em um ângulo melhor. — Trabalho para o Profeta Diário.

    — Grande coisa — disse Rony, esfregando o pé que o fotógrafo pisara.

    Gilderoy ouviu-o. Ergueu os olhos. Viu Rony – e em seguida viu Harry Potter.

    Encarou-o. Então se levantou de um salto e decididamente gritou:

    — Não pode ser, Harry Potter!

    —Vai a merda. - Sussurrou Harry, muito, muito baixo.

    A multidão se dividiu, murmurando agitada; Lockhart adiantou-se, agarrou o braço de Harry e puxou-o para frente. A multidão prorrompeu em aplausos. A cara de Harry estava em fogo quando Lockhart apertou sua mão para o fotógrafo, que batia fotos feito louco, dispersando fumaça sobre os Weasley.

    — Dê um belo sorriso, Harry — disse Lockhart por entre os dentes faiscantes. — Juntos, você e eu valemos uma primeira página.

    Quando ele finalmente soltou a mão de Harry, o garoto não conseguia sentir os dedos. E tentou se esgueirar para junto dos Weasley, mas Lockhart passou um braço pelos seus ombros e segurou-o com firmeza ao seu lado.

    — Minhas senhoras e meus senhores — disse em voz alta, ao mesmo tempo que pedia silêncio com um gesto. — Que momento extraordinário este! O momento perfeito PARA ANUNCIAR uma novidade que estou guardando só para mim há algum tempo! Quando o jovem Harry entrou na Floreios e Borrões hoje, queria apenas comprar a minha autobiografia, com a qual eu terei o prazer de presenteá-lo agora. — A multidão tornou a aplaudir. — Ele não fazia ideia — continuou Lockhart, dando uma sacudidela em Harry que fez os óculos do menino escorregarem para a ponta do nariz — que em breve estaria recebendo muito, muito mais do que o meu livro O meu eu mágico. Ele e seus colegas irão receber o meu eu mágico em carne e osso. Sim, senhoras e senhores, tenho o grande prazer de anunciar que, em setembro próximo, irei assumir a função de professor de Defesa contra as Artes das Trevas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!

    -- NÃO ! - Harry pensou muito alto.

    A multidão deu vivas e bateu palmas, e Harry se viu presenteado com as obras completas de Gilderoy Lockhart. Cambaleando sob o peso dos livros, ele conseguiu fugir das luzes da ribalta para a periferia do salão, onde Gina estava parada com o seu novo caldeirão.

    — Fique com eles — murmurou Harry para a menina, virando os livros no caldeirão.

    — Eu vou comprar os meus...

    — Aposto que você adorou isso, não foi, Potter? — disse uma voz que Harry não teve problema em reconhecer. Ele endireitou o corpo e se viu cara a cara com Draco Malfoy, que exibia o sorriso de desdém de sempre.

    — O famoso Harry Potter — continuou Malfoy. — Não consegue nem ir a uma livraria sem parar na primeira página do jornal.

    eixe ele em paz, ele nem queria isso — disse Gina.

    Era a primeira vez que falava na frente de Harry. E olhava feio para Malfoy.

    — Potter, você arranjou uma namorada! — disse Malfoy, arrastando as sílabas.

    Gina ficou escarlate enquanto Rony e Hermione lutavam para chegar até eles, sobraçando pilhas de livros de Lockhart.

    — Ah, é você — exclamou Rony, olhando para Malfoy como se ele fosse uma coisa desagradável, grudada na sola do sapato. — Aposto como ficou surpreso de ver Harry aqui, hein?

    — Não tão surpreso como estou de ver você numa loja, Weasley — retrucou Malfoy. — Imagino que seus pais vão passar fome um mês para pagar todas estas compras.

    Harry disse, com muita raiva:

    - Acho que não estou vendo nada de segunda mão, aqui,  Malfoy. Sua doninha desgraçada. Aprenda a respeitar as famílias - Disse Harry.

    -Ora, seu mesquinho ! - Malfoy disse. 

    - Cale a boca Malfoy. - O poder na voz de Harry foi tão grande que Malfoy se assustou.

    Até mesmo Rony se assustou, mas deu um ''valeu'' por alguém como Harry estar protegendo os  Weasley.

    Após Malfoy se assustar, foi para o lado do pai, que disse:

    - Ora, ora. Harry Potter. então você anda se fazendo de poderoso nas ruas? - Perguntou Lucius Malfoy.

    — Lúcio — disse o Sr. Weasley, dando um frio aceno com a cabeça, chegando perto de Harry.

     Muito trabalho no Ministério, ouvi dizer — falou o Sr. Malfoy. — Todas aquelas blitz... Espero que estejam lhe pagando hora extra!

    Ele meteu a mão no caldeirão de Gina e tirou, do meio dos livros de capa lustrosa de Lockhart, um exemplar novíssimo de Guia sobre transfiguração para principiante. Lucio se assustou e largou o livro.

    - Apanhe ele do chão. - Harry disse para Lúcio.

    - Harry Potter, não se faça de autoridade por que derrotou...

    - Voldemort? - Lucio estremeceu ao ouvir isto.

    -Saia daqui com seu filho, sua doninha Jr. e Doninha Sr. - Disse Harry, olhando para Lúcio.

    Draco disse:

    -Ora, Harry Potter, Seus amiguinhos estão ferrados em minha mão.

    - CALE-SE! Quem é você para tentar intimidar meus amigos! Sua doninha idiota ! - Harry se aproximou de Draco, que tremeu, pois Harry era vinte centímetros maior do que ele.

    Draco e Lucio sairam, sem dizer nada.

    Sr Weasley olhou para Harry

    - Isso foi corajoso, mas não brinque com Lúcio, E obrigado. - Disse, agradecido.

    Vamos sair daqui. - Disse ele, logo depois.


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