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Tempo estimado de leitura: 1 hora
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Olá amadinhos (as), tudo de boas?
Nane: Pois bem, antes que queiram bater na gente (por criar uma historia nova e não atualizar as antigas), já vamos deixar vocês despreocupados (as). Apesar de termos projetos, essa não é uma fic nova, ao contrário, é uma das primeiras que escrevemos juntas e resolvemos dá uma arrumadinha nela.
Alluka: Como vocês sabem, não utilizamos beta e muitas das vezes, apesar de passarmos ?o olho? varias vezes nos capítulos, ainda acaba saindo alguns errinhos. Mas o bom é que, agora, aprendemos a escrever um pouquinho. Por isso, decidimos dá ?uma organizada? nas historias.
Nane: Pretendemos fazer isso com as outras também, mas vai ser um processo lento. Até mesmo porque ambas trabalhamos e estudamos. Então não dá para ser na velocidade cinco. Mas vai dar certo.
Alluka: Ah, e não se preocupem, não vamos mudar muitas coisas, apenas organizar acontecimentos e informações.
Então... Lá vão os recadinhos do coração:
Capitulo não betada.
Boa leitura a todos!
A disputa!
Faltava apenas uma semana para o dia sete de fevereiro. Um dia muito importante para Milo, Isaac e Hyoga. Neste dia, em especial, seria aniversario da pessoa mais importante para eles; Camus Oushevard.
Camus não era uma pessoa de comemorações e festas. Não fazia questão de comemorar aquele dia e também não fazia a menor ideia de que, naquele exato momento, estava sendo o pivô de uma disputa.
— Ele é nosso também! – Afirmou um dos mais novos.
— Não tem o nome de nenhum de vocês nele. – Rebateu o loiro para os dois meninos.
— Nem o seu. – Retrucaram pirracentos, ao mesmo tempo.
— E, ainda assim, temos mais direito que você. Somos irmãos dele. – Ditou Isaac.
— Vocês não podem dar a ele o que eu dou. – Milo cantarolou maliciosamente vitorioso.
— Não vejo o que você dar, mas o que tira dele. – Falou Hyoga.
— Do que estão falando? – Interessou-se o loiro, curioso.
O que aqueles dois pivetes sabiam e ele não?
— Você não o deixar trabalhar em paz. – Volveu o mais jovem deles.
— Também não o deixa descansar – Completou Isaac.
— Deixar, eu deixo. – Afirmou. – Mas demais pode virar doença. – Falou.
— Você que é uma doença! – Disse Isaac. – Uma verdadeira pedra no sapato do Camus.
— Ora, isso não é verdade. – Retrucou o loiro mais velho, contrariado.
— Quer apostar? – Perguntaram os mais novos.
— Não aposto com fedelhos. – Rebateu o escorpiano.
— Medo de perder? – Replicou Hyoga.
— Não. Apenas não tenho porque apostar com vocês! Sei que Camus me ama e vai escolher passar o dia do aniversário dele comigo. – Falou Milo convicto.
— Aham... – Isaac e Hyoga não demonstravam credibilidade nas palavras do cunhado.
— Estão duvidando? – Perguntou o escorpiano, belicoso.
— Sob-hipótese alguma iriamos fazer uma coisa dessas. – O tom desdenhoso de Hyoga deu ganas em Milo.
— Porém, no entanto e, contudo, você tem que lembrar, Milo, de que ainda não demos a opção para o Camus escolher. – Isaac incitou, propagando um suspense desmedido.
O grego arqueou as sobrancelhas loiras no alto da testa.
— Escolher o quê? – Perguntou Milo.
— Com quem ele vai querer passar o aniversario dele. Oras. – Anuiu Hyoga como se aquilo fosse o obvio.
— E então... Milo... – Isaac abraçou Hyoga pela cintura. Seu gesto foi retribuído de imediato. A expressão belicosa e o sorriso maquiavélico brincavam no rosto dos meninos. – Com quem você acha que Camus vai escolher passar o aniversario dele? Conosco, os adoráveis irmãos dele ou... – Falou o menino de cabelos verdes.
— Ou... – Insistiu o loiro.
— Ou com um chato de galocha feito você? – Completou Hyoga.
Milo ponderou um pouco, sabia que Camus o amava, mas sabia que o ruivo amava os irmãos também. O que era um enorme problema, não o fato de ele amar os irmãos e sim dos fedelhos (como o loiro costumava chamar, longe dos ouvidos do namorado, é claro) querer passar o aniversário do aquariano com ele também.
— Você não respondeu Milo – Isaac intimou.
— É claro que ele escolherá a mim – Volveu o loiro, totalmente convencido.
Isaac e Hyoga gargalharam falsamente.
— Obvio que não! – Rebateu Hyoga. Completamente contrariado pela arrogância do outro em se achar mais importante.
— Já disse; o presente que dou a ele, vocês não podem dar. – Afirmou seguro – Então está obvio que ele escolhera a mim.
— O fato de você transar com ele não te dar mais direitos – Rebateu o menino mais velho – Portanto vou repetir... Camus escolherá a gente. Hyoga e eu, os irmãos deles.
— Não mesmo! – Afirmou já possesso, se Camus inventasse de passar o dia do aniversario com os irmãos, isso, com certeza, não iria prestar.
— Quer apostar? – Incitaram novamente, os dois menores.
— Com certeza! – O grego disse no calor do momento. Tinha um brilho possesso no olhar.
Isaac e Hyoga sorriram diante da decisão nada sabia do escorpiano.
Como todo bom escorpiano, Milo detestava ser menosprezado ou mesmo ser contrariado. Apesar de ser o adulto dos três, sua atitude chegava a ser pior do que de uma criança de três anos, birrenta. E apesar de saber que aquilo não era o mais sensato a se fazer, precisava mostrar aos fedelhos (Camus não lhe escutasse) que era o primeiro na vida do namorado.
— Então... Como vai ser? – Inquiriu o grego, impaciente.
— É o seguinte... – Hyoga iniciou. – Temos uma semana até o aniversário do Camus.
— E a regra é fazê-lo escolher com quem ele vai passar o aniversário dele! – Finalizou Isaac.
Milo alternava o olhar de um para o outro. E chegou a conclusão de que detestava àquela mania que os menores tinham de completar as frases um do outro.
— Isso mesmo! – Reafirmou Hyoga. – Nós ou você, quem será que ele vai escolher?
— E porque não posso escolher os três? – Indagou o motivo da briga que acabara de chegar.
— Camus!!! – Gritaram os irmãos indo abraçar o mais velho.
— Olá, mon petits como vão? – Camus abraçou cada um dos irmãos.
Aqueles meninos representavam tudo para ele. Foram tudo que sobrou de sua complicada família.
— Bem. – Isaac respondeu pelos dois. – E como foi o seu dia?
— Relativo. – Falou afrouxando a gravata conforme adentrava a sala. – Tive alguns probleminhas, nada demais.
— Oi, Amor. Boa tarde! – Desejou o escorpiano todo sorridente, indo de encontro ao namorado.
— Boa tarde, Milo. – Camus retribuiu, esquivando-se do ataque do loiro. Detestava demonstrar afeto na frente dos irmãos.
Camus foi em direção ao quarto.
Isaac e Hyoga fizeram sinal de vitória, haviam ganhado a primeira sem esforço!
— Eu não sabia que já estava valendo. – Defendeu-se Milo, arrancando risadas dos mais novos pelo seu jeito infantil.
— Está sim! E você está perdendo – Disse Isaac com desdém.
O sorriso vitorioso dos mais jovens fizeram Milo sair batendo o pé até o quarto do namorado. Chegando ao cômodo, encontrou-o vazio. A roupa que outrora Camus vestia estava dobrada sobre a cama, os sapatos próximos à porta e a pasta com o laptop em cima da poltrona do quarto do ruivo. O escorpiano sorriu de canto, sabia onde seu amado estava e iria fazer uma surpresa a ele. Trancou a porta, retirou a roupa sem pressa alguma. Jogando-a de qualquer jeito pelo quarto
Entrou no banheiro, seu sorriso alargou.
Ficou parado durante algum tempo somente admirando o amado banhar-se, o corpo forte e definido sendo encoberto pelos longos cabelos ruivos que adquiriam um tom de vermelho gótico quando molhados. As gotas que corriam livremente pelo corpo do outro lhe deram ideias nada castas. Ideia que, bem executada, com certeza, faria seu francês prometer passar o aniversario consigo e não com os irmãos. Surpreendeu o aquariano quando entrou com tudo dentro do box e o agarrou, prensando-o contra a parede.
— Mon dieu... Milo o que é isso? – Camus perguntou. Assustado.
O loiro sabia que quando seus irmãos estivessem em casa, Milo não poderia fazer nada que os constrangesse. Para todos os efeitos, Milo e Camus eram só amigos.
— Saudades de você. – Retrucou o grego, beijando o amado.
— Milo agora não. – Falou. Tentando impedir os avanços do grego, mesmo não querendo, precisava.
— Porque não? – O loiro fizera um bico simplesmente adorável.
— Você sabe o porquê. – Disse pegando a toalha e envolvendo sua cintura.
— Seus irmãos já são bem grandinhos. Camus. – Disse contrariado – Com certeza sabem o que fazemos. – Milo tinha mais do que certeza, pois quando o ruivo não estava em casa, os fedelhos falavam claramente.
Hyoga tinha quinze anos e Isaac dezessete, mas Camus ainda os tratava como se fossem duas crianças e as pestes (claro, denominado por Milo) faziam questão de fingir inocência.
— O fato de eles saberem não quer dizer que quero que escutem. – Retrucou o ruivo, voltando ao quarto. Suspirou pesado ao ver toda a bagunça que seu namorado fizera.
— É só você não gemer. – Tentou o loiro abraçando Camus por trás.
— Isso é praticamente impossível! – Ditou o francês, desvencilhando-se dos braços do namorado.
— Camus, eu quero você. – Milo choramingou, puxou o francês para si. Enfiando o rosto na curva do pescoço do namorado.
— Só que agora não dá Milo. – Camus soltou-se do grego e passou a juntar a roupa jogada no chão.
— Mas eu quero agora. – Camus cruzou os braços, seu namorado parecia uma criança quando queria algo.
— Milo, por favor... – Pediu cansado, fora trabalhar em pleno domingo e tivera um dia cheio, não estava a fim de aturar criancices, mesmo sendo do homem que amava.
— Aposto que eles nem vão escutar e eu tranquei a porta! – Falou chegando perto do aquariano, abraçando-o novamente, distribuindo vários beijinhos pela face ainda molhada do namorado.
Descendo pelo pescoço, mordiscando a orelha. Soprando, beijando.
— Milo... – O francês sussurrou fraco, o escorpiano sabia onde eram todos os seus pontos fracos e em certas horas ele se aproveitava disso.
— Camy... Por favor! – Pediu manhoso.
Camus suspirou, sabia que o outro não desistiria tão fácil, pois isso resolveu ceder logo.
Milo ficou muito feliz ao sentir que Camus correspondia aos seus beijos com a mesma intensidade que ele os impregnava. Foi em meio a beijos sôfregos que o aquariano foi conduzido até a cama, às mãos de Milo não paravam quietas, vasculhava tudo o que lhe era de direito. Camus foi colocado sobre o colchão macio com cuidado. O grego já fazendo um belíssimo trabalho com os dedos que adentravam o corpo do ruivo levando-o ao prazer.
— Onw... Vem Mi, eu quero sentir você dentro de mim – Pediu o ruivo desejoso e o loiro, que já estava mais que pronto para atender ao pedido do namorado, se viu sendo interrompido por batidas na porta.
— Eu não acredito... – Milo resmungou baixinho ao ser empurrado pelo namorado.
— Quem é? – Camus perguntou, a voz saiu um pouco tremula.
— Como quem é? Camus... Ou sou eu, ou o Hyoga. Já que o depravado do seu namorado está com você. – Exclamou Isaac.
— Mande-o embora. – Pediu tornando a atacar o namorado outra vez. Seu sexo doía, pedia, ou melhor, implorava por alivio. Camus não estava diferente.
— O que você quer Isaac? – Perguntou tentando afastar Milo. O escorpiano tentava a todo custo beijá-lo.
— Avisar que a comida chegou – Milo parou imediatamente o que fazia, Camus aproveitou a “deixa” para escorregar para a lateral da cama.
Isaac e Hyoga sabiam que dia de domingo era Milo quem pedia a comida.
— Mas hoje não era a minha vez de pedir? – Indagou dengoso.
— Dançou Milo. – Disse Isaac em meio á risos do outro lado da porta.
— SUA PESTE, VOCÊ FEZ DE PROPOSITO. – Gritou o grego, saindo de cima da cama de Camus.
— Milo. – Repreendeu o aquariano sem alterar a voz.
— Camus seus irmãos são umas pestes. – Afirmou o grego. Camus levantou-se zangado.
Seus irmãos não eram fáceis, sabia. Mas Milo não precisava falar assim com deles, além do mais se o outro quisesse ficar com ele teria que aceitar seus irmãos também.
— Não fale assim deles, Milo – Falou repreensivo. – Já estamos indo Isaac – Falou para o irmão.
— O QUE? – O loiro gritou incrédulo – E como ficamos?
— Mais tarde resolvemos. – Respondeu o aquariano, já estava completamente vestido, pegou os sapatos e caminhou pelo quarto. Catando as roupas do namorado.
— Mas Camus... – Choramingou o escorpiano.
— Mais tarde Milo – Disse. – Tome, se vista – Jogou a roupa de Milo para que ele pudesse vestir.
O escorpiano obedeceu à contra gosto, passara a semana toda tentando ficar um pouco com o francês, mas seus intervalos não coincidiam. Ficou muito frustrado quando o ruivo informou-o que iria trabalhar no domingo. E agora que conseguiram ficarem um pouco juntinhos, tinha que dividir o namorado com os irmãos dele. Sem contar que ainda tinha seu amiguinho que estava esperto e precisando de atenção, mas se dependesse do namorado ele passaria a noite de vigia.
— Anda Milo – Chamou o ruivo.
— Vou precisar de um tempinho para me acalmar. – Disse o loiro mostrando á Camus o quanto estava animado.
— Ok. Só vê se não demora. – O aquariano observou Milo fechar os olhos.
— Você bem que poderia me ajudar. – Sugeriu o grego, malicioso.
— Estou te esperando lá na sala, Milo. – Volveu o ruivo por pura maldade, sabia que Milo demoraria um pouco a baixar aquele volume todo sozinho, mas ele o irritara não? Então que aguentasse as consequências.
Depois de algum tempo Milo apareceu na sala com o semblante um pouco mais leve e até um tanto corado, mas profundamente irritado. Camus o olhou desconfiado, provavelmente o loiro tinha feito algo que detestava fazer.
— Cheguei. – Falou mal humorado.
— Já não era sem tempo. – Retrucou Hyoga.
— O que temos para comer? – Perguntou, tentando ignorar as vozes dos cunhados.
— Comida italiana. – Respondeu Isaac, sabia que o grego detestava aquele tipo de comida.
— Mas eu queria pizza – Falou, olhando em direção ao namorado que revirara os olhos. Aquilo iria ser um grande problema.
— Milo não começa. – Devolveu o ruivo. Milo lançou um olhar mortal ao namorado.
— Eu não teria que começar se seus adoráveis irmãos não tivessem pedido no meu dia. – retrucou zangado.
— Isso é o que dá não estar no local certo na hora certa – Isaac mostrou a língua ao loiro.
— Ninguém falou com você, moleque. – Alfinetou Milo, ferino.
— Não me chame de moleque seu loiro falso – Rebateu o adolescente de cabelos verdes.
— Ho. Não sou mesmo! – Podiam duvidar de qualquer coisa, menos da cor de seus cabelos – Eu não tinjo o cabelo igual a você. Pode ver, é tudo original.
Milo baixou a cabeça mostrando os fios para Isaac.
— Chega! – Interferiu o ruivo, ou aquilo iria longe. – Que tal comermos em paz?
— Não quero comida italiana... – Cruzou os braços – Eu quero pizza!
— Agora já era. O pedido já foi feito – Disse Hyoga.
— Calado! – Ordenou. Isaac, que era o mais atrevido, iria retrucar, porém Camus interveio de novo.
— Ok. Façamos o seguinte... – Disse tentando apaziguar – Vamos todos á um restaurante. – As caras não eram as mais agradáveis.
— Hyoga e eu temos aula amanhã, Camus. – Volveu o aquariano do meio.
— Não tem problema. – Disse o loiro sorridente. – Camus, vamos somente eu e você. – Falou alegre.
— Você vai deixar dois menores sozinhos em casa Camy? – Isaac não dava trégua.
— Não começa Isaac, você e o Hyoga são grandes o suficiente para ficarem sozinhos – Acusou o grego sem paciência.
— Ninguém vai ficar sozinho, vamos todos! – Camus já estava cheio daquelas picuinhas entre o namorado e os irmãos.
— Mas... – Isaac já estava pronto para retrucar, mas Camus foi mais rápido.
— Nem pense em reclamar mocinho. – O olhar frio do francês fez subir um frio na espinha. Isaac e Hyoga só tiveram que aceitar.
— Essa eu ganhei! – Sussurrou aos adolescentes com um sorriso que não tinha tamanho e escutou-os resmungar.
—ooo0ooo—
O caminho até o restaurante foi tranquilo, quase silencioso, se não fosse pelos murmúrios inaudíveis dos adolescentes no banco de trás. Mesmo estranhando, pois esperava por mais barulhos e conflitos até chegarem ao estabelecimento, Camus agradeceu pelo momento de paz.
Milo foi o caminho todo olhando pela janela. O ruivo sabia que o loiro estava zangado e que seus irmãos não davam trégua ao escorpiano, mas o recompensaria pela paciência mais tarde. Afinal também estava sentindo falta do namorado, não conseguiram se vê direito naquela semana que foi um tanto quanto cheia para o francês.
— Chegamos. – Disse o ruivo, observando as expressões desanimadas.
— Vamos logo. – Disse o mais velho dos adolescentes saindo do carro.
Os quatro entraram no restaurante e optaram por uma mesa mais afastada da multidão. Como a mesa era redonda Milo sentou entre Camus e Isaac, e Hyoga sentou-se no outro lado do irmão mais velho bem ao lado do irmão de cabelos verdes.
— Vamos pedir o quê? – Quis saber o grego.
— Não sei... Hoje é o seu dia de pedir. Esqueceu? – Rebateu Isaac.
— Isaac. – Camus ralhou.
— Não é por isso que estamos aqui? – Hyoga defendeu o irmão. E os três – Milo, Isaac e Hyoga – se miravam em uma espécie de disputa.
— Meninos, comportem-se. – Falou o ruivo tentando acalmar os três – Estamos aqui para comer e não pra brigar – Camus chamou o garçom
— Então vamos pedir. – Disse um Milo emburrado, não estava gostando daquele dia.
Milo pediu uma pizza e os mais novos pediram sopa, Camus resolvera acompanhar o namorado, sabia que ele não comeria uma pizza inteira sozinho. As sopas seriam as primeiras a vir, Hyoga e Isaac sorriram cumplices.
— Camy, onde você vai passar seu aniversario? – Indagou o loiro.
— Como onde, Milo? Em casa com meus irmãos – Falou despropositadamente.
Os aquarianos mais novos sorriram e olharam para Milo que estreitou os olhos.
— Com seus irmãos? – Perguntou incrédulo com o que ouvira.
— E com você! – Concluiu o francês.
— Nos quatro? – Admiraram-se os três encrenqueiros
— Algo contra? – Camus estranhou.
Já que ele teria que comemorar a data, pois faria ao lado das pessoas mais importantes para ele.
— Temos ideia melhor – Falaram Isaac e Hyoga.
— E qual seria – Interessou-se o ruivo.
— Por que não passamos o final de semana na casa da nossa tia Natassia? – Sugeriu Hyoga – Faz tempo que não a vemos. – O aquariano gostava muito da mulher, pois quando era menor, enquanto Camus trabalhava, era ela quem cuidava dele e de Isaac.
— Ou você pode esquecer esse programa de índio e vir ficar em um certo lugar comigo – Falou o escorpiano acabando com as divagações do loirinho.
Hyoga mostrou a língua para o escorpiano. E logo em seguida olhou para o irmão, que o repreendia com o olhar.
— E ai o que vai escolher? – Isaac lançou um olhar ferino ao escorpiano.
Camus estava sendo frio com eles e a culpa era do loiro.
— Nenhuma das opções. – Disse o francês. – Passarei meu aniversário com os três. Ou passarei sozinho. – Camus estava com saudades da parenta afastada, mas não seria justo viajar com os irmãos e deixar o namorado sozinho. Assim como não seria justo pedir que Milo largasse seus compromissos para viajar com eles.
Milo não o perdoaria e também não queria dar brechas para mais ciúmes por parte do escorpiano. Os três se olharam, não podiam deixar assim, cada um tinha suas ideias e o premio era um só, ficar com Camus.
— Camy... Se te dêmos duas opções, você tem que escolher uma. – Falou Milo tocando na mão do namorado.
Os adolescentes concordaram – Pela primeira vez. – com o escorpiano.
— Milo, eu não vou escolher entre você e meus irmãos – Disse o francês, cansado.
— Por que no final, nós temos mais importância. – Aferroou Hyoga.
— Não. Eu sou mais importante – Retrucou o loiro.
— Por favor, não recomessem – Pediu extasiado. – Os três são importantes.
Camus estava bem cansado. Observou Milo, e passou a fazer um carinho discreto na mão do aquariano. Carinho esse que foi interrompido às pressas quando o escorpiano sentiu algo quente cair sobre suas pernas.
O garçom trazia as duas sopas e iria servir a primeira a Isaac quando o adolescente se levantou de supetão e bateu na bandeja e o liquido quente caiu nas pernas de Milo.
O garçom se desesperou, não tinha visto quando o adolescente se levantara. Ainda tentou equilibrar a bandeja, mas não teve jeito. O grego levantou-se depressa, a sopa estava quente e, por mais que calça fosse grossa, o liquido ainda transpassou o pano.
— Senhor... Eu sinto muito. Desculpe-me! – Pediu o garçom, lamurioso.
O garçom rapidamente pegou um pano para limpar o loiro.
— Isso foi de propósito. – Vociferou, ao ver os sorrisos sapeca dos cunhados.
— Não pode me culpar. – Disse Isaac, forçando-se para ficar sério, mas falhando miseravelmente. – Não tenho culpa se você é azarado.
— SUA PESTE. ADMITA, VOCÊ TRAMOU ISSO! – Gritou Milo em plenos pulmões.
— CHEGA!!! – Gritou Camus, chamando toda a atenção para si. – O que deu em vocês hoje?
— Seus irmãos... – O escorpiano apontou para os adolescentes, como uma criança enredeira. Mas antes que terminasse, Camus o cortou.
— Não, Milo. Foi um acidente! – Camus afirmou convicto.
Não teve tempo de assimilar o que tinha acontecido, mas não acreditava que os irmãos pudessem ser tão cruéis com Milo.
— Não. Não foi um acidente. – Milo estava zangado. – Eles vivem tramando contra mim. Há muito tempo. Só você não vê.
— Milo isso é paranoia sua. – Falou surpreso com a acusatória do loiro.
— Paranoia? – Perguntou ofendido. – Você que não conhece as pestes que tem como irmãos – Falou ríspido.
— Não fale assim deles, Milo – Pediu o aquariano protetoramente zangado. – Eles não são pestes. Peça desculpa!
— Por quê?? – Milo perguntou eufórico.
Como se não bastasse ele ser a vítima da história toda, ele ainda tinha que se desculpar com os fedelhos? Camus não podia estar falando sério.
— Você os ofendeu e os acusou injustamente – Disse pacifico.
— Eles me deram um banho de sopa quente!!! – Exasperou.
— Foi um acidente! – Argumentou o aquariano.
— Não foi. – Falou convicto da culpa dos adolescentes.
Camus apertou a ponte do nariz, pedindo internamente por paciência.
— Ok. Milo, será o seguinte – Contrapôs o francês, como se realmente falasse com uma criança. – Ou você se desculpa com eles, ou não vou falar com você até que o faça.
— O quê? – Milo gritou fulminante e incrédulo.
— Isso mesmo que ouviu. Não vou falar com você até que se desculpe. – Afirmou.
Não queria discursão entre seu namorado e seus irmãos e assim como impunha aos menores respeito para com o escorpiano, queria que Milo fizesse o mesmo. Claro que depois tiraria a limpo aquela história com os irmãos.
— Ótimo! – Milo disse zangado. – Fique do lado deles – Camus sentia magoa na voz do namorado.
— Não é nada disso Milo. – Disse Camus, prendendo um punhado de cabelos atrás da orelha. Não gostava quando uma “conversa” chegava aquele ponto.
— E é o quê, então? – O escorpiano perguntou, quase choroso. Não acreditava que estava perdendo para os fedelhos. Que Camus realmente ficaria ao lado dos irmãos.
— Eles são crianças, Milo. – O escorpiano riu sarcástico.
— Crianças que fazem outras. – Zombou o loiro. Camus revirou os olhos, não merecia aquilo.
— Milo, não seja infantil! – Disse, perdendo a paciência – Tudo o que estou pedindo é para se desculpar.
— Nem ferrando! – Disse o loiro. Completamente contrariado. Mentalmente esgotado.
Direcionou o olhar para parede. Não queria que Camus notasse que estava quase chorando. Também não queria olhar para a cara de vitória que seus adoráveis cunhados provavelmente estariam fazendo.
— Isso se chama infantilidade. – Ditou o ruivo.
O loiro voltou rapidamente o olhar para o ruivo, mergulhou dentro das íris quase rubra. Notou que Camus estava convicto do que falava. Ele o achava infantil e não falaria com ele até que pedisse desculpas para os fedelhos. Ótimo! Ele era orgulhoso demais para voltar atrás. Vitimado demais para baixar a cabeça. E se Camus preferia os irmãos. Então ele não tinha mais nada para fazer ali. Trincou o dente, não queria, mas também não aguentava mais.
— Quer saber Camus, o infantil aqui vai para casa. – Falou jogando o pano em cima da mesa. Voltou-se para os cunhados. – Parabéns pestes, vocês ganharam! – Disse. Raiva e decepção faziam um nó em sua garganta. – Passo na sua casa depois, preciso pegar meu carro – Disse ao namorado.
— Como você vai voltar pra casa? – Camus perguntou preocupado, mas o loiro não respondeu. Enfiou as mãos nos bolsos e saiu sem olhar para trás. – Milo... – O ruivo chamou novamente, mas novamente não foi atendido.
Milo pegou um taxi para casa no mesmo instante em que a pizza era trazida para mesa.
— Sua pizza senhor. – Disse o garçom, cheio de apetrechos nos braços. Equilibrando-os de uma maneira única.
Camus agradeceu a gentileza do rapaz, mas disse que já estava de saída. Pagou a conta e chamou os irmãos.
— Mas e a pizza? – Isaac perguntou.
Camus lhe lançou um olhar frio e advertido. Pediu para que embalassem a pizza para viagem. O que não demorou mais que cinco minutos. Entregou a pizza para os mais novos e ditou um “Vamos logo.” seco, frio e inexpressivo e saiu andando um pouco a frente dos adolescentes.
— Acho que dessa vez passamos do limite. Isaac. – Sussurrou Hyoga, recendo um olhar de confirmação do esverdeado.
Isaac e Hyoga ainda não sabiam, mas se arrependeriam muito daquele episodio.
Continua...