30 Days OTP Challenge

Tempo estimado de leitura: 21 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 4

    O4. Happy Birthday

    Heterossexualidade

    Título: Happy Birthday

    Day 04: On a date

    Gêneros: comédia, romance, tragédia

    Data: 06/08/14

    O4. Happy Birthday

    – por Paola Tchébrikov

    Orihime observava tudo ao seu redor com fascínio. Lá estavam eles, batendo palma e cantando "parabéns pra você" para um Ulquiorra concentrado na chama da vela sobre o bolo, indicando a chegada de mais um ano de vida.

    Ela podia sentir que ele estava surpreso e, por que não, emocionado, mesmo que a expressão em seu rosto continuasse neutra. As mãos nos bolsos, a roupa simples, mas elegante, e o longo olhar que ele dava para a mesa diante de si eram provas o suficiente.

    Ulquiorra havia sido surpreendido.

    Tudo começara quando ele disse algo sobre seus pais terem ido viajar, mas prometeram voltar a tempo de comemorarem seu aniversário. O que era mais uma mentira, pois haviam mandado avisar que teriam que ficar mais duas semanas no ocidente.

    Inoue rapidamente calculou que o aniversário era antes de duas semanas.

    Pensando que precisavam comemorar aquela data, pediu a Rukia, que conseguia sempre tudo o que queria, que descobrisse em qual data seu quase namorado fazia aniversário. Como a baixinha conseguira, não sabia, mas a havia visto conversar com uma professora no dia seguinte, pela manhã e, à tarde, obtivera a resposta.

    Satisfeita, e disposta a surpreender Ulquiorra, Orihime começou a agir. Comprou os ingredientes necessários para fazer um bolo e conversou com os outros amigos, sem que o Schiffer desconfiasse.

    Ichigo cedeu a cozinha de sua casa, e até a própria casa, para que a festa fosse feita. Os quatro rapazes – Ichigo, Renji, Sado e Ulquiorra – passariam o dia fora, em algum paseio que, com certeza, distrairia o aniversariante.

    Tudo estava pronto e só faltava colocar a mão na massa. Rukia e Ishida trataram de enfeitar a sala de jantar dos Kurosaki, logo tendo a ajuda das duas irmãzinhas de Ichigo, que, eufóricas, não mediram esforços na tarefa, já que não teriam presentes para oferecer, naquele dia, ao rapaz.

    Alertas, Rukia e Ichigo trocaram mensagens sobre o andamento dos eventos. Ninguém desconfiaria da enorme troca de "carinho" entre eles, nem mesmo o inteligentíssimo Ulquiorra.

    Satisfeita com seu feito, Orihime colocou o bolo, delicado e bonito, no forno do fogão, e rumou à sala, disposta a ajudar os amigos. Divertiu-se tentando pendurar a enorme faixa com a felicitação ao aniversariante e se esqueceu completamente do bolo assando.

    Conclusão? Uma cozinha cheia de fumaça, um bolo queimado e com gosto péssimo, uma Orihime com olhos cheios de lágrimas e uma festa destruída. As irmãs Kurosaki olharam uma para a outra e se perguntaram: "e agora?". Rukia, séria e realista, murmurou que a festa não poderia acontecer.

    Mas o salvador da pátria apareceu. Arregaçando as mangas de sua camisa social e caminhando até a cozinha, Ishida jogou o bolo fora, lavou a forma e verificou tudo o que ainda tinham. Não era muito, mas daria para improvisar.

    Perguntou às irmãs de Ichigo o que tinha na despensa que pudessem usar para fazer o bolo. Orihime havia usado todo o chantili, então não teria como fazer uma cobertura bonita, mas ainda podia fazer algo saboroso no improviso.

    As meninas disseram haver doce de leite, e Ishida havia visto um abacaxi sobre a mesa. Perfeito, era com o que conseguiria trabalhar e o que tinha. Convocou as duas, deixando Orihime bem longe da cozinha, e logo estava juntando os ingredientes, fazendo a massa, o recheio e levando tudo ao forno.

    O timing da chegada dos rapazes calhou com alguns minutos do bolo, pronto, na geladeira.

    Terminaram a arrumação, apagaram as luzes e esperaram.

    Quando Ulquiorra entrou no local, foi surpreendido por gritos alegres e exclamações de felicitação. Ele foi guiado até à mesa, a luz foi apagada e a música tradicional cantada.

    Naquele momento, com seus amigos esperando que ele assoprasse a vela, seus olhos verdes observaram todos calma e longamente. Demorou-se mais em Orihime, que estava com os olhos levemente avermelhados e com marcas de lágrimas no rosto.

    Seu primeiro instinto foi questionar o motivo de ela ter chorado, mas primeiro assoprou a vela, acatando aos pedidos dos amigos. Foi arrastado para o lado por Rukia, que se pôs a cortar o bolo, perguntando a ele de quem seria o primeiro pedaço.

                — Bobagem — resmungou cruzando os braços, mas aquilo não o livrou da tarefa de escolher alguém.

    E o escolhido foi quem?

                — Por que para ela? Se não fosse Ishida, não haveria bolo — dedurou Rukia, vendo com satisfação a amiga corar.

    Os olhos analíticos de Ulquiorra varreram a face satisfeita de Rukia e a envergonhada de Orihime.

                — O que aconteceu? Esse bolo não parece ter sido feito pela Inoue — comentou Renji ao observar melhor a mesa diante dele, agora com as luzes acesas.

                — E não foi. Quem o fez foi o Ishida-kun — explicou a moça gentilmente.

                — E por que mesmo ele precisou fazer, Orihime? — insistiu Rukia, jogando-lhe um olhar de "se você não contar, conto eu".

                — E-eu fiz um bolo para o Ulquiorra-kun... — começou a dizer, abaixando os olhos; todos na sala se calaram para ouvi-la. — M-mas eu o esqueci no forno e ele queimou — choramingou, sentius seu olhos se encherem de lágrimas.

    Gentilmente Ulquiorra envolveu o rosto dela com sua mão e ergueu sua cabeça, olhando-a nos olhos.

                — E você está chorando por causa disso? — sua voz séria assustou-a.

                — E-era para ser especial. Eu o fiz com muito amor e carinho — A voz dela saía estrangulada.

                — O que importa é que você não se machucou. — A declaração foi firme e inquestionável. — Podíamos comprar um bolo na padaria, caso fosse necessário.

    Rukia, atrás deles, riu, chamando os amigos para comerem e deixando que os dois ficassem sozinhos para conversarem. Orihime estava muito envergonhada para dizer qualquer coisa, mas quando foi agarrada pela cintura, sorriu deliciada, sentindo os lábios úmidos em seu pescoço.

                — Obrigado por organizar essa festa. Eu planejava passar esse dia sozinho — confessou, sentindo quando ela se acomodou melhor contra si.

                — Eu sei que pretendia. Mas isso não é necessário, Ulquiorra-kun. Estamos aqui para isso. Somos seus amigos, não somos? — ela perguntou sorrindo, ficando séria ao ver o olhar feroz dele.

    Em um piscar de olhos Ulquiorra roubava-lhe um beijo intenso, deixando-a zonza.

                — Só amiga, é? — sussurrou na orelha dela, sentindo o corpo feminino enrijecer contra o seu. — Achei que éramos namorados.

                — Não me lembro de nenhum pedido formal — declarou ela, sorrindo sapeca, e assistindo com satisfação os olhos dele brilharem diante do desafio.

                — Venham comer, vocês dois! Deixem para namorar mais tarde — ralhou Rukia, fazendo os amigos rirem e Orihime corar, se afastando de Ulquiorra em um pulo.


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