Clichê! Um amor improvável

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Bag Girls

    Sexo

    Balanço a cabeça de acordo com o ritmo. Batuco feneticamente os dedos acompanhando o ritmo contagiante da bateria. O som dos acordes da guitarra invade meus ouvidos junto com a voz rouca e gritante de Kurt Coubain. Estava inerte ao que acontecia a minha volta.

    Um puxão a interrompe de meu mundo imaginário. Lanço meu pior olhar mortal para a pessoa.

    — Senhorita Collins pode me dizer o que está pensando em fazer? — Pergunta Senhor Petterson com sua costumeira voz rouca. Sustentomeu rosto sobre a mão e lhe lanço um olhar de escárnio.

    — Ouvindo música pelo que vê! — Afirmo com a voz de tédio. Assisto de perto a veia de seu pescoço saltar a minha frente buscando por qualquer tipo de controle.

    — E posso saber o porque de ouvir em minha aula?

    — Simples professor… sua aula me causa tédio, sua voz e irritante e sua cara assusta qualquer pessoa que não tenha medo de nada! — Digo debochada. O som de risadas invade a sala aumentando a ira do homem.

    — Para a diretoria agora Srta Collins! — esbraveja. Jogo de qualquer maneira meu material em minha mochila e saio da sala batendo porta. Jamais me importaria, aquilo era rotina constante. Aumento o volume de seus fones e começo a caminhar sem se importar com nada ou ninguém a minha volta.

    O tempo estava cinza e sombrio. Adorava dias assim. O clima frio junto com a melancolia me fazia sentir sensações boas. Várias pessoas me consideravam fria ou até esquisita pelo meu jeito de ser, mas passei a não me importar mais com isso. Depois de anos do acontecido, tinha me fechado totalmente para mim mesma, não ligando para nada e nenhum ser a minha volta. A única pessoa que me entendia e compreendia, estava morta e enterrada numa vala sem fundo e fria, assim como meu passado.

    ….

    — Será que nunca tomará jeito Diana! Já e a quinta vez essa semana! — Esbraveja a velhinha á minha frente — Ás vezes acho que faz isso de propósito.

    Reviro os olhos diante da confissão. Aquilo simplesmente causava-me tédio.

    — Fale de uma vez qual será minha punição diretora, não tenho paciência pra escutar termos de responsabilidade ou lições de moral.

    — Não vê que suas atitudes podem estar acabando com você e sua reputação nesse colégio!

    — Pouco me importo com isso e sobre o que as pessoas pensam de mim. Só quero minha punição para me sumir daqui ok!

    Ela suspira fundo. Parece que já tinha perdido o resto de paciência que restava sobre mim.

    — Tudo bem… quero que envie esse recado a sua mãe para que compareça aqui na escola. Ficará depois da aula em suspensão.

    — Obrigado! — Digo com ironia. Levanto e saio da sala ouvindo o sinal do intervalo. Coloco seus fones de ouvido no volume máximo bloqueando qualquer tipo de burburinho chato dos lesados daquela escola. Odiava convier com qualquer ser que ande ou fale em minha cabeça. Gostava da sua solidão e paz. Aquilo já bastava. Caminho ate minha árvore favorita e sento-me. Jogo a mochila de qualquer maneira na grama e respiro fundo. Desbloqueio meu celular para trocar de música, mas paro. A imagem refletida em minha tela me faz fechar os olhos e voltar a alguns anos atrás.

    “— Hei minha princesa, não precisa chorar, eu estou aqui! — Acalma aquela voz que ela tanto gostava de ouvir. Ele era sua parede de proteção. Sua aura, seu melhor amigo. Com ele não tinha medo de nada, nem de ninguém.

    — Ma… mas tá doendo Dylan… — Diz com sua voz de criança chorosa. Ele a ergue em seu braço e beija sua testa.

    — Isso vai passar tudo bem, lembre-se você e a Princesa Diana e guerreiras nunca choram, elas são fortes, determinadas e jamais deixam algo a abalar.

    Ela pisca seus olhos lacrimosos em sua direção. Um lindo sorriso surge em sua delicada boca. Ela assente afirmativamente. Sabia o quanto era forte, e tinha certeza que com ele a seu lado, iria mais além do que imaginava...”

    Balanço a cabeça freneticamente. Tinha prometido a mim mesma que jamais voltaria a pensar nisso, mesmo causando dor. Odiava voltar ao passado e lembrar como tudo era antes, como era antes dele estar comigo.

    O som do sinal a interrompe de meus pensamentos. Suspiro e ajeito minha mochila e caminho em direção ao corredor.

    Um impacto forte faz meu corpo cair no chão. Passo minhas mãos na bunda e praguejo os piores nomes possíveis.

    — Desculpe…— Uma voz rouca invade seus ouvidos e uma mão se ergue em minha direção. Trinco os dentes e desvio com um tapa aquela mão cheia de bactérias a minha frente.

    — Porra garoto não enxerga não! — Digo mal-humorada —Pra que serve esse par de olhos em sua cara idiota! — Levanto-me e olho atentamente o parasita a minha frente. A primeira coisa que vejo e um amontoado de cabelos ruivos de araque.

    — Qual e a sua garota, fiz o favor de ser educado e não te deixar caída no meio desse corredor como uma jaca podre e ruim! — Rosna o tomate de frente á mim. Reviro os olhos. Sinceramente não estava com paciência para aquilo.

    — To pouco me fodendo pra sua ajuda seu tomate metido! Aliás saia da minha frente porque sua alma morta esta atrapalhando minha passagem. — Digo ironicamente com um sorriso debochado no rosto. Vejo o garoto me encarar com muita raiva.

    — Primeiro tomate e sua avó sua puta e segundo vá se tratar de sua loucura e aprenda a agradecer as pessoas que tentam pelo menos ajudar a recolocar o lixo no lugar. — Diz debochado.

    Suspiro. Será que era difícil ter o pouco da paz que merecia?!

    — Olha aqui, não vou gastar minha saliva com um garoto como você. Agora da pra sair de minha frente! — Rosno e saio esbarrando em seu ombro. Uma mão puxa meu braço impedindo-me. Vejo seu sorriso aumentar constantemente. O que ele ainda queria?!

    — Um garoto como eu não e.... — Murmura com sua voz rouca . — Aposto que a gatinha está se fazendo de difícil para não cair aqui nos braços do papai não e!

    Reviro os olhos. Garotos não tinham limites. Qualquer motivo era uma autoafirmação que você quer que ele a coma de maneira selvagem. Não evito de soltar uma gargalhada.

    — Pare de se achar demais garoto! O que queria dizer e que não vou perder meu tempo com tomates metidos a besta e garanhões que pegam a primeira puta que vê pela frente! — digo ironicamente exibindo um sorriso debochado. — agora saia da minha frente, tenho mais coisa a fazer do que ficar perdendo meu tempo com um idiota egocêntrico feito você! — Falo simplesmente puxando com força meu braço seguindo pelo corredor. Posso sentir seu olhar ameaçador em minhas costas, mas pouco me importava. Queria que um meteoro caísse em cima de sua cabeça e o destroçasse em mil pedaços, mas uma coisa tinha de admitir, ate que o pateta era bonito e....

    Argh! Não acredito que pensei nisso. Queria socar minha cabeça naquele instante.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!