30 Days OTP Challenge

Tempo estimado de leitura: 21 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 1

    O1. Red String of Fate

    Heterossexualidade

    O autor deste texto, Paola Tchébrikov, diante de seus direitos impressos na lei brasileira, Lei 9.610/98, proíbe a divulgação de seu trabalho por terceiros, com ou sem permissão. Qualquer tentativa será previamente relatada ao dono do site, e o autor, punido. Sobre universos usados, marcas de roupas, comidas etc., dá-se os créditos aos seus devidos criadores. O texto está adaptado ao Novo Acordo Ortográfico. Qualquer erro pode e deve ser relatado ao autor.

    Esta é uma coleção de oneshots referente ao desafio 30 dias de OTP. Os gêneros, avisos e a classificação podem ser alterados posteriormente, assim como outros personagens poderão ser incluídos. Aqui está o link para o challenge: http://30dayotpchallenge.deviantart.com/journal/30-Day-OTP-Challenge-LIST-325248585

    Vou esforçar-me para cumprir o desafio!

    Título: Red String of Fate

    Day 01: Holding hands

    Gêneros: drama, romance

    Data: 03/08/14

    30 Days OTP Challenge

    O1. Red String of Fate

    – por Paola Tchébrikov

    Orihime olhava de um lado a outro das vitrines daquela rua movimentada. Era a primeira vez que ia ali, principalmente não estando com suas melhores amigas.

    Estava ali com Ulquiorra Schiffer, o cara mais invejado do colégio. Ulquiorra possuía tudo o que as pessoas queriam: era bonito, rico e talentoso. Mas ele confessara a ela que, no fundo, só queria ter amigos verdadeiros, dias tranquilos na escola e uma namorada bonita e gentil – e a sobrancelha fina arqueou-se enquanto citava a última parte, olhando sugestivamente para ela.

    Mãos nos bolsos, olhos indiferentes e andar tranquilo, assim estava Ulquiorra, ao lado de uma Orihime eufórica e alegre, que se aproximava das vitrines com interesse, comentando sobre praticamente tudo.

    Mesmo que ele adorasse o silêncio e tranquilidade a que estava acostumado, não era de todo ruim ouvir aquela ruivinha tagarelando incansavelmente. Na verdade, Ulquiorra gostava de ouvi-la falar. Seu timbre era doce e gentil e o lembrava sempre que ela não era mais uma.

    Não, Orihime era muito mais do que isso. Estava acostumado a mulheres elegantes, distantes e interessadas em dinheiro ou em sexo. Só, o resto não importava. Mas lá estava ele, caminhando ao lado de sua colega de classe, ouvindo-a dizer que aquela bolsa estava cara e que aqueles sapatos ficariam perfeitos em seus pés.

    Um meio sorriso formou-se em seus lábios.

          — Quer experimentar? — perguntou ao parar ao lado dela.

          — Oh, não, eu não pretendo comprar mesmo — Riu Orihime, virando o pescoço para encará-lo com um olhar divertido.

          — Se quiser, podemos entrar — Ulquiorra deu de ombros, vendo ela balançar a cabeça negativamente e voltar a andar.

    Chegaram em uma praça minutos depois. Instruindo-a a escolher uma mesa no canto e perguntando o que ela queria comer, Ulquiorra deixou-a sozinha, caminhando em direção a uma das lojas de fast food mais famosas do país. Não era dado a comer besteiras, mas a acompanharia na refeição.

    Enquanto fazia os pedidos, a viu acenar para duas meninas e sorrir. Logo as três se abraçavam, rindo e conversando sobre algo que Ulquiorra não era capaz de ouvir – e nem lhe interessava.

          — Eram suas amigas? — perguntou enquanto se sentava ao lado dela.

          — Oh, sim. Conheço-as do jardim de infância. Ambas foram estudar em escolas para meninas — explicou Orihime fitando as costas delas ao longe.

          — Você também pretendia estudar lá? — Ulquiorra tirou os lanches da bandeja, entregando um para ela e ficando com o outro.

          — Sim, era a intenção. Mas os meus pais morreram e o meu irmão não tinha condição de bancar a casa e o internato sozinho — explicou em voz baixa, demonstrando sua tristeza pelo ocorrido.

          — Desculpe, mas eles faleceram como? — indagou delicamente, arrependendo-se logo em seguida ao ver as mãos dela tremerem furiosamente.

    Soltando o seu lanche e tomando o dela para si, devolveu ambos à bandeja e segurou as mãos dela entre as suas, acariciando-as gentilmente. Quando Orihime ergueu os olhos, eles estavam embaçados pelas lágrimas, e quando uma delas escorreu pela face delicada, Ulquiorra puxou-a para si, escondendo seu rosto na camisa dele.

    Como se nunca houvesse recebido aquele tipo de apoio, ela chorou copiosamente por longos minutos. Ulquiorra sentia as lágrimas molharem sua roupa, mas tudo o que fazia era lhe acariciar as costas enquanto mergulhava seu nariz nos cabelos cheirosos dela.

    Orihime havia, por muito tempo, evitado o assunto. Não queria chorar sempre que o assunto "seus pais" era pautado. A lembrança que possuía deles era de um casal alegre e amoroso, que havia perdido a vida por causa de um motorista bêbado e sem escrúpulo.

    Quando, por fim, não havia mais lágrimas, a Inoue afastou-se do rapaz, sorrindo agradecida e enxugando o rosto. Ficaram os minutos seguintes em silêncio, comendo e apreciando a vista e a companhia um do outro. Quando acabaram de comer, continuaram ali, acompanhando o movimento constante de pessoas indo e vindo.

    Foi estranho para ele ter ao seu lado uma Orihime quieta e pensativa. Estava tão acostumado ao falatório incessante e ao tom doce de sua voz que o silêncio parecia o prelúdio de um desastre. Mas não era. A bela moça apenas precisava de um momento para si.

    Não queria que ela ficasse pensando em coisas tristes, por isso, quando o céu se tornou alaranjado pelo pôr do sol, ergueu-se, atraindo a atenção dela, e começou a recolher a sujeira deles. Levou tudo até o lixo mais próximo e, quando voltou, encontrou-a em pé, sorrindo e esperando-o.

    Caminharam lado a lado até perto de um rio. As águas corriam cristalinas, possibilitando a vista de alguns peixes, enquanto, no céu, o sol dava lugar à majestosa lua. As estrelas piscavam lentamente, enquanto, de laranja a vermelho e rosa, o céu tornou-se azul-escuro.

    Os dois jovens, que observavam tudo aquilo com fascínio, sentados em um banco isolado dos outros pedestres, olharam um para o outro com cumplicidade. Como imãs que se atraem, Ulquiorra e Orihime eram atraídos um ao outro.

    E foi naquele momento, enquanto um pássaro cantava e um gato miava, que eles trocaram o primeiro de muitos beijos que trocariam ao longo dos anos. Os lábios repletos de possessão de Ulquiorra acompanharam os doces e gentis dela, no beijo que, aos poucos, tornou-se apaixonado.

    A mão dele na nuca dela fazia uma pressão deliciosa, e Orihime sentiu-se preenchida pelo carinho que ele demonstrava para consigo. Um carinho que sempre ansiara receber.

    Quando se separaram, ela encostou a cabeça no peito dele, observando o céu, agora totalmente negro, com um sorriso satisfeito nos lábios. O que mais poderia pedir? Aquele rapaz era tudo o que ela queria e precisava e, acima de tudo, ele demonstrava gostar dela.

    Ulquiorra sentia o mesmo. A Inoue estava se mostrando ser tudo aquilo que ele mais almejava em uma moça: carinhosa, gentil e apaixonada.

    Talvez o destino os houvesse unido com um propósito. Talvez terem se conhecido fosse o único caminho que lhes serviria. Queria ser a pessoa com quem Orihime pudesse contar quando mais precisasse. Queria ser, ao menos naquele momento, a pessoa que lhe oferecia o ombro para chorar, ou para sorrir, como ela fazia naquele momento.

    E foi com aqueles pensamentos que, quando se levantaram para irem embora, a primeira coisa que ambos fizeram foi procurar a mão um do outro. Caminharam de mãos dadas, provando não só um para o outro, mas também para as outras pessoas, que agora estavam juntos.

    Haviam encontrado um ao outro na multidão.

    A linha vermelha do destino os unia.


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