Quando as portas se abriram, percebi que aquele lugar era uma grande biblioteca, maior que há de Londres. E bem no meio de todos aqueles livros, havia uma única messa de madeira, onde um homem estava lendo alguns livros. No lado esquerdo da sala, havia uma lareira, que queimava com chamas vermelhas, havia dois sofás de veludo vermelhos sangue, eu ainda estava observando tudo quando Jeremy disse.
- Trouxemos ele como pediu. - Olhei para o homem, ele era alto, magro, e usava um terno totalmente negro, seu cabelo branco e sua pele pálida e seu sorriso me lembrou de algo muito antigo.
- Muito bem. – Disse ele com uma voz muito satisfeita. - Sentem-se. - Ele fez um gesto indicando os sofás sangue.
Foi quando o reconheci e me lembrei da minha infância, ele sempre esteve em minha casa, conversando com meu pai seu irmão. Sim, ele era meu tio, aquele tio que, costumava me contar sobre as aventuras dele e de meu pai, na infância em seu pais de origem Gales. Eu sempre ouvia quando os dois conversavam, naquela língua estranha, que até hoje ainda tinham sotaque.
Jeremy começou a andar até o um dos sofás, eu me sentei e Jeremy foi até o braseiro de onde retirou um dos cinco atiçadores, e começou a revirar a lenha, que por sinal já havia sido consumida pelo fogo, há muito tempo, mas o fogo ainda vivido dançando. Enquanto eu olhava atentamente para o fogo meu tio falou:
- Erick a quanto tempo, não nós vemos. - Ele se levantou, foi a uma das muitas fileiras e fileiras de livros, de onde retirou um livro, muito velho de couro e voltou há se sentar atrás daquela imensa messa. Então eu comentei:
- Desde que eu era pequeno. - confirmei
Por que de todas as pessoas meu tio estava ali? O que isto queria dizer? Só perguntas rondavam dentro da minha cabeça, como se fosse uma praga ou uma doença. Aquelas perguntas ansiavam uma resposta plausível, que eu não tinha. Eu olhei para meu tio que ainda lia o livro e tomando coragem perguntei:
- O que o senhor faz aqui? - perguntei firme. Ele pensou um pouco antes de responder.
- Creio que você não saiba que lugar é este? - Ele ainda olhava para seu livro.
- Não. - Bem eu senti que aquele lugar era diferente, pois por dentro parecia ser mais grande do que por fora.
- Esta casa é uma porta, ela liga o nosso mundo com o outro mundo.
- ele falou. - Você pode dizer que aqui é onde seres não-humanos vivem. - Ele falou sem um pingo de sarcasmo.
O que ?? Quem na terra acreditaria nisto? Ele estava me olhando como se já soube-se o que eu estava pensando então sem mesmo eu perguntar eu já sabia a resposta.
Então pensei na simples ipotese de ser verdade e disse.
- Vocês são um tipo de criatura magica? É isto o que estão falando? - perguntei com cara de quem não acreditava muito. Meu tio me olho por cima do livro e falou.
- Sim. - ele respondeu sem mostrar dúvida em sua voz.
- Vocês estão brincando certo? - Eles se olharam e disseram para mim.
- Bem, eu sou um feiticeiro. - Disse meu tio, que havia deixado o livro de lado e olhava serio para mim.
Eu olhei para meu tio, que ainda me encarava, depois para Jeremy, depois de volta para meu tio. Quando disse.
- Se você é um bruxo, Meu pai era o que ?- Disse levantando a sobrancelha, uma mania que sempre tive.
- Bem é raro que isto aconteça, que exista uma geração de bruxos. Mais desde que seu pai nasceu, eu senti que ele era como eu e claro foi o mesmo com você também. Mas assim como seu pai, você é diferente. - Ele parecia me examinar com seus olhos.
- Diferente? Diferente como? - Foi a única pergunta que me veio a cabeça naquele momento.
Ele se levantou, e foi até uma prateleira, de onde retirou um livro velho de couro, com folhas amarelas. Veio calmamente até onde todos estávamos e soltou o livro, que simplesmente ficou parado no ar, sendo sustentado por algo invisível. Ele abriu o livro e começou a disse.
- Erick, todos os bruxos tem dons, que chamamos de arcana, são poderes que vivem dentro de nós e geralmente quando chegamos a maior idade eles despertam. O meu por exemplo, é um arcana comum o do fogo. - Ele levantou a mão e uma chama vermelha apareceu em sua mão. - Mas seu pai mesmo sendo meu irmão, nasceu com um arcana diferente e raro. - O livro veio até mim, onde vi em uma de suas varias folhas uma imagem, nela havia vários símbolos como fogo, água, terra, e etc. Mais bem no meio de todos eles, havia um diferente o que parecia uma ampulheta. - Este é o arcana mais raro, nós o chamado de arcana do tempo. Ele é um mistério, e tudo que sabemos sobre ele, é que, quem nasce com ele tem a capacidade de viajar no tempo, se teletransportar e até mesmo parar o tempo. Mas o que mais me chama atenção, é o fato de como você ter o mesmo dom que seu pai?
- Porque? Não é algo normal? - As perguntas estavam saindo automaticamente de minha boca.
- Arcanas não são heranças genéticas, meus pais não eram feiticeiros nem nada, mais nasci como um. Mais você além de ser um feiticeiro, tem o mesmo arcana que seu pai. Porque? Bem disso eu ainda não sei. - O livro voou de volta a prateleira. Então novamente perguntei.
- Quantos de mim há ? Quantos existem igual a mim? - Perguntei por pura curiosidade.
- Infelizmente só mais um, nada mais que isto. - Seus olhos eram tristes.
- Quem? - Perguntei me sobressaindo
- Ele não tem nome, tudo que sabemos sobre ele é, que por algum motivo ele quer te matar, e quem quer que entre em caminho. Nós o chamamos de Sombrio...