Alma Gêmea: Destinados

Tempo estimado de leitura: 2 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 6

    Vivo

    Mais uma vez, desculpem a demora; os dias estão incrivelmente lotados!

    Espero que gostem desse capítulo. Bjs!

    - Não, eu só... - “pensa em alguma coisa, pensa em alguma coisa...” - fiquei um pouco tocada com a história do acidente. É que meus avós, bem, eles... morreram de acidente de carro no dia em que nasci. - “ufa”, pensei. Minha deixa não era mentira, mas a situação a tornara uma.

    - Eu... sinto muito. - ele disse, abaixando o olhar e logo depois o elevando para me encarar.

    - Tudo bem... - suspirei ao arrumar o anel no dedo, balancei a cabeça para afastar a sensação de déjà vu e lhe dei um sorriso de canto. Ele sorriu, e tudo voltou a mais breve luz e calmaria cotidiana.

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    Cap. 6 

    Conforme os dias iam passando, eu e David ficávamos cada vez mais próximos. Minhas manhãs eram todas com eles, e todos os dias eu já acordava entusiasmada, louca pra ver aqueles lindos  olhos azuis brilharem para mim.

    Contudo, eu ainda não saberia dizer até que ponto eu estava indo. Tudo o que eu sentia quando estava perto dele, tudo que eu pensava, a forma como agi esse tempo todo. Até mesmo aquelas visões repentinas, todas pareciam se relacionar com ele. De certa forma, cada vez que pensava em David sentia como se estivesse traindo Guilherme. E essa culpa era cada vez mais frequente.

    Mas eu precisava parar com isso. Guilherme não merecia uma mulher infiel, mesmo psicologicamente, e eu jamais faria uma coisa dessas com o homem com que eu iria me casar. Então eu precisava esconder, até de mim mesma, tudo aquilo que eu sentia ao chegar perto dele.

    - Pensei que não fosse vir mais. - disse David, sentado na cama, com o sorriso aberto ao me ver passar pela porta.

    - São nove e meia. Nem estou tão atrasada assim. - retribui o sorriso, observando enquanto o rosto dele ficava ainda mais sereno.

    - Aconteceu alguma coisa na emergência?

    - Não, eu... não estava na emergência hoje. - vi a expressão de dúvida e curiosidade se instalar no belo rosto dele, mas fiquei sem saber como encontrar palavras. Mas eu precisava dizer. Talvez aquilo iria de uma vez por todas acabar com isso. - Eu estava tirando medidas. Pro... vestido. De noiva.

    No mesmo instante, as sobrancelhas de David se uniram, e a decepção se instalou em sua face. Ele desviou o olhar, respirou fundo e continuou:

    - E como vão os preparativos? - falou, e eu sabia que ele estava tentando tirar animação de onde não havia alguma.

    - Vão bem, obrigada. Saiba que está convidado. -  disse, e ele deu um risinho nervoso sem graça, deixando claro a sua não intenção de aparecer. - Ok, vamos parar de falar sobre mim. - resolvi mudar a tática – vamos falar sobre você. Aposto que você é do tipo galanteador que conquista o coração das meninas.

    - Não exagere. - ele riu. - Mas um fato que não posso esconder é que já conheci muitas mulheres. Outro fato é que apenas uma me interessa. Apenas ela me faz sentir vivo.

    - Hum... isso é bom – apesar da minha aparência contida, meu estômago já se embrulhava milhões de vezes – Já contou pra ela como se sente?

    - Contar, contar eu nunca contei. Mas acredito que ela saiba.

    - Porque você acha isso?

    - Porque toda vez que ela me vê, eu sinto que tem algo a mais. Toda vez que falo com ela, seu coração bate mais forte e o sangue cora suas bochechas. Ela é linda, mas eu sinto que ela fica ainda mais brilhante quando está ao meu lado.

    Confesso que fiquei sem palavras. Demorei um instante para perceber que minha boca estava semiaberta, e outro para fechá-la. Engoli em seco e resolvi continuar o questionário, ao mesmo tempo em que checava suas condições. Minhas pernas tremiam em pé ao lado dele, sentado na cama de frente pra mim.

    - Então, se você tem tanta certeza, por que não se declara para ela?

    - Porque ela está noiva.

    Ao término da frase, minhas pernas titubearam. Ele viu o desespero em mim tateando algo para segurar quando minha visão ficou turva, e então agarrou meus braços e me puxou de encontro ao seu peito. Respirei três vezes colada em sua pele, até me recompor e poder olhar em seus olhos. Eles sorriam.

    - E é muito correta para se dar ao luxo de trair seu futuro marido ou até admitir que gosta de mim. Você está bem? - ele me endireitou em pé e pôs as mãos em meu rosto.

    - Sim... acho que... - meu corpo inteiro tremia, mas não de frio – acho que foi apenas uma queda de pressão. - disse, e vi seu rosto mudar completamente a expressão.

    - Não, Rebecca, não foi uma queda de pressão. E ambos sabemos disso.

    Dito isso, ele puxou meu rosto de encontro ao dele. Nossos lábios se tocaram, e a última coisa de que me lembro foi do seu gosto doce, até ser completamente engolida por uma forte luz que me puxava cada vez mais rápido.


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