- Amor. - Ele disse. - Faça-me esquecer.
- Esquecer o quê? - Ela perguntou.
- Esquecer tudo. - Os dois entreolhavam-se. Um demonstrava cansados olhos verdes e outro, esperançosos olhos castanhos. - Bob, - O barman. - Dê-me um pouco de… Whisky, com dois cubos de gelo e um maço de cigarro.
Todos permaneceram quietos enquanto Bob, o barman, trabalhava, abria os armários em busca de seu melhor whisky para seu melhor cliente e amigo de longa data, lavou um copo e pôs dois cubos grandes de gelo dentro e derramou a bebida até enche-lo. Antes de entregar o copo, pôs um guardanapo na mesa para não a manchar, abriu uma gaveta e agarrou um maço de Lucky Strike, seu preferido e jogou-o ao lado do copo. Cansada do silêncio doloroso, suas esperanças já mortas, retrucou com certo desânimo na voz:
- Bem, eu não posso fazê-lo esquecer nada.
- Então. - Agarrou o copo e deu um pequeno gole antes de terminar. - O que ainda está fazendo aqui? - Enterrada a esperança, não havia mais nada a fazer ali. Jogou a alça da bolsa por cima de um ombro e foi-se pela porta da frente para nunca mais voltar.
- Você está bem, Hank? - perguntou, preocupado, Bob, o barman.
- Bob. - Abriu o maço de cigarros e retirou um, colocando-o na boca e pegando o isqueiro de seu bolso para acendê-lo. Dê-me um cinzeiro. O meu coração virou cinzas, mas não preciso infestar sua mesa.