Oh, no!

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

    10
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Levi McGarden

    Linguagem Imprópria

    Nota: Fanfic escrita em português de Portugal.

    Nota(2): Cada capítulo será dedicado a apenas uma das personagens. O primeiro capítulo é da Levi, o segundo será da Lucy ou da Erza. As histórias relacionam-se entre si, mas cada capítulo foca uma personagem diferente.

    Bem... É a primeira vez que escrevo sobre um universo alternativo do mundo de Fairy Tail. Então... não sejam muito duros comigos, por favor :3

    “Oh, não…”

                As pernas de Levi falharam e o corpo dela caiu sobre o sofá. Apertou o pauzinho entre as mãos enquanto sentiu o seu estômago revirar mais uma vez.

                Tinha dado positivo.

                Não podia ter dado positivo.

                Isto não lhe podia estar a acontecer.

    ~ 6 Meses atrás ~

                Levi McGarden vestiu o seu vestido azul favorito e saiu do seu espaçoso e arrumado apartamento com um sorriso vitorioso na cara. Dali a duas horas teria de estar no aeroporto para apanhar o avião com destino a Inglaterra. Ia numa viagem de negócios, representar o nome das publicações Fairy Tail no lançamento do novo romance da escritora MiuMiu.

                Quase tinha chorado quando recebeu a notícia que tinha sido ela a repórter escolhida, entre tantos outros repórteres dentro da Fairy Tail, para cobrir o lançamento de uma das suas escritoras favoritas. 

                Mas, humildade à parte, quem melhor que ela para fazer a página de literatura? Ela era Levi McGarden. Ela era a rapariga que tinha tirado o mestrado em literatura e em jornalismo com os valores mais altos que a Universidade de Letras da capital alguma vez vira. Ela era a jovem que fora admitida no mais famoso e bem-sucedido grupo publicitário mundial. E tudo pelo seu talento.

                Fora subindo na vida. E não podia estar mais satisfeita onde tinha chegado. Ainda não completara os vinte e quatro anos e já tinha possibilidades de comprar um apartamento na zona nobre da cidade – sem ter que fazer qualquer corte nas outras despesas. Podia até comprar um carro, se quisesse. Mas o prédio onde trabalhava ficava a dez minutos a pé do seu apartamento e a Fairy Tail disponibilizava transporte para ela, se ela precisasse.

                Levi tinha todos os motivos e mais alguns para mostrar um sorriso vitorioso. Nada lhe ia tirar aquele sorriso da cara.

                Confiante, entrou no carro com o símbolo da Fairy Tail e cumprimentou os seus dois colegas de trabalho que iriam com ela na viagem.

                O carro arrancou e os três repórteres da Fairy Tail começaram a sua viagem até ao aeroporto.

                *No avião*

                Levi caminhou entre estreitos corredores do avião até achar o seu lugar. Felizmente, a sua bagagem já tinha sido enviada dois dias antes para o hotel onde ia ficar, não tinha que se preocupar em encontrar um espaço nas gavetas superiores do avião. Sentou-se no seu lugar e retirou o livro que tinha guardado na mala, que apenas continha a sua carteira, as chaves do apartamento e o recibo de arrendamento do quarto do hotel. Tentou concentrar-se na leitura enquanto os outros passageiros se atrapalhavam com as suas bagagens.

                Pouco tempo mais tarde um homem com ar de delinquente sentou-se no lugar ao seu lado. Olhou para ela de alto a baixo, sem ter a preocupação de disfarçar o olhar avaliador, e depois sorriu-lhe descaradamente. Levi ignorou a indignação que sentiu e voltou a concentrar-se no seu livro.

    *A caminho do hotel*

                Levi estava exausta. Mal podia esperar para chegar ao hotel e dormir um pouco. A viagem de avião tinha sido cansativa. Pior, não conseguiu concentrar-se na leitura do seu livro porque, de cinco em cinco minutos, as hospedeiras iam perguntar ao homem que se sentou ao lado dela se ele precisava de alguma coisa. Depois ficavam a conversar com ele durante mais cinco minutos.

                Levi saiu do avião com os risinhos histéricos das assistentes de bordo a ecoarem nos seus ouvidos.

                Não fora a viagem mais confortável que já fizera, mas não eram umas horas más que tirariam o seu sorriso e a sua vontade de trabalhar. O táxi onde estavam parou à frente do Hotel onde Levi e os seus colegas de trabalho tinham reservas. Agradeceu ao taxista e um dos seus colegas entregou uma boa gorjeta ao rapaz.

                Os três repórteres entraram no luxuoso hotel. A instalação deles no hotel foi rápida e eficiente, o serviço não deixava a desejar.

                Uma vez no quarto, Levi abriu a mala de viagem que se encontrava em cima da cama e retirou um livro com o título “O Dragão de Ferro”. A conferência sobre o livro ia ser na manhã do dia seguinte, e ia ter lugar no auditório daquele mesmo hotel. Levi folheou algumas páginas e releu as suas notas, não se podia esquecer de perguntar nada.

                O livro narrava a história de uma feiticeira, não muito poderosa, que tomava conta de uma livraria num país chamado Fiore. Certo dia, a feiticeira encontra um livro com mais de cem anos que não estava nos registos da livraria, chamado “O Dragão de Ferro”. Esse livro, por sua vez, fala de um homem que foi enganado pelo destino e transformado em dragão como castigo por um crime que não cometeu. Triste com o destino do homem, a feiticeira utiliza a sua magia para ir entrar na história e ir ajudar o Dragão a voltar a ser humano.

                Era uma história linda e tocante. Levi lera o livro em dois dias apenas. Nunca o pousara. E agora tinha a oportunidade de falar com a leitora em pessoa e fazer a crítica da história. Mal podia esperar por amanhã.

                À hora do jantar, Levi e os companheiros desceram para o restaurante. A comida estava deliciosa e a música que o pianista tocava não podia ser mais harmoniosa. Levi tinha esquecido completamente as más horas que tinha passado no avião. Apreciou a comida e a companhia e, quando o relógio deu meia-noite, Levi pousou o copo de vinho e decidiu que estava na altura de ir descansar para o dia de amanhã.

                Levantou-se antes dos seus colegas e foi esperar pelo elevador. Enquanto esperava, um homem alto parou ao seu lado. Levi só reparou quem era quando estavam dentro do elevador. Era o homem que se sentara ao seu lado no avião.

                O avião parou no primeiro andar. Levi afastou-se do homem e o casal que entrou ficou no meio dos dois. O elevador voltou a para no terceiro e no quarto piso. O quinto piso era onde ela saía. E o homem do avião não tinha carregado em nenhum botão do elevador.

                Quando o elevador chegou ao quinto piso, Levi saiu primeiro e apressou o passo. O homem do avião saiu atrás dela.

                Levi olhou para trás desconfiada. Estaria a ver bem? Ou teria bebido um copo a mais? Continuou a caminhar pelos corredores, sempre atenta ao homem que a seguia. Quando já avistada a porta do seu quarto, quarto número 102, achou que era melhor não revelar em que quarto estava ao seu perseguidor. Inspirou para ganhar coragem e virou-se para trás aborrecida.

                “Por acaso está a seguir-me?” Perguntou ao homem.

                O tamanho dele, o seu cabelo negro e espetado e os inúmeros piercings que tinha na cara abalaram um pouco a confiança de Levi, mas ela não deixou que ele percebe-se.

                Pelo contrário, o tamanho de Levi e a sua cara de criança, embora séria, não abalaram o homem nem um bocadinho.

               O homem do avião limitou-se a desdenhar de Levi com um sorriso. Passou por ela e entrou na porta 104, que ficava mesmo ao lado da porta 102, e fechou a porta.

                Levi viu, perplexa, o homem do avião retirar o cartão do bolso das calças e abrir a porta ao lado do seu quarto, enquanto o seu rosto ficava vermelho de vergonha.

                Não podia acreditar que algo assim tivesse acontecido. Entrou no seu quarto de cabeça baixa e rezou para que nunca mais se tivesse que cruzar com aquele homem.


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