Série Love.Animals - Vol. I (Reescrito!)

Tempo estimado de leitura: 36 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 5

    O Começo do Desastre

    Álcool, Drogas, Linguagem Imprópria, Violência

    ~~~~Hibari ON~~~~

           Sentia minha cabeça bater em algo sólido. Acordei em um lugar mal iluminado, tentei me levantar e percebi que minhas mãos e meus pés estavam amarrados, além de o lugar onde estava estar em constante movimento. Olhei para cima e vi um teto baixo cinza, e ao meu lado uma janela de formato peculiar, além de uma estranha parede que ia até dois terços perto do teto. Minha nuca latejava e notei que havia sido amarrado a pouco tempo, pois meus pulsos ainda não estavam doloridos ou vermelhos. Tentei me sentar e olhar por cima da parede, mas rapidamente me abaixei, levando um susto. Aquilo não era um quarto ou qualquer coisa do tipo. Eu estava no porta malas de um carro. O teto desse espaço havia sido removido, e o pouco que pude ver ao me levantar foram os dois caras que me abateram sentados no banco do motorista e no de passageiro, além de um terceiro homem sentado atrás, provavelmente para me vigiar. Todos usavam as mesmas roupas de que me lembrava.

           Minha sorte era que eu não havia feito barulho algum, e pareciam não terem notado que já havia acordado. Fiquei pensativo por um minuto, depois lembrei-me que havia um canivete escondido em minha manga esquerda, para o caso de algum dia precisá-la, e este era o momento. Com os braços presos atrás das costas era difícil de se mover, mas depois de alguns minutos consegui fazer com que o objeto deslizasse e caísse em minhas mãos. Levantei a lâmina e cortei, com algum esforço, a corda que me prendia , logo depois encolhi-me e cortei a que sobrara, deixando meus pés e mãos livres. Guardei o canivete e espiei o vidro traseiro do carro.

           A rua por qual passávamos ficava na periferia da cidade, tinha que aproveitar a oportunidade antes que me levassem para mais longe. Uma ideia brilhou em minha mente.

    ~~~~Hibari OFF~~~~

    ~~~~Tsuna ON~~~~

           Hibari estava demorando, fazia algumas horas que ele já devia ter voltado para casa. Roll e Hibird também estavam preocupados, mas acima de tudo, todos nós estávamos com fome. Tínhamos vasculhado a cozinha inteira, mas não conseguíamos abrir a geladeira, a porta da dispensa ou os armários, portanto optamos por esperar. Enquanto isso fui até o quarto e notei que havia algumas gavetas abertas no cômodo. Era um pouco alto, pulei e me agarrei à ponta da gaveta fazendo com que ela se abrisse mais ainda com o movimento. Subi e acabei caindo dentro dela. Havia alguma coisa macia debaixo de mim, tentei me levantar e vi o que era: aquela era a gaveta de cuecas do Hibari!

           Senti meu corpo esquentar, não sabia o motivo, ao ver todas aquelas cuecas devidamente dobradas.

           "Essas são as cuecas que o Hibari-sama usa..." Balancei minha cabeça com o pensamento.

           "O quê diabos estou pensado? Isso não são pensamentos de um gato! Recomponha-se!"

           Pulei para fora da gaveta e saí apressado do quarto. Fui de encontro com Roll na sala.

           – Tsuna! Tô com fomeeee!!! - ele reclamava bastante.

           – Não podemos fazer nada, Roll-kun.

           Nesse momento Hibird aparece voando velozmente e pousa entre nós.

           – Gente! Ouvi alguém abrir o portão da frente, talvez seja o Hibari! - exclamou ele, com sua voz fininha e infantil.

           Corremos até a porta da frente e ficamos esperando enquanto o som de passos aumentava. Quando pararam, ao invés de a porta se abrir com o som das chaves e Hibari entrar, ela foi espancada e aberta à força, deixando entrar um homem grande, de calçajeans, camisa verde com uma máscara sem rosto cobrindo-lhe a face, com o por do sol o iluminando pelas costas. Nós três ficamos assustados e nos escondemos debaixo do sofá quando ele pisou dentro de casa. O homem, que carregava uma gaiola para animais pequena, começou a procurar pelo recinto. Não tendo encontrado nada ele foi para a cozinha. Obtendo o mesmo resultado, se dirigiu para a escada e chegou no segundo andar, onde se localizava o quarto, o banheiro e um quartinho para guardar coisas de limpeza.

           Hibird estava tremendo ao meu lado, e Roll estava, inacreditavelmente, quieto. Escutamos os passos do invasor descendo as escadas. Parei de respirar por um momento, e só notei a falta de oxigênio quando meus pulmões pareciam estarem sendo esmagados. Conseguia ver os pés do homem em nossa frente pelo pequeno espaço por onde entramos. Meu azar foi que uma corrente de ar vindo pela entrada com a porta aberta assoprou uma bolinha de papel que também estava debaixo do sofá. Vendo o movimento, o homem levantou o sofá e nos viu. Senti sendo especialmente observado por aquela figura assustadora. Roll correu para fora do sofá e Hibird foi atrás. Quando tentei segui-los o homem me puxou pela cauda. Tentei arranhar seus braços mas não conseguia alcançá-los. Meus amigos, notando o perigo, vieram me ajudar.

           Aproveitando enquanto Roll mastigava a barra da calça do sujeito e Hibird voando envolta de sua cabeça, me curvei, ignorando a dor em minha coluna, e agarrei sua mão com minhas garras finas e mordi-lhe os dedos. Conseguia sentir o gosto forte de sangue em minha boca. A última coisa de que me lembro era de o homem praguejar e, então, me jogar de cabeça no chão, fazendo-me perder a consciência.

    ~~~~Tsuna OFF~~~~

    ~~~~Hibari ON~~~~

           Peguei o pedaço de corda que antes prendia minhas pernas. Me posicionei atrás do banco e pulei no homem que estava sentado no banco de trás, usando a corda para enforcá-lo. Os outros dois que estavam na frente se surpreenderam e o motorista quase bate o carro. O automóvel é parado bruscamente, fazendo com que o segundo homem no banco do carona batesse a cabeça no vidro e perdesse a consciência. Usei meu cotovelo para bater no vidro de trás do carro. No terceiro baque o vidro se estilhaçou. Pulei para fora do carro e disparei pela estrada. Ouvi tiros rasgando o ar, quando olhei para trás o motorista havia saído do carro e tentava me acertar. Virei uma esquina e não parei de correr, fazendo um zigue zague pelas ruas.

           – Ainda bem que não tinham saído da cidade ainda...

           Minha respiração pesava, quando fugi daquele carro o sol ainda ainda estava no céu, mas quando cheguei ao meu bairro ele já estava se pondo. Diminuí o passo apressado. Meu braço direito lateja por ter sido usado para quebrar o vidro daquele automóvel.

          – Droga...

           Quando cheguei na frente de casa notei que o pequeno portão estava aberto e a porta da frente, escancarada. Fiquei tenso e adentrei a casa, vendo a seguinte cena: Roll mordendo a calça de um sujeito mascarado, Hibird bicando sua cabeça e Tsuna caído inconsciente no chão. O homem levava uma gaiola com ele e presumi que sua intenção era roubar aqueles três problemáticos. O cara parecia estar distraído com o pássaro e o treco roxo aos seus pés, portanto me esgueirei por detrás dele e o golpeei na nuca.

           Seu corpo caiu sem consciência no chão, retirei sua máscara e vi que não reconhecia aquele rosto. Decidi ligar para a polícia, que felizmente veio velozmente até minha casa, antes que o invasor acordasse. Depois de o levarem, arrumei a porta e a tranquei, fui até o gato desmaiado e o analisei. Dei um suspiro aliviado, parecia que sua cabeça só havia batido no chão o fazendo cair em sono profundo. O peguei com jeito e o coloquei em minha cama. Fui para a cozinha e depositei comida nas tigelas de Roll e algumas sementes nas de Hibird. Mesmo estando cansados ambos comeram alegremente.

           Subi as escadas e entrei no banheiro, despi-me e tomei um banho demorado. Peguei um pijama qualquer em meu armário, me vesti e deitei-me ao lado de Tsuna.

           – Acho que vou ter que te levar ao veterinário mais cedo... - Sussurrei.

           Roll e Hibird logo subiram na cama e adormeceram, e eu me juntei a eles logo depois.


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