Ovelha Negra

  • Nahemah
  • Capitulos 14
  • Gêneros Darkfic

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 14

    Capítulo 14.

    Álcool, Drogas, Estupro, Hentai, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Sexo, Suicídio, Violência

    Espero que gostem :)

    Capítulo 14.

    A conversa com Deidara foi no mínimo desgastante, ele fez um dos maiores escândalos que já presenciou, e olha que viveu metade de sua adolescência com ele. Mas no final das contas ele calou a boca e a ouviu, ponderou seus argumentos como se fosse um grande pensador, o que a fez sorrir, concordou com suas palavras e ainda disse que a ajudaria dar conta de Sasori, que pelo que soube pelo loiro não iria assim tão fácil aceitar sua decisão, mas quem disse que estava preocupada? “Ele que se dane!”, pensou enquanto colocava o short jeans despojado por cima da meia calça negra que cobria suas pernas roliças, logo passou a traçar uma linha grossa com o delineador em suas pálpebras, nos lábios pintados de carmesim levava um sorrido sacana.

    Hoje, a noite seria sua. Se iria começar a viver do seu jeito, que seja da maneira mais divertida. Temari a convidou para seu aniversário, e ao contrario do que pensava não iria ser no Nara’s Bar, e sim em uma das boates mais quentes de Tóquio, claro, segundo a loira. Nunca pôde sair para uma noitada como essa apesar de ser uma renomada assassina, Orochimaru sempre a tratou como uma adolescente, e como todo pai preocupado nunca deixou que saísse para os bares e boates. Mas agora podia e iria aproveitar de tudo que a noite de Tóquio poderia oferecer.

    Horas antes naquela tarde foi ao cemitério para prestar suas homenagens ao homem que lhe tirou da rua, ao homem que simplesmente lhe aceitou e lhe deu uma opção de vida. Voltou para casa de cabeça baixa, mas não deixou uma lágrima sequer escorrer pelo seu rosto, Orochimaru sempre odiou a ver chorando. Pouco depois, Temari lhe ligou toda radiante e lhe fez o convite, se sentiu feliz por ela se lembrar de si, já que não era amiga e sim colega de trabalho dela, mas como tinha se dado bem com a loira resolveu por aceitar.

    Olhou-se no espelho sorrindo. Ah, como estava se sentindo bem naquela noite! E tinha que admitir que estava linda, o preto sempre a destacou ainda mais entre as pessoas, por isso abusou da cor em sua produção. Seus cabelos presos em coque mal feito davam aquele toque selvagem que achou que combinava consigo, afinal nunca foi uma mulher de usar vestidinhos e cabelos finamente organizados. Colocou o celular na bolsa carteira junto com seus outros pertences. Batidas na porta ecoaram pelas paredes, e pela brecha que foi aberta surgiu Kurenai com um sorriso pingando em veneno.

    – Olá, querida! – saudou a morena – Vai sair?

    – Vou – virando-se para olhá-la.

    – Ótimo!

    Sakura a encarou séria, a morena parecia aliviada em lhe ver sair e isso pareceu suspeito de demais para se deixar passar.

    – Por quê? – perguntou arqueando a sobrancelha.

    – Ah, não é nada não! – desconversou Kurenai balançando a mão direita com descaso.

    “Ela acha que eu sou estúpida?” pensou a rosada vendo o quão a mentira estava explicita na cara da mulher a sua frente.

    Kurenai também avaliava Sakura, estava tão aliviada em saber que a louca da enteada iria sair que se permitiu admitir que ela estava bonita. Daqui a algumas horas iria realizar um jantar com o Uchiha, ou seja, iria receber Sasuke. Pretendia fazer com o Uchiha mais novo pedisse de uma vez a mão da filha, queria estabelecer logo a filha com alguém de confiança como o moreno. Esse jantar tinha que dar certo, e não queria Sakura, a estranha enteada, trocando olhares com Sasuke. Já tinha percebido o súbito interesse do moreno na recém-chegada assim que ela sentou-se à mesa do primeiro café da manhã que participou desde que chegou.

    – Não acredito em você – murmurou Sakura.

    – O que? – Kurenai desmanchou o sorriso.

    – Ora, vamos Kurenai! Você não me engana com essa pose de bem feitora. Por que não me quer nessa casa hoje? – foi direta deixando uma Kurenai desconcertada.

    – Quer saber? Eu não gosto de você sim – falou a morena sorrindo venenosa – Era isso que gostaria de ouvir, pois então ouviu! E mais, eu não concordei com seu pai essa coisa de trazer uma doida para dentro da minha casa! – as palavras saltavam da boca de Kurenai com rapidez – Mas o que posso fazer, não é?

    – Viu? Não doeu dizer a verdade, aposto que se sente até mais relaxada – a rosada ria do descontrole da matriarca.

    – Sua insolente! E saia daqui, essa noite estou preparando um jantar em família – provocou Kurenai.

    – Ah, não se preocupe não irei atrapalhar o jantar perfeito.

    – Ótimo, vá embora. E de preferência não volte mais.

    Sakura continuou com um sorriso desdenhoso até a mais velha se retirar de seu quarto, mas apesar da pose de indiferente, sentiu uma pontada no coração e um no orgulho. “Deixe de bobagem!”ralhou para si mesma. Mirou-se no espelho novamente e esboçou seu melhor sorriso.

    O cheiro do jantar preparado invadia os corredores escuros do segundo andar. Sakura caminhava distraída respondendo a mensagem para sua chefa confirmando sua presença na boate para seu aniversário, quando esbarrou em alguém forte fazendo cambalear para trás com seus saltos altos, levantou a cabeça pronta para pedir desculpas, mas assim que cruzou seus olhos com os deles seus punhos se fecharam.

    – Está linda – elogiou ele sorrindo de canto – Tudo isso para um simples jantar de família?

    – Sasuke... – murmurou entre dentes.

    Apesar de ser o nome dele que deixou seus lábios, sua mente zunia com o nome Orochimaru, seu “pai” assassinado. Tentava se focar em relaxar os punhos e os abrir, queria pronunciar palavras grosseiras para o homem a sua frente, mas as palavras fincaram em sua garganta nunca chegando à boca, e tudo isso porque o perfume amadeirado e másculo de Sasuke a estava embriagando. Ah, como ele estava lindo com aquela camisa social preta com os primeiros botões abertos, deixando assim sua pele de marfim à mostra. Sakura ofegou e só agora percebeu que estava segurando a respiração.

    – O que foi? O gato comeu sua língua? – continuou o moreno a provocando.

    – Cala a boca! –disse ríspida passando direto por ele. “O que foi isso, Haruno?!” perguntou-se normalizando a respiração.

    Sasuke franziu o cenho, encarou a rosada sumindo por entre o longo corredor e logo descendo as escadas, deixando apenas seu perfume sensualmente doce, fechou os olhos para apreciar ainda mais. Parado no meio da penumbra do corredor, seus lábios esboçaram um sorriso.

    ****

    – Como estou? – perguntou entrando na sala enquanto ajeitava a camisa.

    – Já é a terceira vez que você troca de blusa, cabeça de fósforo – falou Kakashi sem desviar o olhar da televisão.

    – Se você me ajudasse nós já estaríamos chegando à boate! – resmungou de volta Gaara andando até a cozinha – Eu quero ficar bem, já faz mais de uma semana que eu não vejo a Ino. É uma sorte nós termos conseguido tirar uma folga!

    Kakashi fitou o ruivo bebendo água na entrada da cozinha com expressão entediada, mas tinha que concordar com ele, já não estava mais aguentando aquela rotina. Gaara estava vestido de uma blusa polo azul escura e jeans, nos pés calçava tênis preto. Achava até legal da parte dele ficar bonito para a namorada, mas tinha que demorar tanto? Já estava desistindo de ir.

    – Podemos ir agora? – Pronunciou Itachi saindo do corredor que ligava a sala aos quartos – Ou vai trocar de camisa de novo? – sorriu para o ruivo.

    – Cala a boca, pelo menos eu tenho namorada – sorriu de volta.

    – Não quero uma namorada, moleque – disse Kakashi – Eu quero sexo, agora vamos porque não é aqui que eu vou conseguir o que quero.

    Logo os três moradores de um prédio no subúrbio de Tóquio, desceram em direção a uma movimentada boate perto de onde moravam...

    ***

    Sakura estacionou o carro um pouco distante da entrada da boate, seu salto batendo contra o asfalto chamou a atenção enquanto andava calmamente na noite quente daquele dia. O homem devidamente vestido de terno que ficava na entrada sorriu como se já a conhecesse há anos, Sakura sorriu de canto e adentrou a boate tranquilamente, apesar da fila lá fora.

    A boate se mostrou com todo o seu esplendor à rosada assim que cruzou a entrada. As luzes reluziam em preto e branco por todo o lugar, o teto de vidro com alguns balões fixados refletiam os corpos dançantes a alguns metros a sua frente. A rosada sorriu movimentando o corpo ao som da batida viciante. O bar não ficava tão longe e foi para lá que partiu atrás de Temari, a aniversariante do dia. O balcão estava lotado, os gritos abafados pelo som alto aumentavam ainda mais a dificuldade em se pedir alguma coisa. Sakura tentava se encaixar em uma fissura entre os corpos agitados, mas antes que pudesse o fazer seu braço foi puxado, ao se virar encontrou um Shikamaru sorridente.

    – Pensei que não viria! – exclamou ele ainda segurando seu braço.

    – Me perdi uma vez! – falou no ouvido dele ao abraçar.

    – Vem a Temari está numa mesa lá trás!

    Seus corpos eram empurrados em direções diferentes enquanto andavam. A mesa em que Temari estava não era exatamente uma mesa, porque eram várias juntas. A loira já parecia um parecia um pouco alta quando gritou seu nome e correu em sua direção.

    – Parabéns! – exclamou Sakura para ser ouvida.

    – Obrigada! Fico feliz que tenha vindo! – a loira respondeu.

    Temari estava incrivelmente linda naquela noite, seu vestido vermelho justou fazia suas curvas ressaltarem de forma suave, nada vulgar. A loira a guiou para sua mesa cheia de convidados, não conhecia a maioria, mas a salvação de ser a estranha de cabelos rosa era que ele por si só já chamava a atenção para si, e por isso a conversação viria prontamente. Assim que sentou um loiro de olhos escuros puxou conversa e provou sua teoria.

    A conversa não foi muito além e logo foi puxada para a pista pela a aniversariante, a dança era envolvente, a batida contagiante. Sakura se deixava levar pelo som, esteve cinco anos internada, e agora dançava em uma boate lotada, nunca se sentiu tão livre. O sorriso em seus lábios parecia que ia se tornar permanente. No copo levava uma bebida doce e refrescante, mas sabia que não era assim tão leve, depois de apenas dois já se sentia bem.

    – Vamos comigo no banheiro?! – gritou Temari em seu ouvido.

    Não precisou responder e a loira já a puxava entre as pessoas. O banheiro era enorme e bem organizado, tinha poucas pessoas por incrível que pareça.

    – Um amigo me deu um presentinho – disse a loira tirando um pequeno saquinho do decote nos seios – Quero dividir com você – sorriu.

    – E o que é? – perguntou curiosa, mas já imaginava o que seria.

    Só confirmou seu pensamento quando Temari retirou um baseado muito bem enrolado em seda, ela sorria feito uma criança quando ganhava um doce antes do jantar. Há quanto tempo não via um desse? Desde seus quinze anos? Foi a última vez que fumou. Nunca foi de fumar muito ou foi viciada, longe disso, mas no mundo em que vivia as drogas era algo tão banal quanto o álcool.

    – Você fuma? – Temari pareceu incerta por um momento – Quer dizer, se você não fumar tudo bem, eu só...

    Sakura riu do desconforto dela, puxando o saco transparente para si, tomou o baseado entre os dedos, pegou também o isqueiro branco. O gosto a atingiu forte na boca quando o tragou fortemente, sentiu o cheiro da erva ressecada sendo queimado dominar o banheiro em poucos minutos. Temari a encarava de boca aberta, mas logo sorriu maliciosa.

    – Então tá...

    Voltaram para a pista de braços dados como duas melhores amigas de infância, riam de tudo que aparecia na frente delas. Sakura sentia-se relaxada, tudo parecia colorido e feliz, os corpos dançantes a sua frente eram como se fossem uma grande onda, e ela logo se juntou a onda dançando como se o mundo fosse acabar.

    No segundo andar era a área para os Vips, as paredes que davam para dentro da boate eram de vidro temperado, a imagem do caos de corpos dançantes entre as luzes ofuscantes era nitidamente assistida por Kakashi e Itachi. Gaara estava em um canto trocando beijos quentes com Ino, que suspirava e agradecia mentalmente por Sasori a liberar.

    Bebericava sua bebida enquanto passava os olhos aleatoriamente pela pista de dança, mas eles logo estancaram em uma figura de cabelos rosa. “Não pode ser...”, pensou meio atordoado, o sangue borbulhou quando se levantou, a bebida indo direto para o cérebro.

    – Aonde vai? – perguntou Itachi que se aproximava da mesa com mais dois copos de puro absinto.

    – Lá para baixo... – murmurou já andando, mas sabia que o moreno ainda poderia ouvir.

    Seus passos eram rápidos, precisos. Seria ela? Seria Sakura dançando? Não tinha noticias dela desde que Minato o afastou do hospital. As duvidas cessaram antes mesmo que estivesse ao lado dela. A rosada ria enquanto dançava, ela saberia o quanto estava sexy? Aproximou-se antes que outro o fizesse. Nunca foi bom em dança, na verdade era uma negação nesse quesito, mas ainda sim chegou sorrateiro por trás de Sakura tentando acompanhar o ritmo dela. Rodeando seus braços pela cintura da rosada, Kakashi sussurrou rouco no ouvido dela:

    – Sakura...

    Sakura abriu os olhos, antes fechados aproveitando o embalo do som, quando se sentiu rodada por fortes braços. A droga fazia seu efeito, mas ainda sim estava consciente para não deixar-se ser abusada. Virou bruscamente pronta para dizer que não estava a fim de nada naquela noite, mas assim que bateu os olhos naqueles fios prateados e olhos castanhos escuros seus lábios se abriram mais uma vez naquela noite em um sorriso feliz.

    – Kakashi!


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