Cap 15 Ano 850 - Distrito destruído e perguntas.

Armin e Eren se encaravam se saber o que dizer, tudo estava em silencio, Eren apertava os punhos e Armin fitava o chão.

- Isso é loucura! Como isso pode ser verdade?

- Eu não sei, mas tenho certeza que sou estranha. - peguei um punhal que levava sempre sob o uniforme e o dei na mão do loiro fechando seus dedos moles.

- Quero que corte minha mão!

- Não. Não vou fazer isso!

- Armin. Eu estou ordenando como sua superior.

- Eu não quero.

- Eren é surtado e não confio muito nele. Eu confio na sua inteligencia e coragem.

- Armin. Anda. - Eren disse com um olha confiante ao amigo.

Ele segurou minha mão tremendo e senti o frio do aço encostando em minha palma e rasgando, a dor foi mais ardente do que qualquer outra coisa. O sangue fluiu como agua escarlate e então parou. O machucado aos poucos fechou em meio a fumaça que cheirava a água evaporando.

- Mas o que?

- Eu disse garoto. Disse que era estranha. Eu não consigo desvendar meus sonhos com água salgada, castelos enormes de vidro, coroças sem cavalos, pinturas perfeitas, vidro que brilha, pessoas se falando sem estarem próximas. Esses sonhos são apavorantes, não sei o que são essas coisas.

- Como assim?

- Eu acho que o que vejo é o passado. Passado dos titãs. Passado da humanidade, o que havia antes das muralhas.

- Ei. Porque diabos me deixaram dormindo? Ainda não conhecem o inferno né Jaegar e Arlet?

- Olá Heichou.

- Cabo… Bom dia.

- Vocês acham que porque me machuquei podem ficar de bobeira?! Vão limpar as masmorras hoje e Steel seu quarto e os 4 próximos do mesmo o quarto cheira a…

- Sexo. - conclui e ele me olhou mortífero e depois para os dois que se apressaram e só os segui.  

Algum tempo depois

O dia estava cruelmente bonito na cidade. Levi estava com uma blusa branca com um casaco verde escuro por cima uma e calça preta… Todos estavam arrasados pelos últimos acontecimentos. Como, Erwin perdendo o braço, Titãs dentro das muralhas sem a mesma estar aberta,  os amigos virando inimigos perigosos e extremamente persistente, haviam mais três que podiam virar titãs agora.

- Eu não tive culpa dele perder o braço! Estava fazendo o que ele me mandou fazer. Ajudando as estacionarias a segurar os titãs, de pessoas boas que tinham lá, só haviam eu e uma mulher de cabelo branco. Foi bem divertido.

- Você devia estar com o Erwin para resgatar o Eren.

-No caminho ele me mandou ficar. Que horas vamos resgatar os Loirinho e  Cara de cavalo?

- Vamos sair em pouco tempo. Eren e Historia. Ambos vão ficar aqui.

- Vou te deixar cuidando dos caras pelas redondezas enquanto entro com a maníaca irma do Eren.

- Hum. Esses caras não vão facilitar, mas eu consigo. É só para machucar ou apago eles?

- Só os des-ma-i-e. Talvez precisemos deles. Seja rápida. Se algo der errado você foge.

- Ok. Trost hum… Soube que lá estava um caos.

- Estava. O lugar virou uma toca na superfície para os ratos dos subterrâneo. Provável que encontre velhos amigos.

- Levi… - Parou hesitando, a pergunta estava entalada nela a meses, não, anos. - O que aconteceu na primeira expedição… Com Izabel e Farlan? - seu rosto pareceu perder a cor e pareceu que ia desmaiar. Em meu intimo sempre havia carregado a certeza da morte de ambos, mas queria saber quando ele estaria pronto para contar. - Esqueça! Não precisa me dizer.

- Um dia eu vou dizer, mas não posso… Ainda não posso dizer, o que aconteceu quando meu ultimo esquadrão morreu, me fez reviver muito intensamente o que senti na época. Sinto muito, mesmo o mas até o mais forte da humanidade pode ser pateticamente fraco, não capaz de ajudar seu próprio esquadrão, nem antes e nem agora. - cotovelei seu estomago e o encarei.

- Pare de falar como um fracassado ou vou te socar, você sempre disse para tomar uma decisão mesmo sabendo sobre as incertezas e riscos da mesma. Você e Eren fizeram uma na qual se arrependeram depois, mas como eu, Erwin e aquele moleque, Armin, achamos, é fácil dizer como algo devia ou poderia ser, depois de acontecer. - segurei seu rosto com uma mão e o fiz olhar em meus olhos. Frios olhos acinzentados que liam minha mente, mas era impossível le-los. -Um dia eu cantarei essa musica que gira em espiral na minha mente o tempo todo, mas por hora, dela eu só tenho uma parte para  te dizer agora. Essa parte diz que apesar das incertezas de nossos corações, nos marchamos a “incerta” liberdade independente do que apareça ou desapareça de nossos caminhos. - ele segurou minha mão com firmeza a tirando de sua bochecha e só a apertou. -  Agora a pergunta que deu inicio a nossa jornada. Você se arrepende de ter entrado nas tropas mesmo depois de tudo pelo que fez e passou?

- Não. - disse sem hesitar ou pensar - Foi a única escolha sem arrependimentos que já fiz na vida.

- Uma Escolha sem arrependimentos.*(A choice with no regrets) - ouvir aquilo era incrível, mesmo sofrendo ele não havia se arrependido, talvez enlouquecido um pouco. Talvez só ele e Erwin não se arrependessem dessa decisão. Sorri radiante e mordi a macia bochecha dele deixando marcas.

- Tch. Devo ter parecido muito derrotado para tomar uma dura de você, uma idiota. - disse massageando a bochecha marcada. - Vamos. Acho que está na hora de salvar aqueles pirralhos.

O centro de Trost parecia uma copia fiel a cidade subterrânea. Fome, doenças, pobreza e o fundo do poço que uma pessoa pode chegar. Dei por mim rodeada de pessoas reclamando com Levi como na semana anterior quando haviam pego Armin e Jean disfarçados, olhei para trás e avistei dois dos alvos entrando num beco em direção a galpões enormes, assobiei e todos subiram os telhados enquanto os segui a pé. Ótimo eles usam DMT e eu te fico a pé para cair na mão com caras maiores que eu, esconder o DMT naquela capa cinza estava ficando difícil devido ao calor. Que lindo da parte deles.

- Olá senhores. - três homens, armados. Duas facas e um revolver. Moleza. Eles a encaram e se fitaram parecendo desconfiados

- Oi moça, deseja algo?

- Ah eu desejo sim. Sabe, faz tempo que eu não brigo com homens com o dobro do meu tamanho, mas vocês são ridiculamente grandes e fortes. Peguem leve. - e corri. Primeiro e mais fácil foi o da pistola, chutei a parte interna de seu joelho e quando ele caiu chutei sua mão armada e depois o rosto, me virando para os outros dois esperei o primeiro avançar e quando socou desviei pus a mão em seu rosto e no mesmo segundo que chutei sua perna e empurrei seu rosto para trás o derrubando com força no chão, quando me preparava para atacar o terceiro ele apenas ergueu as mãos para o alto largando a faca.

- Ei. Quantos mais?

- Quatro, mas dois estão com o chefe.

- Senta e puxe seus amigos. Se alguem me atacar pelas costas eu vou cortar vocês ao meio, se, se acham  malvados não esperem para ver a cólera de uma garota do subterrâneo, escutou?

- Você e da cidade subterrânea?

- Era. Entendeu o recado ou não?

- Pode deixar.

- Muito bom. Bem…

* A choice with no regrets/Kuinaki Sentaku (Uma escolha sem arrependimentos), Para quem não sabe é o nome do Gaiden/Spin-off(chame como quiser) do Levi.